26 de julho de 2010

A Dança da Alma



"Se uma lagarta pode se transformar numa borboleta e viver como um ser superior, talvez possamos também".
Cada um de nós traz em si uma partícula divina, uma consciência com potencial de expansão ilimitado, na qual está codificado o nosso destino. Mas, cabe somente a nós sair do casulo e nos transformar em seres de consciência superior. Cada um de nós pode ser borboleta quando chegar o seu tempo, e voar, ou permanecer lagarta dentro do casulo com medo da vida. A alma é como borboleta presa num casulo desejando incessantemente liberdade; forçando o rompimento do casulo. Às vezes ela força tanto que provoca machucaduras irreversíveis no casulo. As doenças são as machucaduras que a alma provoca no casulo do corpo, do ego e da mente cristalizada em crenças limitadoras, para se libertar e se elevar. Prenda a sua alma, e verá o que acontece! 

As preocupações básicas de todo ser humano estão voltadas para as coisas que lhe proporcione segurança, satisfação e perpetuidade. Esquece-se ele, no entanto, que aqui está apenas para cumprir uma etapa da sua evolução, e que a perpetuidade não é a da espécie, mas a da sua própria alma que está em jogo; segurança é uma coisa que só existe internamente, quando você se "segura" na sua alma, e a satisfação possível é aquela do preenchimento total de si mesmo com a alma. 

A vida quer a sua alma, ela quer dançar com a sua alma e celebrar a existência como um todo. Envolvida por mistérios, a vida ainda nos assusta, mas ela vem como uma visitante inesperada buscar nossa alma para celebrar a existência. Se nos permitirmos sair do casulo e nos tornar alma pura e dançar com a vida, não haverá mais preocupações, pois estaremos totalmente envolvidos na dança da vida, e não sobrará tempo para brigar por brinquedos, como fazemos. Estaremos então seguros na alma e protegidos pela vida.
Sabendo que a vida pode nos solicitar o inesperado, é preciso ter muita coragem e confiança para arriscar-se nessa liberdade e voar para dançar com a vida. É preciso desprendimento e aceitação, desapego e perdão, deixando para trás tudo aquilo que é fardo desnecessário e ocupa nosso tempo e consome nossa energia.

Perdoar é liberar as âncoras que nos mantém presos nas memórias desastrosas causando sofrimentos a nós e aos nossos irmãos. Ninguém poderá sair do casulo para ser alma pura enquanto não perdoar até a última centelha de memória. Mesmo assim, podemos aceitar o convite da vida e começar a dançar a sua dança, e celebrar com a existência. A magia da dança da vida leva ao desprendimento de muitas dessas âncoras facilitando a liberação.
A terapêutica da alma é a do perdão, a que liberta e torna possível o vôo, a liberdade, a dança com a vida na sua totalidade."Permita que a vida roube a sua alma. Deixe uma porta entreaberta para a vida chegar; invadir a sua alma. O esconderijo não protege ninguém do medo de perder a alma para a vida".

Luiz Antônio Trevizani

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