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29 de agosto de 2010

Transcender ao ideal para engrandecer o real.(maravilhoso!)

“Somos os criadores da nossa própria vida.
A nossa vida é o fruto de tudo o que fazemos."
Joseph Campbell / The Power of Myth

Leonardo Boff disse que transcendência talvez seja o desafio mais escondido do ser humano, quando ele se recusa a aceitar a realidade na qual está mergulhado, porque se sente maior do que tudo que o cerca. Com seu pensamento, ele habita as estrelas e rompe todos os espaços.
Essa capacidade é o que nós chamamos de transcendência, isto é, transcende, rompe, vai além daquilo que é dado. Numa palavra, o ser humano é um projeto infinito. Ninguém segura os pensamentos, ninguém amarra as emoções. Elas podem nos levar longe no universo. Rompemos tudo, ninguém nos aprisiona. Mesmo os escravos mantidos nos calabouços são livres nas emoções, porque sua essência está na liberdade.

Transcender é dar alma ao sentido da vida. Quase sempre, só transcendendo o cego vê, só transcendendo a mediocridade dá lugar à grandeza, só transcendendo a mesmice cede espaço à mudança e só transcendendo o mundo restrito das certezas se abre para ser oxigenado no infinito das possibilidades.


Foi isso que o psicoterapeuta Vitor Frankl registrou nos campos de concentração de Auschwitz e Dachau. Ele relata que prisioneiros famélicos, com a pele nos ossos, se levantavam cambaleantes e se jogavam em cercas eletrificadas para morrerem eletrocutados, procurando o fim de seu sofrimento. 
Na mesma situação de penúria, de humilhação e de indignidade, outros prisioneiros faziam o contrário: esperavam com altivez a sua hora de serem levados ao forno crematório e, quando iam, reuniam suas reservas finais de energia para cantar canções de resistência, de Amor, de louvor, de transcendência.


É também um pouco do que disse Fernando Pessoa, ao versejar que "tudo vale a pena se a alma não é pequena".


Essa transcendência que dá grandeza e alma ao sentido de vida do Homem é um toque de Deus, um sopro de mistério e uma carícia do Criador.


A diferença entre fazer pelas razões dos homens (com minúsculo 'h' de hipoatrofiado) e fazer pelas razões do Homem (com maiúsculo 'H' de Honra) é a diferença entre consagrar o jeito ao que transcende ou reduzir o jeito ao que não engrandece. 
Exemplos: um homem na mesmice de dirigir um ônibus ou um Homem que consagra seu trabalho de motorista ao nobre objetivo de facilitar o ir e vir das pessoas; um homem que é professor no ensino de conhecimentos convencionais ou um Homem que é professor para antecipar a visão de futuro, com Paz, Harmonia, Felicidade; um homem que ensina profissão de pobre para pobre, a pretexto de necessidades imediatas ou um Homem que identifica talentos e realiza potencialidades em comunidades de baixa renda e baixa escolaridade; um pedreiro que trabalha na construção de uma parede como uma obra qualquer ou um pedreiro que faz a mesma parede com a percepção e o prazer de estar erguendo uma catedral.


Na transcendência ninguém faz só por si e nem faz por outras pessoas. Eu transcendo necessariamente quem eu sou na evolução ao que desejo ser. E o meu processo de evolução será tão mais continuado quanto mais for um constante ritual de consagração a um mundo melhor.


Esta visão de transcendência nos cuidados do Homem com o Planeta Terra e com a Água é uma esperança de um novo tempo de respeito à Vida.


“Venham para a beira, disse ele.

Eles disseram: temos medo.

Venham para a beira, disse ele.

Eles foram.

Eles os empurrou... e eles voaram.”

Guillaume Apollinaire
Fonte:e-book: Gente cuidando das águas,doc - cap.III
Demonstenes Romano Filho,Patricia sartini,Margarida Maria Ferrreira(autores)

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