21 de março de 2015

Cada um tem seu deserto a atravessar por Jean-Yves Leloup

"O que evoca para nós a palavra deserto? Silêncio, imensidão, vento abrasador? Não apenas. Evoca também sede, miragens, escorpiões... e o encontro do mais simples de si mesmo no olhar assombrado e surpreso do homem ou da criança que brota não se sabe de onde – entre as dunas.

Existem os desertos de pedras e de areias, o deserto do Hoggar, de Assekrem, de Ténéré e do Sinai e de outros lugares ainda... o deserto é sempre o alhures, o outro lugar, um alhures que nos conduz para o mais próximo de nós mesmos.

Existem os desertos na moda, onde a multidão se vai encontrar como um pode tagarelar, em espaços escolhidos, onde nos serão poupadas as queimaduras do vento e as sedes radicais; deles se volta bronzeado como de uma temporada na praia, mas ainda por cima, com pretensões à “grande experiência”, que nos transformaria para sempre em “grandes nômades”...

Existem, enfim, os desertos interiores.
 Temos que falar deles, saber reconhecer o que apresentam de doloroso e tórrido, mas tentando também descobrir, aí, a fonte escondida, o oásis, a presença inesperada que nos recebe, debaixo de uma palmeira sorridente, em redor de uma fogueira onde a dança dos “passantes” se junta à das estrelas. Pois o deserto não constitui uma meta; é, antes, um lugar de passagem, uma travessia. Cada um, então, tem a sua própria terra prometida, sua expectativa que deverá ser frustrada, sua esperança a esclarecer.

Algumas pessoas vivem esta experiência do deserto no próprio corpo; quer isto se chame envelhecer, adoecer ou sofrer as conseqüências de um acidente. Esse deserto às vezes demora muito a ser atravessado.
Outras pessoas vivem o deserto no coração das suas relações, deserto do desejo ou do amor, das secas ou dos aborrecimentos que não aprendemos a compartilhar.
Há também os desertos da inteligência, onde o mais sábio vai esbarrar no incompreensível e o mas consciente no impensável. 

Só conseguimos conhecer o mundo e as suas matérias, a nós mesmos e às nossas memórias quando atravessamos os desertos.

Temos, finalmente, o deserto da fé, o crepúsculo das idéias e dos ídolos, que havíamos transformado em deuses ou em um Deus, para dar segurança às nossas impotências e abafar as nossas mais vivas perguntas.
Cada pessoa tem seu próprio deserto a atravessar. E a cada vez será necessário desmascarar as miragens e também contemplar os milagres: o instante, a aliança, a douta ignorância e a fecunda vacuidade."

Autor:Jean-Yves Leloup
Fonte:http://muraldaexistencia.blogspot.com.br/

13 de março de 2015

Poema Se... do professor Hermógenes


"Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia…

Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas…

Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e mesmo ser…

Se eu retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo…

Se algum ressentimento,
Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio

Que é o irrestritamente perdoar,

E, mais ainda,
Se ainda não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou…

Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio…

Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar eu…

Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia
Para a minha ainda imperiosa angústia…

Se, ainda incapaz
para a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende…

Se insistir ainda que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim…

Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e frágeis
Que o mundo empresta,

E eu neles ainda acredito…

Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir,
Multiplicar,
E reter

Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz…
Se, ainda presa do grande embuste,
Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou…

Se, ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou,

Terei me perdido na multidão abortada
Dos perdulários dos divinos talentos, 
os talentos que a Vida
A todos confia,
E serei um fraco a mais,
Um traidor da própria vida,
Da Vida que investe em mim,
Que de mim espera
E que se vê frustrada
Diante de meu fim.

Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo
E o espaço
De Deus.

Terei meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter atingido a Meta.

ENTREGO, CONFIO, ACEITO E AGRADEÇO!"

Professor Hermogenes ...no livro Canção Universal..
  muita luz grande alma,que neste dia retornou para a patria espiritual!
Fonte:http://www.yogajournal.com.br/sabedoria/luto/

12 de março de 2015

ATempestade por Gibran Khalil Gibran

"O pássaro e o homem tem essências diferentes. 
O homem vive à sombra de leis e tradições por ele inventadas; 
o pássaro vive segundo a lei universal que faz girar os mundos. 

Acreditar é uma coisa; viver conforme o que se acredita é outra. 
Muitos falam como o mar, mas vivem como os pântanos. 
Muitos levantam a cabeça acima dos montes; 
mas sua alma jaz nas trevas das cavernas. 

A civilização é uma arvore idosa e carcomida, 
cujas flores são a cobiça e o engano e cujas frutas 
são a infelicidade e o desassossego. 

Deus criou os corpos para serem os templos das almas. 
Devemos cuidar desses templos para que sejam dignos da divindade que neles mora. 

Procurei a solidão para fugir dos homens, de suas leis, de suas tradições e de seu barulho. 
Os endinheirados pensam que o sol e a lua e as estrelas se levantam dos seus cofres e se deitam nos seus bolsos. 
Os políticos enchem os olhos dos povos com poeira dourada e seus ouvidos com falsas promessas. 
Os sacerdotes aconselham os outros, mas não aconselham a si mesmos, 
e exigem dos outros o que não exigem de si mesmos. 

Vã é a civilização. E tudo o que está nela é vão. 
As descobertas e invenções nada são senão brinquedos com a mente a se divertir no seu tédio. 
Cortar as distâncias, nivelar as montanhas, vencer os mares, tudo isso não passa de 
aparências enganadoras, que não alimentam o coração e nem elevam a alma. 
Quanto a esses quebra-cabeças, chamados ciências e artes, nada são senão cadeias douradas com os quais o homem 
se acorrenta, deslumbrados com seu brilho e tilintar. 
São os fios da tela que o homem tece desde o inicio do tempo sem saber que, quando terminar sua obra, terá construído a prisão dentro da qual ficará preso.
 
Uma coisa só merece nosso amor e nossa dedicação, 
uma coisa só... 
É o despertar de algo no fundo dos fundos da alma. 
Quem o sente não o pode expressar em palavras. 
E quem não o sente, não poderá nunca conhecê-lo através de palavras. 
Faço votos para que aprendas a amar as tempestades em vez de fugir delas."

Gibran Khalil Gibran (1883-1931)

8 de março de 2015

Reflexões e o sentido da vida por Viktor Emil Frankl


"Encontrei o significado da minha vida, ajudando os outros a encontrarem o sentido de suas vidas.” (Viktor Emil Frankl)

REFLEXÕES

“Até que ponto sou livre?”
pergunta o homem ao seu Criador.

“Não posso despojar-me do meu corpo,
não posso renegar minhas origens,
não posso fugir do meu ambiente,
não posso escapar do meu tempo.”
“Tu não és livre de tuas condições,
responde Ele,
porém, tu és livre para te posicionares
diante de teus condicionamentos.
E isto é muito além do que jamais concedi.”

“Quando giro em torno de mim mesmo, percorro um caminho infinito,
que não leva a lugar algum.
Porém, ao distanciar-me de mim mesmo, percebo o caminho
para a pessoa que gostaria de ser.”

“Há uma responsabilidade diante de meus atos:
sou responsável pelo que faço, digo, decido...
Mas há também uma responsabilidade
pela maneira como os faço:
sou responsável pelo modo como vivo, amo e sofro...”

“O corpo não pode ser construído,
mas o mal-estar físico pode ser mitigado.
A alma não pode ser consertada,
mas o distúrbio psíquico pode ser curado.
O espírito não pode ser produzido,
mas a dimensão espiritual pode ser despertada.”
“O que é genuíno não pode ser desmoralizado,
o que não é mascarado não pode ser desmascarado,
o que tem sentido não pode ser questionado.”

“Um corpo estranho penetra na concha, ferindo-a.
A areia áspera machuca sua carne.
A concha sofre.
A concha tenta expelir o intruso e fracassa.
O grão de areia fixou-se.
A dor não pode ser eliminada.
Então o animal, a partir do âmago da sua natureza,
busca a força para transformar o sofrimento em triunfo.
Do sofrimento e da aflição,
da seiva de suas lágrimas, surge,
em longos processos de crescimento interior,
a pérola.”

Textos retirados do livro “Tudo tem seu sentido”
Coleção Logoterapia
Elisabeth S. Lukas

1 de março de 2015

Ética para a nova era.. de Leonardo Boff

"Nenhuma sociedade no passado ou no presente vive sem uma ética. Como seres sociais, precisamos elaborar certos consensos, coibir certas ações e criar projetos coletivos que dão sentido e rumo à história. Hoje, devido ao fato da globalização, constata-se o encontro de muitos projetos éticos nem todos compatíveis entre si. Face à nova era da humanidade, agora mundializada, sente-se a urgência de um patamar ético mínimo que possa ganhar o consentimento de todos e assim viabilizar a convivência dos povos. Vejamos, suscitamente, como na história se formularam as éticas. 

Uma permanente fonte de ética são as religiões. Estas animam valores, ditam comportamentos e dão significado à vida de grande parte da humanidade que, a despeito do processo de secularização, se rege pela cosmovisão religiosa. Como as religiões são muitas e diferentes, variam também as normas éticas. Dificilmente se pode fundar um consenso ético, baseado somente no fator religioso. Qual religião tomar como referência? A ética fundada na religião possui, entretanto, um valor inestimável por referi-la a um último fundamento que é o Absoluto. 

A segunda fonte é a razão. Foi mérito dos filósofos gregos terem construído uma arquitetônica ética fundada em algo universal, exatamente na razão, presente em todos os seres humanos. As normas que regem a vida pessoal chamaram de ética e as que presidem a vida social chamaram de politica. Por isso, para eles, politica é sempre ética. Não existe, como entre nós, politica sem ética. 

Esta ética racional é irrenunciável mas não recobre toda a vida humana, pois existem outras dimensões que estão aquém da razão como a vida afetiva ou além como a estética e a experiência espiritual. 

A terceira fonte é o desejo. Somos seres, por essência, desejantes. O desejo possui uma estrutura infinita. Não conhece limites e é indefinido por ser naturalmente difuso. Cabe ao ser humano dar-lhe forma. Na maneira de realizar, limitar e direcionar o desejo, surgem normas e valores.

 A ética do desejo se casa perfeitamente com a cultura moderna que surgiu do desejo de conquistar o mundo. Ela ganhou uma forma particular no capitalismo no seu afã de realizar todos os desejos. E o faz excitando de forma exacerbada todos os desejos. Pertence à felicidade, a realização de desejos mas, atualmente, sem freios e controles, pode pôr em risco a espécie e devastar o planeta. Precisamos incorporá-la em algo mais fundamental. 

A quarta fonte é o cuidado, fundado na razão sensível e na sua expressão racional, a responsabilidade. O cuidado está ligado essencialmente à vida, pois esta, sem o cuidado, não persiste. Dai haver uma tradição filosófica que nos vem da antiguidade (a fábula-mito 220 de Higino) que define o ser humano como essencialmente um ser de cuidado. 

A ética do cuidado protege, potencia, preserva, cura e previne. Por sua natureza não é agressiva e quando intervem na realidade o faz tomando em consideração as consequências benéficas ou maléficas da intervenção. Vale dizer, se responsabiliza por todas as ações humanas. Cuidado e responsabilidade andam sempre juntos. 

Essaa ética é hoje imperativa. O planeta, a natureza, a humanidade, os povos, o mundo da vida (Lebenswelt) estão demandando cuidado e responsabilidade. Se não transformarmos estas atitudes em valores normativos dificilmente evitaremos catástrofes em todos os níveis. Os problemas do aquecimento global e o complexo das varias crises, só serão equacionados no espírito de uma ética do cuidado e da responsabilidade coletiva. É a ética da nova era. 

A ética do cuidado não invalida as demais éticas mas as obriga a servir à causa maior que é a salvaguarda da vida e a preservação da Casa Comum para que continue habitável."
Autor:Leonardo Boff
Fonte:http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artId=993

28 de fevereiro de 2015

Volta ao Coração por Jean-Yves Leloup


"Quando fores te engajar em um caminho, pergunta a ti mesmo se esse caminho possui um coração”, disse Dom Juan, o iniciador de Carlos Castañeda.

Não se trata do coração físico, sequer do coração afetivo e emocional, mas do coração como centro de integração de todas as faculdades da pessoa; o coração como “centro” do homem – praticamente todas as grandes tradições da humanidade dão testemunho disso.

Um dos dramas do homem contemporâneo é ter perdido o seu coração. Não existe nada entre o cérebro e o sexo; às vezes apenas uma imensa saudade... mas frequentemente passamos das mais frias análises aos excessos pulsantes mais levianos. Dessa maneira, o homem torna-se cada vez mais esquizofrênico, tendo perdido o seu centro de integração, de “personalização” do seu ser: o coração.

Uma inteligência sem coração não é realmente humana. 

Quando os bancos de memória de um computador são decuplicados, ele torna-se mais “inteligente” do que o homem. 

A inteligência sem o coração, “a ciência sem consciência”, ilumina nossas sociedades com uma luz fria onde o homem “se gela”, se analisa e se entedia...

Uma sexualidade sem coração não é uma sexualidade realmente humana, qualquer que seja a quantidade das nossas intensidades pulsantes, é apenas em uma relação de pessoa a pessoa que o prazer efêmero pode se transformar em felicidade permanente. “No verdadeiro amor”, dizia Nietzsche, “é a alma que envolve o corpo.”

É o coração que dá um sentido aos nossos enlaces, assim como é o coração que pode orientar as descobertas da inteligência em um sentido positivo à vida da humanidade.

Vivemos na época das luzes néon e dos cobertores elétricos, das luzes frias e dos calores opacos. Não é possível se aquecer junto a uma luz néon, não nos iluminamos junto a um cobertor elétrico. 

Perdemos a chama que é ao mesmo tempo luz e calor. “Redire ad cor” – “volta ao teu coração”: as palavras do profeta são mais atuais do que nunca."

Jean- Yves Leloup em Uma arte da atenção
Fonte:http://ventosdepaz.blogspot.com.br/search/label/Jean-Yves%20Leloup

27 de fevereiro de 2015

Consciência e centramento - por Osho


"Primeiro é preciso entender o que significa consciência. 

Você está andando na rua. Está consciente de muitas coisas — das lojas, das pessoas que passam por você, do tráfego, de tudo. Está ciente de muitas coisas, menos de uma — você mesmo. 

Você está andando na rua, consciente de muitas coisas e esquecido de si mesmo! Essa consciência do eu George Gurdjiefif chamou de “lembrança de si mesmo”. 

Ele dizia: “Constantemente, onde quer que você esteja, lembre-se de si mesmo.” Não importa o que esteja fazendo, nunca deixe de fazer outra coisa interiormente: ficar consciente do que estiver fazendo. 

Você está comendo — fique consciente de si mesmo. Está caminhando — fique consciente de si mesmo. Está ouvindo, está falando — fique consciente de si mesmo. Quando estiver com raiva, fique consciente de que está com raiva. Essa lembrança constante de si mesmo cria uma energia sutil, uma energia muito sutil dentro de você. Você começa a ser um ser cristalizado.
Na maior parte do tempo, você é só um saco vazio! Nenhuma cristalização, nenhum centro de verdade — só liquidez, só uma combinação ao acaso de muitas coisas sem nenhum centro. Uma multidão, em constante mudança, mas sem ninguém que a comande. 

A consciência é o que faz de você o comandante do navio — e quando eu digo comandante não quero dizer alguém que detenha o comando. Quero dizer uma 
presença — uma presença contínua. Sempre que estiver fazendo alguma coisa, ou não estiver fazendo nada, uma coisa tem de ser constante na sua consciência: que você é.

O simples sentimento de si mesmo, e de que esse si mesmo é, cria um centro — um centro de calma, um centro de silêncio, um centro de comando interior. Trata-se de um poder interior. E quando eu digo “poder interior” quero dizer literalmente isso. É por isso que Buda fala do “fogo da consciência” — ela é um fogo. Se começar a ficar consciente, você começará a sentir uma energia nova em você, um fogo, uma vida nova. E, por causa dessa vida nova, desse poder, dessa energia, muitas coisas que dominavam você se dissipam. Você não tem de lutar contra elas.

Você tem de lutar contra a sua raiva, contra a sua ganância, contra o sexo, 
porque você é fraco. Portanto, na verdade, a ganância, a raiva, o sexo não são o problema, a fraqueza é o problema. 

Quando você começar a ficar mais forte interiormente, com um sentimento de 
presença interior — de que você é —, suas energias ficam concentradas, cristalizadas num único ponto, e nasce um eu. Veja, não nasce um ego, nasce um eu. 

O ego é um sentido falso de eu. Mesmo sem ter um eu, você continua acreditando que você é um eu — que na verdade é o ego. Ego significa falso eu — você não é um eu, embora acredite que seja.(...)
O ego é uma noção falsa de algo que ainda nem sequer existe. “Eu” significa um centro que pode prometer. Esse centro é criado pelo ser que está continuamente alerta, constantemente consciente. 

Tenha consciência de que você está fazendo algo — de que está sentado, de que agora você vai dormir, de que o sono está chegando, que você está caindo no sono. Tente ficar consciente o tempo todo e então você começará a sentir que nasce dentro de você um centro; as coisas começaram a se cristalizar, ocorre um centramento. Tudo passa a se relacionar com esse centro."

Osho em Consciência: A Chave Para Viver em Equilíbrio

25 de fevereiro de 2015

Como se proteger de energias negativas.. por Marcelo Dalla

"Muita gente tem me perguntado como fazer pra se proteger de energias negativas no dia-a-dia (tais como inveja, raiva, rancor) ou mesmo de entidades obsessoras. Como já devem saber, a melhor proteção que podemos proporcionar a nós mesmos é a dos sentimentos e pensamentos positivos. Gratidão, alegria, paz e AMOR elevam nossa vibração. Assim nos sintonizamos apenas com o que vibra nesta mesma frequência.

Mas às vezes precisamos de uma força extra. Somos humanos! Quando passamos muito tempo preocupados, tristes, estressados, desanimados, magoados com algo ou alguém... ou quando nos tornamos o centro das atenções, por exemplo. Se as energias negativas se instalam numa casa, os moradores podem ficar irritados, sonolentos, brigam por qualquer motivo e podem até adoecer. Os aparelhos domésticos quebram com frequência, acontecem pequenos acidentes.

Deixo aqui algumas dicas que podem ser muito úteis.

- A primeira e a mais importantes de todas: evitar falar dos projetos ainda por realizar. Parar de contar vantagem. Aliás, falar pouco sobre si mesmo é essencial (uma das grandes lições que tenho aprendido).

- É importante também escolher as companhias e as amizades. Não abra a porta de sua casa para qualquer um. Se você percebeu que determinada pessoa é negativa, está sempre se queixando da vida, reclamando de tudo, evite a sua companhia.

- Cristais podem ser imantados e programados para proteção. Podemos levá-los no bolso, na bolsa ou em forma de jóias.(...)  Quartzo branco, ônix, turmalina e hematita são as mais utilizadas.

- O Feng Shui recomenda que coloquemos um Bagua, de preferência com espelho convexo no centro, na porta de entrada de nossa casa. Deve ser posicionado pelo lado de fora, em cima da porta. É por esta porta que a energia Shi vai entrar. Havendo mais de uma entrada na casa, faça o mesmo em todas elas.

- Plantas e flores absorvem energias negativas. Principalmente as de proteção, que podem ser plantadas no vaso ou no jardim: arruda, alecrim, espada-de-são-jorge, guiné, pimenteira, comigo-ninguém-pode e manjericão.

- Cães e gatos também são ótimos protetores, que absorvem e transmutam as energias negativas do ambiente.

- Sal grosso é excelente pra absorver energias também. Uma dica ótima é colocar um punhado na máquina de lavar pra descarregar as roupas. Um copo de água com sal grosso embaixo da cama quando for dormir também é recomendável. Banho com sal grosso só deve ser usado em casos emergenciais, pois absorvem todas as energias da nossa aura, tanto as boas quanto as ruins.

- Tomar passe num Centro Espírita ou de Umbanda é altamente eficaz. Aliás, é fundamental estar em dia com a espiritualidade, orar sempre, etc, etc. De nada adianta ir tomar um passe, depois sair fazendo tudo errado de novo, né?

- Podemos invocar a força do Arcanjo Miguel e toda a sua legião sempre que precisarmos. (...)

- As Mandalas também oferecem proteção, principalmente as de tons violeta. Não apenas protegem, mas também transmutam e equilibram as energias do ambiente.

- Para finalizar, deixo uma potente fórmula dos Florais de Saint Germain. Especial para proteção, que transmuta e eleva o padrão vibratório. Composição: Chapéu de Sol, São Miguel, Algodão, Boa Sorte, Goiaba, Lótus/Magnólia, Carrapichão, Allium, Incensum, Myrtus, Grevílea, Arnica Silvestre.(...)

Sejamos felizes!!!"

Autor: Marcelo Dalla
Fonte:http://www.marcelodalla.com/2011/05/como-se-proteger-de-energias-negativas.html

23 de fevereiro de 2015

ACEITAÇÃO: um elemento chave na Formula da Positividade ... por Miguel Lucas

 
"Um grande número de pessoas lutam com a autoaceitação, mas os que sofrem com a dor crónica, vício, ou outros problemas psicológicos graves incorrem em enormes desafios na área da aceitação. Por isso, a recuperação de tais condições, muitas vezes envolve o progresso em direção a ficar-se bem conosco mesmo. Por mais paradoxal que possa parecer, quaisquer que sejam as mudanças positivas que você quer fazer em sua vida, a aceitação de como e onde você está no momento presente é uma das chaves para avançar. (...)

ACEITAR O QUE NÃO PODEMOS MUDAR

O poder da aceitação como elemento fundamental para a positividade, pode verificar-se na oração da serenidade: 
Deus concede-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar as coisas que posso, e sabedoria para saber a diferença.

Tudo que encontramos na vida, em última análise divide-se em duas categorias:

1 – Coisas que podemos mudar ou pelo menos ter alguma influência sobre.
2 – Coisas que não podemos mudar ou influenciar.

Se refletirmos mais aprofundadamente, podemos constatar que todas as nossas experiências, tanto internas como externas, se encaixam em uma dessas duas categorias básicas. Basta reconhecer em que grupo se encaixa o desafio que enfrentamos (seja ele físico, mental, emocional, espiritual, ou interrelacional) para tornar a nossa vida mais gerenciável.

Se o desafio é algo que não podemos mudar, por exemplo, como o fato de estar com dor ou as ações ou atitudes de outra pessoa, temos de aceitar isso, e o nosso foco deverá encaminhar-se para a melhor forma de facilitar a aceitação.
 Se, por outro lado, o desafio é algo que se pode mudar, por exemplo, a forma como conseguimos amenizar a dor que temos ou como estamos lidando com a pessoa que nos perturba, o problema passa a ser sobre o que precisamos mudar e como fazer as coisas acontecerem do jeito que pretendemos. É importante ressaltar uma conceito extremamente valioso:

Uma coisa que podemos sempre mudar (por mais difícil que possa ser às vezes) é o modo como reagimos ao que não podemos mudar.

Mas, como é que que podemos aceitar as coisas que não podemos mudar e mudar o modo como reagimos ao que não podemos mudar?
 Ambos incluem a adaptação da nossa maneira de pensar, a maneira como lidamos com as nossas emoções, e as ações que tomamos de acordo com ambas. A Fórmula da Positividade pode ser o seu grande trunfo.(...) Quando conseguimos permitir que os nossos sentimentos negativos simplesmente se manifestem em nós, aceitá-los sem agir reflexivamente e sem colocar qualquer catalogação neles, a sua intensidade diminui e nós experimentamos menos pressão para agir sobre eles.

Desta forma, a aceitação plena muda a natureza da relação que temos com os nossos pensamentos e emoções, ampliando a nossa capacidade de responder intencionalmente, em vez de reagirmos automaticamente e impulsivamente.
 Isso dá-nos a oportunidade de desenvolver as habilidades necessárias para co-existir mais pacificamente com o que não podemos mudar, e exercita-nos a escolha consciente acerca da forma como agimos (interna e externamente), quando apresentados com a necessidade de aplicarmos estratégias de aceitação.

Esta abordagem permite que a pessoa escolha o caminho que quer seguir, optando por trabalhar e comprometer-se com um conjunto de ações que o conduzam ao sentimento desejado, na maioria das vezes traduzido por: “Quero ser feliz “.

O termo Aceitação é um dos elementos chave da Fórmula da Positividade, na qual também está subentendido a ideia de compromisso com a ação. Ao incluir a aceitação da sua experiência interna na sua vida, isto permite que você consiga trabalhar na sua musculatura emocional, permite que você consiga ser mais resistente às suas experiências internas de mal-estar, entendendo-as como manifestações da realidade, colocando-se assim numa situação mais capacitada para acionar os seus recursos, construindo uma solução para os seus problemas.

A aceitação funciona como um antídoto à hipersensibilidade emocional, à hipersensibilidade dos sentimentos negativos. Se nos tornarmos mais cientes de como funciona a nossa mente, e porque razão sentimos as coisas que sentimos, ficamos mais aptos a podermos fazer uma opção de escolha. Ficamos mais aptos para escolhermos a possibilidade de sermos felizes."
Fonte:http://www.escolapsicologia.com/aceitacao-um-elemento-chave-na-formula-da-positividade

12 de fevereiro de 2015

Satisfação permanente não existe...por Padma Samten


 
"Se você tiver muito dinheiro, for amado e respeitado, tiver ampla capacidade de realização de suas aspirações e desejos, isso não garantirá sua felicidade. Nada do que se obtenha é permanentemente satisfatório.É como um pássaro em um galho aspirando voar para outro. Voará pelo vento, pelo frio, calor, pela flutuação de sua mente. O galho onde ele repousa pode ainda se transformar em um lugar perigoso e fonte de sofrimento.

Se sua mente estiver focada na competição com os outros, veja, essa não é uma condição de felicidade.
 Olhar para os outros e sentir dor pela alegria e sucesso que tenham torna a vida muito vulnerável e infeliz. Mesmo que obtenha os resultados que aspira, terminará caindo na situação anterior de insatisfação.

Caso seu perfil seja o de trabalhar para melhorar as condições de sua vida, para ajudar os que estão à sua volta e sua família, há muitos méritos nisso. Ainda assim, a vida passa e nunca chegamos a um ponto final. Avançamos e a insatisfação nos alcança, ou a impermanência ameaça o que juntamos, ou ainda o que obtemos se transforma em problema.

Os meninos e as meninas passam no vestibular, mas se desiludem do curso escolhido. Se gostam e seguem, mais adiante descobrem que não nasceram para ser economistas, advogados ou funcionários públicos, etc. Fazem seguros e poupanças pois podem ser demitidos, ou perder a saúde. Além do mais, o próprio trabalho pode se tornar um ambiente de sofrimento e a pessoa, sem energia, conta aflita o tempo que ainda falta para finalmente se aposentar.

Situação mais grave é a dos que, embotados, desistem de pensar, de amar e de fazer esforços. A mente fica afetada, o cérebro emperra, o corpo engorda e pesa, o rosto perde a expressão, a alegria o visita muito raramente. Se a opção for sentir-se desassistido, mal-amado, faminto das coisas do mundo, o sofrimento, ele, sim, será permanente.

Pior do que isso, só o estado de raiva interna e agressão contra os outros seres. Nesse caso, você percebendo ou não, vivenciará um sofrimento permanente, e os traços de alegria que surjam serão gerados pelo sofrimento que você veja ou provoque nos outros. É a descrição dos infernos.

Essas seis opções surgem como o resultado mais comum do processo de educação. É crucial que as famílias, as comunidades e as escolas sejam instrumentos de felicidade e do educar para a felicidade. Enfim, é o que todos queremos, para nós e para nossos filhos. Como fazer isso?"
Padma Samten é lama budista.
Fonte:http://vidasimples.abril.com.br/colunistas/satisfacao-permanente-nao-existe-tudo-bem-828101.shtml

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