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12 de fevereiro de 2015

Satisfação permanente não existe...por Padma Samten


 
"Se você tiver muito dinheiro, for amado e respeitado, tiver ampla capacidade de realização de suas aspirações e desejos, isso não garantirá sua felicidade. Nada do que se obtenha é permanentemente satisfatório.É como um pássaro em um galho aspirando voar para outro. Voará pelo vento, pelo frio, calor, pela flutuação de sua mente. O galho onde ele repousa pode ainda se transformar em um lugar perigoso e fonte de sofrimento.

Se sua mente estiver focada na competição com os outros, veja, essa não é uma condição de felicidade.
 Olhar para os outros e sentir dor pela alegria e sucesso que tenham torna a vida muito vulnerável e infeliz. Mesmo que obtenha os resultados que aspira, terminará caindo na situação anterior de insatisfação.

Caso seu perfil seja o de trabalhar para melhorar as condições de sua vida, para ajudar os que estão à sua volta e sua família, há muitos méritos nisso. Ainda assim, a vida passa e nunca chegamos a um ponto final. Avançamos e a insatisfação nos alcança, ou a impermanência ameaça o que juntamos, ou ainda o que obtemos se transforma em problema.

Os meninos e as meninas passam no vestibular, mas se desiludem do curso escolhido. Se gostam e seguem, mais adiante descobrem que não nasceram para ser economistas, advogados ou funcionários públicos, etc. Fazem seguros e poupanças pois podem ser demitidos, ou perder a saúde. Além do mais, o próprio trabalho pode se tornar um ambiente de sofrimento e a pessoa, sem energia, conta aflita o tempo que ainda falta para finalmente se aposentar.

Situação mais grave é a dos que, embotados, desistem de pensar, de amar e de fazer esforços. A mente fica afetada, o cérebro emperra, o corpo engorda e pesa, o rosto perde a expressão, a alegria o visita muito raramente. Se a opção for sentir-se desassistido, mal-amado, faminto das coisas do mundo, o sofrimento, ele, sim, será permanente.

Pior do que isso, só o estado de raiva interna e agressão contra os outros seres. Nesse caso, você percebendo ou não, vivenciará um sofrimento permanente, e os traços de alegria que surjam serão gerados pelo sofrimento que você veja ou provoque nos outros. É a descrição dos infernos.

Essas seis opções surgem como o resultado mais comum do processo de educação. É crucial que as famílias, as comunidades e as escolas sejam instrumentos de felicidade e do educar para a felicidade. Enfim, é o que todos queremos, para nós e para nossos filhos. Como fazer isso?"
Padma Samten é lama budista.
Fonte:http://vidasimples.abril.com.br/colunistas/satisfacao-permanente-nao-existe-tudo-bem-828101.shtml

11 de setembro de 2010

A dor do não vivido de Carlos Drummond de Andrade


"Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
Mas das coisas que foram sonhadas
E não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer,
Apenas agradecer por termos conhecido
Uma pessoa tão bacana,
Que gerou em nós um sentimento intenso
E que nos fez companhia por um tempo razoável,
Um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
O que foi desfrutado e passamos a sofrer
Pelas nossas projeções irrealizadas,
Por todas as cidades que gostaríamos
De ter conhecido ao lado do nosso amor
E não conhecemos,
Por todos os filhos que
Gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
Por todos os shows e livros e silêncios
Que gostaríamos de ter compartilhado,
E não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
Pela eternidade.

Sofremos

não por que
Nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
Mas por todas as horas livres
Que deixamos de ter para ir ao cinema,
Para conversar com um amigo,
Para nadar, para namorar.

Sofremos

não porque nossa mãe
É impaciente conosco,
Mas por todos os momentos em que
Poderíamos estar confidenciando a ela
Nossas mais profundas angústias
Se ela estivesse interessada
Em nos compreender.

Sofremos

não porque nosso time perdeu,
Mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
Mas porque o futuro está sendo
Confiscado de nós,
Impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
Todas aquelas com as quais sonhamos e
Nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

 
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,
Mais me convenço de que o
Desperdício da vida
Está no amor que não damos,
Nas forças que não usamos,
Na prudência egoísta que nada arrisca,
E que, esquivando-se do sofrimento,
Perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional."


Autor: Carlos Drummond de Andrade
Fonte:http://www.pensador.info

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