26 de outubro de 2012

Para mudar o mundo comece primeiro em você por Caio Cesar Santos


"Nos últimos tempos muito se fala sobre sustentabilidade da sociedade e do planeta. Não se pode negar que as alterações climáticas e as crises econômicas estão servindo de alerta para refletirmos sobre as decisões que temos tomado em nossas vidas. 

É interessante perceber que depositamos a culpa nos políticos e governantes que não honram a confiança de nossos votos para criar as mudanças necessárias. Mas porque elegemos pessoas com tais valores e atitudes? O que está por detrás disto que não conseguimos enxergar? 

Talvez isto seja um reflexo da doutrinação recebida de nossa família, escola, religião, sociedade, mídia etc. que é repassada de forma automática para as gerações seguintes.
 Desde bebês, quando cometemos nossos primeiros erros, somos repreendidos pelos nossos pais e criamos uma conclusão emocional que: "Errar traz sofrimento! Para não sofrer é mais fácil ocultar o erro, culpar outra pessoa ou criar uma boa desculpa". 

Então, quando somos surpreendidos fazendo alguma coisa considerada "errada" sentimos medo e nossa primeira reação é: "Não fui eu!", negando qualquer responsabilidade sobre nossos atos. 

Por não ser incentivada, a responsabilidade pessoal é completamente abandonada e passamos a nos comportar segundo os dogmas ou leis da sociedade.
 Se formos bons filhos(as), alunos(as), profissionais, maridos(esposas) e cidadãos(ãs) estaremos sempre recebendo nossos "biscoitinhos", caso contrário ficamos de castigo, repetimos de ano, somos demitidos, abandonados, multados, processados e até presos. 

Quando chegamos à adolescência começamos a questionar tudo, até de forma rebelde, e sentimos uma forte atração de fazer o que é proibido: provar álcool, drogas, sexo, dirigir de forma imprudente, falsificar carteira de estudante para pagar menos, tentar entrar em lugares não permitidos, procurar por "facilidades", trair nos relacionamentos etc.
 E, se pararmos para refletir, sentimos um conforto ao acusar as outras pessoas, pois nos dá direito a cometer nossos "pequenos deslizes" baseados na crença coletiva "Qual é cara! Todo mundo faz isto!" 

E, logicamente, quando somos pegos com a "boca na botija" agimos baseados no medo e voltamos ao velho padrão de não assumir o erro e tentamos dar um jeitinho de escapar ilesos. 

A desonestidade que vemos no mundo nasce fora de nós ou é apenas um reflexo nosso? Será que existe separação entre as pessoas ou somos todos frutos da mesma essência? Não estamos tentando tapar o sol com a peneira? 

Então onde começa a mudança? 

Acusar os outros pela desonestidade e falta de sustentabilidade do mundo é apenas um forma de livrarmos de nossos próprios fardos. A mudança precisa começar em cada um de nós, em nossas vidas pessoais! 

Isto não quer dizer que vamos virar santos da noite para o dia, mas se iniciarmos um processo de autoconhecimento e nos questionarmos sobre qual é o nosso propósito nesta breve experiência que é a vida, começaremos a despertar nossa consciência e começaremos a encontrar as respostas do que faz nossas vidas valerem à pena. 

A partir daí teremos sabedoria para seguir um caminho sustentável, seremos naturalmente mais felizes e autênticos em nossos relacionamentos e faremos escolhas conscientes para mudar nossas vidas e eleger representantes que sejam reflexo desta mudança para o mundo. 

"O mundo é um reflexo meu" - Harry Palmer 
"Precisamos ser a mudança que queremos ver no mundo" - Ghandi

Caio Cesar Santos

24 de outubro de 2012

Controle por Robert Holden


"Os relacionamentos que você mais tenta controlar são os que mais são prejudicados.
 Controle é medo.
 Tentar controlar as pessoas que você ama revela antigas mágoas, antigas desilusões e antigas dores.
 O controle não assegura um relacionamento. Pelo contrário, o controle liquida a confiança, a intimidade, o romance, a espontaneidade e o crescimento.
 Não é possível controlar o amor incondicional. Você precisa abdicar do controle e do medo para ganhar o amor.

Nos relacionamentos, geralmente o controle causa conflitos de poder, desencantamento e rupturas tristes. 
Sempre que você tenta mudar alguém, você está tentando controlar essa pessoa.
 Sempre que você tenta fazer escolhas por essa pessoa, você está tentando controlá-la. Seu relacionamento não se baseia mais em amor e em respeito, mas em manipulação e dominação.
 Surge um conflito de poder, uma guerra, e ambos perdem – a menos que se abra mão do controle.

Renunciar ao controle é, de modo geral, o primeiro passo rumo a uma maior criatividade, inspiração e cura.
 No entanto, requer coragem.

Normalmente, o controle revela a tentativa de ‘fazer’ a vida por conta própria. 
Tem ranço de ego, de mentalidade estreita, de medo de mudança, até de medo do sucesso. Controle em demasia pode bloquear a recepção, a parceria, a sinergia e o crescimento. 
Pode isolá-lo de uma ideia melhor, de novos caminhos, de ajuda extra e de mais abundância. Pode deixá-lo limitado aos seus próprios pensamentos mesquinhos, e com isso você perde de vista o todo.

Como você pode saber se está aplicando controle em demasia? 
É simples. 
A sua vida não estará funcionando a seu favor. Onde o controle é excessivo, não há fluxo, não há abundância, não há alegria.
 O controle é o calcanhar-de-aquiles que você arrasta enquanto abre caminho pela luta, conflito e dor.

Sempre que você estiver exercendo um excesso de controle, pergunte-se: ‘Neste caso, o que poderia funcionar melhor que o controle? Afirme: ‘Deus é quem toma conta aqui’, ou algo similar."

Trecho do Livro "Mudanças Acontecem", Robert Holden

22 de outubro de 2012

Entrego, confio, aceito e agradeço, de Prof. Hermógenes


"Envolvidos por uma situação de estresse violento, de desafio alarmante, assaltados pela dor em forma de doença, pelo desemprego, desconforto, quando imersos numa crise que ultrapassa nossas esperanças de solução, é imperioso mobilizar todos nossos talentos, poderes, possibilidades, nossas reservas, para tentar uma saída, uma superação. Depois disso, se ainda nos vemos submetidos, manietados, derrotados, extenuados, vencidos, condenados... que resta fazer?

Para fazer face a situações assim, que me convencem de minha impotência, tenho aplicado, com vitória, uma estratégia que minha longa existência me fez aprender: entrego o problema ou entrego a mim mesmo, confiando na providência divina, e, portanto, predisposto a aceitar o que vier como resposta, e, numa prova de amor e fé, agradeço a Deus, antecipadamente, pela resposta que Ele achar melhor, seja qual for.
 Entrego, confio, aceito e agradeço!

A entrega não chega a ser verdadeira se desejamos uma determinada resposta.
 Se nos entregarmos totalmente, de imediato a paz nos acaricia. Aí, naturalmente deixamos a batalha com Deus, que tudo pode, para que ele batalhe por nós. 
O alívio é imediato. Estar entregue a Deus é a mais perfeita condição de ahimsa, de brandura, de sábia imobilidade e, por isso mesmo, a mais eficaz.

Suponho que Deus, que sempre nos quer vivos, sadios, felizes, vitoriosos, se sente homenageado quando Lhe damos a chance de nos socorrer. Ele, que sempre deseja nossa fiel e incondicional confiança, aproveita a entrega e põe a nosso favor Sua onisciência, onipresença, onipotência e é só o que nos salva. Enquanto, apavorados, estressados, nos debatemos em gestos inócuos, desesperados, imprecisos, violentos e agoniados, ele não encontra condições de assumir nossa batalha; não tem como atuar.

Ter fé em que Deus nos dará isso ou nos livrará daquilo é o que mas se vê.
 E achamos que agir assim é ter fé. Não é. A verdadeira fé consiste em calar para que Ele fale, em nos render ao que Ele quiser fazer de nós e por nós. 
Entenda este “seja feita a Vossa vontade” como wuwey, brandura, ahimsa, não-violência, saranagathi.
 Se você quiser dar uma chance a Deus para que Ele ganhe a batalha, para que o salve, cure, liberte, ilumine, pacifique, o que tem a fazer é precisamente oferecer-Lhe sua quietude, sua brandura, sua não-violência.
 Se continuar afobado, com pode Deus atuar?"
Hermógenes (Convite à Não Violência)

18 de outubro de 2012

Autorização para ser inteira! de Rosana Braga. [maravilhoso]


"Queremos tudo. E queremos tudo perfeito. Mas isso não basta. Além de tudo perfeito, queremos para ontem. 
E sabe o que conseguimos? Frustração, ansiedade e sofrimento. Veja bem! Realmente não acho que devemos nos conformar com uma vidinha mais ou menos, com a mediocridade ou com realizações, desejos e sensações sempre mornas. Não é isso!
Mas às vezes ainda me surpreendo com essa mania -desgastante e ineficiente, diga-se de passagem- que a maioria das pessoas tem de acreditar que os extremos são mais interessantes. Ou temos de estar absurdamente felizes e completos e radiantes. Ou nos afundamos numa tristeza profunda, sem conseguir enxergar luz ao final do túnel. 

O problema é essa ilusão de que só o sol e o calor são bonitos e gostosos.
 Como se só os sorrisos e as vitórias fossem bons. Não tem essa de bom ou ruim.
 O que tem é a vida. E a vida inclui sorrisos e vitórias, mas também dias frios, chuvosos, nublados... tristezas, enganos, dúvidas. A vida inclui, inclusive (perdoem-me a tautologia), a morte. Como toda boa história, tem começo, meio e fim. Morte não é o oposto de vida. É vida também.

Mas como não aceitamos, como brigamos e resistimos e nos revoltamos com o que julgamos não bonito ou não bom, sofremos. Perdemos a chance única de encontrar a poesia e a arte contidas no entremeio. Nem preto, nem branco. Todas as cores. Todos os tons. Todas as intensidades. Todos os sentimentos.

Sabe qual é o cúmulo da maluquice humana? É se sentir culpado por estar triste. É achar que chorar é coisa de gente fraca.
 É fingir que está tudo bem quando se está desabando por dentro. É usar máscaras e mais máscaras para negar a si mesmo. Para não se permitir.
Também não estou aqui para fazer um tributo à depressão.

 A questão é essa falta de autorização para ser inteiro. É essa estranha posição que ocupamos de quem PRE-CI-SA ser feliz a qualquer custo, nem que seja de mentira.
 Nem que seja só para se encaixar. E sem se dar conta de que esse "ser feliz", assim tão contundente, tão perfeito, tão pra ontem, não existe, não se cabe, não se nutre.

Meu exercício, hoje, é para ser.
 Ser o frio, o calor, o nublado, o desfolhado, o sol, o vento e a chuva. Claro, escuro e crepúsculo. Dor e alegria.
 Quero me autorizar à inteireza. Ora resplandecente, ora murcha. Ora gargalhada, ora lágrima. Ora silêncio, ora voz. Ora um "plim" - que ótima ideia! Ora "ahhhh" - que "m" que eu fiz! Ser tudo, mas longe de perfeita. E somente por agora. 

E assim, atenta ao que mais posso ser, sem julgar nem desmerecer, quero aprender que o perfeito é um modelo. Não existe. Não é ninguém. Sem rosto e sem alma. Sem coração e sem nome. Sem sobrenome. Sem a mágica e imperdível chance de viver. E de morrer. Para que a história da humanidade possa continuar a ser escrita. Cada dia mais belamente."

 Rosana Braga 
* é palestrante, jornalista, consultora em relacionamentos e autora dos livros "O PODER DA GENTILEZA" e "FAÇA O AMOR VALER A PENA", entre outros.
Fonte:http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/c.asp?id=12436

17 de outubro de 2012

Emoção: a reação do corpo á mente de Eckhart Tolle


"A Nossa mente, não é apenas pensamento. Ela inclui as emoções, assim como todos os padrões de reações mentais e emocionais inconscientes. 
A emoção nasce no lugar onde a mente e o corpo se encontram. É a reação do corpo à nossa mente ou, podemos dizer, um reflexo da mente no corpo.
 Por exemplo, um pensamento agressivo ou hostil vai acumulando, aos poucos, uma energia no corpo – a raiva. O corpo está se preparando para lutar. Já a idéia de que nos encontramos sob uma ameaça física ou psicológica faz com que o corpo se contraia, o que é a manifestação física daquilo que chamamos medo. As pesquisas têm demonstrado que as emoções fortes causam até mesmo mudanças na bioquímica do corpo. Essas mudanças bioquímicas representam o aspecto físico ou material da emoção. Em geral, não temos consciência de todos os nossos padrões de pensamento. Só é possível trazê-los à consciência quando observamos nossas emoções.

Quanto mais identificados estivermos com nosso pensamento, com as coisas que nos agradam ou não, com nossos julgamentos e interpretações, ou seja, quanto menos presentes estivermos como consciência observadora, mais forte será a carga de energia emocional, tenhamos ou não consciência disso.
 Se você não consegue sentir as suas emoções, se as mantém à distância; terminará por senti-Ias em um nível puramente físico, como um sintoma ou um problema físico.

É possível que um forte padrão emocional inconsciente venha a se manifestar como um acontecimento externo, algo que parece acontecer só com você. Por exemplo, tenho observado que as pessoas que guardam muita raiva dentro de si mesma – mesmo sem ter consciência e sem falar sobre o assunto – são mais propensas a ser atacadas verbalmente, ou até mesmo fisicamente, por outras pessoas cheias de raiva.
 Com freqüência, sem qualquer motivo aparente. A razão é que elas desprendem uma raiva tão forte que acaba sendo captada de forma subconsciente por outras pessoas, e isso aciona a raiva latente que essas trazem dentro de si.

Se você tem dificuldade de sentir suas emoções, comece concentrando a atenção na área de energia interior do seu corpo. Sinta o seu corpo lá no fundo. Essa prática colocará você em contato com as suas emoções.

A emoção é o reflexo da mente no corpo. Mas, às vezes, ocorre um conflito entre os dois quando a mente diz “não” e a emoção diz “sim”, ou vice-versa.

Se quisermos conhecer mesmo a nossa mente, o corpo sempre nos dará um reflexo confiável. Portanto, observe a sua emoção, ou melhor, sinta-a em seu corpo. Se houver um aparente conflito entre os dois, a verdade estará na emoção e não no pensamento. Não a verdade definitiva sobre quem você é, mas a verdade relativa ao estado da sua mente naquele momento.

É bastante comum ocorrerem conflitos entre os pensamentos superficiais e os processos mentais inconscientes. Mesmo que você ainda não seja capaz de trazer a sua atividade mental inconsciente para um estado de consciência sob a forma de pensamento, ela estará sempre refletida no seu corpo como uma emoção, e isso você pode passar a perceber.
 Observar uma emoção por esse ângulo é basicamente o mesmo que ouvir ou observar um pensamento, como descrevi anteriormente. A única diferença é que o pensamento está na sua cabeça, enquanto a emoção, por conter um forte componente físico, se manifesta em primeiro lugar no corpo. Você pode permitir que a emoção esteja ali, sem deixar que ela assuma o controle. Você não é mais a emoção. Você é o observador, a presença que observa. Ao praticar isso, tudo o que está inconsciente será trazido à luz da sua consciência."

Eckhart Tolle

Nem entender, nem desistir de Artur da Távola


"Vendo tanta procura mesclada de certezas; tanta dor disfarçada de alegria e tanta ilusão tomada como verdade, diariamente na vida, no mundo, vendo tudo isso defronto-me com uma antiga proposta do Zen-Budismo, tão antiga quanto profunda e inevitável.

Ela diz, apenas, o seguinte: nem entender, nem desistir.

Essa parece ser a forma assumida pelo suplício da existência;
mas, ao mesmo tempo, a melhor expressão de sua fascinante aventura.
Querer entender não adianta: mas é mister empreender.

E não adianta até porque, quanto mais entendimento, mais limiar de novas procuras, buscas e ignorâncias, logo de novos impasses, cansaços e desilusões.

Mas desistir de conhecer, recolher-se ao batido repertório das idéias, opiniões e impressões que já se tem, cristalizadas, é permanecer nas trevas. Ou nas geleiras, congeladas.

Talvez quem esteja certa, efetivamente, é a antiga legenda gnóstica da serpente “ouroboro”.

Ela seria uma infinita serpente universal que passa através de todas as coisas, ligando-as secretamente.

Essa serpente representa, simbolicamente, a ligação invisível que há entre todas as coisas, entre o Uno e o Todo. Ouroboro é representada comendo o próprio rabo, alimentando-se dela mesma, matando-se enquanto se vivifica, numa simbolização da autofecundação.

Ela seria a representação adequada para a lei do “eterno retorno”, expressão cunhada por
Nietzsche para representar esse caráter cíclico da natureza e das coisas.

O grande conhecimento do Todo passaria pelo Uno e vice-versa;
tudo e cada coisa teria uma enorme serpente invisível e autofecundante a ligar;

tudo seria uma grande relação íntima de infinitos acasos e variedades.

De ser assim, como entender? Como entender o que está além dessa relação? Como entender o que está antes dela? Como entender o que lhe deu causa?

E se à mente humana vedado foi entender, a faculdade de entendimento, num paradoxo, também foi dada aos
homens, plantas e animais.

Daí a inelutabilidade da condição humana: a de não desistir. Porque só a não desistência pode levar o homem a, num súbito clarão, obter a revelação.

Revelação, portanto, seria a forma de entrar em relação com a essência, com a coisa em si.
Em suma:
nem entender, nem desistir."
Artur da Távola

15 de outubro de 2012

Aprendendo a desaprender por Martha Medeiros


"Passamos a vida inteira ouvindo os sábios conselhos dos outros. Tens que aprender a ser mais flexível, tens que aprender a ser menos dramática, tens que aprender a ser mais discreta, tens que aprender… praticamente tudo.Mesmo as coisas que a gente já sabe fazer, é preciso aprender a fazê-las melhor, mais rápido, mais vezes.

 Vida é constante aprendizado. A gente lê, a gente conversa, a gente faz terapia, a gente se puxa pra tirar nota dez no quesito “sabe-tudo”. Pois é. E o que a gente faz com aquilo que a gente pensava que sabia?As crianças têm facilidade para aprender porque estão com a cabeça virgem de informações, há muito espaço para ser preenchido, muitos dados a serem assimilados sem a necessidade de cruzá-los: tudo é bem-vindo na infância.

 Mas nós já temos arquivos demais no nosso winchester cerebral. Para aprender coisas novas, é preciso antes deletar arquivos antigos. E isso não se faz com o simples apertar de uma tecla. Antes de aprender, é preciso dominar a arte de desaprender.

Desaprender a ser tão sensível, para conseguir vencer mais facilmente as barreiras que encontramos no caminho.
 Desaprender a ser tão exigente consigo mesmo, para poder se divertir com os próprios erros. Desaprender a ser tão coerente, pois a vida é incoerente por natureza e a gente precisa saber lidar com o inusitado.
 Desaprender a esperar que os outros leiam nosso pensamento: em vez de acreditar em telepatia, é melhor acreditar no poder da nossa voz.
 Desaprender a autocomiseração: enquanto perdemos tempo tendo pena da gente mesmo, os demais seguiram em frente.A solução é voltar ao marco zero. 

Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima.Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida.
 Basta desaprender o receio de mudar."
Martha Medeiros

11 de outubro de 2012

A conquista da auto-confiança por Fiona Harrold


"Para começar, goste de si mesmo! Esse é o mais importante ingrediente da autoconfiança. Pessoas que se amam são alegres e otimistas, sentem-se bem consigo mesmas, e os outros gostam de estar com elas.

 Depois, faça a escolha certa dos seus pensamentos. Você é a soma total dos seus pensamentos. Dizem que temos 90 mil pensamentos por dia, dos quais 60 mil são repetitivos – ou seja, repetimos os mesmo pensamentos muitas vezes por dia.

 Então, a única diferença entre um otimista e um pessimista é o que eles escolhem como centro de seus pensamentos. 
E é você quem tem a liberdade de escolher quais tipos de pensamentos vai conservar e quais vai dispersar… por isso, diga “não” aos pensamentos que causam um estado de espírito negativo e procure outros que provoquem otimismo e alegria.

Outro recurso para adquirir autoconfiança é a escolha das influências que deseja receber. Você sabe, estamos expostos a todo tipo de influência e opiniões, diariamente. 
Por isso saiba exatamente o que o influencia e escolha as quais influências expor-se. Inunde a sua mente com pensamentos e idéias animadoras e positivas …
 Leia biografias de pessoas que fizeram coisas extraordinárias…; desenvolva a imunidade ao pessimismo de modo a não absorvê-lo.

Por fim, cuidado com as comparações. A maneira rápida de você acabar com sua autoconfiança é comparar-se com pessoas erradas…

 Portanto, não coloque ninguém em um pedestal… A melhor maneira de agir é esquecer as comparações e escolher alguém de valor como exemplo – uma pessoa que tenha qualidades e características que você admira e que poderá lhe ensinar alguma coisa."

 Fiona Harrold, do livro “Seja o treinador de sua vida”

9 de outubro de 2012

A habilidade de se auto-acolher após uma discussão de Bel Cesar


"É nos momentos em que nos desentendemos com os outros que mais temos que nos entender conosco mesmo. Afinal, o desconforto com o outro nos leva a sentir nossa própria desarmonia. Diante de tais situações, o melhor é saber se recolher, dar a si a oportunidade de aumentar a sua compreensão da situação antes que a situação se torne caótica demais.

Toda negatividade se origina de um certo descontentamento. Mas, muitas vezes procuramos a raiz desse descontentamento no lugar errado. Polarizamos os conflitos. Sobrecarregamos pessoas e situações com tantos defeitos que nem nos damos conta que fazemos parte deste conflito.

Não é fácil escutar o descontentamento alheio sem se deixar contaminar pelo próprio desconforto. Por isso, quando uma discussão torna-se apenas um desabafo agressivo, o melhor é refletir antes de sair acusando o outro disto e daquilo. Saber se auto-observar e suportar o silêncio, gerado após de uma descarga de insatisfações de ambas as partes, requer a habilidade de se auto-acolher. Nestes momentos, buscar apoio em nós mesmos nos dá a chance de reconhecer nossas próprias falhas.

O problema surge quando não sabemos como nos auto-acolher. Pois buscamos no outro a base de nossa segurança. Naturalmente, não é fácil encontrá-lo disponível para nos receber, se há pouco havia uma enxurrada de insatisfações.

Mas, se estivermos acostumados a depender do estado emocional alheio para nos sentirmos bem, instintivamente começaremos a tentar transformá-lo para que ele possa nos atender em nossa necessidade de ser visto e acolhido. O outro, pressionado por nosso desejo secreto de mudá-lo, pode reagir negativamente e se tornar ainda mais indisponível. 
A essa altura ambos irão se sentir desconfortáveis sem saber bem o porquê. Afinal, todo esse processo de buscar se acalmar nas condições emocionais alheias ocorre, na maioria das vezes, sem que ambos estejam conscientes de suas carências e intenções.

Aqui ocorre um grande perigo: Quando não temos a nós mesmos para nos acolher acusamos o outro de não estar pronto para nos receber.
Surge, então, o ressentimento de não ter recebido a atenção que se buscava. 

É como diz a psicanalista Maria Rita Kehl: O ressentido acusa, mas não está seriamente interessado em ser ressarcido do agravo que sofreu. Afinal, ele não quer liberar o outro de sua punição, quer continuar secretamente a transformá-lo para que ele se adapte as suas demandas.

Lama Michel Rinpoche em seus ensinamentos nos alerta: Agredir o outro é uma forma de autoagressão. Pois a agressão nos impede de elaborar a nossa raiva interiormente. O quanto o outro quer lhe agredir é uma questão dele, mas o quanto nos deixamos ser agredidos é uma questão nossa.
Numa discussão, aquele que quer mais agredir é o mais fraco interiormente. Quanto mais elaboramos a nossa raiva interiormente, menos precisamos do outro para extravasá-la. Mais uma vez, podemos reconhecer que quando não nos acolhemos perdemos a chance de nos encontrar!

Os mestres budistas nos lembram que o que nos deixa doentes não é o fato de não expressarmos a nossa raiva, mas, sim, o apego ao desejo intenso de expressá-la. É o apego a esse desejo que devemos nos libertar. Para tanto, temos que nos acolher, escutar nossos próprios ressentimentos, faltas e insatisfações. Até sentir o calor da discussão passar...

Uma vez equilibrados, agora, está na vez de acolher o outro. Como?
Uma vez estava muito magoada com algo que um amigo me disse, e Lama Gangchen Rinpoche me falou: Não escute as palavras, elas são apenas a mente. Escute além das palavras. Assim, você vai encontrar o coração e, de coração para coração, algo acontece. Passo a passo."

Bel Cesar

Uma Coisa de Cada Vez: Experiência com a Consciencia de Stephen Levine


"Uma forma incrível de integrar a prática de meditação e da percepção em nossas vidas diárias é fazer uma coisa de cada vez. 
Entregar-se de forma integral ao que estiver fazendo no momento. Concentrando-se em um única tarefa. Quando estiver dirigindo, não escutar o rádio. Quando estiver escutando música, não ler ou comer. Ao comer, não assistir à televisão nem ler.
 Ao assistir televisão, não comer ou ler. Quando estiver andando, sentir o solo sob os pés. 

Ao comer sinta aquilo o que come e entre por inteiro em contato com as sensações e motivação que condicionam e dirigem o processo. Estar atento ao comer da mesma forma como se fica atento ao andar ou respirar. Respirar uma inspiração de cada vez, dar um passo de cada vez, uma mordida por vez. Vivenciar de maneira plena "apenas isto", o momento tal como ele é. 

Há uma história de dois monges zen que se encontraram à beira de um rio. Eles logo verificaram que eram de monastérios vizinhos, e cada um mostra curiosidade quanto à natureza do mestre do outro.
 Um dos monges diz: "Meu mestre é o maior de todos. Ele pode voar, pode caminhar sobre a água, pode ficar sem respirar por vinte minutos!" O outro balança a cabeça lentamente e sorri, dizendo: 
"Oh, seu mestre é de fato notável. Mas o meu é ainda mais: quando ele anda, ele apenas anda. Quando ele fala, ele apenas fala. Quando ele come, ele apenas come".
 Um dos mestre tinha "poderes" mas o outro tinha poder.

 Os poderes são desejados somente por aquela parte de nosso interior que se sente impotente. Considerando o tamanho respeitável do labirinto do ego, para a maioria, "os poderes" são armadilhas. Milagre maior é estar presente em nossas vidas, capazes de nos abrirmos para o momento, acumulando compaixão e percepção como preciosidades. 

Certa manhã, um amigo nosso, mestre Zen, sentado à mesa do desjejum, lia o jornal enquanto comia. Um de seus discípulo, conhecendo a técnica de uma coisa de cada vez, zombou: "Você está comendo e lendo! Como pode estar atento a uma coisa só?!!". Ao que o esperto e prático mestre retrucou: "Quando eu como e leio eu só como e leio".

 Vá com calma. Se você tiver crianças em casa, pode ser quase impossível fazer uma coisa de cada vez. Neste caso, faça apenas seis coisas de cada vez. Ou, como disse uma mãe ao verificar que a prática seria bastante difícil para ela: "Minha agenda é uma bagunça. Acho que é dia do ventre". 

Fazer uma coisa por vez nos ajuda a recordar. Quando você estiver lavando os pratos, ou dirigindo para o trabalho, trocando a roupa do bebê, cavando uma trincheira, cozinhando, fazendo amor, pensando alguns pensamentos, seja o que for, cuide da tarefa em pauta. Vivencie, a cada instante, o corpo, a respiração, os mutáveis estados mentais. Viva "apenas isto" de cada vez. 

Se "apenas isto" não for o bastante, nada será o bastante. Cuidar deste "apenas isto" é viver de maneira sagrada.
Autor: Stephen Levine,trecho do livro Meditações Dirigidas

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