12 de setembro de 2010

Meditação para Pessoas Apressadas - OSHO.

"Relaxe a respiração, sempre que você tiver tempo, apenas por alguns minutos, relaxe o sistema respiratório, nada mais - não há necessidade de relaxar o corpo todo. 
 
Sentado no comboio, no avião ou no carro, ninguém pode saber que você está a fazer alguma coisa. Apenas relaxe o sistema respiratório. Deixe-o ser como, quando está a funcionar naturalmente. Então feche os olhos e observe a respiração a entrar e a sair, a entrar ...

Não se concentre! Se você se concentra, cria um problema porque então tudo o se torna uma perturbação. Se você tenta se concentrar sentado no carro, então o barulho do carro torna-se uma perturbação, a pessoa sentada ao seu lado torna-se uma perturbação.

Meditação não é concentração. É simplesmente estar consciente. Você apenas relaxa e observa a respiração. Neste observar, nada é excluído. O carro está a roncar - perfeitamente OK, aceite isso. O tráfego está a passar - está OK, parte da vida. O passageiro está a roncar ao seu lado, aceite isso. 
 
Nada é rejeitado. Mas nada o prende também, deixe fluir a respiração, só isso."
 
Osho
Fonte:http://viadalibertacao.blogspot.com

11 de setembro de 2010

Adotarei o Amor ! de Gibran Khalil Gibran


"Adotarei o amor por companheiro
e o escutarei cantando, 
e o beberei como vinho,
e o usarei como vestimenta. 

Na aurora, o amor me acordará
e me conduzirá aos prados distantes. 
Ao meio dia, conduzir-me-á à sombra das árvores
onde me protegerei do sol como os pássaros. 
Ao entardecer conduzir-me-á ao poente, 
onde ouvirei a melodia da natureza
despedindo-se da luz, 
e contemplarei as sombras da quietude
adejando no espaço.  

À noite, o amor abraçar-me-á,
e sonharei com os mundos superiores onde
moram as almas dos enamorados e dos poetas.  

Na primavera, andarei com o amor, lado a lado,
e cantaremos juntos entre as colinas; 
e seguiremos as pegadas da vida,
que são as violetas e as margaridas; 
e beberemos a água da chuva,
acumulada nos poços,
em taças feitas de narciso e lírios.  

No verão, deitar-me-ei ao lado do amor
sobre camas feitas com feixes de espigas, 
tendo o firmamento por cobertor e a lua
e as estrelas por companheiras.  

No outono, irei com o amor aos vinhedos
e nos sentaremos no lagar, 
e contemplaremos as árvores se despindo
das suas vestimentas douradas 
e os bandos de aves migratórias
voando para as costas do mar.
 
No inverno, sentar-me-ei com o amor diante
da lareira e conversaremos 
sobre os acontecimentos dos séculos
e os anais das nações e povos.  

O amor será meu tutor na juventude, 
meu apoio na maturidade, 
e meu consolo na velhice.  

O amor permanecerá comigo até o fim da vida, 
até que a morte chegue, 
e a mão de Deus nos reuna de novo.
"
 
Gibran Khalil Gibran 
Fonte:http://www.encantosepaixoes.com.br

A dor do não vivido de Carlos Drummond de Andrade


"Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
Mas das coisas que foram sonhadas
E não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer,
Apenas agradecer por termos conhecido
Uma pessoa tão bacana,
Que gerou em nós um sentimento intenso
E que nos fez companhia por um tempo razoável,
Um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
O que foi desfrutado e passamos a sofrer
Pelas nossas projeções irrealizadas,
Por todas as cidades que gostaríamos
De ter conhecido ao lado do nosso amor
E não conhecemos,
Por todos os filhos que
Gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
Por todos os shows e livros e silêncios
Que gostaríamos de ter compartilhado,
E não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
Pela eternidade.

Sofremos

não por que
Nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
Mas por todas as horas livres
Que deixamos de ter para ir ao cinema,
Para conversar com um amigo,
Para nadar, para namorar.

Sofremos

não porque nossa mãe
É impaciente conosco,
Mas por todos os momentos em que
Poderíamos estar confidenciando a ela
Nossas mais profundas angústias
Se ela estivesse interessada
Em nos compreender.

Sofremos

não porque nosso time perdeu,
Mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
Mas porque o futuro está sendo
Confiscado de nós,
Impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
Todas aquelas com as quais sonhamos e
Nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

 
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,
Mais me convenço de que o
Desperdício da vida
Está no amor que não damos,
Nas forças que não usamos,
Na prudência egoísta que nada arrisca,
E que, esquivando-se do sofrimento,
Perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional."


Autor: Carlos Drummond de Andrade
Fonte:http://www.pensador.info

10 de setembro de 2010

Possuir e desfrutar - maravilhoso texto de Derek Lin

"Era um dia bonito. O céu estava claro e a temperatura suavemente agradável, de modo que o sábio resolveu dar uma volta.
Por acaso, seu passeio o conduziu até uma casa luxuosa, que pertencia a um homem rico que o sábio conhecia bem. Em sua frente havia um belo jardim com muitas flores exóticas importadas de terras distantes.
À medida que o sábio se aproximava, viu que muitas dessas flores estavam no auge do florescimento. Ele ficou maravilhado pela sua beleza. As cores eram tão vivas e brilhantes que pareciam se separar das pétalas em seu esplendor.
O sábio se maravilhou com a habilidade humana que foi capaz de transplantar estas flores de tão longe - provavelmente de algum paraíso tropical que ele nunca visitara.
Ele ficou alguns minutos saboreando a vista. Respirou fundo para sentir a flagrância. Depois de algum tempo, suspirou discretamente e seguiu seu caminho.
O sábio pensou sobre o homem rico. Há pouco tempo ele adoecera seriamente. Como eram amigos há muito tempo, o sábio estava muito preocupado.
O médico dissera que a doença foi causada por stress. O homem estava sujeito a muita tensão ao administrar seu negócio. O negócio era a origem de sua fortuna, mas ele pagou um alto preço por ele – sua saúde.
O problema era que o homem insistia em fazer tudo pessoalmente, assumindo cada vez mais responsabilidades. À medida que as pressões aumentavam, perdeu o apetite e não conseguia mais uma boa noite de sono. Estava sempre cansado e perdera o interesse pelos prazeres simples da vida.
O homem tinha ignorado o jardim por muitos anos. Ele não tinha tempo, energia e disposição para passear entre as belas flores de seu próprio jardim.
De repente, a ironia da situação se tornou manifesta. O homem rico tinha o jardim, mas não podia apreciá-lo. O sábio não o possuía, mas era capaz de desfrutá-lo plenamente.

Um dos erros mais comuns da vida envolve a relação da felicidade com o possuir e o desfrutar.
Esta confusão acontece porque usualmente imaginamos que devemos possuir para desfrutar. Compramos um DVD para ver filmes, um estéreo para ouvir música. Possuir e desfrutar parecem andar juntos, e assim pensamos que são correlacionados.

Na verdade, os dois são independentes. Apenas um deles está associado à felicidade, e não é a posse. O possuir não só é desnecessário para o desfrutar, como pode ser um obstáculo. Mas muitas pessoas não pensam assim, e associam a felicidade mais ao possuir do que ao desfrutar – exatamente o oposto da realidade.

Por exemplo, conheço uma senhora que associa a aquisição de jóias à felicidade. Ela ama anéis, colares e braceletes. Ela tem muitos, mas nuca os usa, por medo de perda ou roubo. A coleção é muito preciosa para ser posta em risco!
Ela só fica realmente feliz imediatamente antes e depois de uma aquisição. Comprar jóias lhe dá um fugaz momento de excitação, seguido pelo volta do desejo de comprar, levando-a implacavelmente a uma nova compra.

Você provavelmente conhece alguém assim. Talvez um aficionado por carros antigos, que tem um na garagem. Não poupa esforços para consertos e ajustes, nunca se cansa de limpar e polir, mas nunca o dirige.
Ou então alguém que tem uma vasta coleção de gravações de músicas, mas ouviu apenas uma pequena fração delas. Por que? Porque está muito ocupado procurando novos Cds para a coleção.

Talvez você conheça alguém que acabou de mobiliar a sala com sofás e almofadas novas, num tecido da moda, e as mantém cobertas com capas plásticas, porque não quer os móveis novos fiquem manchados, ou sequer empoeirados. Quando você a visita e senta em sua sala, está sentando literalmente em móveis de plástico, e tem de ser cuidadoso com seus movimentos para não causar muito barulho.

Ou então tem um conhecido com um relacionamento baseado em possuir o outro, em lugar de apreciá-lo. Você sabe que o relacionamento vai fracassar se continuar nesse caminho.

Pode ser que o elemento comum em todos os exemplos acima é a ênfase em possuir em lugar de desfrutar. Se olhar à sua volta com espírito observador, verá muitos outros exemplos.

Quando olho para minhas estantes vejo muitos livros de meus autores favoritos. Cada um é uma bela flor de sabedoria, esperando para ser saboreada. O que eu já possuo é um jardim cheio com essas flores, mas da mesma forma que o homem rico, estou negligenciando-o. Em lugar de desfrutá-lo, continuo indo às livrarias para comprar outros. A aquisição contínua tornou-se um hábito.

Fazemos um enorme favor a nós mesmos quando quebramos esse padrão habitual. O tempo e a energia que desperdiçávamos antes agora estão liberados para que possamos usar e desfrutar aquilo que já temos. Com isto, melhoramos a qualidade da vida e tomamos a chave da felicidade em nossas mãos.

Há muitos “jardins” em sua vida. Pode-se possuir alguns ou muitos deles, mas este é um detalhe sem importância. O que é importante – e a única coisa importante – é que você pode desfrutá-los se realmente quiser. 

Vamos dirigir nossa atenção para as flores desses jardins. Quando respira sua flagrância e se contempla suas cores brilhantes, você não pode senão se maravilhar com milagre da existência humana. É um milagre que trouxe uma parte do paraíso celestial para o plano mortal. É o Tao."

Autor:Derek Lin
Fonte:http://www.taoism.net

9 de setembro de 2010

Prece - belissimo texto de Ana Jácomo

"Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando estou mansidão e ternura. Quando estou contemplação e respeito. Quando as palavras fluem, sem esforço algum, sem ensaio algum, articuladas e belas, do lugar em mim onde eu e ele nos encontramos e brincamos de roda. Quando nelas incluo as pessoas que têm nome e aquelas que desconheço existirem. E os meus amores. E os meus desafetos. E os bichos. E as plantas. E os mares. E as estrelas. E

Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando o medo me acompanha sem que a coragem se ausente. Quando as coisas seguem o seu rumo sem que eu me preocupe em demasia com o destino desse movimento. Quando eu me sinto conectada com o amor e reverente à vida. Quando as lágrimas nascem apenas de um alegre e comovido sentimento de gratidão. Quando caminho com a rara confiança que só as crianças que ainda não doem costumam experimentar, já que, infelizmente, algumas começam a doer muito cedo.

Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando sou capaz de pressentir o sol mesmo atravessando uma longa noite escura. Quando posso cruzar desertos com a clara convicção de que a vida não é feita somente deles. Quando consigo olhar para todas as experiências, sem que aquelas que me desconcertam me impeçam de valorizar as que me encantam. Quando as tristezas que repentinamente me encontram não atrapalham a certeza da sua impermanência.

Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando amanheço revigorada e anoiteço tranquila. Quando consigo manter uma relação mais gentil com as lembranças difíceis que, às vezes, ainda me assombram. Quando posso desfrutar do contentamento mesmo sabendo que existem problemas que aguardam eu me entender com eles. Quando não peço nada além de força para prosseguir, por acreditar que, fortalecida, eu posso o que quiser, em Deus.

Mas eu desejo, profundamente, que Deus também ouça as preces que lhe dirijo quando eu não consigo elaborar prece alguma. Quando a dor é tão grande que minha fala não passa de um emaranhado de palavras confusas e desconexas que desenham um troço que nem eu entendo. Quando o medo me paralisa e perturba de tal forma que eu me encolho diante da vida feito um bicho acuado. Quando me enredo nas minhas emoções com tanta confusão que parece que aquele tempo não vai mais passar.

Que Deus ouça também as preces que lhe dirijo quando só consigo chorar e, mesmo depois de já ter chorado muito, tenho a sensação de ainda não ter chorado tudo. Quando me sinto exaurida e me entrego a esse cansaço completamente esquecida dos meus recursos. Há momentos em que a gente parece ignorar tudo o que pode nos ajudar a lidar melhor com os desafios. Há momentos, ainda, em que a gente se confunde sobre o local onde, de verdade, os desafios começam.

Que Deus ouça também as preces que lhe dirijo quando me parece que eu não acredito em mais nada. Quando sou incapaz de ver qualquer coisa além do foco onde coloco a minha dor. Quando não consigo articular meus pensamentos nem entrar em contato com alguma doçura que me faça lembrar das coisas que realmente nos movem. Quando não lhe dirijo nenhuma prece. Nem com palavras. Nem com um sorriso enternecido quando dou de cara com uma flor. Com um pôr-de-sol. Com uma criança. Com uma lua cheia. Com o cheiro do mar. Com o riso bom de um amigo. Que ele me ouça com o seu ouvido amoroso e me acolha no seu coração, porque é exatamente nesses momentos que eu não consigo ouvi-lo."

Autoria:Ana Jácomo 
Fonte:http://anajacomo.blogspot.com/

8 de setembro de 2010

Esvaziando os armários de nossa vida! texto de Corrado Spallanzani

"Todos os anos há um momento em que olhamos nossos armários com um olhar crítico. Olhamos aquelas roupas que não usamos há tanto tempo. Aquelas que tiramos do cabide de vez em quando, vestimos, olhamos no espelho, confirmamos mais uma vez que não gostamos e guardamos de volta no armário. Às vezes tiramos alguma coisa e damos para alguém, mas a maior parte fica lá, guardada sabe-se lá porque.

Um dia alguém me disse: tudo o que não lhe serve mais e você mantém guardado, só lhe traz energias negativas. Livre-se de tudo o que não usa e verá como lhe fará bem.

Acontece que nosso armário não é o único lugar da vida onde guardamos coisas que não nos servem mais. Você tem um armário desses no interior da mente. Dê uma olhada séria no que anda guardando lá.

Experimente esvaziar e fazer uma limpeza naquilo que não lhe serve mais. Jogue fora idéias, crenças, maneiras de viver ou experiências que não lhe acrescentam nada e lhe roubam energia.

Faça uma limpeza nas amizades, aqueles amigos cujos interesses não tem mais nada a ver com os seus. Aproveite e tire do seu "armário" aquelas pessoas negativas, tóxicas, sem entusiasmo, que tentam lhe arrastar para o fundo dos seus próprios poços de tristezas, ressentimentos, mágoas e sofrimento. 
 
A insegurança dessas pessoas faz com que busquem outras para lhes fazer companhia, e lá vai você junto com elas. Junte-se a pessoas entusiasmadas que o apóiem e apóiem seus sonhos e projetos pessoais e profissionais.

Não espere um momento certo, ou mesmo o final do ano, para fazer essa "faxina interior". Comece agora e experimente aquele sentimento gostoso de liberdade. 
 
Liberdade de não ter de guardar o que não lhe serve. Liberdade de experimentar o desapego. Liberdade de saber que mudou, mudou para melhor, e que só usa as coisas que verdadeiramente lhe servem e fazem bem."

Corrado Spallanzani

Fonte:http://pensamentoslucena.blogs.sapo.pt

Como Aquietar os Pensamentos! texto do Mestre Wu Jyh Cherng


"Na Meditação, enquanto um lado da mente ordena que o praticante se concentre e faça silêncio, o outro desfia razões infindáveis para demovê-lo dessa intenção. Com método e disciplina, no entanto, é possível neutralizar essa dicotomia Mestre

Uma das principais dificuldades do processo da meditação é a dicotomia que se estabelece na mente do praticante, no momento em que ele se senta para meditar e se criam duas forças oponentes que passam a disputar a primazia de seu raciocínio: um lado da mente ordena que o praticante se concentre e faça silêncio, enquanto o outro desfia razões infindáveis para demovê-lo dessa intenção. Isso significa que, no momento em a pessoa se senta para descansar, procurando esvaziar a mente dos pensamentos obsessivos, passa, em vez disso, a se debater perante duas ordens contraditórias, sem conseguir definir a qual das duas deve obedecer.

No processo da meditação, o praticante não pode dar continuidade ao pensamento que surge em sua mente no momento em que ele está procurando concentrar-se em sua respiração, para uni-la com sua consciência. Ou seja: não se deve alimentar pensamentos. A pessoa alimenta um pensamento quando dá livre continuidade ou rejeita rispidamente esse pensamento; isso significa, na primeira situação, deixar-se levar por quimeras e, na segunda, brigar com o pensamento, dizendo para ele, por exemplo: “Vá embora, não se aproxime porque eu não quero dialogar com você”.

Em ambas as situações o praticante terá saído do estado de meditação para conversar com seus pensamentos: na primeira hipótese, uma conversa agradável, fundamentada em fantasias; e, na segunda, uma polêmica disputa de forças.

Se quem conversa durante a meditação não está de fato meditando, a pessoa que conversa com seus pensamentos terá deixado de meditar também, ainda que permaneça em posição de lótus. Como agir diante dessa situação? Para eliminar e controlar rapidamente o pensamento, tão logo ele apareça em sua mente, é preciso tomar consciência de sua existência e, imediatamente, ignorá-lo, voltando sem demora a atenção para a respiração.

A concentração na respiração tem o poder de controlar pensamentos. Quando o praticante age assim, o pensamento perde a força que o mantém ativo na mente, interrompe sua trajetória e se desmancha por si mesmo. Isso é fazer com que ele se torne quieto. A concentração na respiração deve ser feita numa medida em que o praticante consiga contemplar o ar que está respirando, sem apegar-se a ele nem tampouco se desligar dele. E, para conseguir esse resultado, é preciso não se afastar do estado de relaxamento.

A concentração excessivamente forte gera doenças físicas e psíquicas, enquanto a falta de concentração gera devaneios. Por isso, é de essencial importância a pessoa conseguir se manter na medida certa da concentração, se quiser um resultado de excelência para sua prática. É fundamental manter permanentemente a atenção no ar que se respira porque assim, conforme o progresso, o praticante poderá alcançar o estado do Vazio. Desse modo, e envolvido por uma energia harmoniosa, a luz interior alcançará todo seu ser, criando a Plena Iluminação.

O beabá da Meditação Taoísta

passo a passo

* Procure uma posição confortável.
* Cruze as pernas em posição de lótus ou semilótus.
* Apóie o dorso das mãos sobre as coxas.
* A mão esquerda deve ficar sob a direita e os polegares devem se tocar levemente.
* A coluna deve ficar reta; porém, se houver dificuldade de mantê-la ereta, pode apoiar as costas.
* Feche os olhos e relaxe o corpo, da cabeça aos pés.
* Encoste a ponta da língua no céu da boca.
* Concentre a atenção na respiração, que deve ser suave, lenta e harmoniosa.
* Mantenha a atenção na respiração, buscando a fusão da mente com a respiração.
* A completa quietude interior é resultado da fusão da energia com a consciência de uma pessoa, ou seja, da integração da mente com a respiração.
* Mergulhe nesse estado de integração entre mente e corpo até atingir o estado de extrema quietude.
* Somente a partir desse ponto é que, na verdade, damos início à meditação"…

AUTOR: Mestre Wu Jyh Cherng foi fundador da Sociedade Taoísta do Brasil
Fonte: http://www.taoismo.org/

7 de setembro de 2010

Aceitando os paradoxos" texto de Paulo Coelho


  "É curioso", comenta o guerreiro da luz consigo. "Encontrei tanta gente que - na primeira oportunidade - tenta mostrar o pior de si. Esconde a força interior atrás da agressividade; disfarça o medo da solidão com o ar de independência. Não acredita na própria capacidade, mas vive pregando aos quatro ventos suas virtudes.”

     "O guerreiro lê estas mensagens em muitos homens e mulheres que ele conhece. Nunca se deixa enganar pelas aparências, e faz questão de permanecer em silêncio quando tentam impressioná-lo. Mas usa a ocasião para corrigir suas falhas - já que as pessoas são sempre um bom espelho.
      Um guerreiro aproveita toda e qualquer oportunidade para ensinar a si mesmo, e admitir suas contradições.

Paciência x Rapidez

     Um guerreiro da luz precisa de paciência e rapidez ao mesmo tempo. Os dois maiores erros de uma estratégia são: agir antes da hora, ou deixar que a oportunidade passe longe.
      Para evitar isto, o guerreiro trata cada situação como se fosse única, e não aplica fórmulas, receitas, ou opiniões alheias.
      O califa Moauiyat perguntou a Omar Ben Al-Aas qual era o segredo de sua grande habilidade política:
     “Nunca me meti em assunto sem ter estudado previamente a retirada; por outro lado, nunca entrei e quis logo sair correndo”, foi a resposta.

Perdoar x Aceitar
 
     Um guerreiro da luz sempre mantém o seu coração limpo do sentimento de ódio. Para conseguir isso, precisa perdoar.
      Quando caminha para a luta, não esquece as palavras de Cristo: " amai vossos inimigos".
      E o guerreiro obedece, mas sempre lembrando que Cristo não disse: “gostai de vossos inimigos”.
      O ato de perdoar não o obriga a aceitar tudo. Um guerreiro não pode abaixar a cabeça - senão perde de vista o horizonte de seus sonhos.

Descansar x Agir
 
     No intervalo do combate, o guerreiro descansa.
      Muitas vezes passa dias sem fazer nada, porque seu coração exige.
      Mas sua intuição permanece alerta. Ele não comete o pecado capital da Preguiça, porque sabe onde ela o pode conduzir: à sensação morna das tardes de domingo, onde o tempo passa - e nada mais.
      O guerreiro chama isto de "paz de cemitério". Lembra-se de um trecho do Apocalipse: te amaldiçôo porque não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, eu te vomitarei de minha boca.
      Um guerreiro descansa e ri. Mas está sempre atento e pronto para agir.

Anjo x Demônio

     Um guerreiro sabe que um anjo e um demônio disputam a mão que segura a espada.
      Diz o demônio: "você vai fraquejar. Você não vai saber o momento exato. Você está com medo."
     Diz o anjo: "você vai fraquejar. Você não vai saber o momento exato. Você está com medo".
      O guerreiro fica surpreso. Ambos disseram a mesma coisa.
      Então o demônio continua: "deixa que eu te ajude".
      E diz o anjo: "eu te ajudo".
      Nesta hora, o guerreiro percebe a diferença. As palavras são as mesmas, mas os aliados são diferentes.
      Então ele dedica sua vitória a Deus. E, com a confiança dos valentes, escolhe a mão de seu anjo.

Acreditando em sinais
 
     O guerreiro da luz conhece a importância de sua intuição.
      No meio da batalha, ele não tem tempo para pensar nos golpes do inimigo - então usa seu instinto, e obedece ao seu anjo. Nos tempos de paz, ele decifra os sinais que Deus lhe envia.
      As pessoas dizem: "está louco".
      Ou então: "vive num mundo de fantasia".
      Ou ainda:" como pode confiar em coisas que não tem lógica?"
     Mas o guerreiro sabe que a intuição é o alfabeto de Deus, e continua escutando o vento e falando com as estrelas.

Acreditando em amor
 
     Para o guerreiro, não existe amor impossível. Ele não se deixa intimidar pelo silêncio, pela indiferença, ou pela rejeição. Sabe que atrás da máscara de gelo que as pessoas usam, existe um coração de fogo.
      Por isso o guerreiro arrisca mais que os outros. Busca incessantemente o amor de alguém - mesmo que isto signifique escutar muitas vezes a palavra "não", voltar para casa derrotado, sentir-se rejeitado em corpo e alma.
      Um guerreiro não se deixa assustar quando busca o que precisa. Sem amor, ele não é nada.

Acreditando em negociação
 
     Um guerreiro da luz nem sempre pode escolher o seu campo de batalha. Às vezes é colhido de surpresa, no meio de combates que não desejava; mas não adianta fugir, porque estes combates o seguirão.
      Então, no momento em que o conflito é quase inevitável, o guerreiro conversa com seu adversário. Sem demonstrar medo ou covardia, procura saber porque o outro quer a luta; que coisas o fizeram sair de sua aldeia e procurá-lo para um duelo. Sem desembainhar a espada, o guerreiro o convence que aquele combate não é seu.
      Um guerreiro da luz escuta o que seu adversário tem a dizer. E só luta se for necessário.
      Mas, se não tiver outra alternativa, ele não pensa em vitória ou derrota: leva o combate até o final.

Acreditando na perseverança
 
     O guerreiro da luz nunca esquece o velho ditado: o bom cabrito não berra.
      As injustiças acontecem. Também ele de repente se vê envolvido em situações que não merecia, em momentos que não tem condições de se defender.
      Nestas horas, o guerreiro fica em silêncio. Não gasta energia em palavras, porque elas não podem fazer nada; é melhor usar as forças para resistir, ter paciência, e saber que Alguém está olhando. Alguém que viu o sofrimento injusto, e não se conforma com isto.
      Este Alguém dá ao guerreiro o que ele mais precisa: tempo. Cedo ou tarde, tudo voltará a trabalhar a seu favor.
      Um guerreiro da luz é sábio; Não comenta suas derrotas.

Acreditando na Lenda Pessoal
 
     Um guerreiro da luz assume por inteiro sua Lenda Pessoal – a razão de sua vida. Seus companheiros comentam: "sua fé é admirável!"
     O guerreiro fica orgulhoso por alguns momentos, e logo se envergonha do que escutou, porque não tem a fé que demonstra.
      Neste momento seu anjo sussurra: "você é apenas um instrumento da luz. Não há motivos para vangloriar-se, nem para sentir-se culpado; há motivo apenas para cumprir seu destino".
      E o guerreiro da luz, consciente de que é um instrumento, fica mais tranqüilo e seguro." 

Paulo Coelho
O Guerreiro da Luz Online é uma publicação mensal do site www.paulocoelho.com.br, podendo ser distribuído livremente na Internet, e colocado em páginas onde o conteúdo seja gratuito, desde que citada a fonte “Guerreiro da Luz Online, publicação de www.paulocoelho.com.br “

Os lobos! texto de Derek Lin (maravilhoso)



"Mestre, preciso de sua ajuda. Eu não sei mais o que fazer.

O que lhe parece ser o problema? perguntou o sábio.

Estou tendo muita dificuldade em controlar minha raiva, disse o visitante. É  o jeito que as pessoas são. Eu as vejo criticando os outros enquanto estão totalmente cegos para seus próprios defeitos. Eu não quero criticá-los para não ser como eles, mas isto realmente me irrita.

Eu compreendo, disse o sábio.  Mas diga-me uma coisa primeiro. Não foi você que escapou por pouco da morte no ano passado?

Sim, confirmou o visitante. Foi uma experiência terrível. Eu me aventurei muito longe na floresta, e fui cercado por um bando de lobos esfomeados.

E o que você fez?

Eu subi numa árvore quando eles estavam correndo em minha direção. Eram lobos grandes, e eu não tenho nenhuma dúvida de que me poderiam me fazer em pedaços.

Então, você ficou preso?

Sim. Eu sabia que não poderia ficar lá por muito tempo, sem água e sem comida, e ficava esperando que eles diminuíssem sua atenção. Quando percebia que seria seguro, eu pulava até o chão e corria como um louco até a próxima árvore, e subia de novo.

Parece que foi uma provação muito difícil.

Sim - durou dois dias. Eu pensei que fosse morrer. Por sorte, um grupo de caçadores se aproximou, depois que eu cheguei um pouco mais perto da vila. Os lobos se espalharam e eu me salvei.

Estou curioso sobre uma coisa, disse o sábio. Durante sua experiência, você se sentiu ofendido pelos lobos?

Como? Ofendido?

Sim. Você se sentiu ofendido ou insultado pelos lobos?

Claro que não, Mestre. Este pensamento nunca me passou pela cabeça.

Como não? Eles queriam morde-lo, não queriam? Eles queriam matá-lo, não queriam?

Sim, mas... isto é o que os lobos fazem! Eles estavam sendo conforme sua natureza. Seria um absurdo que eu encarasse isso como uma ofensa.

Ótimo! Agora vamos conservar este pensamento enquanto examinamos sua pergunta. Criticar os outros enquanto permanecem cegos para os próprios defeitos é uma coisa que muitas pessoas fazem. Pode-se até dizer que é uma coisa que todos nos fazemos de vez em quando. De uma certa forma, é um lobo voraz que vive em cada um de nos.

Quando os lobos mostram suas presas e o ameaçam, não se deve ficar parado. Você certamente deve proteger-se fugindo deles tanto quanto possível. Da mesma forma, quando as pessoas o perturbarem com criticas maldosas, você não deve aceitar isso passivamente. Você deve proteger-se, distanciando-se o quanto possível.

O aspecto crucial é que que isto deve ser feito sem que se sinta ofendido ou insultado, por que essas pessoas estão apenas sendo elas mesmas. É da natureza delas serem críticas e cheia de julgamentos, de modo que seria um absurdo ficarmos ofendidos, e seria inútil ficarmos bravos.

A próxima vez que os lobos esfomeados na pele de homens correrem atrás de você, lembre-se: é  o jeito que as pessoas são - exatamente como você disse assim que chegou."


Autor: Derek Lin
Fonte:http://www.taoism.net/br

6 de setembro de 2010

Iluminação é Perda! texto de Gilberto Antônio Silva

"Muitas pessoas buscam a iluminação, a suprema experiência da existência humana, mas geralmente a procuram no lugar errado, acumulando conhecimentos e informações.

“Iluminar-se” significa sair das trevas da ignorância em direção à Verdade Universal, vendo o mundo como ele realmente é e não como parece através do véu de preconceitos, limitações e enganos a que estamos sujeitos como seres humanos.

O que percebemos cotidianamente é um conjunto de informações limitadas, que não condizem com a realidade autêntica do Universo. Estas limitações são inerentes à nossa natureza e o ser humano, cedo ou tarde, começa a buscar um “algo mais”. No início de nossa evolução somos quase animais, nos preocupando apenas com o básico de nossos instintos primitivos como comer, dormir e procriar. Muitos seres humanos ainda existem neste patamar evolutivo, pois todas as escalas evolutivas coexistem ao mesmo tempo em nosso planeta. Aos poucos começa-se a se interessar por coisas mais elevadas, mais sofisticadas, e a evolução começa a se processar em direção à libertação de nossas limitações, conhecida popularmente como “iluminação”. Segundo a tradição hindu este processo demora um milhão de anos em sucessivas encarnações. Entretanto, grandes Mestres Espirituais como Lao-Tsé, Buda e Jesus surgem periodicamente para fornecer conhecimentos e dar dicas para que as pessoas possam acelerar seu desenvolvimento.

Mas estes conhecimentos e todos os demais não são o fator mais importante na busca pela Iluminação. O despertar espiritual vem da perda, e não do acréscimo. O conhecimento é útil para direcionar nossos esforços mas ele, sozinho, não nos leva à suprema libertação.

Uma pessoa iluminada, que enxerga o Universo como ele existe realmente, transcende a noção comum do conhecimento. O raciocínio lógico e linear não nos leva até onde desejamos, embora seja importante em algumas etapas do caminho. Para atingirmos nossa meta devemos transcender o mero intelecto, deixar de “saber” para “ser”, e assim mergulhar definitivamente no Infinito.

O conhecimento é um barco que se usa para atravessar o rio e se descarta ao chegar ao outro lado. Muitas pessoas se acostumam com o barco e se negam a sair, achando que o Universo se limita a ele. É onde grande parte dos buscadores tropeça e patina. Outras pessoas desembarcam, mas teimam em carregar o barco nas costas!

O processo final de Iluminação é uma simplificação, uma redução gradual de nosso ser, no qual retiramos tudo o que não faz parte de nossa essência, como os medos, as inseguranças, as ilusões, os preconceitos, os desejos. Depois de tudo removido o espírito brilhará com toda a sua luz pois somos todos naturalmente iluminados. Nossas “cascas” não nos permitem perceber isto e retirar estas “cascas” é o que se chama “trilhar o Caminho”. Simplificar cada vez mais é rumar para nosso destino. Devemos perder o que pensamos que somos para poder encontrar o que realmente somos.

Perder tudo para ganhar tudo, esta é a lei."

AUTOR:Gilberto Antônio Silva é Parapsicólogo, Acupuntor, Terapeuta e Escritor, estudando cultura e filosofia oriental desde 1977. Como Taoísta, se preocupa em divulgar a filosofia e as artes taoístas, como I Ching, Feng Shui e Chi Kung, para melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Fonte:http://www.taoismo.org/

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