16 de setembro de 2010

A Angústia e o Ódio - Joanna de Ângelis

"A angústia

A insegurança pessoal, decorrente de vários fa­tores psicológicos, gera instabilidade de comporta­mento, facultando altas cargas de ansiedade e de medo.

Sentindo-se incapaz de alcançar as metas a que se propõe, o indivíduo transita entre emoções em desconserto, refugiando-se em fenômenos de angús­tia, como efeito da impossibilidade de controlar os acontecimentos da sua vida.

Enquanto transite nos primeiros níveis de cons­ciência, a carência de lucidez dos objetivos essenci­ais da vida levá-lo-á a incertezas, porqüanto, as suas, serão as buscas dos prazeres, das aspirações egoís­tas, das promoções da personalidade, sentindo-se fra­cassado quando não alcança esses patamares transi­tórios, equivocados, em relação à felicidade.

Aprisionando-se em errôneos conceitos sobre a plenificação do eu, que confunde com as ambições do ego, pensa que ter é de relevante importância, dei­xando de ser iluminado, portanto, superior aos condi­cionamentos e pressões perturbadoras.

A angústia, como efeito de frustração, é seme­lhante a densa carga tóxica que se aspira lentamen­te, envenenando-se de tristeza injustificável, que ter­mina, às vezes, como fuga espetacular pelo mecanis­mo da morte anelada, ou simplesmente ocorrida por efeito do desejo de desaparecer, para acabar com o sofrimento.

Normalmente, nos casos de angústia cultivada, estão em jogo os mecanismos masoquistas que, fa­cultando o prazer pela dor, intentam inverter a ordem dos fenômenos psicológicos, mantendo o estado per­turbador que, no paciente, assume características de normalidade.

O recurso para a superação dos estados de an­gústia, quando não têm um fator psicótico, é a con­quista da autoconfiança, delineamento de valores re­ais e esforço por adquiri-los ou recorrendo ao auxílio de um profissional competente.

As ocorrências de insucesso devem ser avaliadas como treinamento para outras experiências, recurso-desafio para o crescimento intelectual, aprendizagem de novos métodos de realizações humanas.

Exercícios de autocontrole, de reflexões otimistas, de ações enobrecedoras, funcionam como terapia li­bertadora da angústia, que deve ser banida dos sen­timentos e do pensamento.

O ódio
Etapa terminal do desarranjo comportamental, o ódio é tóxico fulminante no oxigênio da saúde men­tal e física.

Desenvolve-se, na sua área, mediante a análise injusta do comportamento dos outros em relação a si, e nunca ao inverso. Fazendo-se vítima, porque passou a um conceito equivocado sobre a realidade, deixa-se consumir pelo complexo de inferioridade, procedente da infância castrada, e descarrega, inconscientemen­te, a sua falta de afetividade, a sua insegurança, o seu medo de perda, a sua frustração de desejo, em arre­messos de ondas mentais de ódio, até o momento da agressividade física, da violência em qualquer forma de manifestação.

O ódio é estágio primevo da evolução, atavicamen­te mantido no psiquismo e no emocional da criatura, que necessita ser transformado em amor, mediante terapias saudáveis de bondade, de exercícios frater­nais, de disciplinas da vontade.

Agentes poluidores e responsáveis por distúrbios emocionais de grande porte, são eles os geradores de perturbações dos aparelhos respiratório, digesti­vo, circulatório. Responsáveis por cânceres físicos, são as matrizes das desordens mentais e sociais que aba­lam a vida e o mundo.

A saúde da criatura humana procede do ser eter­no, vem das experiências em vidas anteriores, confor­me ocorre com as enfermidades cármicas, no entanto, dependendo da consciência, do comportamento, da personalidade e da identificação do ser com o que lhe agrada e com aquilo a que se apega na atualidade."


Excerto do Livro O Ser Conciente, escrito por Divaldo P. Franco ditado p/ espírito Joanna de Ângellis. 
Fonte:http://sejaespiritaonline.blogspot.com

15 de setembro de 2010

Nós e a Normose - excelente texto de Martha Medeiros


"Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da Ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num padrão. 

Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito normal” é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Quem não se normaliza” acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? 

Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas? Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à tua porta exigindo que sejas assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha “presença” através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que te obrigue a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for Todos. 

Melhor se preocupar em seres tu mesmo. A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Precisas de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?

Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta. Pensa nas pessoas que  mais admiras: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. 

Criaram o seu “normal” e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais. 

Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera. 

Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes."

Autora:Martha Medeiros
Fonte:http://blog.comportamentomagro.com.br

Eu sei, mas não devia - de Marina Colasanti (maravilhoso).

 
"Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. 

Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. 

A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma."

Marina Colasanti
Fonte:http://www.releituras.com/mcolasanti_eusei.asp 

14 de setembro de 2010

Silêncio interior - Quinze minutos que vão fazer diferença no seu dia ... de Sérgio Savian

"O silêncio é raro para quem vive na cidade. Os ruídos são constantes, a TV, o rádio, o ambiente de trabalho, sem contar o falatório de nossa mente que insiste em não parar. Desta forma ficamos ansiosos e deixamos de experimentar a paz.

Se você quer o amor, precisa entender qual é o ambiente propício para que ele se desenvolva. Uma semente contém a possibilidade de uma planta, mas para que ela brote é preciso que o solo esteja preparado, com uma boa umidade e que contenha os nutrientes devidos.

A semente do amor precisa, dentre outras coisas, da paz. O amor não se desenvolve bem no meio de muita confusão. Amor combina com confiança, com aceitação, com um ambiente mais tranqüilo. O amor combina com autoconhecimento. Pessoas que não se conhecem e que se ocupam sempre para fugir de si, não produzem bons relacionamentos.

Por isso, uma forma de cultivar o amor que você tanto quer é dedicando-se à meditação, rumo ao silêncio interior. Você pode fazer isto de maneira bem simples. Ao acordar, sinta bem a sua respiração, sinta que está vivo. Sente-se em sua cama, com a coluna ereta e os olhos fechados e preste atenção em sua respiração, no ar que entra e que sai do seu corpo. Esta é uma hora muito boa para meditar. Sua mente ainda não está muito desperta e você pode aproveitar para aprofundar este sentimento de silêncio interior. Relaxe bem os seus olhos e quanto mais você os relaxa, mais tranqüila sua mente fica.

Perceba que com o tempo você atinge um estado muito prazeroso de paz. Você sente o eterno no aqui-agora. Você se delicia com o momento presente.

Esta é uma forma de se colocar em ordem, de colocar tudo no lugar dentro de você. É uma espécie de faxina diária da mente, como se você estivesse arrumando sua casa. E quem não gosta de uma casa limpinha, em ordem? Mas para isto algum trabalho deve ser feito. 
 
Neste caso o trabalho consiste em fazer nada. Isso mesmo, acostume-se todos os dias em fazer nada por um tempo. Pode ser apenas 15 minutos por dia. Só isto fará uma grande diferença em seu cotidiano.

E quanto mais você acostuma a se encontrar com esta boa sensação de intimidade consigo mesmo, aumenta sua auto-estima. Você se sente pleno e cheio de amor para dar. E quando você aprende a tranqüilizar a mente e a suavizar o coração, entende também que os julgamentos não nos dão um bom direcionamento para a vida. 
 
Quanto mais meditamos, mais aceitamos a realidade sem brigar tanto com ela. Mesmo quando os fatos ou as pessoas parecem negativos, pode ser que eles estejam lhe trazendo uma bela mensagem. Portanto, pare de julgar. "Isto está certo, isto está errado". Pare com isso e ficará mais feliz. Diante das controvérsias da vida, veja o que tem a aprender com cada circunstância.

Pratique o silêncio diariamente e veja o que acontece com você e com seus relacionamentos. Não estou pedindo que acredite em mim. Estou somente lhe convidando a experimentar algo que pode mudar radicalmente sua vida e sua forma de se relacionar."

*Sergio Savian é terapeuta e escritor, especializado em relacionamentos e mudança de hábitos. Ministra palestras, cursos, trabalha com aconselhamento, terapia individual e para casais. Mais informações no site www.sergiosavian.com.br
 
Fonte:http://www.maisde50.com.br

Paz - de Eliane de Araujoh

"Paz é o silêncio da alma.

Quando as suas emoções e seus pensamentos estão no lugar certo, tudo o que você sente é paz...
Como controlar seus pensamentos e emoções?

Enfrente a realidade dos fatos.
Se você não está vivendo a situação que gostaria, aproveite o que de melhor você pode extrair dessa experiência e procure perceber o que pode fazer para melhorar.

Não se desespere e não sofra por aquilo que você não pode mudar.
Deixe-se levar, como uma pena solta aos prazeres do vento.
Soltar-se, deixar fluir.

Frequentemente queremos controlar o fluxo da vida, somos demais ansiosos.
É nas coisas simples que estão os grandes segredos e a chave para muitos questionamentos.

Você já acompanhou o movimento das nuvens formando-se no céu? Ou da água solta no riacho?

É só fazer nossa parte e deixar.

Soltar, romper laços e amarras, confiar na vida.

Isso é paz"...

 Autora: Eliane de Araujoh
Extraído do livro Liberdade de Ser
Fonte:http://viverbemparavivermuito.blogspot.com

12 de setembro de 2010

Meu coração é uma estrela - André Luis por Chico Xavier


 
"O lírio que floresce no lodo é uma estrela de Deus que brilhando no charco, jamais se contamina."

Meu coração é uma estrela, e eu fui criado para o bem e para a luz!...

Não fui criado para o mal, nem para a corrupção.

Não recebi uma alma para transfigurá-la em espectro do lodo.

Não fui feito para o vício e a degradação.

Meu corpo é santuário sagrado criado para a exteriorização do amor e da luz.

Meus sentimentos são pérolas que não devo dividir com a imundície.

Meu pensamento é matéria sutil que devo dirigir para as criações superiores.

Minha vontade é alavanca que deseja meu Deus me projete no rumo da paz e da glória.

Situou-me Ele no mundo para que eu me livre do animal que ainda sou e não que o perpetue em mim.

Preparou-me Ele o espírito para a perfeição da angelitude e não para a degradação infamante da forma.

Soprou-me na mente o progresso e não o gelo da estagnação.

Portanto, estou no mundo em aprendizado e não em escravidão; em busca da luz e não das trevas; forjando a sublimação e não o retrocesso.

Situa-me, Senhor, dentro desta verdade, e me ampara os caminhos para que eu não ceda às tentações do mundo.

Que eu sirva quanto esteja em mim servir; que eu ame quanto possa; que estenda as mãos e ampare sempre; que esteja próximo quando necessitado; que eu caminhe distribuindo o melhor de mim; que possam contar comigo todos os irmãos do mundo, mas te peço Pai: não permite que eu me iluda, me vicie e me perca nele, por ingenuidade ou invigilância, e assim, cego, equivocadamente substitua valores e me afaste de Ti, cada vez mais, para meu próprio prejuízo e infelicidade!...

Assim seja!"

André Luiz - Médium Francisco Cândido Xavier 
Fonte:http://angielis.blogspot.com

Meditação para Pessoas Apressadas - OSHO.

"Relaxe a respiração, sempre que você tiver tempo, apenas por alguns minutos, relaxe o sistema respiratório, nada mais - não há necessidade de relaxar o corpo todo. 
 
Sentado no comboio, no avião ou no carro, ninguém pode saber que você está a fazer alguma coisa. Apenas relaxe o sistema respiratório. Deixe-o ser como, quando está a funcionar naturalmente. Então feche os olhos e observe a respiração a entrar e a sair, a entrar ...

Não se concentre! Se você se concentra, cria um problema porque então tudo o se torna uma perturbação. Se você tenta se concentrar sentado no carro, então o barulho do carro torna-se uma perturbação, a pessoa sentada ao seu lado torna-se uma perturbação.

Meditação não é concentração. É simplesmente estar consciente. Você apenas relaxa e observa a respiração. Neste observar, nada é excluído. O carro está a roncar - perfeitamente OK, aceite isso. O tráfego está a passar - está OK, parte da vida. O passageiro está a roncar ao seu lado, aceite isso. 
 
Nada é rejeitado. Mas nada o prende também, deixe fluir a respiração, só isso."
 
Osho
Fonte:http://viadalibertacao.blogspot.com

11 de setembro de 2010

Adotarei o Amor ! de Gibran Khalil Gibran


"Adotarei o amor por companheiro
e o escutarei cantando, 
e o beberei como vinho,
e o usarei como vestimenta. 

Na aurora, o amor me acordará
e me conduzirá aos prados distantes. 
Ao meio dia, conduzir-me-á à sombra das árvores
onde me protegerei do sol como os pássaros. 
Ao entardecer conduzir-me-á ao poente, 
onde ouvirei a melodia da natureza
despedindo-se da luz, 
e contemplarei as sombras da quietude
adejando no espaço.  

À noite, o amor abraçar-me-á,
e sonharei com os mundos superiores onde
moram as almas dos enamorados e dos poetas.  

Na primavera, andarei com o amor, lado a lado,
e cantaremos juntos entre as colinas; 
e seguiremos as pegadas da vida,
que são as violetas e as margaridas; 
e beberemos a água da chuva,
acumulada nos poços,
em taças feitas de narciso e lírios.  

No verão, deitar-me-ei ao lado do amor
sobre camas feitas com feixes de espigas, 
tendo o firmamento por cobertor e a lua
e as estrelas por companheiras.  

No outono, irei com o amor aos vinhedos
e nos sentaremos no lagar, 
e contemplaremos as árvores se despindo
das suas vestimentas douradas 
e os bandos de aves migratórias
voando para as costas do mar.
 
No inverno, sentar-me-ei com o amor diante
da lareira e conversaremos 
sobre os acontecimentos dos séculos
e os anais das nações e povos.  

O amor será meu tutor na juventude, 
meu apoio na maturidade, 
e meu consolo na velhice.  

O amor permanecerá comigo até o fim da vida, 
até que a morte chegue, 
e a mão de Deus nos reuna de novo.
"
 
Gibran Khalil Gibran 
Fonte:http://www.encantosepaixoes.com.br

A dor do não vivido de Carlos Drummond de Andrade


"Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
Mas das coisas que foram sonhadas
E não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer,
Apenas agradecer por termos conhecido
Uma pessoa tão bacana,
Que gerou em nós um sentimento intenso
E que nos fez companhia por um tempo razoável,
Um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
O que foi desfrutado e passamos a sofrer
Pelas nossas projeções irrealizadas,
Por todas as cidades que gostaríamos
De ter conhecido ao lado do nosso amor
E não conhecemos,
Por todos os filhos que
Gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
Por todos os shows e livros e silêncios
Que gostaríamos de ter compartilhado,
E não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
Pela eternidade.

Sofremos

não por que
Nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
Mas por todas as horas livres
Que deixamos de ter para ir ao cinema,
Para conversar com um amigo,
Para nadar, para namorar.

Sofremos

não porque nossa mãe
É impaciente conosco,
Mas por todos os momentos em que
Poderíamos estar confidenciando a ela
Nossas mais profundas angústias
Se ela estivesse interessada
Em nos compreender.

Sofremos

não porque nosso time perdeu,
Mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
Mas porque o futuro está sendo
Confiscado de nós,
Impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
Todas aquelas com as quais sonhamos e
Nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

 
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,
Mais me convenço de que o
Desperdício da vida
Está no amor que não damos,
Nas forças que não usamos,
Na prudência egoísta que nada arrisca,
E que, esquivando-se do sofrimento,
Perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional."


Autor: Carlos Drummond de Andrade
Fonte:http://www.pensador.info

10 de setembro de 2010

Possuir e desfrutar - maravilhoso texto de Derek Lin

"Era um dia bonito. O céu estava claro e a temperatura suavemente agradável, de modo que o sábio resolveu dar uma volta.
Por acaso, seu passeio o conduziu até uma casa luxuosa, que pertencia a um homem rico que o sábio conhecia bem. Em sua frente havia um belo jardim com muitas flores exóticas importadas de terras distantes.
À medida que o sábio se aproximava, viu que muitas dessas flores estavam no auge do florescimento. Ele ficou maravilhado pela sua beleza. As cores eram tão vivas e brilhantes que pareciam se separar das pétalas em seu esplendor.
O sábio se maravilhou com a habilidade humana que foi capaz de transplantar estas flores de tão longe - provavelmente de algum paraíso tropical que ele nunca visitara.
Ele ficou alguns minutos saboreando a vista. Respirou fundo para sentir a flagrância. Depois de algum tempo, suspirou discretamente e seguiu seu caminho.
O sábio pensou sobre o homem rico. Há pouco tempo ele adoecera seriamente. Como eram amigos há muito tempo, o sábio estava muito preocupado.
O médico dissera que a doença foi causada por stress. O homem estava sujeito a muita tensão ao administrar seu negócio. O negócio era a origem de sua fortuna, mas ele pagou um alto preço por ele – sua saúde.
O problema era que o homem insistia em fazer tudo pessoalmente, assumindo cada vez mais responsabilidades. À medida que as pressões aumentavam, perdeu o apetite e não conseguia mais uma boa noite de sono. Estava sempre cansado e perdera o interesse pelos prazeres simples da vida.
O homem tinha ignorado o jardim por muitos anos. Ele não tinha tempo, energia e disposição para passear entre as belas flores de seu próprio jardim.
De repente, a ironia da situação se tornou manifesta. O homem rico tinha o jardim, mas não podia apreciá-lo. O sábio não o possuía, mas era capaz de desfrutá-lo plenamente.

Um dos erros mais comuns da vida envolve a relação da felicidade com o possuir e o desfrutar.
Esta confusão acontece porque usualmente imaginamos que devemos possuir para desfrutar. Compramos um DVD para ver filmes, um estéreo para ouvir música. Possuir e desfrutar parecem andar juntos, e assim pensamos que são correlacionados.

Na verdade, os dois são independentes. Apenas um deles está associado à felicidade, e não é a posse. O possuir não só é desnecessário para o desfrutar, como pode ser um obstáculo. Mas muitas pessoas não pensam assim, e associam a felicidade mais ao possuir do que ao desfrutar – exatamente o oposto da realidade.

Por exemplo, conheço uma senhora que associa a aquisição de jóias à felicidade. Ela ama anéis, colares e braceletes. Ela tem muitos, mas nuca os usa, por medo de perda ou roubo. A coleção é muito preciosa para ser posta em risco!
Ela só fica realmente feliz imediatamente antes e depois de uma aquisição. Comprar jóias lhe dá um fugaz momento de excitação, seguido pelo volta do desejo de comprar, levando-a implacavelmente a uma nova compra.

Você provavelmente conhece alguém assim. Talvez um aficionado por carros antigos, que tem um na garagem. Não poupa esforços para consertos e ajustes, nunca se cansa de limpar e polir, mas nunca o dirige.
Ou então alguém que tem uma vasta coleção de gravações de músicas, mas ouviu apenas uma pequena fração delas. Por que? Porque está muito ocupado procurando novos Cds para a coleção.

Talvez você conheça alguém que acabou de mobiliar a sala com sofás e almofadas novas, num tecido da moda, e as mantém cobertas com capas plásticas, porque não quer os móveis novos fiquem manchados, ou sequer empoeirados. Quando você a visita e senta em sua sala, está sentando literalmente em móveis de plástico, e tem de ser cuidadoso com seus movimentos para não causar muito barulho.

Ou então tem um conhecido com um relacionamento baseado em possuir o outro, em lugar de apreciá-lo. Você sabe que o relacionamento vai fracassar se continuar nesse caminho.

Pode ser que o elemento comum em todos os exemplos acima é a ênfase em possuir em lugar de desfrutar. Se olhar à sua volta com espírito observador, verá muitos outros exemplos.

Quando olho para minhas estantes vejo muitos livros de meus autores favoritos. Cada um é uma bela flor de sabedoria, esperando para ser saboreada. O que eu já possuo é um jardim cheio com essas flores, mas da mesma forma que o homem rico, estou negligenciando-o. Em lugar de desfrutá-lo, continuo indo às livrarias para comprar outros. A aquisição contínua tornou-se um hábito.

Fazemos um enorme favor a nós mesmos quando quebramos esse padrão habitual. O tempo e a energia que desperdiçávamos antes agora estão liberados para que possamos usar e desfrutar aquilo que já temos. Com isto, melhoramos a qualidade da vida e tomamos a chave da felicidade em nossas mãos.

Há muitos “jardins” em sua vida. Pode-se possuir alguns ou muitos deles, mas este é um detalhe sem importância. O que é importante – e a única coisa importante – é que você pode desfrutá-los se realmente quiser. 

Vamos dirigir nossa atenção para as flores desses jardins. Quando respira sua flagrância e se contempla suas cores brilhantes, você não pode senão se maravilhar com milagre da existência humana. É um milagre que trouxe uma parte do paraíso celestial para o plano mortal. É o Tao."

Autor:Derek Lin
Fonte:http://www.taoism.net

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