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6 de janeiro de 2015

30 caracteristicas de uma pessoa sensitiva por Alcino Rodrigues

"Ser uma pessoa sensitiva, ou empata, significa que ter a capacidade de perceber e ser afetado pelas energias de outras pessoas e ter uma capacidade inata de sentir e perceber intuitivamente outros. A sua vida é inconscientemente influenciada pelos desejos dos outros, desejos, pensamentos e estados de espírito. Ser um empata é muito mais do que ser altamente sensível e não está limitado apenas às emoções.Pessoas mais sensitivas podem perceber sensibilidades físicas e impulsos espirituais, bem como apenas saber as motivações e intenções de outras pessoas.
Aqui ficam 30 dos traços mais comuns do SENSITIVO ou EMPATA:

1. Saber: 
 os sensitivos sabem coisas, sem lhes ser dito. É um conhecimento que vai além da intuição, mesmo que essa seja a forma como muitos poderiam descrever o saber. Quanto mais sintonizados eles são, mais forte este dom se torna.

2. Estar em locais públicos pode ser esmagador ou avassalador:
lugares como shoppings, supermercados ou estádios onde há uma grande quantidade de pessoas ao redor pode preencher o empata com as emoções turbulentas vindas de outras pessoas.

3. Sentir as emoções e tomá-las como suas: 
este é grande fardo para sensitivos.Alguns deles vão sentir emoções vindas daqueles que estão perto e outros poderão sentir as emoções de pessoas a uma grande distância, ou até ambas. Os empatas mais sintonizados irão saber se alguém está a ter maus pensamentos sobre eles, até mesmo a uma grande distância.

4. Assistir violência, crueldade ou tragédias na TV pode tornar-se insuportável:
 Quanto mais sintonizado um empata se torna, pior se torna o ato de ver TV. Pode acontecer, eventualmente, este ter de parar de ver televisão e ler jornais por completo.

5. O empata sabe quando alguém não está a ser honesto: 
se um amigo ou um ente querido lhe está a dizer mentiras ele sabe disso (embora muitos sensitivos tentam não se focar muito nesse conhecimento porque saber que um ente querido está a mentir pode ser doloroso). Se alguém está a dizer alguma coisa mas se ele sente ou pensa de outra, o empata simplesmente sabe.

6. Captar os sintomas físicos de uma outra pessoa:
um empata pode desenvolver as doenças de outra pessoa (constipações, infecções oculares, dores no corpo e dores), especialmente aqueles que são mais próximos, um pouco como as dores de simpatia.

7. Distúrbios digestivos e problemas nas costas
o chacra do plexo solar tem base no centro do abdômen e é conhecido como a sede das emoções. Este é o lugar onde os empatas sentem a emoção de entrada do outro, o que pode enfraquecer a área e, eventualmente, levar a qualquer problema, desde úlceras estomacais a má digestão, entre muitas outras coisas. Os problemas nas costas podem-se desenvolver porque quando uma pessoa que não tem conhecimento que é um empata e não está preparada, estará quase sempre “sem chão”.

8. Sempre a olhar os oprimidos:
 qualquer um cujo sofrimento, dor emocional, a ser vítima de injustiça ou intimidado, chama a atenção e a compaixão de um empata.

9. Outros irão querer descarregar os seus problemas, até mesmo estranhos:
 um empata pode-se tornar uma lixeira para questões e problemas de toda a gente e se não tiver cuidado pode acabar como utilizando esses problemas como seus próprios.

10. Fadiga constante
os sensitivos muitas vezes ficam sem energia, seja de vampiros de energia ou apenas captando em demasia a energia dos outros, que até mesmo o sono não cure. Muitos são diagnosticados com Fadiga Crônica ou até Fibromialgia.

11. Personalidade possivelmente viciada
álcool, drogas, sexo, são, para citar apenas alguns vícios a que os empatas podem recorrer, para bloquear as emoções dos outros. É uma forma de auto-proteção, a fim de se esconder de alguém ou de algo. Pode não se tornar um vício mas, em menor escala, hábitos regulares.

12. Atração para a cura, as terapias holísticas e todas outras coisas metafísicas:
embora muitos sensitivos gostassem de curar os outros, podem acabar por se afastar dessa vocação (mesmo tendo eles uma capacidade natural para isso), depois de se terem estudado e formado, porque eles carregam muito daqueles que eles estão a tentar curar. Especialmente se eles não sabem da sua capacidade e habilidade da empatia.
 Qualquer coisa que tenha uma natureza sobrenatural é de interesse para os sensitivos e não se surpreende ou ficar chocado facilmente. Mesmo com uma revelação que muitos outros considerariam impensável, por exemplo, os empatas teriam reconhecido o mundo seria redondo quando todos os outros acreditavam que era plana.

13. Criatividade: 
a cantar, dançar, atuar, desenhar ou escrever, um empata terá uma forte veia criativa e uma imaginação muito fértil.

14. Amor pela natureza e pelos animais:
estar ao ar livre na natureza é uma obrigação para os sensitivos e os animais de estimação são uma parte essencial da sua vida. Podem não os ter porque acredita que eles devem ser livres mas têm grande carinho e proteção por eles.

15. Necessidade de solidão:
um empata vai agitar-se e ficar louco se ele não receber algum tempo de silêncio. Isto é ainda muito evidente em crianças empáticas.

16. Fica entediado ou distraído facilmente se não for estimulado nas tarefas mais rotineiras:
trabalho, escola e vida doméstica tem que ser mantidas interessantes para um empata ou eles desligam-se delas e acabam a sonhar, rabiscar ou a procrastinar.

17. Consideram impossível fazer coisas que não gostam: 
como no anterior, parece que eles estão a viver uma mentira por fazê-lo. Para forçar um empata a fazer algo que ele não gosta, através da culpa ou rotulando-o como passivo servirá apenas para fazê-lo ficar infeliz. É por esta razão que muitos sensitivos ficam rotulados como sendo preguiçosos.

18. Luta pela verdade:
isso torna-se mais predominante quando um empata descobre seus dons de nascença. Qualquer coisa que seja ele sente que está completamente errada.

19. Sempre à procura de respostas e conhecimento:
ter perguntas sem resposta pode ser frustrante para um empata e eles vão esforçar-se sempre para encontrar uma explicação. Se eles têm um conhecimento sobre algo, eles irão procurar a confirmação. O lado mau disso pode ser a sobrecarga de informações.

20. Gostam de aventura, liberdade e viagens: 
os sensitivos são espíritos livres.

21. Abomina a desordem:
ela traz uma sensação ao empata de peso e bloqueia o seu fluxo de energia.

22. Adora sonhar acordado:
 um empata pode olhar para o espaço por horas, ficando num mundo muito próprio e de muita felicidade.

23. Acha a rotina, as regras ou o controlo aprisionante:
qualquer coisa que tire a liberdade é debilitante para um empata.

24. Propensão para carregar peso sem necessariamente se desgastar:
o excesso de peso é uma forma de proteção para impedir a chegada das energias negativas que têm tanto impacto em si.

25. Excelente ouvinte: 
o empata não vai falar de si, a menos que seja para alguém em quem realmente confia. Ele gosta de conhecer e aprender com os outros e genuinamente cuidar.

26. Intolerância ao narcisismo:
embora sensato e generoso e muitas vezes tolerante para com os outros, os sensitivos não gostam de ter pessoas ao seu redor excessivamente egoístas, que se colocam em primeiro lugar e se recusam a considerar os sentimentos dos outros, ou pontos de vista diferentes do seu.

27. A capacidade de sentir os dias da semana:
um empata sentirá o “Sentimento de Sexta-feira”, quer ele trabalhe às sextas-feiras ou não. Eles captam sobre como o colectivo se está a sentir. O primeiro par de dias de um longo fim de semana de feriado (da Páscoa, por exemplo) pode ser sentido por eles, como se o mundo estivesse sorrindo, calmamente e relaxadamente. Domingo à noite, as segundas-feiras e terças-feiras, de uma semana de trabalho, têm um sentimento muito pesado.

28. Não vai optar por comprar antiguidades, vintage ou coisas em segunda mão
qualquer coisa que tenha sido pré-propriedade, carrega a energia do proprietário anterior. Um empata vai mesmo preferir ter um carro ou uma casa nova (se eles estiverem numa situação financeira que lhe permita fazê-lo), sem energia residual.

29. Sente a energia dos alimentos:
muitos sensitivos não gostam de comer carne ou aves, pois eles podem sentir as vibrações do animal (especialmente se o animal sofreu), mesmo se eles gostarem do seu sabor.

30. Pode parecer mal-humorado, tímido, indiferente, desconectado: dependendo de como um empata se sente, isso irá influenciar com que cara eles se mostram para o mundo. Eles podem ser propensos a mudanças de humor e se eles captaram energia muito negativa aparecerão calados e insociáveis, parecendo mesmo miseráveis. Um empata detesta ter de fingir ser feliz quando está triste, isso só aumenta a sua carga (torna o trabalho no sector de serviços, quando é preciso fazer o serviço com um sorriso, muito desafiador) e pode fazê-los sentir como que se escondendo debaixo de uma pedra.

Se você pode identificar-se com a maioria ou com todos os itens acima, então você é definitivamente mais um empata.

Os sensitivos estão a ter um momento particularmente difícil, no momento presente, captando todas as emoções negativas que estão a ser emanadas para o mundo a partir da população que sente as dificuldades da sociedade atual, por todo o mundo."

Por Alcino Rodrigues
Fonte:http://thesecret.tv.br/

3 de março de 2012

A origem do medo ser feliz...


“Vejo os homens se diferenciarem pelas classes sociais e sei que nada as justifica a não ser pela violência. Sonho ser acessível e desejável para todos uma vida simples e natural de corpo e de espírito”.A. Einstein

"Ao refletir sobre a origem do medo de ser Feliz considero importante observarmos que indivíduo e sociedade são faces da mesma moeda: um não existe sem o outro. Por outro lado, o indivíduo está contido na sociedade, assim como a sociedade está contida no indivíduo, através da sua internalização. Falar do indivíduo, portanto, é falar do social e vice-versa.

Na minha percepção, nossa sociedade, tal como está estruturada, tem contribuído de forma decisiva para o estado de alienação e de infelicidade em que se encontra o homem. Alguns fatores parecem se destacar:
1º – Seu aspecto competitivo. Valoriza-se a performance individual, em detrimento do sentido de equipe e de solidariedade que deveriam prevalecer nas relações humanas, o que tem gerado frustrações e ansiedades.

2º – A escalada consumista que a caracteriza. Com a ajuda da propaganda, deforma-se a realidade e invertem-se os valores. Os indivíduos são valorizados pelo que possuem e não pelo que são, fomentando-se, assim, desejos insensatos e não naturais, que têm colaborado para a manutenção da insatisfação.

3º – Seu caráter repressor e hipócrita, dificultando, assim, a expressão do verdadeiro ser das pessoas, transformando-as em seres alienados de si mesmo e do mundo, e como tal, infelizes, não-realizados e medrosos.

4º – O jogo de poder presente nas relações, fazendo de alguns os opressores e de outros os oprimidos (Noutras circunstâncias, o oprimido, não conscientizado, pode vir a se transformar  no opressor, cerceando igualmente possibilidades de expansão de outro ou de outros, numa ação própria daqueles que usam o poder para subjugar seres humanos).

É evidente que, numa sociedade competitiva e opressora, como é a nossa, o indivíduo tende a se tornar um ser vazio e infeliz, pois, quanto mais ele se enquadra, em busca de reconhecimento social, mais anula a expressão do seu verdadeiro ser.
Ao se identificar com seus títulos, seus cargos ou suas propriedades, o homem “civilizado”, se distancia cada vez mais da sua realidade: daquilo que dá sentido à sua vida e que faz dele um ser pleno.
 É como se ele corrompesse o que de mais essencial existe em si mesmo na busca de um certo status que, acredita, lhe “garantirá” ou lhe dará a condição para ser reconhecido e valorizado socialmente.

Seu organismo , em contrapartida, cobra caro o fato dele ter negado seus próprios valores humanos. Assim, ele vai se tornando uma pessoa ansiosa e infeliz, sem objetivos pessoais que dignifiquem a sua vida.
 Vai se tornando amargo e negativista. Seu potencial se perde, sem expressão, no emaranhado de uma sociedade opressora que tem lhe proporcionado poucas possibilidades de se realizar, de ser feliz.

O homem, em sua grande maioria, já não consegue mais se envolver e sentir prazer com aquilo que produz porque o seu trabalho e a sua produção estão dissociados da sua realidade existencial – daquilo que enriquece e dá significado a sua vida.
 Isto sem contar com a exploração a que muitas vezes é submetido ou a falta de oportunidade para exercer sua capacidade produtiva, em decorrência da recessão.
Sandor Rado afirma que o prazer “é laço que une”. Realmente, somente uma pessoa ligada a si, à realidade, aos outros e ao trabalho, de uma maneira íntegra, não dividida, poderá sentir o prazer, a felicidade.

A situação chegou a um nível tal que os indivíduos parecem não saber mais se divertir. O entretenimento é buscado como uma forma de fugir dos seus problemas. Daí a inclusão do álcool e das drogas cada vez mais presentes nas diversões dos adultos. É preciso ficar “alto” ou “viajar”para fugir do tédio e do vazio experimentados.

Na opinião de Schutz, se a sociedade é repressiva, ele ( o homem ) não pode mais se desenvolver inteiramente.
 Se as instituições sociais são destrutivas, ele não pode crescer.
 Se a vida em família é constrangedora, o trabalho desumano, as leis humilhantes, as normas intoleráveis, se o fanatismo e o preconceito são as bases da atuação humana, então nosso homem plenamente realizado está em situação muito difícil.

O prazer ao nível da organização surge quando uma sociedade e cultura são sustentadas e incrementadas para a auto-realização.(…) O prazer surge quando alguém realiza seu potencial para o sentimento, para a liberdade e abertura internas, para a expressão total de si mesmo, para poder fazer tudo que é capaz, e para estabelecer relações satisfatórias com os outros e com a sociedade.

Para Paul Tillich, “a coragem da sabedoria” é conflitada por medos e desejos que a sociedade coloca como máscaras assustadoras em todos os homens e coisas. Tirando-as, suas verdadeiras fisionomias são reveladas, desaparecendo o medo que elas causam.
Na sua apreciação, ele faz referências aos estóicos, filósofos que desenvolveram uma profunda doutrina da ansiedade, e cita os seguintes trechos de Sêneca e Epícteto, respectivamente:

“nada é terrível nas coisas, exceto o medo”, “porque não é a morte, ou a privação, que é uma coisa terrível, mas o medo da morte e da privação”.
Realmente. Se considerarmos a morte, observamos que morremos um pouco a cada instante. A morte, como momento final, apenas completa esse processo. Os horrores relacionados a ela desaparecem, uma vez que se retira a máscara da imagem da morte.

Analogamente, podemos supor que os medos introjetados podem conduzir os indivíduos a uma situação de não enfrentamento, impedindo assim, suas possibilidades de realização e conseqüentemente, de ser feliz. Quando se ousa, num processo de enfrentamento, percebe-se que a situação opressora é menor do que nos fizeram acreditar. O pai, o patrão, a igreja, o governo ou outro qualquer é redimensionado.

Evidentemente, que num contexto mais amplo, como o social, é necessário que o combate à situação opressora seja feita em união com outros, igualmente oprimidos.

Mas, não podemos nos esquecer de que a ação opressora se dá de modo diferente, de acordo com o contexto sócio-econômico do indivíduo.
Além disso, a mesma situação opressora é vivenciada de maneira particular por cada pessoa de uma mesma classe social.
 Sendo assim, o seu comportamento frente à opressão será conformista ou de confronto e de luta, de acordo com a sua percepção, que, por sua vez, é influenciada por fatores bio-psíquico, históricos e sócio-culturais."

Autora:Sônia Maria Lima de Gusmão, Psicóloga

6 de fevereiro de 2012

Competição: o Espelho de Narciso - por: Adriano Mastrorosa



"Muitos aspectos presentes no cotidiano nos levam a encarar a competição como sendo uma característica natural, presente na vida do ser humano e portanto devendo ser encarada como inevitável.

Por outro lado, se tomarmos o cuidado de observar como a sociedade valoriza e incentiva a competitividade podemos verificar que tal atitude é resultado de um esforço coletivo em mostrar as grandezas do ego e se colocar em posição de destaque e, portanto, uma construção social.

Longe de querer filosofar sobre a predominância natural ou cultural da competitividade, acreditando que ambos são significativos e presentes, o trabalho a seguir se propõe a fazer uma pequena discussão sobre a influência da competitividade e seu excesso na vida cotidiana, tentando traçar uma correlação entre competição e narcisismo, se apoiando para tal em alguns textos de psicanalistas contemporâneos que pensam a sociedade e experiências empíricas sobre o assunto.

Pretendemos discorrer sobre a necessidade de competir e sobretudo de vencer, os prejuízos e implicações causadas por estas ações e a importância que assume nos dias atuais do ponto de vista psicológico e social.

A competição coroando o narcisismo

A competição está presente em nossas vidas desde muito cedo. Se levarmos em conta que o espermatozóide mais ágil e rápido será aquele que fecundará o óvulo, podemos dizer que a competição está presente antes mesmo de sermos gerados.

Ainda na infância somos submetidos às mais diversas comparações, o filho mais obediente, a criança mais comportada, a que come mais ou chora menos (1)...

Aos sete anos de idade muitos pais colocam seus filhos em escolinhas dos mais diversos esportes e ao final de cada jogo o precoce atleta é questionado: "...quem ganhou?", "quantos pontos você fez?" e assim por diante (2).

Na escola as coisas não mudam muito, sempre existe o melhor aluno, as melhores notas, mais inteligentes, o primeiro da classe.
Vestibular é a copa do mundo para o estudante, é a hora de provar que todo esforço valeu a pena (3), é hora de brilhar e conquistar o grande prêmio, afinal apenas aqueles que estiverem no topo da lista terão o direito de ingressar na universidade escolhida.

Depois vem o primeiro emprego, a escolha do parceiro, o convívio social e continuamos tendo de provar nosso valor, tendo de ser campeões, estar sempre na frente e jamais perder...

Se prestarmos atenção, a todo o momento estamos comparando nosso desempenho, confrontando opiniões, medindo performance. Buscamos ganhar a qualquer custo, queremos ser sempre os melhores e qualquer segundo lugar soa como derrota.
A competição é a tônica dos dias atuais, a vitória tem seu valor exacerbado e qualquer resultado diferente do idealmente desejado, se torna sinônimo de fracasso.

Dentro da cultura do narcisismo fundamentada por Lasch (1984), percebe-se uma supervalorização do eu (4) e uma excessiva preocupação com a individualidade, a comparação se torna instrumento que certifica a própria grandiosidade.

Qualquer demonstração de superioridade ou fatos que evidenciem as qualidades do sujeito serve de gás, inflando seu ego e lhe garantindo uma melhor posição diante da sociedade.

Espera-se que o indivíduo seja um vitorioso e este constrói sua imagem segundo esta prerrogativa, buscando a todo custo parâmetros que o aproximem da imagem por ele criada5. Segundo Caligaris (1996,p.89) "... é a dita cultura do narcisismo, em que o fundamento do laço social são estereótipos que todos queremos espelhar."

Cria-se a necessidade de se autotestar a todo momento, na busca de aproximar-se do modelo vitorioso criado. Neste processo, qualquer tropeço é encarado como desastre pois mostra uma face indesejada, expõe nossa imperfeição e nos afasta do estereótipo concebido de perfeição e grandiosidade.

Para corresponder à condição esperada e desejada, esconde-se os aspectos negativos e se ressalta os positivos.

O indivíduo passa a viver fora da realidade, a se imaginar com características fantasiosas, passando a existir, segundo Birman (1999), na exterioridade, evidenciando a estetização do eu. Neste momento, ao outro cabe o papel de expectador, admirador e enaltecedor das virtudes do personagem criado.

"Na cultura do espetáculo, o que se destaca é a exigência infinita da performance, que submete todas as ações daquele. De novo aqui se confunde o ser com o parecer, de maneira que o aparecimento ruidoso do indivíduo faz acreditar no seu poder e fascínio.
 Nessa performance, marcada pelo narcisismo funesto em seus menores detalhes, o que importa é que o eu seja glorificado, em extensão e em intenção. Com isso, o eu se transforma numa majestade permanente, iluminado que é o tempo todo no palco da cena social".(Birman,1999 p.168)

Temos, pois, a cultura do espetáculo e a infinita necessidade da performance.

As exigências para consigo em busca da performance são cada vez maiores uma vez que o desejo jamais poderá ser satisfeito (kehl,1996). A corrida atrás de uma imagem idealizada, impossível de ser alcançada, resulta em frustração para o ego. Sempre haverá alguém mais novo, mais bonito, mais veloz, mais...

A competição naturalmente presente na vida do indivíduo é incentivada pela sociedade "... o sujeito da cultura do narcisismo é tão socialmente determinado quanto qualquer outro" (Ibidem).
 Incentivada muitas vezes a ponto de provocar no indivíduo um sentimento de fracasso absoluto por não conseguir atender ao apelo constante de performance.
 Sentimento este, capaz de contribuir para que o indivíduo se torne vítima de psicopatologias como depressão, síndrome do pânico e toxicomanias, comuns nos dias de hoje.(Birman, 1997)

Outro fato possível de ser verificado quando há um excesso de preocupação com a performance, com a busca de resultados e a conseqüente individualização do sujeito é a dificuldade encontrada pelas pessoas em interagirem umas com as outras e criarem laços de amizade e companheirismo, uma vez que a preocupação em se destacar ofusca o interesse pelo outro e não oportuniza o compartilhamento fraterno de problemas, alegrias, preocupações e anseios em nome do bem comum e do crescimento mútuo.
 O outro é o adversário e não o companheiro de caminhada.

Temos, então, uma sociedade cada vez mais preocupada consigo, indiferente aos assuntos daqueles que dividem com elas a mesma rua, o mesmo escritório, enfim, o mesmo espaço. Estão tão próximas fisicamente, mas infinitamente distantes no convívio diário.
Considerações finais

Se Tomarmos por base a natureza e sobretudo a luta pela vida comumente vista em documentários sobre a vida selvagem, onde animais mais fortes e ágeis devoram os menos em nome da sobrevivência, é fácil traçar um paralelo e encarar a acirrada competição dos dias de hoje como natural.

 O detalhe que muitas vezes esquecemos é que nós, ao contrário dos animais, somos dotados de consciência e temos condições de garantir a nossa sobrevivência sem termos necessariamente de devorarmos uns aos outros. Ao contrário, podemos colaborar com o próximo em nome do bem comum.

Independente de qualquer especulação filosófica a respeito da natureza competitiva ou não do homem, o incentivo da coletividade a este aspecto exacerba sua importância transformando irmãos em rivais, contribuindo com a distância entre os seres humanos e alimentando a cultura do narcisismo voltando o indivíduo para si.

Ao permitir e até valorizar a busca desenfreada pela vitória, cria-se socialmente um quadro em que a busca por sobrepujar o próximo impede qualquer possibilidade de convívio fraterno.
 Por outro lado, a derrota assume um caráter vexatório e indesejável.
 O processo perde o valor diante da necessidade de resultados positivos e é instalado o vale tudo em nome da exaltação do ego.

Faz-se necessário que evoquemos a nossa consciência, deixando de dar tamanho valor ao confronto e à competitividade junto aos nossos filhos e alunos, escolhendo entre a criação de gladiadores ou seres humanos capazes de construírem uma sociedade pautada na cooperação, na amizade, na solidariedade.

Notas
Relações triangulares edípicas, disputa dos filhos pelo amor dos pais.

Narcisismo dos pais refletido nas crianças. Os pais transferem seus desejos para os filhos.

Os esforços do indivíduo e de todos que nele investiram (como os pais), dívida do indivíduo com aqueles que nele acreditaram e investiram.

O termo Eu/Ego utilizados no texto, são entendidos conforme a definição psicanalítica do termo, definida por Freud e que pode ser consultada no Vocabulário de psicanálise de Laplanche e Portalis (1998).

Esta idéia corresponde ao termo Eu ideal criado por Freud em Para introdução do Narcisismo de 1914. Para maiores detalhes, examinar verbete em Vocabulário de psicanálise de Laplanche e Portalis (1998)."
Obs. O autor, professor (educação física) Adriano Mastrorosa é pós-graduado em sócio-psicologia pela FESP-SP e mestrando em educação: história, política, sociedade na PUC-SP

17 de julho de 2011

Decida ser Feliz!!


"A sociedade não pode permitir o êxtase. O êxtase é a maior revolução. Se as pessoas ficarem em êxtase, toda sociedade terá que mudar, porque a sociedade está baseada na miséria.

Se as pessoas forem felizes, será impossível levá-las á guerra, ao Egito ou Israel. Alguém que é feliz apenas rirá e dirá: Que absurdo!

Se as pessoas forem felizes, você não poderá torná-las obcecadas por dinheiro. Elas não disperdiçarão suas vidas acumulando dinheiro. Isto parecerá uma loucura, trocar suas vidas por dinheiro morto, ficar morrendo e acumulando dinheiro, sendo que o dinheiro ainda existirá quando elas estiverem mortas. Isto é uma loucura total! Mas esta loucura não pode ser vista a menos que você esteja em êxtase.

Se as pessoas estiverem em êxtase, todo padrão desta sociedade terá que mudar.
Esta sociedade vive na miséria.

A miséria é o maior investimento desta sociedade. Assim nós criamos as crianças, desde o nascimento, criamos um aprendizado através da miséria. Eis porque elas escolhem a miséria.

Pela manhã, todo mundo pode escolher.
E não apenas ao amanhecer; na verdade, a todo momento há uma escolha entre ser miserável ou feliz.

Mas você sempre escolhe ser miserável porque há um investimento.

Você sempre escolhe ser miserável porque isto se tornou um hábito, um padrão.Você sempre agiu assim. Tornou-se eficiente nisso, esta é sua trilha.
A miséria é tão antinatural, ninguém quer ser miserável e todos são miseráveis. A sociedade fez um grande trabalho, uma grande obra.

A educação, a cultura e os agentes culturais, os pais, os professores fizeram uma grande obra.Transformaram criadores extasiados em criaturas miseráveis. Toda criança nasce em êxtase, toda criança é um deus ao nascer.

E todo homem morre como um louco.

A menos que você descubra, a menos que você recupere a sua infância não será capaz de tornar-se como as nuvens brancas no céu..Este é todo seu trabalho, SADHANA, recobrar sua infância, recuperá-la . Se vocês puderem se tornar crianças novamente então não haverá mais miséria.

Uma criança pode sentir-se miserável, pode ficar infeliz, intensamente infeliz em um momento, mas ela é tão total nesta infelicidade ela é tão inteira nessa infelicidade, que não existe divisão. Ela não rejeita este sentimento. A criança não olha para a infelicidade, ela É a infelicidade no momento, e quando você se torna inteiro na infelicidade, a infelicidade não é mais. Então ela tem sua própria beleza.

E após a raiva, a criança fica silenciosa.

Após a raiva, a criança fica em paz..
Se você se tornar inteiro em alguma coisa, ficará feliz. Se separar a si mesmo de qualquer coisa, tornar-se-á miserável. 

Fique dividido com o ego e esta será a base de toda miséria. Fique inteiro, fluindo com tudo o que a vida traz, fique nisso intensamente, totalmente, de modo a não ser mais, a se perder...e tudo será felicidade.

Torne-se alerta, em todos os momentos em que estiver escolhendo ser miserável, lembre-se: a escolha é sua. Esta conscientização o auxiliará, essa percepção de que a escolha é sua, de que você é o responsável e de que isto é o que você está escolhendo manifestar na sua vida.

E uma vez que você sabe que a escolha é sua, a coisa toda se torna um jogo. Não existe ninguém que seja responsável por suas escolhas, só você.

O drama é seu, não pergunte aos gurus ou as pessoas como deixar de ser miserável, isto é absurdo. As pessoas chamadas de gurus existem porque vocês são tolos. Vocês criam a miséria, e depois vão perguntar aos outros como livrar-se dela. E continuam criando miséria porque estão inconscientes das suas ações.
Apartir deste momento sejam felizes, experimentem"..

Fonte: OSHO, Meu caminho: O caminho das nuvens brancas

27 de junho de 2011

Raizes do medo! de Elisabeth Cavalcante


"O medo é, sem dúvida alguma, o maior entrave para que levemos uma vida plena e feliz. Nós o assimilamos muito cedo, ainda na infância, pois, infelizmente, muitos pais utilizam o medo como arma educacional. Ameaçam as crianças com todo tipo de punição para obter obediência.



Portanto, não é à toa que nos condicionamos a temer, inicialmente o castigo, depois a rejeição daqueles de quem dependemos para sobreviver.
Não podemos culpá-los por isso, pois eles também foram educados no medo. 

Mesmo aqueles que tiveram uma educação mais liberal, sem tanto rigor, acabam contaminados pelo medo que predomina ao seu redor.
A sociedade em que vivemos se baseia no medo para obter o controle sobre as pessoas.

 Atualmente, a mídia é a principal responsável pela disseminação da energia do medo. Catástrofes e fatalidades recebem um destaque absurdamente exagerado e, quanto maior o grau de inconsciência daqueles que recebem estas informações, mais elevado será o medo.


Todos sabemos que a violência tem se ampliado nos últimos anos; ela é resultado da doença coletiva, do estado de adormecimento em que vive a maior parte da humanidade.


Aqueles que já adquiriram um grau razoável de consciência, precisam atuar como contraponto a esta energia e tentar levar um pouco de luz àqueles com os quais convivem. Mas, sem esquecer de que nem sempre será possível obter uma resposta favorável.


O despertar da consciência só acontece aos que estão prontos. Para muitos, a verdade continuará a passar despercebida, pois eles não serão capazes de enxergá-la. E não há nada que possamos fazer quanto a isto.

Mas devemos continuar tentando ampliar a corrente dos despertos, sempre e a cada dia, com a esperança renovada de que, aos poucos, mais e mais gotas se juntarão a este oceano.:



"...Uma pessoa amadurecida deve desconectar-se de tudo que estiver relacionado com o medo.É assim que a maturidade chega. 


Apenas observe todos os seus atos, todas as suas crenças e descubra se elas estão baseadas na realidade, na experiência, ou se estão baseadas no medo.


E qualquer coisa baseada no medo precisa ser imediatamente abandonada, sem um segundo pensamento. É uma armadura. Não posso dissolvê-la. Só posso simplesmente lhe mostrar como você pode abandoná-la.


Continuamos a viver a partir do medo - e assim vamos envenenando toda experiência. Amamos alguém, mas com base no medo: isso se deteriora, envenena. Buscamos a verdade, mas se a busca tiver base no medo, então você não irá encontrá-la.


O que quer que faça, lembre-se de uma coisa: Com base no medo você não irá crescer. Você irá apenas encolher e morrer. O medo está a serviço da morte.


...Uma pessoa destemida possui tudo que a vida quer lhe dar como um presente. Agora não há mais nenhuma barreira. Você será banhado com presentes, e tudo que você fizer terá um vigor, uma força, uma certeza, um tremendo sentimento de autoridade.


Um homem vivendo com base no medo está sempre tremendo por dentro. Ele está continuamente a ponto de ficar louco, porque a vida é imensa, e se você estiver continuamente com medo... 

E há todo tipo de medo. Você pode fazer uma lista enorme, e você ficará surpreso de quantos medos estão lá - e você ainda está vivo!

 Há infecções por toda parte, doenças, perigos, seqüestros, terroristas... E uma vida tão pequena. E finalmente existe a morte, a qual você não pode evitar. Toda sua vida ficará em trevas.

“Abandone o medo! O medo foi inconscientemente adquirido por você na sua infância; agora, abandone-o conscientemente e amadureça. E, então, a vida pode ser uma luz que vai se aprofundando à medida que você vai crescendo." (Osho, Extraído de: Beyond Psychology).

Elisabeth Cavalcante

4 de novembro de 2010

PRECONCEITO, RACISMO E DISCRIMINAÇÃO SOCIAL !

"Cartilha Cidadania para Todos


O Estado brasileiro foi constituído a partir de diferentes matrizes étnicas e culturais, formando, assim, uma sociedade multicultural. As desigualdades sociais, construídas historicamente com base na exploração econômica, violência e escravidão gerou um modo de pensar e agir desiguais.

Várias são as incompreensões existentes entre os termos Preconceito, Racismo e Discriminação.

O documento Brasil, Gênero e Raça, lançado pelo Ministério do Trabalho, define:

Racismo – "a ideologia que postula a existência de hierarquia entre grupos humanos";

Preconceito - uma indisposição, um julgamento prévio negativo que se faz de pessoas estigmatizadas por estereótipos";

Estereótipo - "atributos dirigidos a pessoas e grupos, formando um julgamento a priori, um carimbo. Uma vez ‘carimbados’ os membros de determinado grupo como possuidores deste ou daquele ‘atributo’, as pessoas deixaram de avaliar os membros desses grupos pelas suas reais qualidades e passam a julgá-las pelo carimbo";

Discriminação – "é o nome que se dá para a conduta (ação ou omissão) que viola direitos das pessoas com base em critérios injustificados e injustos, tais como: a raça, o sexo, a idade, a opção religiosa e outros".

Racismo é crime inafiançável e imprescritível.(Art. 5.º, XLII, CF).

Segundo a Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. A Carta diz, também, que constituem princípios fundamentais da Republica Federativa do Brasil o de promover o bem comum, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação.

Dentre os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor, punidos pela lei (Leis N.º 7.716/89 e 9.459/97), estão os seguintes:

1 – Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Pública, bem como negar ou impedir emprego em empresa privada.
2 – Recusar, negar ou impedir a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino público de qualquer grau;
3 – Impedir o acesso ou recusar o atendimento nos seguintes locais: a) restaurantes, bares e confeitarias; b) estabelecimentos esportivos, casas de diversões e clubes sociais abertos ao público; c) hotéis, pensões e estalagens;
4 – Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e respectivos elevadores ou escadas de acesso.

Caso você tenha sofrido algum tipo de discriminação racial, procure os endereços abaixo:

Procuradoria Geral da Defensoria Pública
Rua Profa. Alice Azevedo, 461 – 1.º andar – Centro
João Pessoa – PB CEP: 58.013-480
Tel.: (083) 241- 1113/1937


Conselho Estadual de Defesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (CEDDHC)
Rua Profa. Alice Azevedo, 461 – 2.º andar, da sala 272/276 - Centro
João Pessoa – PB CEP: 58.013-480
Telefax (083) 221- 3593"

Fonte:http://www.dhnet.org.br/w3/ceddhc/bdados/cartilha14.htm

**Não devemos aceitar  ou ficar  indiferentes a nenhum tipo de descriminação seja ela de que tipo for.. portanto denuncie... denuncie sempre não podemos calar diante deste tipo de abuso..!!

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