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2 de janeiro de 2013

Com o coração aberto - de Ana Jácomo



"Às vezes, na estranha tentativa de nos defendermos da suposta visita da dor, soltamos os cães. Apagamos as luzes. Fechamos as cortinas. Trancamos as portas com chaves, cadeados e medos.
 Ficamos quietinhos, poucos movimentos, nesse lugar escuro e pouco arejado, pra vida não desconfiar que estamos em casa. 
A encrenca é que, ao nos protegermos tanto da possibilidade da dor, acabamos nos protegendo também da possibilidade de lindas alegrias.

Impossível saber o que a vida pode nos trazer a qualquer instante, não há como adivinhar se fugirmos do contato com ela, se não abrirmos a porta. 
Não há como adivinhar e, se é isso que nos assusta tanto, é isso também que nos dá esperança.

É maravilhoso quando conseguimos soltar um pouco o nosso medo e passamos a desfrutar a preciosa oportunidade de viver com o coração aberto, capaz de sentir a textura de cada experiência, no tempo de cada uma.
 Sem estarmos enclausurados em nós mesmos, é certo que aumentamos as chances de sentir um monte de coisas, agradáveis ou não,
 mas o melhor de tudo, é que aumentamos as chances de sentir que estamos vivos.

Podemos demorar bastante para perceber o óbvio: coração fechado já é dor, por natureza, e não garante nada, além de aperto e emoções mofadas. 
Como bem disse Virginia Woolf, “não se pode ter paz evitando a vida.”

Ana Jácomo
Fonte:http://recantovirtualdasil.spaceblog.com.br

17 de novembro de 2012

Encontrando Alegria na Simplicidade por Deepak Chopra

"Existe dentro de cada um de nós um estado natural de consciência simples e aberta, em que nos sentimos felizes, iluminados, e em paz. Em contraste, o estado de sofrimento ou infelicidade é complicado. Complicações podem assumir muitas formas, incluindo um estilo de vida desequilibrado, relacionamentos tóxicos, dívidas emocionais reclusas, a resistência, a indecisão, vícios e crenças negativas condicionadas.

Quando a nossa vida é muito complicada, estamos sob o peso de coisas supérfluas em todos os níveis. Podemos começar a deixar de lado as complicações que nos fazem sofrer, cultivando um simples estado de consciência. Neste processo, pequenos passos podem produzir grandes resultados, em parte porque a simplicidade é o comportamento padrão da natureza. O sofrimento e as complicações que o alimentam não são naturais, desperdiçando energia para manter a complexidade. Enquanto você se concentrar na simplificação de sua vida, garanta que a sua abordagem para o processo seja amar e aceitar. Certifique-se que você está fazendo agora tudo o que você pode fazer neste instante, isso é tudo que qualquer um pode fazer. Quando você permanece no momento, você tem todo o tempo do mundo e tudo o que precisa ser feito será concluído no momento exato. 

Exercício: Desprendendo-se da Complexidade

Esta é uma prática que vai ajudá-lo a deixar ir embora o que não é mais você, e voltar para o seu estado inerente de plenitude, felicidade e bem-estar. Primeiro pergunte a si mesmo: “Há algo na minha vida me fazendo sentir uma sensação de mal-estar, desconforto ou dor?” Você pode escolher um problema persistente que tem incomodado você por anos ou pode ser algo que foi notado recentemente. Apesar de não haver problema em se concentrar em uma doença física crônica, este exercício não deve ser abordado como uma cura – estamos focando nos padrões de percepção que nos encorajam a nos agarrar ao sofrimento. Aqui estão algumas das complicações mais comuns:

Desordem: Considere o seu ambiente físico. A sua casa é uma bagunça? Sua mesa está enterrada sob pilhas de trabalho? Você está deixando os outros causarem desordem e bagunça no espaço que você compartilha?

Stress: Embora as pressões da vida sejam inevitáveis, se no final do dia, você não consegue se desapegar completamente do dia e retornar a uma calma, um estado interior centrado, então você está estressado. Faça uma lista dos principais fatores estressantes em sua vida e desenvolva idéias, seja para eliminar o elemento estressante, ou para alterar o impacto que ele está tendo em seu estado emocional. 

Relacionamentos tóxicos: Você está em relacionamentos com pessoas que não têm o seu bem-estar em consideração? Faça uma lista delas e considere o que você pode fazer para proteger-se de sua influência tóxica. Às vezes, estabelecer melhor os limites e praticar o uso consciente das ferramentas de comunicação pode ser transformador. Em alguns casos, o fim de um relacionamento pode ser necessário. Ao mesmo tempo, focalize em consolidar suas relações saudáveis, de modo que elas sejam ainda mais amorosas e gratificantes. 

Negatividade: Saúde e bem-estar são o estado natural do corpo e da mente. Por nos embrenharmos na negatividade, impedimos a nós mesmos de viver no simples estado de bem-estar.
 Você muitas vezes fofoca sobre os outros ou saboreia seus reveses?
 Você tende a escolher os amigos que gostam de criticar e reclamar? 
Você se sente obrigado a assistir a cada desastre ou catástrofe no noticiário da noite?

 Lembre-se, qualquer coisa em que colocamos nossa atenção, se expande em nossa experiência, por isso analise no que você está concentrando seu tempo e energia.

Estilo de Vida Não-saudável: A sua rotina diária, dieta e estilo de vida como um todo apoiam a sua saúde e bem-estar?
 Quando não temos o hábito de uma alimentação saudável, um sono reparador, exercício físico regular, uma prática espiritual diária, tais como a meditação ou diário, e outros hábitos de cura mente-corpo, inevitavelmente nos sentimos cansados, fora de equilíbrio, irritáveis, e às vezes até deprimidos. 
Que aspectos da sua vida que você gostaria de transformar para lhe trazer mais saúde e felicidade?

Para as próximas semanas, sente-se sozinho por pelo menos cinco minutos a cada dia com a intenção de limpar complicações. No tempo que você reserva para esta compensação, determine em que área você precisa se concentrar mais e trabalhe nisso. Pode ser uma das complicações mencionadas acima ou uma área diferente que o está impedindo de experimentar um estado de simplicidade pacífica.

Comece pensando na menor ação possível você pode tomar e, em seguida, faça-a. Em seguida, escolha a ação imediatamente inferior, e faça também. A ação pode ser realmente tão pequena quanto abrir o armário para ver se aqueles tênis confortáveis estão lá dentro. Então, no dia seguinte você pode se comprometer a colocar os tênis, e no outro dia você pode decidir ir a pé até a agência dos correios. Embora esses pequenos atos possam parecer triviais, com o tempo eles ajudam a criar impulso e transformam nossa experiência."

Deepak Chopra, Doutor em Medicina, é um autor best-seller, professor, e fundador do ‘Centro Chopra para o Bem-Estar’ em Carlsbad, Califórnia.
Fonte:http://www.casajaya.com.br/encontrando-alegria-na-simplicidade-um-artigo-de-deepak-chopra/

11 de novembro de 2012

LUZ – A Nossa essência espiritual II por Wagner Borges



"Por que você chora e se sente infeliz, se a Luz das estrelas brilha em seu coração?
Talvez você tenha se esquecido de sua verdadeira natureza espiritual e pense que é apenas um ser humano.

Contudo, não há nada mais enganoso do que isso!
Porque você nunca deixou de ser uma consciência espiritual, uma centelha do Todo, que, no presente momento, temporariamente está humano... E a sua verdadeira essência é a Luz!

Na verdade, você veio de uma estrela; está em uma estrela; e, eventualmente, irá para outra estrela.
Ou seja, você é um viajante sideral que, nesse instante, está aprendendo algo aqui na Terra.
Sua jornada não começa e nem termina nesse mundo.

E você é muito mais do que os sentidos limitados do seu corpo lhe dizem... E se for para chorar, que seja por Amor, não por coisas ruins.
Que seja choro de realização, por sentir a Luz do Eterno em seu coração... E quando você orar, que não seja como um mendigo espiritual implorando por ajuda celeste, não!

Que seja como um autêntico herdeiro das coisas do Céu, um espírito brilhante que se sente parte integrante do universo.
Ah, que seja sempre em Espírito e Verdade.

Paz e Luz."

 Wagner Borges 
Fonte:http://www.ippb.org.br/index.php?option 

18 de setembro de 2012

Deixe-se em paz por Martha Medeiros...


"Geralmente é o que se deseja intimamente: paz para o mundo, paz para todos, paz para os torcedores, paz para os moribundos, paz para os iraquianos. É um desejo legítimo, mas qual a nossa contribuição prática para ajudar a construir uma serenidade universal? 
O máximo que podemos fazer é garantir nossa própria paz.

Portanto, esses são os meus votos: deixe-se em paz.

Parece uma frase grosseira, mas é apenas um desejo sincero e generoso. 
Deixe-se em paz. Não se cobre por não ter realizado tudo o que pretendia, não se culpe por ter falhado em alguns momentos, não se torture por ter sido contraditório, não se puna por não ter sido perfeito. Você fez o melhor que podia.

Aproveite para estabelecer metas mais prosaicas para o futuro que virá, ou até meta nenhuma. Que mania a gente tem de fazer listinha de resoluções, prometer mundos e fundos como se uma simples virada de ano bastasse para nos transformar numa pessoa mais completa e competente. 

Você será o que sempre foi — e isso já é muito bom, pois presumo que você não seja nenhum contraventor, apenas não consegue dar conta de todos os seus bons propósitos, quem consegue? Às vezes não dá. Vá no seu ritmo, siga sendo quem é, não espere entrar numa cabine e sair de lá vestido de super-homem ou de super-mulher. Deixe de fantasias.

Deixe-se em paz.

Se quer tomar alguma resolução, resolva ajudar os outros, fazer o bem, dedicar-se à coletividade, seja mais solidário. Não deixe os menos favorecidos na paz do abandono, na paz do esquecimento. Mas esquecer um pouco de você mesmo, pode. Deve. Não se enquadre em comportamentos que não lhe caracterizam, não se enjaule por causa de decisões das quais já se arrependeu, não se arrebente por causa de questionamentos incessantes.

Liberte-se desses pensamentos todos, dessa busca sofrida por adequação e ao mesmo tempo por liberdade. Nossa, ser uma pessoa adequada e livre ao mesmo tempo é uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Será mesmo tão necessário pensar nisso agora? Deixe-se em paz.

Não dê tanta importância à melhor roupa para vestir, à melhor frase para o primeiro encontro, às calorias que deve queimar, à melhor resposta para quem lhe ofendeu, às perguntas que precisa fazer para se autoconhecer.

Chega de se autoconhecer. Deixe-se em paz.

No fundo, estou escrevendo para mim mesma.

Não me deixo em paz. Estou sempre avaliando se agi certo ou errado, cultivo minhas dúvidas com adubo e custo a me perdoar. Tenho passe livre para o céu e também para o inferno. Preciso me deixar em paz, me largar de mão, me alforriar.

Só falta alguém ensinar como é que se faz isso."
Autora:Martha Medeiros

8 de junho de 2012

A Paz Interior por Paramahansa Yogananda


"Deves executar todas as tuas ações de maneira pacífica, 
pois a paz é a melhor medicina para o corpo, a mente e a alma. 
Está é a forma mais maravilhosa de viver. (Paramahansa Yogananda)

Existe uma cura para o estresse 
A calma é o estado ideal com o qual deveríamos receber todas as 
experiências da vida. O nervosismo é o oposto à calma e ocorre de forma 
tão generalizada hoje em dia que se converteu em um mal mundial. O 
melhor remédio contra o nervosismo é cultivar a calma. Quem é calmo por
natureza não perde sua capacidade de raciocinar nem seu sentido de
justiça ou de humor em nenhuma circunstância.

A serenidade é uma virtude formosa. Devemos modelar nossa vida
de acordo com o desenho de um triângulo: os dois lados são a calma e a 
doçura, e o terceiro lado, a base, é a felicidade. Não importa se atuemos de 
forma rápida ou lenta, de forma solitária ou em meio ao burburinho, nosso centro interior deve ser equilibrado e sereno. Cristo é um exemplo deste 
ideal, pois onde quer que estivesse, sempre manifestava paz. Ele passou 
todas as provas imagináveis sem perder a serenidade.

Vive a divina consciência de tua alma
Somos almas – eternas, imutáveis – feitas a imagem da felicidade 
imortal de Deus. Nossa vida deve refletir continuamente esse sempre 
renovado gozo. Jamais permita que nada lhe tire a felicidade interior. Deves 
aprender a arte de viver como uma alma intrépida, capaz de sorrir diante de 
qualquer problema. 
O seu estado natural é o da alegria permanente. A felicidade que 
buscas consiste em ser tão feliz que possa desfrutar de qualquer coisa que possua. Não é muito melhor que perambular tolamente pelo mundo como 
um inquieto demônio, incapaz de encontrar satisfação em nada? 
Quem medita profundamente sente uma maravilhosa quietude
interior. Quanto maior é a paz que sentes na meditação, mais próximo 
estarás de Deus. Ele se aproxima de ti cada vez mais, à medida que te 
aprofundas na meditação. A paz da meditação constitui a linguagem do
Senhor e o seu confortante abraço. 

Ganhar a batalha da vida cotidiana 
Se és capaz de conservar a paz interior, lograste a vitória suprema. 
Qualquer que seja tua situação na vida, jamais se sinta justificado para
perder a paz. Quando esta te abandona e não podes pensar com claridade, 
então perdeste a batalha. Se nunca malogras tua paz, perceberás que a 
vitória te acompanha sempre, independentemente de como se resolvem 
teus problemas. Essa é a forma de conquistar a vida. 
Em todo momento, pratica a calma imperturbável. Converte-te no rei, 
no monarca absoluto, de teu próprio reino mental de calma. Não permitas 
que nada te perturbe esse aprazível reino de calma. Noite e dia, leva 
contigo o gozo da “paz de Deus que supera todo entendimento”. 

Essa equanimidade mental – preservada graças à prática regular da 
meditação profunda – elimina o aborrecimento, a decepção e as aflições da 
vida diária, transformando a vida numa interessantíssima e alegre 
experiência da alma. 
Não espere até amanhã 
O mundo venera os homens poderosos, tais como Alexandre Magno 
e Napoleão. Agora, pense no estado mental de tais personagens ! Considera agora a paz que desfrutava Cristo: uma paz que não podia ser 
arrebatada por nada. Tendemos a pensar que buscaremos esta paz 
amanhã, mas dessa forma jamais a encontrarão. Busca-a agora mesmo.
A maioria das pessoas é como a mariposa que volteia sem propósito 
algum. Parece nunca chegar realmente a nenhum lugar, nem deter-se mais 
de algum instante, antes que nova distração a atraia. A abelha, todavia, 
trabalha e se prepara para os tempos difíceis. A mariposa vive unicamente 
conforme o dia. Quando chega o inverno, a mariposa desaparece, enquanto 
que a abelha permanece armazenando o alimento para viver. Devemos
aprender a recolher e armazenar o mel da paz e o poder de Deus. 

Concentra tua atenção em teu interior. Sentirás um novo poder, uma 
nova força e uma nova paz, em teu corpo, mente e espírito. Você tem o 
privilégio e a oportunidade de construir teu próprio céu aqui mesmo, e conta 
com todos os meios para fazê-lo"...

Paramahansa Yogananda 
Texto compilado do livro LA PAZ INTERIOR –

23 de abril de 2012

O desabrochar da natureza divina...

"Certamente um desejo puro habita o coração da humanidade.
Mesmo que, no momento atual, ele não esteja aparente na consciência de muitos, permitir que a natureza divina se manifeste é o desejo mais profundo e mais antigo que habita cada um dos seres humanos.

Com o desabrochar desse sentimento da natureza divina, a vida torna-se mais bela e o planeta mais habitável. 
São luzes que se acendem e ajudam a iluminar o caminhar da humanidade!
A sugestão é a prática do silêncio, da meditação e da conversa coração a coração consigo mesmo .

A aproximação do ser consigo mesmo o remete a aproximar-se de Deus, independente de fatores externos.
Minimizar o uso da razão ou da mente reflexiva induz à percepção de seus sentimentos mais belos.
Dar espaço à paz interior e deixá-la simplesmente fluir é uma boa experiência.
Deixar a paz fluir em seu corpo físico, no coração, no cérebro, nos órgãos e células de seu corpo físico concede chances à alma de se fortalecer e se manifestar.
Cultivar a atenção à respiração é importante para este processo.
Respirar sem pressa, deixando o ar chegar ao diafragma, deixando-o repousar alguns segundos ali, antes de expirar também lentamente, faz com que a mente se acalme de forma natural.

Não ter pressa com resultados, nem criar expectativas e usar um tempo diário concedendo-se um descanso, tanto físico como espiritual é requisito mínimo a quem tem consideração por si próprio! Você tem direito a este descanso!
Assim, a natureza divina, de maneira simples e natural poderá ter espaço para se manifestar."
Autor: Herbert Santos

8 de março de 2012

As transformações começam conosco...


"Há um antigo ditado japonês que diz: "se houver relacionamento, faço; se não houver relacionamento, saio". Um Mestre Zen, no final do século passado, fez a seguinte alteração: "havendo relacionamento, faço; não havendo, crio relacionamento".

Essa mudança de paradigma é extremamente importante. Devemos também lembrar que criar um relacionamento não significa, necessariamente, obter resultados imediatos, embora muitas vezes estes ocorram.

Novos relacionamentos em padrões antigos perdem seu significado. Precisamos criar relacionamentos a partir de novas maneiras de nos relacionar, de ver o mundo, de ser, de interser. Essa nova maneira pode, inclusive, recarregar de energia positiva antigos relacionamentos.

Para descobrirmos novas maneiras precisamos, primeiramente, desenvolver a capacidade de perceber como estão nossos relacionamentos atuais.

Observe e considere meticulosamente a si mesmo. Perceba como está se relacionando em casa, na rua, no trabalho, no lazer. Perceba como respira, como anda, como toca nos objetos, como usa sua voz,
 como são seus gestos e pensamentos e os não pensamentos.
 Esse observar não deve ser limitante, constrangedor, confinador. Apenas observe. 
Como você se relaciona com o meio ambiente, biodiversidade, reciclagem, justiça social, melhor qualidade de vida, guerras, violência, terror, paz, harmonia, respeito, garantia dos Direitos Humanos?
 Como você e o seu logos se relacionam entre si e em relação aos projetos de sucesso, de lucro, de desenvolvimento e progresso de sua organização?
Como está se relacionando com o mais íntimo de si mesmo, com a essência da Vida, com o Sagrado?

Será que é capaz de ver, ouvir, sentir e perceber a rede de inter-relacionamentos de que é feita a vida? Percebe e leva em consideração, na tomada de decisões, a interdependência?

Tanto individualmente, como no coletivo, nossa participação e compreensão como estão? Será que estamos conscientemente vivendo nossas vidas e direcionando nossos pensamentos, ações e palavras para o sentido de mudança que queremos e sonhamos?
Mahatma Gandhi disse: "Temos de ser a transformação que queremos no mundo".

Geralmente pensamos no mundo como alguma coisa distante e separada de nós, mas nós somos a vida do universo, que está em constante movimento. Podemos até dizer que o mundo somos nós.
 Nossa vida forma o mundo, é o mundo, não apenas está no mundo. Inclui todas as formas de vida e seus derivados e nos inclui neste instante, instante após instante.
 Há um monge chinês do século VII, Gensha Shibi, que dizia: "O Universo é uma jóia arredondada. Somos a vida desse universo em constante transformação. Nada vem de fora, nada sai para fora".
De momento a momento tudo está mudando. Nós fazemos parte dessa mudança e podemos escolher, discernir qual o caminho que queremos dar a esse constante transformar.
 É por isso que digo que a transformação começa em nós. Na verdade, vai além de apenas começar.
 Acontece em nós. Nossa capacidade humana de inteligência e compreensão nos permite fazer escolhas. E o que estamos escolhendo?
Outra frase de Mahatma Gandhi:
"Quando uma pessoa dá um passo em direção à Paz, toda a humanidade avança um passo em direção à Paz"

A minha decisão, a sua decisão pode transformar ou influenciar a direção da mudança.

Há um sutra budista que descreve o mundo como uma rede de inter-relacionamentos. Como se fosse uma imensa teia de raios luminosos e em cada intersecção uma jóia capaz de receber essa luz e emitir raios em todas as direções.
 Qualquer pequena mudança afeta o todo. Cada ser que se transforme em um ser de paz, de harmonia, de ternura, carinho e respeito pela vida em todas as suas formas estará sendo uma mudança viva e influenciando tudo e todos.

Qual o primeiro passo? Conhecer a si mesmo. Conhecer nossos mecanismos.

O que nos afeta e nos incomoda? O que nos alegra? O que nos irrita? Como transformar a raiva em compaixão? Como transformar o desafio em competição leal, justa, empreendedora, enriquecedora? Sem nos preocuparmos com os créditos, se formos capazes de fazer o bem, não fazer o mal, fazer o bem aos outros estaremos transformando nossos lares, nossas amizades, nosso ambiente de trabalho, nossas organizações, nossas cidades, estados, países, nações, mundo... e a nós mesmos...no florescimento da Cultura da Paz.

"Estudar o Caminho de Buda é estudar a si mesmo. Estudar a si mesmo é esquecer-se de si mesmo. Esquecer-se de si mesmo é ser iluminado por tudo que existe. Transcender corpo e mente seu e dos outros. Nenhum traço de iluminação permanece e a Iluminação é colocada à disposição de todos os seres." (Mestre Zen Eihei Dogen - 1200-1253)
É importantíssimo que iniciemos este "estudar a si mesmo", já. 
Cada um de nós que perceber seu próprio mecanismo ficará em controle desse mecanismo e não mais à mercê de seus sentimentos e emoções, desejos e frustrações, puxado, empurrado, espremido e puxando, empurrando, espremendo - envenenados pela ganância, raiva e ignorância.

Imagine um mundo aonde podemos brilhar uns para os outros, sem ódios, mas com carinhoso respeito e terna compreensão. Percebendo nossas diferenças, aceitando a diversidade da vida e juntando nossas capacidades tanto intelectuais como físicas na construção desse verdadeiro Céu, Paraíso, Terra Pura, Shambala de que falam as religiões, todas elas.

Cabe a nós, a cada um de nós criar esse relacionamento de carinho com a vida, de ternura com todos os seres, de compreensão, de sabedoria e compaixão para percebermos o Caminho Iluminado e o Nirvana permeando toda a existência.

Isso é dar vida à nossa própria vida."

Autora:Monja Coen
Publicado originariamente na Revista Prana Yoga Journal
 

5 de janeiro de 2012

Da Lei da Atracção à Lei da Abundância..


"Enquanto seres encarnados todos nós estamos sujeitos a várias Leis. Desde as Leis materiais que tentam regular a vida dentro do universo manifestado, como é o caso da Lei do Carma, até às Leis Espirituais que nos impulsionam para fora deste universo através da sintonia com a Vida que nele se manifesta. 


A Lei da Atracção, tão divulgada hoje, é uma Lei que opera dentro do circuito da Mãe e por isso mesmo é uma Lei material, própria do universo planetário aonde nos encontramos encarnados. Essa Mãe, que é a substância lúcida do universo manifestado, e por isso material, reage aos nossos pensamentos e sentimentos, que são energia, devolvendo-nos aquilo que desejámos, não na forma de um impulso espiritual ou de uma expansão de consciência, já que isso é do domínio do circuito do Filho, mas através das formas por nós desejadas.
 Essa Lei possibilita, unicamente, pela compreensão do seu funcionamento e dos seus mecanismos de acção e reacção, encontrarmos um equilíbrio de forças dentro deste universo a que chamamos Planeta Terra.

Esse equilíbrio, que não é vertical, mas apenas uma forma de deslocar forças e organiza-las, permitindo-nos aplainar as arestas do caminho. Contudo, embora esse aplainar das arestas possa até ser importante num momento específico do nosso processo evolutivo, buscar essa Lei para constantemente retirar desse caminho todas as arestas será certamente uma armadilha na qual não devemos cair.

Se eu retiro do caminho todos os obstáculos que a Vida me traz, e que estão ali para que eu possa amadurecer como ser espiritual, a possibilidade desse crescimento e desse amadurecimento é cancelada. Eu fico dentro de uma bolha hipnótica criada pelos meus próprios desejos, e ali, na ilusão da felicidade material, estagno todo o meu processo espiritual na liberdade que deixarei de ter.

É como se nós fossemos este cão de rua, que de tão desesperado pelos caminhos da sua vida, emite para essa grande Mãe o desejo de ter todos os dias comida no prato e uma casa limpa para dormir. E essa grande Mãe, como qualquer mãe, vendo a sinceridade do seu pedido, satisfaz-lo enviando alguém que, passando pela rua, o recolhe.
 A partir de então esse cão irá passar a ter todos os dias comida no prato e uma casa limpa onde morar. Só que junto com a satisfação desse desejo, que aparentemente melhorou a sua vida, vem também uma coleira, uma trela e os limites do muro da casa de alguém que passou a ser o seu dono.

Buscar a Lei da Abundância é sair do circuito viciado da Lei da Atracção, é confiar integralmente na vontade do Pai, sem desejar coisa alguma. É ser este cão de rua, livre, e acreditar que o universo vai trazer tudo aquilo que ele necessita para o seu próprio crescimento, sejam coisas boas ou não.
 Se eu retiro desta equação as coisas desagradáveis, eu estagno completamente o meu processo espiritual, pois dentro de um plano dual, a evolução faz-se pelo confronto dos opostos. É assim que lapidamos a nossa pedra bruta em cristal polido e reluzente.

É certo que nessa travessia do deserto, nesse caminhar descalço pelas areias escaldantes, de pés pelando com o calor, sequiosos de água, sem forças, é certo que encontrar um pequeno oásis onde possamos pousar os pés em água fresca, beber de um coco e comer algumas tâmaras poderá ser uma pausa agradável e por vezes necessária. Mas atenção, aquele oásis não é a terra prometida, essa encontra-se no fim do deserto.
 O perigo da Lei da Atracção é ficarmos ali como se este fosse o lugar de chegada e, de pés na água fresca, de coco numa mão e tâmaras na outra, recostados numa palmeira, deixarmos passar ao lado toda a nossa vida e toda a razão de ser de aqui estarmos encarnados.

Que possamos compreender que não estamos encarnados apenas para atrair pessoas agradáveis. Nós estamos aqui para servir e servir o plano evolutivo é aceitar integralmente aquilo que vida nos traz. Se eu retiro do circuito, através da Lei da Atracção, as pessoas que me incomodam, a quem é que eu estarei a ajudar? Sim, porque Jesus poderia ter ficado junto dos apóstolos e ali não haveria crítica nem julgamento. Mas ele foi para o meio dos “pecadores”, dos gentios, daqueles que o criticavam porque isso era servir a Deus.
 Se ele invocasse a Lei da Atracão para trazer para a sua vida apenas coisas boas e as pessoas agradáveis, hoje nada saberíamos desse Jesus que teria ficado lá num qualquer monte da palestina falando para o seu grupo restrito de eleitos.

Vamos parar de nos iludir com promessas de uma espiritualidade fácil, porque isso é algo que não existe, não porque o caminho espiritual seja difícil, não, ele é muito simples. O problema é que nós estamos atados a tanta tralha civilizacional e reencarnatória, que quando nos é proposto trabalhar tudo isso de forma consciente e frontal nós fugimos.
 E fugimos porque, soltar aquilo que não queremos largar, implica sofrimento e ninguém quer sofrer. E como ninguém quer sofrer recorre-se à Lei da Atracão como uma fuga a essa transformação.

Se nós não queremos sofrer, e isso é legítimo, então não temos que fugir de coisa alguma, por maior que seja a dor que isso nos traga, mas apenas soltar e desapegarmo-nos de tudo aquilo que tem que ser transformado, colocando tudo isso nas mãos dessa grande Mãe. Sim, porque o processo é exactamente o oposto. Não se trata de pedir coisas ao génio da lâmpada, mas sim entregar-lhe tudo aquilo que tem que ser transformado em nós. É para entregar e não para pedir.

Não entramos no circuito da Abundância fugindo de nós próprios, não entramos no circuito da Abundância pedindo a essa grande Mãe a satisfação dos nossos desejos, não entramos no circuito da Abundância com cursos, palestras, cheques enviados a Deus e coisas que tais.

Nós entramos no circuito da Abundância pela entrega, pela fé, que é esta certeza inquestionável que tudo está ali para o nosso crescimento e amadurecimento e que por isso não temos que fugir de nada, nem buscar o caminho mais cómodo, que embora nos possa trazer água fresca para os nossos pés, nada nos trará para a nossa verdadeira transformação como seres espirituais que somos.

Sim, porque um ser pode dominar por completo a Lei da Atracção, trazendo para a sua vida toda a felicidade material e estar completamente estagnado em termos espirituais, enquanto que um outro, nada sabedor dessa Lei e que até poderá ter a sua vida um tanto caótica do ponto de vista material, poderá estar a dar passos significativos nesse mesmo crescimento.

Ao entrarmos dentro da Lei da Abundância o universo, sem que nós tenhamos que pedir coisa alguma, ou questionar o que quer que seja, porque já nos entregamos incondicionalmente a ele, irá fazer chegar a nós tudo aquilo que necessitamos para cumprirmos a nossa função, que tanto poderá ser coisa alguma do ponto de vista material como mais que tudo aquilo que alguma vez nós pudéssemos ter desejado.
 É indiferente. E é indiferente porque o foco não está mais naquilo que se recebe, mas sim naquilo que tem que ser realizado.

A escolha será sempre nossa. Podemos recusar continuar a caminhar pelo deserto rumo à verdadeira Abundância, estacionando num qualquer oásis. Mas atenção, a Lei da Atracção é temporária como tudo aquilo que é material. Basta uma tempestade de areia e o deserto avançará sobre o oásis. A Abundância, que é uma Lei Espiritual, é eterna, e depois de alcançada nunca mais se separará de nós, venham as tempestades que vierem."

PAX,
Autor:Pedro Elias
Este texto faz parte do livro Reflexões Espirituais para um Nova Terra.

20 de outubro de 2011

RECONCILIE-SE!


"Você não pode dar o que não tem. Se não estiver em paz consigo mesmo, você não pode dar a paz. Se não dá a paz, você nunca se tornará um instrumento de paz. Tome a decisão de ser perdoar por todas as suas fraquezas e falhas; deixe ir a sua culpa autodestrutiva sobre os erros do passado e saiba que havia valor em sua jornada através da noite escura da sua alma.
Quando você criar a paz para si mesmo, observe atentamente tudo o que você fez e se lembre de que você precisou de todas aquelas experiências a fim de lhe fornecer a energia para que você tivesse o impulso para avançar para uma frequência espiritual mais elevada. Eventualmente, você reconhecerá que virtualmente cada avanço espiritual é precedido por um desastre de algum tipo e que todos os eventos indesejados de sua vida foram necessários. Por quê? Porque eles ocorreram, e não há acasos neste sistema inteligente, que chamamos de nosso universo.

Se você é melhor do que costumava ser, esta já é uma boa razão para criar a paz para si mesmo.
Todas as auto-reprovações, a culpa, o desapontamento, o ódio e a raiva que você dirige para si mesmo, simplesmente o afastam da paz."


Por Wayne W. Dyer

Namastê – Compartilhado com amor.

Tradução: Regina Drumond – reginamadrumond@yahoo.com.br          
 http://www.luzdegaia.net/

4 de outubro de 2011

O silencio, a melhor resposta!



Desejamos paz, queremos paz e ansiamos a paz! No entanto  nos defrontamos com situações que aparentemente nos conduzem a enfrentamentos, embates e conflitos. Em determinados momentos, o gatilho emocional é detonado e entramos em choque com os outros, por motivos completamente fúteis ou  motivos inexplicáveis. Sentimos o impulso que nos inflama e nós dá um prazer imediato, perdemos muitas vezes total controle sobre nós mesmos, nossa voz e percepções transformam-se,  a agressividade e violencia nos dominam. A mente se posiciona para um alerta e defesa de posições, comandos de ataque, marcando identidade...  é o ego agindo, imperando, nos dominando...

A compreensão de que este estado conflitante  é algo que conduz a situações desgastantes de animosidade e violencia nos leva a buscar o que mais ansiamos, a felicidade de um viver harmônico, fraterno esta maravilhosa sensação de imensa paz e leveza.Mas como atingir este estado num mundo que insufla a competitividade, a comparação e ao individualismo nefasto e egoista? 
Objetivamente e sem muitas ponderações podemos afirmar que  Só  viveremos em paz com o mundo, se estivermos em paz com nós mesmos.O mundo exterior é espelho do meu mundo interior, cada um só pode dar o que tem dentro de si.
  
 O mundo não vai mudar, as pessoas não vão mudar. O que pode mudar é nossa relação com o mundo, é nossa relação com as pessoas.
Não existe outro caminho, a não ser voltar-se para dentro, chama-se o caminho do autoconhecimento. 

 Precisamos transformar nosso estado de inconsciencia, desfazendo a ilusão, acordando para nosso poder interior oculto, nossa presença, nossa verdadeira identidade, além da mente, além do ego.. mergulhar ao encontro do nosso ser espiritual e simples. 
E podemos elaborar esta conexão, quando no silencio nos encontramos com o agora, este momento onde perpassa o sempre,porque como diz Osho:
"A mente só funciona no passado ou no futuro. No presente não há mente." só o agora, silencio.

É importante nos lembrar do principio da impermanência, pois tudo passará.O passado passou, o futuro não sabemos se nem como será, somente existe este momento, agora. Os estados conflitantes nos mantêm prisioneiros, hibernando adormecidos  na competição, na inveja, nos vicios, e paixões da matrix.
 Precisamos desenvolver, despertar  a consciência para adquirirmos  força e  humildade para irmos em frente,evoluindo, fortalecendo nosso ser interior mesmo sabendo que não é uma tarefa fácil. 

 Por isto precisamos tanto do silencio, pois assim abriremos espaço para a conexão com o coração, para nossa alma. Precisamos da meditação, porque silenciosamente  nos conectamos com os planos e niveis superiores do ser, o Eu Sou que transcende em nosso interior.
 No silencio encontramos o caminho para irmos em busca das respostas na conexão com nós mesmos. Portanto não nos enganemos com as falsas promessas e ilusões do ego e as ilusões  do mundo, somos poeira das estrelas e nosso destino é muito maior e muito além do que nem imaginamos, porque como diz JUNG,  quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta.....
     "Aprenda, com o silêncio, a ouvir os sons interiores da sua alma.

Aprenda, com o silêncio, a respeitar o seu eu, a valorizar o ser humano que você é, a respeitar o templo que é o seu corpo e o santuário que é a sua vida.


Aprenda, com o silêncio, a valorizar o seu dia e a sua vida. A enxergar em você as qualidades que possui e descobrir as imperfeições, despertando a consciência para o que precisa ser aprimorado.

Aprenda, com o silêncio, que a vida é boa, que nós só precisamos olhar para o lado certo, ouvir a música certa, ler o livro certo e escolher as devidas companhias.

Aprenda, com o silêncio, a relaxar, mesmo no pior trânsito, na maior das cobranças, nos momentos de dificuldade e de maior discórdia, calando-se para evitar futuros desafetos.

Aprenda hoje, com o silêncio, que gritar não traz respeito. Que apenas ouvir, em muitos momentos, é melhor do que falar.

Aprenda, com o silêncio, a aceitar alguns fatos, a ser humilde, deixando o orgulho de lado e evitando reclamações vazias e sem sentido.

Aprenda, com o silêncio, a reparar nas coisas mais simples e a valorizar o que é belo.
Aprenda, com o silêncio, que a solidão não é a pior companhia.

Aprenda, com o silêncio, que tudo tem um ciclo, como as marés que insistem em ir e vir, como os pássaros que migram e voltam ao mesmo lugar e como a Terra, que faz a volta completa sobre seu próprio eixo.
* * *
Por vezes, o silêncio pode ser confundido com fraqueza, apatia ou indiferença. Porém, ser capaz de calar-se em certos momentos, é uma grande virtude.
Os verdadeiros mestres sabem ser firmes sem renegarem a mais perfeita quietude e benevolência.

Jesus demonstrou a Sua grandeza, permanecendo sempre em harmonia, sem perturbar-Se em momento algum.

Prossigamos, buscando sempre que possível, o recolhimento e o silêncio que acalma, harmoniza e edifica." (Por Redação do Momento Espírita ) 
                                                           Mariangela Barreto    

31 de agosto de 2011

O Infinito Humano: Paz! por Scott Rabalais


 "A experiência da paz interior pode ser descrita como uma experiência de serenidade, tranquilidade e quietude. Pode também ser definida como uma ausência de luta, ansiedade e perturbação. Enquanto a paz é uma condição procurada por indivíduos, políticos, grupos e países, ela permanece sempre muito fugaz. Quando uma situação se resolve, parece que outra surge. Com todos os esforços dirigidos para uma resolução pacífica, porque é a paz tão difícil de alcançar?

Numa consciência mais elevada reconhece-se que a paz é o nosso estado natural de ser. De modo similar à liberdade, amor, harmonia e verdade, a paz é inerente na luz. É a própria essência do nosso ser. Conforme experimentamos a luz, experimentamos a paz, comummente referida como a “paz de espírito”. No entanto, a paz que é da luz não é da mente, mas está para além dos pensamentos que fluem na nossa consciência.

A experiência da luz pode assemelhar-se à contemplação das águas tranquilas de um lago parado. Quando as águas não são agitadas, existe na superfície um reflexo perfeito das árvores, das nuvens e do céu. Assim que as águas se agitam, a natureza já não pode ser reflectida com clareza. Da mesma forma, o processo do pensamento é o que causa a perturbação na percepção da luz. Unicamente na quietude a mais profunda paz é experimentada.

À medida que a nossa consciência se afasta da luz (a nossa essência) para a nossa mente, desenvolve-se uma lacuna na percepção. A nossa atenção move-se para a mente dualista, que funciona numa polaridade de positivo-negativo, uma perturbação da unidade da existência. É na mente que nós criamos o julgamento e o medo. 

Esta condição polarizada da mente afasta-nos da nossa verdadeira identidade como seres de luz da paz. Esta percebida separação dos nossos eus autênticos dos nossos eus “pensantes” constitui o vazio interior que proíbe uma percepção da paz.

Então, como é que tapamos este vazio interior? Temos duas escolhas.

Uma escolha é tentar encher o vazio com uma miríade de estímulos. Alguns tentam a bebida e as drogas enquanto outros se refugiam na ganância e na opulência. Nós utilizamos as relações e as actividades num esforço para preencher o vazio. Filmes, livros, espectáculos de TV e carreiras intelectuais tudo pode servir como veículos para preencher o vazio interior. Qualquer coisa e tudo pode ser um suporte para encher o vazio dentro de nós quando nos falta uma sensação de paz interior.

Obviamente, isto não quer dizer que os filmes ou livros ou os vossos colegas seres humanos são para ser ignorados ou proibidos. Podemos co-existir com cada aspecto do cosmos quando num estado de paz, em vez de o usarmos como uma tentativa para completar a incompletude interior.

Escolher o caminho de “encher” o vazio é apenas uma solução temporária. Ficamos satisfeitos momentaneamente, até que cedo essa satisfação se dissolve e nós necessitamos de outro estímulo. Devemos continuar a alimentar o vazio, até sermos confrontados com um abismo que é, muitas vezes, considerado insuportável.

 Pode ser o nosso pior pesadelo, um vislumbre do nada, um sentimento de estar perdido e confuso. Com frequência consideramos melhor ocupar a mente com um suprimento infinito de estímulos do que enfrentar o “desconhecido” dentro de nós.

Quando percebemos o jogo que estamos a jogar e a futilidade de tentarmos tapar o vazio através do uso da mente, podemos considerar a segunda opção. Esta escolha é alinhar a auto-percepção com a percepção da luz. 

Quando o fazemos, todas as noções falsas e limitadas acerca de quem somos caem. Já não precisamos de encher um vazio porque ele desaparece. Nós percebemos a nossa identidade verdadeira como luz, e alinhamo-nos com a nossa autenticidade. Estamos conscientes da nossa completude e da nossa plenitude. Nenhum vazio permanece e nós ficamos em paz.

Este reconhecimento da paz e da plenitude é nosso quando transcendemos a mente e entramos nos reinos mais elevados. Devemos trazer a mente para a quietude, o que é conseguido através da consciência.

 É a beleza da meditação – observar simplesmente os pensamentos que dançam no ecrã da nossa mente – que permite que o “lago” esteja quieto e perfeitamente reflexivo.

O simples passo na consciência, que nos leva para fora da mente e para a consciência transcendental, é o primeiro passo para a paz. Trata-se de uma paz profunda para além da descrição, que está livre de qualquer discórdia interna, conflito ou luta. Esta paz tem uma profundidade infinita e não tem limites. É tão vasta como o próprio cosmos.

Em uma consciência transcendente, a mente é relegada para o seu lugar e propósito certos. Ela está lá para servir como instrumento da luz, por assim dizer, em vez de mestre da nossa experiência. Já não andamos mais ao sabor dos altos e baixos dos nossos pensamentos e emoções. Em vez disso, gozamos a fortuna da equanimidade que é a luz. Nós somos os mestres das nossas experiências em vez das vítimas. Usamos os pensamentos para nos servirem, em vez de eles nos governarem.

A discórdia entre as nações, facções, religiões e outras entidades trata-se, simplesmente, de um reflexo colectivo do estado das consciências das pessoas. Onde existir o desconhecimento da luz interior, haverá um vazio.

Onde houver um vazio, haverá provavelmente medo, medo de si mesmo e do que existe dentro. Esse medo diz: “Eu tenho medo de saber quem e o que sou”.

Quando percebemos que não há necessidade do medo e que, no interior, nós somos plenos e completos, estamos prontos para dar o passo para a paz. Quanto mais longe nós andamos no caminho da luz, mais nos afastamos da mente e das suas percepções limitadas. 

À medida que caminhamos para a paz, o abismo fecha-se e já não somos assombrados por uma identidade falsa. Ainda melhor, nós temos uma vida profunda – uma em que caminhamos cada passo sem medo, dúvida ou preocupação – uma vida de paz sem fim.

Paz é um estado de ser, em vez de um estado da mente. É a nossa experiência quando a mente cessa, quando percebemos que somos infinitos seres de luz do cosmos. Não é necessário encontrar um ambiente calmo para experimentar a paz, tal como um local isolado na floresta ou na praia ao pôr-do-sol. 

Não importa onde estamos e o que estamos a fazer, nós tornamo-nos paz. Trata-se da própria natureza da nossa existência. Na nossa consciência dessa natureza, nós somos pacíficos."

Direitos de Autor Scott Rabalais – É concedida permissão para copiar e distribuir este artigo de forma livre na condição de que o nome do seu autor seja incluído no mesmo.
Tradução
: Ana Belo anatbelo@hotmail.com

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