"Quem sabe, precisa ser sóbrio.
Não vale saber para destruir.
Muita gente, aos primeiros contatos com a fonte do conhecimento,
assume atitudes contraditórias. Impondo ideias, golpeando aqui e acolá,
semelhantes expositores do saber nada mais realizam que a perturbação.
É por isso que a ciência, em suas expressões diversas, dá mão forte a
conflitos ruinosos ou inúteis em política, filosofia e religião.
Quase todos os desequilíbrios do mundo se originam da intemperança naqueles que aprenderam alguma coisa.
Não esqueçamos. Toda ciência, desde o recanto mais humilde ao mais
elevado da Terra, exige ponderação.
O homem do serviço de higiene
precisa temperança, a fim de que a sua vassoura não constitua objeto de
tropeço, tanto quanto o homem de governo necessita sobriedade no
lançamento das leis, para não conturbar o espírito da multidão.
E não
olvidemos que a temperança, para surtir o êxito desejado, não pode
eximir-se à paciência, como a paciência, para bem demonstrar-se, não
pode fugir à piedade, que é sempre compreensão e concurso fraternal.
Se algo sabes na vida, não te precipites a ensinar como quem
tiraniza, menosprezando conquistas alheias. Examina as situações
características de cada um e procura, primeiramente, entender o irmão de
luta.
Saber não é tudo. É necessário fazer. E para bem fazer, homem algum
dispensará a calma e a serenidade, imprescindíveis ao êxito, nem
desdenhará a cooperação, que é a companheira dileta do amor."
Emmanuel/Francisco C.Xavier
Fonte: do livro “Vinha de Luz”