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17 de novembro de 2016

O Fantástico clube dos intensos por Esther Chaves



"Prazer, nasci com a alma transbordante.

Sinto tudo derramando, e não sei explicar porquê acontece e se há algum remédio para isso.

Se houver cura, dispenso. As coisas normais não me atiçam. Não me aceleram. Não me continuam.

Preciso da sofisticação do que é aparentemente simples. Do abraço da brisa nos poros. Dos respingos do sol adornando a tarde. Da carícia na ponta dos dedos, da massagem demorada nas costas. Preciso sentir que há um outro. Preciso senti-lo existindo, respirando perto, pulsando, trocando ideias e experiências. Preciso dessa vizinhança das almas que conversam até mesmo sem nada dizer.

O ritmo lento da normalidade não me empurra, não me anima. Não me agita. Não me faz querer voar para a voragem dos olhares que troco na rua, para os encontros que fazem com que as almas se encaminhem para dentro de si mesmas e se abracem por dentro.

Eu não nasci para o morno. Eu não nasci para a realidade pálida que não se oferece à ousadia. Eu não nasci para os dias parados e sem cores. Eu nasci para pintar. Eu nasci para amar intensamente, de dentro para fora! Por dentro e por fora, sem medo do não e do adeus repentino. O único medo é não avançar quando quero. Não amar quando posso. Quando o coração sinaliza que já não dá para desconversar e mudar a estrada.

Eu nasci para o fogo, para intimidade quente de um cobertor dividido. Para um sorriso que se abre sem procurar motivo. Para o café forte coado no coador de pano. Para o delírio de uma bela canção executada no violino.

Quem é intenso, é delicado, é esvoaçante. Tem renda no pensamento e mania de levitação.

Ser intenso é reconhecer-se em tudo, é colocar borda na alma dos outros. É retirar o tapume dos olhos quando a realidade ameaça a doçura.

Quem é intenso sabe o quanto pode ser considerado estranho por “sentir demais” num mundo de palavras e sentimentos tão mecânicos, onde qualquer demonstração de afeto é confundida com fraqueza.

Fraco é quem não sabe mais sentir. Quem não sabe abraçar com o olhar. Fraco é quem joga a toalha e vive no modo “automático”. Sentindo pouco, guardando emoções para usar depois, estocando sentimento para uma oportunidade especial. Especial é ser intenso. E quem disse que não tem lágrimas?

O coração do intenso não é blindado. Vez ou outra, uma pancada forte o acerta em cheio, e ele, dolorido, reclama, arde, soluça no travesseiro e pede proteção. A tristeza às vezes bate à porta, maltrata, derruba algumas certezas, revira alguns sonhos, esculacha, mas não é capaz de matar a esperança.

A esperança nos intensos é como um membro primordial do corpo, não é possível arrancar. Não se desfaz à toa. A esperança nunca anda só. Quem tem esperança tem artimanha e carta na manga para reerguer o castelo depois da tragédia e ainda sobra disposição para fazer graça.

O grande trunfo do intenso é, sem dúvida, a sua capacidade de não saber disfarçar o que sente. Os sentimentos estão sempre falando alto, se espalhando pelos gestos, orquestrando as ações. O intenso nunca nega o que é. A alma não deixa…"

Esther Chaves

9 de janeiro de 2012

O despontar do novo homem: da caverna para a luz!.




O  maravilhoso video de Robert Happé que faz parte deste post, com sua mensagem de amor e possibilidade de transformações profundas, me proporcionou a oportunidade de reproduzir o último ensaio que escrevi para meu espaço no site Recanto das Letras.

Vibra fortemente em meu coração a energia da esperança,  paralelo a este sentimento, existe a profunda certeza de que  ao seu lado intercambia o processo de transformação, uma perspectiva de mudança de/para um novo fluxo. Esta condição de transição para algo que se move para um objetivo maior, um novo rumo, inspirou-me e conduziu-me á  metáfora filosófica de  Platão e sua alegoria da Caverna. 

Dentro do contexto moderno de mundo contemporanêo, onde vivemos todos imersos nesta caverna global impregnada de sombras e padrões consumistas, capitalistas, hedonistas e egoistas, o humano se foi sem nunca ter sido. Assim como na alegoria platônica os homens vivem acorrentados sobrevivendo á ilusão das sombras tecnológicas, ideológicas que os conduzem, onde arrastam-se somente, corpos versus corpos, vampirizando-se entre devaneios e paixões  animalescas que os brutalizam. Enfim,os limites foram extrapolados, a queda atingiu as entranhas do fundo do poço, a dor transborda, as máscaras não mais se sustentam nas faces. É preciso despertar, avançar e deslocar-se da caverna para a luz urgentemente.

No interior sombrio deste  mundo cavernoso,violento, traumático as convicções  aprisionam sonhos, impõem dogmas a seres  sem perspectiva e acesso a felicidade,liberdade e paz interior. Uma herança sombria contaminada pela mentira original, que nega a mensagem libertadora da consciencia  desperta semeada pelas palavras e sacrificios dos mensageiros iluminados. Todos eles nos dizem através dos tempos, sois/somos deuses.

No grande macro cosmos em que vivemos,onde tudo é Um, interligado ao Todo, esta verdade ainda é   arrogantemente depreciada pela ciencia tradicional, onde o cartesianismo impõe-se. No entanto,apesar  das resistências sombrias e nefastas, irrompe  incontestavel o novo paradigma cientificamente fundamentado.A fisica  quântica demonstra e revela  que o ser humano faz parte de um todo harmonico, numa percepção baseada no primado da consciência, com total  possibilidades de transformações.  

É possivel e viável darmos o salto quântico e nos deslocarmos definitivamente  da caverna para a luz. É possivel fazermos a transição para esta nova consciencia que  liberta e transcende através de respeitosa interação e conexão  com todos os seres vivos, com  a natureza, com nosso corpo, valorização de uma vida mais simples, com mais meditação e conexão do Eu Sou em nós, nossa alma, essência interior. Tudo depende somente do querer real de dentro para fora de cada um de nós todos.

Mariangela.   




3 de novembro de 2011

Os bons são maioria!

"Uma campanha de marketing nacional trouxe uma verdade bela e esperançosa.
Espalhados pelas cidades, vários outdoors revelavam alguns dados estatísticos muito interessantes. Eis alguns deles:

Para cada pessoa dizendo que tudo vai piorar, existem cem casais planejando ter filhos.

Para cada corrupto existem oito mil doadores de sangue.

Enquanto alguns destroem o meio ambiente, 98% das latinhas de alumínio já são recicladasno Brasil.

Para cada tanque fabricado no mundo, são feitos cento e trinta e um mil bichos de pelúcia.

Na Internet, a palavra amor tem mais resultados do que a palavra medo.

Para cada muro que existe no mundo, se colocam duzentos mil tapetes escritos “bem-vindo”.

Enquanto um cientista desenha uma nova arma, há um milhão de mães fazendo pastéis de chocolate.

Existem razões para acreditar. Os bons são maioria.
* * *
Estamos precisando de visão otimista e positiva como esta em nosso mundo.
Aqueles que desejam ver o mundo em pânico e se alimentam de notícias ruins – pois dizem que são essas que vendem – não podem mais controlar nossos sentimentos.

Nós, como consumidores de notícias, de informações, devemos mostrar que desejamos também ver o lado bom do mundo, da vida, das pessoas.
Se analisarmos qualquer noticiário, seja local ou nacional, iremos ainda perceber a grande dominação das notícias ruins, como se o mundo estivesse vivendo o caos absoluto.

Não é bem assim. Muito de bom está sendo feito no mesmo instante em que ocorrem assassinatos, acidentes, crises políticas, etc.

O bem está sendo construído no mundo, sim, mesmo os pessimistas e terroristas de plantão dizendo que não ou mesmo se negando a ver.
O que acontece é que, muitas vezes, os bons ainda são tímidos e receosos. Isso os impede de se sobrepor aos maus bulhentos e arrojados.

Allan Kardec, emO livro dos Espíritos, questiona, no item 932:
Por que, no mundo, os maus têm geralmente maior influência sobre os bons?
Eis a resposta que obteve dos Espíritos:
É pela fraqueza dos bons. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes últimos quiserem, dominarão.

Permaneçamos refletindo sobre esta última afirmação: Quando os bons quiserem, dominarão.
Reflitamos qual nosso papel nesta mudança. O que posso fazer para ter parte nesta dominação pacífica e definitiva do bem na face da Terra.

Permitamos que nossos gestos de amor ganhem o mundo e mostrem à sombra que seus dias de dominação estão contados.

Raia o sol de uma Nova Era. O tempo do amor finalmente chegou.
Façamos parte desta transformação de alegria que tomará conta do orbe.Amemos mais. Participemos mais. Sorriamos mais."

Redação do Momento Espírita com citação do item 932 deO livro dos Espíritos, de Allan Kardec

27 de janeiro de 2011

Ansiedade: O Sofrimento Antecipado - por Hilda Kemp

"A palavra ansiedade vem do latim "anxietate" e nos dicionários tem como significado: aflição, angústia, ânsia, medo, receio, atitude emotiva concernente ao futuro e que caracteriza por alternativas de medo e esperança, entre outros.

Os termos ansiedade ou transtornos ansiosos são as recentes denominações do que antes chamávamos de neuroses (da época de Freud).

Entendemos que ansiedade está ligada a um futuro desconhecido e temido.

Sabemos que na pré-história, o homem precisava estar sempre atento ao perigo, pois sua vida dependia de sua ação. Ele precisava caçar e estar sempre atento e tenso para não ser a caça de outros animais.

Nesse estado de tensão acontecem alterações fisiológicas: as glândulas supra-renais recebem informações, liberam a adrenalina que vai para a corrente sangüínea, possibilitando assim que a musculatura receba maior quantidade de sangue para que a pessoa possa enfrentar o perigo eminente, fuja ou ainda que fique paralisada a fim de escapar de um possível ataque.

Assim, há uma tendência de antecipar-se, de preocupar-se permanentemente como se nossa integridade física dependesse desse estado de constante alerta, ou seja, é como se nossa sobrevivência dependesse de estarmos sempre prontos para a ação.

Acontece que nos dias atuais há um grande paradoxo, pois ao mesmo tempo em que temos máquinas super modernas para fazer grandes trabalhos e nos possibilitar maior descanso, percebemos que a qualidade de vida da maioria das pessoas está cada vez mais deficitária.

Nossa herança biológica não acompanhou a evolução tecnológica e na atualidade em muitas ocasiões não temos condições de utilizar a adrenalina liberada, já que o perigo não é tão grande a ponto de colocar nossa vida em risco, o que gera o famoso "stress".

A ansiedade pode e deve ser administrada.

Ela tem seu aspecto positivo. Ela permite que a pessoa se sinta motivada para a ação (motivação): energia para organizar uma festa, planejar um trabalho ou uma viagem, preparar materiais, pesquisar e estudar são alguns exemplos.

A ansiedade é considerada patológica quando diante da motivação, a pessoa tem insônia, preocupação, falta de concentração, falta ou excesso de apetite entre outros sintomas.

As perguntas freqüentes diante de casos de ansiedade são:

SERÁ? E SE...?
Será que conseguirei...?
Será que vai dar certo?
Será que vão gostar?
E se eu não conseguir...?
E se não der certo?
E se não gostarem de ...?

São exemplos de perguntas comuns dos ansiosos, pois estes estão sempre projetando um futuro duvidoso e que também costumam dizer:

QUANDO...
NO DIA EM QUE...
Quando eu conseguir...
Quando eu for ...
Quando eu tiver...

No dia em que eu puder...
No dia em que acontecer...

Estas projeções demonstram que a pessoa não está presente no aqui e agora, é sempre o que está por vir que tem maior valor, a felicidade está lá no futuro e a pessoa não tem sossego, já que não tem poder sobre esse futuro incerto, gerando mais ansiedade.

Os sintomas da ansiedade são: taquicardia, mal-estar abdominal, tensão muscular, irritação, dificuldade de relaxar, hiperidrose, entre outros.

De acordo com a Associação Norte Americana de Psiquiatria, são considerados transtornos ansiosos, os seguintes distúrbios:

ATAQUE DE PÂNICO: é uma crise de ansiedade aguda e intensa, de pouca duração e com manifestações físicas como falta de ar, tremores, sudorese, taquicardia, tontura. A crise geralmente passa após 20 ou 40 minutos e em seguida ocorre uma sensação de cansaço, fraqueza, pernas bambas. Pode acontecer a qualquer hora e em qualquer lugar. Podem ocorrer sem causa específica, ou quando a pessoa é exposta a situações que provocam ansiedade, como multidões, espaços fechados, pontes, lugares altos, elevadores, diante de animais etc.

TRANSTORNO DE PÂNICO: é quando ocorrem ataques de pânico repetidos e inesperados ou um ataque quando seguido de pelo menos um mês de preocupações em ter novos ataques.

Vale lembrar que a denominação "Pânico" vem do grego "panikon" que tem como significado susto ou pavor repetitivo. Na mitologia grega o deus Pã, que possuía chifres e pés de bode, provocava com seu aparecimento, horror aos pastores e camponeses. Em Atenas teria sido erguido na Acrópole um templo ao deus Pã, ao lado da Ágora, praça do mercado onde se reunia a assembléia popular para discutir os problemas da cidade, sendo daí derivado o termo agorafobia, usado em psiquiatria para designar o medo de lugares abertos e de multidões.

AGORAFOBIA: a ansiedade que se sente em locais ou situações onde possa ser difícil ou embaraçoso escapar, e o auxílio poder não estar disponível na eventualidade. Pode acontecer também quando a pessoa está só, é o medo de ter medo.

FOBIA ESPECÍFICA: é um medo excessivo e irracional revelado pela presença, ou antecipação da presença de um objeto ou situação que causa pavor. Quando há intensa ansiedade, pode levar ao ataque de pânico.

Alguns exemplos de fobia específica: por animais, sangue, avião, trem, elevadores, doenças, altura, etc.

FOBIA SOCIAL: é o medo persistente de situações em que a pessoa acredita estar exposta à avaliação dos outros, ou se comportar de maneira humilhante ou vergonhosa.

TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO: é caracterizado pela presença de pensamentos (obsessões) e atos compulsivos (rituais). Obsessões são idéias que surgem repetidamente ou invadem nossa consciência de forma involuntária e atos compulsivos são comportamentos estereotipados e repetitivos, sem uma finalidade útil e geralmente reconhecidos como irracionais e ineficazes.

TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS TRAUMÁTICO: é quando após presenciar um acontecimento traumático que envolveu morte, acidente, grave ferimento ou ameaça à integridade física própria ou de terceiros, o evento é persistentemente revivido. Há sofrimento psicológico intenso quando ocorre exposição aos indícios do fato ocorrido, reações fisiológicas ao lembrar da situação vivida (sudorese, tremores, etc.).

ANSIEDADE INDUZIDA POR SUBSTÂNCIAS: ocorre quando o uso de determinadas substâncias leva a um ou mais transtornos ansiosos como: ansiedade generalizada, ataque de pânico, sintomas obsessivo compulsivo, sintomas fóbicos. O início pode ocorrer durante o uso excessivo (intoxicação) ou durante a abstinência (logo após a interrupção do uso).

A desvantagem da medicação que é um auxiliar muito bom, é que, uma vez cessada, retornam os sintomas. A psicoterapia para o tratamento da ansiedade, é eficiente porque elimina a raiz do problema e permite que o indivíduo retome a vida com mais segurança.

Exercícios de relaxamento  são eficazes, pois na medida em que tomamos consciência de nossa respiração, podemos acalmar a nossa mente, ficamos presentes no aqui e agora, e exercitamos a paciência (ciência da paz).

É preciso coragem para a mudança e abandonar o sofrimento e como disse Mark Twain:
"Coragem é resistência ao medo, domínio do medo, e não ausência de medo".

Podemos promover mudanças para uma melhor qualidade de vida."
Autora: Hilda Kemp - Resumo da palestra proferida na Cuidar do Ser em 19/03/2005.
Fonte:http://www.abacontabil.jex.com.br 

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