"Uma das maiores dificuldades que o ser humano tem é a de demonstrar quem ele realmente é e de expressar seus sentimentos. O receio de ser mal interpretado e da incompreensão é algo que nos impede de assumirmos para o mundo aquilo que realmente gostaríamos de ser.
Só que, na verdade, não percebemos que é do desconhecido que nós temos medo. Ora se não nos conhecemos, se não compreendemos quem habita este corpo físico, como poderemos demonstrar quem somos para as pessoas e para o mundo?
Tomar atitudes, resolver as coisas, enfrentar as adversidades da vida, dizer para o outro o que sentimos, é algo que precisaremos fazer algum dia, com ajuda ou sozinhos, não importa. O importante é que em algum momento teremos que assumir nossas vontades. Porque se não fizermos isso, adoeceremos. E a dor virá como um sinal de alerta. Como não ouvimos o nosso coração e não prestamos atenção na nossa essência divina, com o tempo nos sentiremos descontentes e sofreremos por reprimir nossos desejos mais íntimos.
Por isso, a primeira coisa que precisamos fazer para enfrentar o medo é assumir que o temos. Reconhecer nossos limites, tendo consciência de que essas barreiras precisam ser vencidas e que elas não podem ficar escondidas. Isto porque é comum não reconhecermos nossos limites para poder superar, ir além. Mas como poderemos avançar sem vencer esta dificuldade? É provável que mais adiante, nós tenhamos desafios iguais ou parecidos que se apresentarão para nos testar. Caso o medo permaneça nos consumindo, a dificuldade se apresentará novamente. E assim sucessivamente. Até nós aprendermos.
Depois de identificarmos que algo nos apavora, é necessário refletir profundamente o que nos amedronta realmente, perguntando-nos: do que temos medo? Quando identificamos claramente o que nos impede de avançarmos, fica mais fácil de vencer essas dificuldades e principalmente mudar a sintonia negativa.
E nessa busca pela compreensão do que sentimos, nós vamos descobrindo mais e mais tudo o que guardamos dentro de nós. Além de proporcionar autoconhecimento, algo que nos liberta do medo e nos traz mais coragem, segurança e confiança nas nossas decisões e, consequentemente, no nosso modo de agir.
Hoje em dia, nós ficamos sintonizados no medo de várias formas, especialmente através dos noticiários, os quais nos mostra um mundo injusto, uma política corrupta, a criminalidade, a violência... Tudo isto reforça nossa sintonia negativa, pois nos faz acreditar que tudo é ruim.
Enfim, o que ocorre é que isto tira o nosso poder pessoal. E este poder é o responsável por alimentar uma força interna que nos move em direção aos nossos objetivos. E esta força é capaz de sustentar a certeza de que as coisas podem dar certo.
E mais, a maioria dos indivíduos nem sabem que tudo o que a mídia nos transmite é uma minoria. Talvez um por cento do que ela transmita realmente acontece no mundo. Só que infelizmente as pessoas se prendem mais as tragédias. Para a maioria de nós, por causa da sintonia negativa, não é muito interessante ver bons acontecimentos. Infelizmente, coisas boas não prendem as pessoas na frente da televisão. Deste modo, esta ideia de que temos inúmeros motivos para ter medo é incutido em nós, sem nem mesmo percebermos.
Para os grandes líderes do mundo é conveniente que nós tenhamos medo não expondo, assim, nossas ideias. Imaginemos se as pessoas se rebelassem contra o governo, por exemplo. Isso geraria uma bagunça tremenda. Por isso, é muito melhor prender-nos pelo pânico de que se nós não formos iguais a todos, seremos excluídos. Porque o medo de sermos excluídos nos apavora. E é por isso que continuamos na mesma vidinha de sempre, reprimindo nossas vontades.
Então, para deixar de sentir medo, precisamos, primeiramente, romper com o que ouvimos e lemos e que nos amedronta. Depois, observar o que realmente nos causa tal sentimento, para sairmos desta sintonia. Essas atitudes acarretarão grandes mudanças, que se tornarão grandes aliadas.
Após mudar o hábito, podemos começar a mudar o pensamento. Ao invés de sofrer por achar que não é possível resolver tal coisa, podemos trocar por “eu consigo, eu posso”. Pelo menos mentalmente. E isto já é meio caminho andando para chegar ao objetivo. Todavia, este precisa ser um compromisso. Todas as vezes que vier um pensamento negativo, temos que mudar o foco.
A partir disto é provável que novas oportunidades surjam para nos testar. O universo vai vibrar naquilo que pedimos. Então precisamos nos preparar, tendo certeza de que queremos deixar de sermos vítimas do medo.
E por fim, para expor o que sentimos e o que somos, podemos primeiro exercitar escrevendo, para aos poucos criar coragem, enfrentar e agir."
Cátia Bazzan
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