Seu desejo manda você ficar em casa, dormindo. Sua vontade é de trabalhar para crescer profissionalmente. Se o primeiro for maior que o segundo, algo está errado.
Desejos e vontades são diferentes. Desejos são sentimentos primários, ancestrais, biológicos; responsáveis por providenciar o atendimento às necessidades básicas dos seres humanos. Os desejos nascem conosco e nos acompanham por toda a vida, permitindo-nos não apenas o prazer, mas a sobrevivência.
Temos o desejo de comer, e a ele chamamos de fome. Trata-se de um desejo tão esperto, que é capaz de selecionar o tipo de alimento dependendo da necessidade do organismo. Se estamos carentes de proteína sentimos desejo de comer carne, comida salgada, mas se precisamos de energia, o desejo é de comer carboidrato, como pão, massa, ou quem sabe um doce. Temos ainda o desejo de descansar, que costumamos chamar de sono, cansaço, e às vezes preguiça. Desejo importante, afinal nosso corpo precisa de tempo para repor substâncias que ele mesmo produz, alguns hormônios. Ele só faz isso durante os períodos de repouso. Além disso, o desejo de repousar promove uma economia de energia, caso contrário teríamos que comer mais do que comemos. Haja estômago!
E, é claro, quando falamos de desejos não podemos esquecer do sexo, afinal, trata-se de um desejo tão forte, e tão bom de ter. E é dele que depende a continuidade de nossa espécie. Pronto, estes são os nossos desejos, todos ligados à manutenção da vida e da espécie. Comer, descansar e fazer sexo atendem às necessidades básicas da vida, por isso têm desejos para providenciar sua realização. É evidente que fomos sofisticando esses desejos com nossa própria evolução. O desejo de comer foie gras e tomar champagne Veuve Clicquot, ou ainda o desejo de assistir a uma peça na Broadway, ou de conquistar uma estrela do cinema são apenas variantes dos desejos originais, aqueles que garantem nossa vida, enquanto estes garantem nossa sofisticação.
Já as vontades são diferentes, pois dependem de um fator a mais: a lógica. A vontade é um desejo racional. Deriva do pensamento, do raciocínio, da análise do cenário, tanto presente quanto futuro. Eu posso ter desejo de ficar deitado na rede, mas tenho vontade de preparar minha tese de doutorado. E é nesse momento que eu posso descobrir quem manda em mim, meus desejos ou minhas vontades. Meu ser mais primitivo, ou meu lado evoluído, que quer continuar evoluindo.
A vontade é um sentimento que está sob controle. Podemos mandar em nossa vontade a partir do pensamento, e a isso costumamos chamar, popularmente, de “força de vontade”, qualidade dos realizadores, dos determinados, dos que parecem predestinados ao sucesso. Você levanta cedo da cama e joga-se de corpo e alma em uma dia cheio de trabalho, dificuldades e contratempos, não por desejo, mas por vontade. Se obedecer ao desejo, fica na cama, mas se controlar sua vontade, vai trabalhar. E isso vai mostrar duas coisas em especial: seu grau de maturidade, e a identificação racional que você tem com o seu trabalho.
Se o desejo de ficar for maior que a vontade de ir, alguma coisa está errada. Ou você está necessitado de férias, ou está precisando rever os seus valores. Ou quem sabe está na hora de amadurecer e perceber que enquanto a vida biológica depende dos desejos, a vida social depende das vontades. E você é um animal social, deseje ou não.
Acredite, a melhor maneira de garantir o atendimento aos seus desejos, é organizar a vida a partir de suas vontades, e investir na qualidade das mesmas, o que depende de muita lógica e maturidade. Escrevo este artigo porque é meu trabalho orientar pessoas, e eu espero que você, meu leitor, tenha vontades edificantes, aquelas que servem para construir o cenário mais propício para a realização de seus desejos, mesmo os mais inconfessáveis!
*Eugenio Mussak
Desejos e vontades são diferentes. Desejos são sentimentos primários, ancestrais, biológicos; responsáveis por providenciar o atendimento às necessidades básicas dos seres humanos. Os desejos nascem conosco e nos acompanham por toda a vida, permitindo-nos não apenas o prazer, mas a sobrevivência.
Temos o desejo de comer, e a ele chamamos de fome. Trata-se de um desejo tão esperto, que é capaz de selecionar o tipo de alimento dependendo da necessidade do organismo. Se estamos carentes de proteína sentimos desejo de comer carne, comida salgada, mas se precisamos de energia, o desejo é de comer carboidrato, como pão, massa, ou quem sabe um doce. Temos ainda o desejo de descansar, que costumamos chamar de sono, cansaço, e às vezes preguiça. Desejo importante, afinal nosso corpo precisa de tempo para repor substâncias que ele mesmo produz, alguns hormônios. Ele só faz isso durante os períodos de repouso. Além disso, o desejo de repousar promove uma economia de energia, caso contrário teríamos que comer mais do que comemos. Haja estômago!
E, é claro, quando falamos de desejos não podemos esquecer do sexo, afinal, trata-se de um desejo tão forte, e tão bom de ter. E é dele que depende a continuidade de nossa espécie. Pronto, estes são os nossos desejos, todos ligados à manutenção da vida e da espécie. Comer, descansar e fazer sexo atendem às necessidades básicas da vida, por isso têm desejos para providenciar sua realização. É evidente que fomos sofisticando esses desejos com nossa própria evolução. O desejo de comer foie gras e tomar champagne Veuve Clicquot, ou ainda o desejo de assistir a uma peça na Broadway, ou de conquistar uma estrela do cinema são apenas variantes dos desejos originais, aqueles que garantem nossa vida, enquanto estes garantem nossa sofisticação.
Já as vontades são diferentes, pois dependem de um fator a mais: a lógica. A vontade é um desejo racional. Deriva do pensamento, do raciocínio, da análise do cenário, tanto presente quanto futuro. Eu posso ter desejo de ficar deitado na rede, mas tenho vontade de preparar minha tese de doutorado. E é nesse momento que eu posso descobrir quem manda em mim, meus desejos ou minhas vontades. Meu ser mais primitivo, ou meu lado evoluído, que quer continuar evoluindo.
A vontade é um sentimento que está sob controle. Podemos mandar em nossa vontade a partir do pensamento, e a isso costumamos chamar, popularmente, de “força de vontade”, qualidade dos realizadores, dos determinados, dos que parecem predestinados ao sucesso. Você levanta cedo da cama e joga-se de corpo e alma em uma dia cheio de trabalho, dificuldades e contratempos, não por desejo, mas por vontade. Se obedecer ao desejo, fica na cama, mas se controlar sua vontade, vai trabalhar. E isso vai mostrar duas coisas em especial: seu grau de maturidade, e a identificação racional que você tem com o seu trabalho.
Se o desejo de ficar for maior que a vontade de ir, alguma coisa está errada. Ou você está necessitado de férias, ou está precisando rever os seus valores. Ou quem sabe está na hora de amadurecer e perceber que enquanto a vida biológica depende dos desejos, a vida social depende das vontades. E você é um animal social, deseje ou não.
Acredite, a melhor maneira de garantir o atendimento aos seus desejos, é organizar a vida a partir de suas vontades, e investir na qualidade das mesmas, o que depende de muita lógica e maturidade. Escrevo este artigo porque é meu trabalho orientar pessoas, e eu espero que você, meu leitor, tenha vontades edificantes, aquelas que servem para construir o cenário mais propício para a realização de seus desejos, mesmo os mais inconfessáveis!
*Eugenio Mussak