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24 de agosto de 2013

Auto-aceitação...

"A maioria de nós segue, ao longo da vida, tentando encaixar-se num modelo de pessoa que aprendemos como sendo o ideal. Mas, como as fórmulas em geral costumam ser irreais, este é um exercício inútil, pois tudo o que é artificial, em algum momento cairá por si mesmo.


As fantasias que cultivamos acerca da pessoa ideal que deveríamos ser trazem muitas qualidades difíceis de serem preenchidas pela maioria dos seres humanos.

Então, ao nos compararmos, acabamos por experimentar uma sensação de incapacidade, como se o outro estivesse sempre um degrau acima de nós. A ilusão da inferioridade faz com que nos foquemos sempre nos talentos alheios, ao invés de nos concentrarmos em nosso próprio valor. 

Se numa análise fria e objetiva, concluímos que nos falta algo que gostaríamos de ter, é preciso ficar alerta para perceber se aquilo é de fato essencial para a nossa realização interior.

Se a resposta for sim, podemos buscar uma maneira de despertar ou aperfeiçoar aquela habilidade sem, no entanto, nos preocuparmos com os demais.

Nosso próprio desenvolvimento deve ser o foco, e não a necessidade de superar os outros. Amar a si mesmo pressupõe aceitar-se incondicionalmente, reconhecendo as próprias limitações, mas sem fazer disto motivo de sofrimento.

Quando nos conectamos com nossa essência interior, percebemos, finalmente, que nada de fato nos falta, já somos o que pretendemos ser. Todo o esplendor que buscamos no exterior, encontra-se dentro de nós.

"Para ser compassivo, você tem que ter compaixão por si mesmo em primeiro lugar. Se você não se ama, você nunca será capaz de amar alguém. Se você não for gentil com você mesmo, você não pode ser bom para ninguém.

...O que quer que você seja com você mesmo, você será com os outros. Deixe que seja um ditado básico. Se você odeia a si mesmo, você vai odiar os outros - e vocês foram ensinados a odiar a si mesmos. Ninguém jamais lhe disse: "Ame-se!" 

A própria ideia parece absurda - amar a si mesmo? A própria ideia não faz sentido - amar a si mesmo? Nós sempre pensamos que para amar, é preciso alguém. Mas se você não aprender com você mesmo, você não será capaz de praticar com os outros.

Você esteve ouvindo, constantemente condicionado, que você não tem qualquer valor. De todas as direções lhe foi mostrado, lhe foi dito que você é indigno, que você não é o que você deveria ser, que você não é aceito como você é. Há muitos deverias pairando sobre sua cabeça - e os deverias são quase impossíveis de cumprir. E quando você não pode cumpri-los, quando você cai, você se sente condenado. Um ódio profundo surge em você sobre si mesmo.

...O primeiro passo é: aceitar-se como você é, soltar todos os deverias. Não carregue qualquer dever em seu coração! Você não é outra pessoa, não espere fazer algo que não pertença a você - você é apenas você mesmo.

Relaxe! E apenas seja você mesmo. Seja respeitoso para com sua individualidade, e tenha a coragem de assinar a sua própria assinatura. Não siga copiando assinaturas de terceiros.

...Quando você não está tentando se tornar qualquer outra pessoa, então você simplesmente relaxa - surge então uma graça. Então você está cheio de grandeza, esplendor, harmonia. Porque, então, não há nenhum conflito - para onde ir, nada para lutar, nada de forçar, impor a si mesmo violentamente. Você se torna inocente.

Nessa inocência, você sentirá compaixão e amor por si mesmo. Você vai se sentir muito feliz com você mesmo, e mesmo que Deus venha e bata à sua porta e diga: "Você gostaria de se tornar outra pessoa?" você vai dizer: "Você enlouqueceu? Eu sou perfeito! Obrigado, mas nunca tente nada parecido! Eu sou perfeito como eu sou".
No momento em que você pode dizer a Deus: "Eu sou perfeito como eu sou, eu sou feliz como eu sou", isto é o que no Oriente chamamos shraddha - confiança, então você aceitou a si mesmo. E aceitando a si mesmo, você aceitou seu Criador. Negando a si mesmo, você nega o seu Criador. 

...As rosas florescem tão belamente porque elas não estão tentando se tornar lótus. E os lótus florescem tão belamente porque não ouviram as lendas sobre outras flores. Tudo na natureza vai tão bem de acordo, porque ninguém está tentando competir com ninguém, ninguém está tentando se tornar qualquer outra pessoa - tudo é como é.

Basta ver o ponto! Basta ser você mesmo! E lembre-se: você não pode ser outra coisa, tudo o que você faz - todo o esforço é inútil. Você tem que ser você mesmo. 

Existem apenas duas maneiras. Uma delas é: rejeitando, você pode permanecer o mesmo, condenando, você pode permanecer o mesmo. Ou, aceitando, entregando-se, curtindo, deliciando-se, você pode ser o mesmo. Sua atitude pode ser diferente, mas você vai ficar do jeito que é, a pessoa que você é. Depois que você aceita, a compaixão surge. E, então, você começar a aceitar os outros".

Osho - A Sudden Clash of Thunder.

Elisabeth Cavalcante

24 de junho de 2011

Viver Como As Flores!

 
"O discípulo chegou ao mosteiro e perguntou ao mestre: - como faço para viver bem com as pessoas? Não suporto gente mentirosa… não tolero os invejosos… às vezes penso que não sou deste mundo…



 Pacientemente, o mestre disse: - o mundo é o que é, ele não muda em função das suas emoções. Não há como mudar as pessoas… a única mudança possível é a de si mesmo. Tudo o que você pode fazer é aprender a viver como as flores…


Como é possível a um ser humano viver como um vegetal? perguntou o discípulo.


 Disse o mestre: apenas observe a flor de lótus…A flor de lótus nasce num local imundo, cercada de lama e mau cheiro… no entanto, floresce da forma mais espetacular que existe, completamente pura, sem se deixar contaminar…


 E continuou o mestre: - assim também deve acontecer com o ser humano. Um semelhante é um templo sagrado, que deve estar protegido de qualquer julgamento.


As pessoas agem e reagem de acordo com seu grau de evolução. Não se deve pedir a uma pessoa mais do que ela pode dar… a expectativa aprisiona e traz sofrimento para as duas partes.


 Rejeitar todo o mal que vem de fora. Florescer, florescer e florescer… isso é viver como as flores!"


Conto oriental.
Fonte:http://www.slideshare.net/dbsoxford/viver-como-as-flores-1592877

5 de janeiro de 2011

Quando o Amor vai ficando para trás -maravilhoso texto de Roberto Shinyashiki

 
 "Para se viver a dois, tem-se de manter acesa a capacidade de seduzir e de conquistar. O tempo, por si, nada resolve. 
O amor vai ficando para trás quando um dos parceiros pensa que a conquista está definida e relaxa. Como um general romano que, depois de ter conquistado um país, parte para a invasão de um novo território. Porém, todo bom general sabe que, mais do que conquistar, é preciso trabalhar no sentido de manter o território conquistado.

É muito comum homens e mulheres pensarem que, com o casamento, a pessoa amada já está conquistada e, então, partem para outros desafios, sejam profissionais, financeiros ou sociais. E quando se olha para trás, vê-se que ela já não está ali esperando. Ela não ficou estática, como se fosse um apartamento que foi comprado e que permaneceu ali, à espera de mobília.

O amor vai ficando para trás quando se pensa que o casamento dá o direito de fazer cobranças ao outro e se passa a viver exigindo que ele cumpra o que seriam suas obrigações. Ele poderá até cumpri-las, mas o fará sem prazer, com a mesma vontade que caracteriza alguém que faz algo somente por obrigação. 
Para se viver a dois, tem-se de manter acesa a capacidade de seduzir e de conquistar.

Fico pensando nas pessoas que nada recebem de presente no Dia dos Namorados, por exemplo. Muitas devem se sentir tristes... Uns porque não tem namorado; outros, porque eles não se lembraram! Agora penso que se alguém não recebe presente no Dia dos Namorados, a responsabilidade não é só de quem não lembrou de comprá-lo, mas também daquele que não soube provocar nele a vontade de dar presentes.

Saber seduzir é saber provocar no outro a vontade de dar presentes, de sair, de fazer um poema, de dar um beijo. Puxa vida, e tantos outros milhões de coisas! Quando a pessoa esquece a capacidade de provocar vontades, começa a cobrá-las e, o que é pior, a cobrar do outro essas mesmas coisas acompanhadas de romantismo.

O amor vai ficando para trás quando não se percebe que cada um dos parceiros muda a cada dia, a cada momento e se exige do outro que permaneça igual ao que foi ontem, que deixe de lado a sua curiosidade em relação à vida. E quando alguém aceita uma vida limitada, contida, é quase inevitável que se sinta infeliz.

Um pássaro preso numa gaiola, com as suas asas inúteis, lembrando dos dias em que voava livre, belo, com todas as suas forças, só pode sentir-se infeliz. Para que servem as asas a um pássaro engaiolado, senão para mostrar-lhe o quanto ele perdeu e o tanto que é infeliz?

O amor vai ficando para trás, quando somente se curte atingir um objetifo, esquecendo-se do prazer de realizá-lo juntos, pouco a pouco. 
Acumulam-se bens, tem-se a casa de campo, a casa de praia, o carro de último tipo, com computadores que indicam tudo. Mas o uso individualista desses bens acaba mais isolando o casal do que proporcionando momentos de intimidade. Há partes da casa que são do marido, e a mulher não se sente bem de estar lá, e vice-versa, como se fossem duas casas em uma.

O amor vai ficando para trás, preso em detalhes muito sutis, como os adiamentos que nos dão a impressão de que logo ali na frente retomaremos nosso rumo: só mais um pouco, no ano que vem tudo se arruma, depois que nos casarmos, depois que os nossos filhos crescerem, depois que tivermos a nossa casa...

Deixamos para começar a viver somente depois que algo esperado acontecer, sem nos importarmos com o que estamos vivendo. A promessa de começar a viver em um possível futuro nos ilude. E ao nos darmos conta, estamos muito longe do que queríamos. Parece-nos impossível, então, retomar o rumo. As pessoas ficam se prometendo que logo ali, em um futuro bem próximo, tudo será diferente, e não percebem que estão se afastando de si mesmas e de sua felicidade.

Pensar que ser paciente vai resolver os problemas é uma ilusão. Ao invés de ficarmos quietos, deveríamos estar gritando bem alto: "Ei, vamos parar um momento! Dá para fazer tudo isso, mas de um jeito que a gente se sinta juntos". Mas ficamos esperando que tudo se resolva com o tempo e que logo no final da floresta encantada encontraremos os remédios para nossos males.

Todo mundo sabe realmente o que precisa ser feito e que, no fundo, é tudo muito simples. Tão simples quanto ser preciso regar a flor, ou você ser responsável por aquilo que cativa. Porém, as pessoas se distraem, com a mesma alienação com que os apóstolos dormiram no Monte das Oliveiras, quando Cristo lhes pediu que estivessem alertas porque aquele seria seu último dia com eles.

Cada um sabe da importância do momento, mas, como uma criança na floresta, vai-se distraindo aos poucos e, de repente, está totalmente perdido. Chega uma hora em que o que parecia só acontecer com os outros acontece conosco. Portanto, fique atento ao seu amor. Se ele é prioridade em sua vida, cultive-o."

Roberto Shinyashiki

21 de agosto de 2010

O Segredo é não correr atrás das borboletas - Mário Quintana


"Com o tempo, você vai percebendo que,
para ser feliz com uma outra pessoa você precisa,
em primeiro lugar,
não precisar dela...

Você aprende a gostar de você,
a cuidar de você, principalmente,
a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas...
é cuidar do jardim
para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar
não quem você estava procurando...
mas quem estava procurando por você!"

Mario Quintana

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