"Uma mulher me escreve e conta que terá que fazer exames, pois está com suspeita de ter câncer. Desde que teve a notícia ela “travou” e não consegue fazer os exames. Ela me pergunta como superar o medo.
Esta mulher provavelmente passou grande parte da vida evitando ter experiências intensas. Portanto, sua mente não está preparada para lidar com este stress que é a possibilidade de ter uma doença grave. Ela perdeu as boas oportunidades de ter uma vida intensa, agora terá que enfrentar o desafio da intensidade em uma situação ruim.
O medo a domina. Ela não quer ter medo. Ela se treinou durante anos a querer isto, querer aquilo. Agora ela não quer ter medo. Quer superar o medo para fazer os exames. Portanto, ela tem dois trabalhos: 1) superar o medo. 2) ir fazer exames. O ego é um complicador. Ele agrega e dificulta. Além de ter que fazer exames ela quer superar o medo.
A realidade é simples. Ela tem que fazer exames. Ela pode e deve fazer os exames com medo. Ela tem que deixar de complicar a vida e não de colocar seus desejos em primeiro lugar.
Eu digo: tenha uma vida intensa. Faça o exame mesmo que esteja morrendo de medo. Priorize sempre a realidade e jamais seus desejos.
Os desejos são ótimos como dicas. Jamais devem ser elevados à categoria de prioridade.
Ao contrário do que muitos pensam, os desejos são grandes dificultadores da vida intensa, pois eles pouco se ligam à realidade. Um sábio diz: “o ego, baseado no desejo, nunca quer estar ali (na realidade)”. A mulher não quer estar ali, com o medo e com a suspeita de câncer. Ela não quer, mas esta é a realidade e quem vive no presente tem mais oportunidades e mais aprendizado.
A imensa maioria das nossas vivências reais não comporta o querer ou não querer. Quando desejamos poluímos a realidade, complicamos e nos desgastamos. O ser humano deve sempre seguir o foco prioritário e real da vida. Ou seja, combater o medo deveria ser a última opção desta pessoa. Mas, infelizmente se tornou a primeira. Suas prioridades mentais estão invertidas.
Para que serve o desejo? O desejo serve para ajudar a pessoa a decidir, em algumas situações, para onde vai dirigir seus esforços. É o que acontece quando escolhemos prestar vestibular: o desejo nos facilita escolher o curso.
A vida intensa de uma pessoa que escolheu prestar vestibular é estudar muito para entrar em uma ótima universidade. O ego, normalmente, boicota esta vida intensa. Pois agrega, complica e dificulta. O ego poucas vezes quer estar ali, no presente, na situação. O ego tira a energia do presente e gasta esta energia em um jogo mental que traz poucos resultados práticos.
A vida intensa da mulher é fazer os exames, com medo, se for o caso. E quanto ao medo? É uma dica para desenvolver duas qualidades: capacidade de entrega e gratidão.
Este é um bom exemplo de pessoas que tornam a vida mais difícil e mais sofrida do que ela poderia ser."
Fonte: http://regismesquita.wordpress.com/
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