"Ser um monge isolado em uma montanha, ou até em um mosteiro dentro de uma cidade, levando uma vida reclusa e afastada do stress diário não é muito difícil.
De que adianta ser um iluminado afastado da humanidade, uma luz dentro de uma caixa ?
O grande desafio é manter-se inserido nas comunidades, no seu dia a dia estressante, e ainda assim conservar a conexão com seu Eu interior e com o Todo e espalhar a sua Luz aos que o rodeiam.
A primeira vista, a solução parece ser a disciplina. Manter-se disciplinado, treinar a mente para manter a calma e a tranquilidade.
Esta é a grande questão, a grande diferença entre o Yoga e o Tantra. O Yoga fortifica seu Ego, lhe permite construir uma disciplina rígida, com bons hábitos. Estabelece um condicionamento e lhe torna um soldadinho. Pode lhe dar a aparência de um Buda e você pode até pensar que é um Buda. Mas é apenas uma pintura, uma casca. Você estabeleceu regras, se submeteu a elas e escondeu seus conflitos. Comporta-se como um Buda, mas perdeu a conexão com seu Eu interior. Pode fazer ações maravilhosas, se comportar com compaixão, mas não é a compaixão, ela não vai fluir do seu interior. Estará apenas representando um personagem.
O Tantra destrói o seu Ego e lhe aproxima do seu Eu interior. Faz com que você manifeste a sua essência mais pura. Não há nenhum condicionamento e nenhuma regra, apenas o seu sentimento mais profundo. Quando você fizer um ato de compaixão, estará derramando a compaixão do Todo, que flui através do seu Eu interior. Cada ato seu transforma-se numa profunda celebração do Universo.
Manter-se assim, profundamente conectado em um mundo caótico e estressante, requer não um treinamento, mas um desprendimento. Você precisa olhar o mundo sem desejos, apenas esperando que o Universo flua e derrame suas bênçãos. É possível agir, ser atuante e ao mesmo tempo contemplativo.
O segredo está na ansiedade, em fazer o melhor sem esperar retorno. Em agir pela vontade de criar boas coisas, mas sem esperar o retorno. Ter a confiança de que o Universo nos responderá com o que é justo e necessário, e principalmente com aquilo que merecemos, com o que é melhor para nós.
A ansiedade nos desconecta do divino e cria barreiras que impedem o livre fluxo das energias. No momento que perdemos a conexão com o Todo, a energia deixa de fluir através do nosso Ser.
Podemos participar de reuniões estressantes e manter uma disciplina de yogue mantendo-nos aparentemente inabalados, mas estaremos desviando toda a nossa energia para o controle.
Ou podemos participar da mesma reunião, com a certeza de que teremos o melhor resultado necessário a nossa evolução. Mantendo nossa conexão com o divino e encarando a discussão sem ansiedade, confiante de que a solução não depende apenas de nós, mas do Todo. Abrindo-nos para que a energia universal flua através de nós, derramando suas bênçãos sobre todos os presentes, que como nós, fazem parte do Todo, pois somos todos Um.
Ser ao mesmo tempo um participante e também um observador imparcial.
Ser um representante da Luz maior.
E principalmente confiar no Todo, pois só a confiança elimina a ansiedade."
através de Pramashanti
https://pramashanti.wordpress.com/2014/07/25/como-manter-se-conectado-no-dia-a-dia/