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26 de maio de 2017

Como manter-se conectado no dia a dia... por Pramashanti


"Ser um monge isolado em uma montanha, ou até em um mosteiro dentro de uma cidade, levando uma vida reclusa e afastada do stress diário não é muito difícil.

De que adianta ser um iluminado afastado da humanidade, uma luz dentro de uma caixa ?

O grande desafio é manter-se inserido nas comunidades, no seu dia a dia estressante, e ainda assim conservar a conexão com seu Eu interior e com o Todo e espalhar a sua Luz aos que o rodeiam.

A primeira vista, a solução parece ser a disciplina. Manter-se disciplinado, treinar a mente para manter a calma e a tranquilidade.

Esta é a grande questão, a grande diferença entre o Yoga e o Tantra. O Yoga fortifica seu Ego, lhe permite construir uma disciplina rígida, com bons hábitos. Estabelece um condicionamento e lhe torna um soldadinho. Pode lhe dar a aparência de um Buda e você pode até pensar que é um Buda. Mas é apenas uma pintura, uma casca. Você estabeleceu regras, se submeteu a elas e escondeu seus conflitos. Comporta-se como um Buda, mas perdeu a conexão com seu Eu interior. Pode fazer ações maravilhosas, se comportar com compaixão, mas não é a compaixão, ela não vai fluir do seu interior. Estará apenas representando um personagem.

O Tantra destrói o seu Ego e lhe aproxima do seu Eu interior. Faz com que você manifeste a sua essência mais pura. Não há nenhum condicionamento e nenhuma regra, apenas o seu sentimento mais profundo. Quando você fizer um ato de compaixão, estará derramando a compaixão do Todo, que flui através do seu Eu interior. Cada ato seu transforma-se numa profunda celebração do Universo.

Manter-se assim, profundamente conectado em um mundo caótico e estressante, requer não um treinamento, mas um desprendimento. Você precisa olhar o mundo sem desejos, apenas esperando que o Universo flua e derrame suas bênçãos. É possível agir, ser atuante e ao mesmo tempo contemplativo.

O segredo está na ansiedade, em fazer o melhor sem esperar retorno. Em agir pela vontade de criar boas coisas, mas sem esperar o retorno. Ter a confiança de que o Universo nos responderá com o que é justo e necessário, e principalmente com aquilo que merecemos, com o que é melhor para nós.

A ansiedade nos desconecta do divino e cria barreiras que impedem o livre fluxo das energias. No momento que perdemos a conexão com o Todo, a energia deixa de fluir através do nosso Ser.

Podemos participar de reuniões estressantes e manter uma disciplina de yogue mantendo-nos aparentemente inabalados, mas estaremos desviando toda a nossa energia para o controle.

Ou podemos participar da mesma reunião, com a certeza de que teremos o melhor resultado necessário a nossa evolução. Mantendo nossa conexão com o divino e encarando a discussão sem ansiedade, confiante de que a solução não depende apenas de nós, mas do Todo. Abrindo-nos para que a energia universal flua através de nós, derramando suas bênçãos sobre todos os presentes, que como nós, fazem parte do Todo, pois somos todos Um.

Ser ao mesmo tempo um participante e também um observador imparcial.
Ser um representante da Luz maior.
E principalmente confiar no Todo, pois só a confiança elimina a ansiedade."
através de Pramashanti
https://pramashanti.wordpress.com/2014/07/25/como-manter-se-conectado-no-dia-a-dia/

8 de março de 2013

Tempo de Estar e Tempo de Ser de Artur da Távola



"Eu creio que você vai me entender: a gente nem sempre é a posição em que está. Falei claro? A gente foi a posição em que está. Ao assumi-la a gente já mudou. A posição em que a gente está, é condicionada por causas temporais e passageiras.

Por justa, linda e generosa que seja, a posição em que se está é sempre muito menos do que a gente é. A gente é um composto que inclui, entre tantas outras coisas, a posição em que se está. Estar é parar. Ser é avançar.

Você crê numa coisa. Toma posição ao lado dela. Faz muito bem! Mas não englobe nem comprometa todo o seu ser, pois você é muito mais rico e complexo do que a posição na qual julga ter encontrado resposta para todos os seus problemas naquele instante.

Você é, inclusive, a negação da posição em que está. Ela e a negação dela compõem o que você é. 
Mas, a posição em que você está precisa negar tudo o que não esteja de acordo com ela. Principalmente o ser, pois o ser é sempre mais livre. Já, estar é mais cômodo. Porque estático. 
Estático é a condição do que está. 

Quanto menos confiança na posição em que você está, mais acirrado em sua defesa você será. Quanto mais você perceba que é muito mais do que a posição em que está, mais ameaçado por ela ficará. 
Se está complicado, perdão. 
Se está complexo, ainda bem! Cada vez que você deixar de ser para estar, você está abrindo mão de partes suas importantes e valorosas, trocando-as por coerências aparentes, por lógicas que a nada levam. 

O estar é uma categoria do ser. 
É possível ser sem estar. 
Porque ser é abrangente, é total. 
Não é possível, porém, estar sem ser. 
O máximo que é permitido ao estar é coincidir, por vezes, com o ser. 
O ser pertence ao cosmos. O estar pertence ao momento. O ser é necessário. O estar é contingente. 

A posição em que você está é a expressão momentânea dos seus humores, das suas necessidades e das influências que você sofreu. Passará e mudará na medida em que elas mudarem. 
O que você É pertence a uma ordem diversa de valores, 
feita dos mistérios ou verdades de sua vida; das suas partes desconhecidas; das revelações; das partes sabidas; das suas relações com o amplo, o total, o uno, o completo. 

No mundo das aparências ser é menos sedutor do que estar. Estar é viver cercado de acólitos, seguidores, justificadores, beneficiários, companheiros. Ser é solitário. 

Eu venho do tempo dos que estão. 
Dos que desistiram de ser para estar. 
Todos com o melhor dos propósitos e as mais elevadas teorias de solidariedade humana, mas Muitos Estando e Poucos Sendo. 
O tempo de quem desistiu de ser para estar gerou guerras, destruições, deixando como herança, apenas e tão-somente, uma profunda vontade de Ser: porque a gente é sempre mais do que a posição em que se está. 

Eu mudo sempre. 
Por isso sou alguém que já não fui. Alguém que pretende estar apenas e até onde conseguir ser. 
Pouco. Mas todo."
"Artur da Távola escreveu estas palavras na década de 70, mas elas continuam atuais como nunca."
Compartilhei este maravilhoso texto da comunidade do autor no facebook a quem agradeço por esta oportunidade maravilhosa e enriquecedora de traduzir tão maravilhosamente meus sentimentos e anseios...

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