"Para um otimista, não faz sentido perder a esperança. Sempre se pode fazer alguma coisa (em vez de ficar se sentindo desesperado, resignado ou desgostoso com a vida);
limitar os estragos (no lugar de deixar tudo se arruinar); descobrir uma solução alternativa (em vez de charfudar na autopiedade pelo fracasso);
reconstruir o que foi destruído (em vez de dizer "é o fim de tudo!"); tomar a situação corrente como um ponto de partida (no lugar de perder tempo chorando pelo passado e lamentando o presente);
recomeçar do nada (em vez de terminar em nada); compreender que é essencial se esforçar sempre na direção que parece ser a melhor (em vez de ficar paralisado pela indecisão e pelo fatalismo); e usar cada momento presente para avançar, apreciar, agir e desfrutar o bem-estar interior (em vez de perder tempo ruminando o passado e temendo o futuro).
Mas há aqueles que dizem, como o fazendeiro australiano entrevistado por uma estação de rádio durante os incêndios florestais em 2001: "Perdi tudo, nunca mais vou conseguir reconstruir a minha vida."
E há pessoas como o navegador Jacques-Yves Le Toumelin, que, ao ver em chamas o seu primeiro barco, incendiado pelos alemães em 1944, parafraseou Rudyard Kipling:
"Se tu podes ver destruída a obra da tua vida e, sem perder tempo, colocar novamente tuas mãos à obra, então serás um homem, meu filho."
Sem tardar, ele construiu um novo barco, com o qual deu a volta ao mundo, velejando sozinho."
Matthieu Ricard em "Felicidade: a prática do bem-estar".
Fonte:http://embuscadeprajna.blogspot.com.br