12 de dezembro de 2014

Sobre Pessoas Que Se Boicotam por Nathali Macedo


"É um dia lindo lá fora. Há flores no caminho que você faz todos os dias. Há amor nos olhos que você vê todos os dias.

Há o sol, exuberante. Há milhares de possibilidades de ser feliz, mas você não quer. Você insiste em mergulhar na sua própria amargura, como se isso pudesse te salvar.

A verdade é que algumas pessoas simplesmente se boicotam – não são felizes porque não querem ser. Estão ocupadas vivendo dias idênticos, igualmente monótonos. Suas retinas simplesmente não suportam a beleza, seus braços não alcançam a alegria que está bem diante do seu nariz.

Eu, honestamente, não tenho medo de ser acusada de romântica e utópica ao falar de amor, doçura e alegria em um mundo cinza, com pessoas vazias que repetem “mais amor, por favor”, como um exército de robôs inconscientes, mas fazem questão de guardar o vazio nos corações. Eu falo de sensibilidade num mundo em que ninguém mais consegue se olhar nos olhos – porque escrever é isso, poder criar o seu próprio mundo.

É incompreensível como algumas pessoas simplesmente não enxergam a beleza – tão acessível – e seguem maldizendo o universo, como se um dia ruim fosse a certeza de outras centenas de dias ruins, de um mundo ruim.

Sinto uma agonia imensa em ver tanta gente perdendo vida. Desaprendendo a sorrir, fechando os olhos para a imensa beleza que cada dia traz consigo.

É claro que existem dias ruins – afinal, não haveria luz se não fosse a escuridão. Existe a maldade, existe a amargura, existe o desamor. Existem milhões de dilemas e tristezas com os quais não sabemos lidar. Sempre foi (e, arrisco dizer, sempre será) assim.

Mas estamos aqui para a felicidade. Devemos estar a postos. Sempre haverá uma mão amiga em uma escalada difícil, sempre haverá o dia depois de uma madrugada triste, sempre haverá o sorriso depois de algumas lágrimas – que regarão o seu crescimento.

Tira essa máscara de tristeza e de amargura. Tem um mundo lindo lá fora, com milhões de pessoas igualmente lindas. Tem tanto amor pra viver, tantos lugares pra ir, tanta gente pra conhecer, tantos dias vão amanhecer e até quando você manterá a sua janela fechada?

Ser feliz todos os dias – apesar dos pesares – não é utopia. Utopia é esperar que tudo se encaixe no seu ideal de vida perfeita para poder ser feliz."

Por Nathali Macedo – Via: PoesiaSobreTudo

6 de dezembro de 2014

Chakras e cura psíquica por Wagner Borges

 
"Há traumas que estão gravados na psique, de forma inconsciente mas ativa, causando bloqueios e fobias. Isso ocorre no corpo sutil e se reflete no corpo denso.

Os chacras guardam informações preciosas sobre esse processo. Cada um deles é um pequeno portal psíquico e energético, refletindo as condições do Ser.

Existem diversas alternativas para tratar essas síndromes psíquicas:
Visualizações criativas, terapias descondicionantes, tratamentos psíquicos adequados, meditações, conversas profundas com terapeutas corretos – com a abordagem mais adequada ao temperamento da pessoa -, rituais de quebra do passado, técnicas retrocognitivas – regressões de memória -, ou práticas espiritualistas – xamânicas, naturalistas, animistas, mediúnicas, iogues e outras em que a pessoa se sentir bem.

O que não se pode fazer é deixar o problema de lado, pois os bloqueios interferem diretamente na vida da pessoa. É preciso correr atrás de soluções, para devolver o brilho dos olhos e vontade de viver.
No entanto, por melhor que seja o caminho escolhido nessa busca pela cura, o processo é sempre dentro da psique da própria pessoa. A cura reside nela mesma.

Técnicas e terapias são ferramentas de fora; ajudam muito, principalmente em momentos de crises. Mas são alternativas de fora e valem como meio para se chegar ao verdadeiro alvo: a própria psique.
Uma das técnicas alternativas sugeridas pelos sábios espirituais da antiga Índia é o mergulho consciente nos chacras. Entrar psiquicamente neles, de um em um, desde a base da coluna até o centro coronário, no alto da cabeça.

Considerar cada chacra como um portal sagrado em si mesmo. Entrar por eles com respeito e admiração, como se entra num templo espiritual. Com amor e paciência, orar dentro de cada um deles. Procurar localizar qual é a fonte do problema e saber calcular qual é o chacra a ser trabalhado mais especificamente na cura em questão.

Por exemplo: bloqueio sexual: chacra sexual. / bloqueio afetivo: chacra cardíaco. / bloqueio de expressão: chacra laríngeo; e assim por diante.

Há casos em que mais de um chacra estão envolvidos; por isso é bom trabalhar todos regularmente, da melhor forma que a pessoa se adequar e se sentir bem. O importante é entrar neles com amor e paciência. Nada ocorre do acaso ou sem trabalho. Tudo demanda tempo e esforço. É necessário constância e qualidade no trato com as energias sutis.

Não é apenas encher os chacras de luz ou cores, ou mesmo realizar alguma técnica bioenergética; é preciso trabalhar a parte psíquica também!
Sem amor não há cura; sem transformação não há alquimia alguma.
Da base da coluna até o topo da cabeça, de um em um, enchendo os mesmos de luz e orando ao “Amor Que Ama Sem Nome”, com modéstia, lucidez e alegria serena.
Paciência na jornada. Ou, melhor dizendo, essa é a arte da “PAZ-CIÊNCIA”.

Autor:Wagner Borges
Fonte:http://josebatistadecarvalho.blogspot.com.br/2013/12/chakras-e-cura-psiquica.html

Os vícios pessoais por Paulo Coelho



"Eram duas horas da tarde. Não se ouvia nenhum ruído e Petrus começou:
Tende piedade, Senhor, porque somos peregrinos a caminho de Compostela e isto pode ser um vício. Fazei em vossa infinita piedade com que jamais consigamos virar o conhecimento contra nós mesmos.

Tende piedade dos que têm piedade de si mesmos e se acham bons e injustiçados pela vida, porque não mereciam as coisas que lhe aconteceram – pois estes jamais vão conseguir combater o Bom Combate. 
E tende piedade dos que são cruéis consigo mesmos, e só vêem maldade nos próprios atos, e se consideram culpados pelas injustiças do mundo. Porque estes não conhecem vossa lei que diz: ‘até os fios de tua cabeça estão contados’.

Tende piedade dos que mandam e dos que dão muitas horas de trabalho, e se sacrificam a troco de um domingo onde está tudo fechado e não existe lugar aonde ir. 
Mas tende piedade dos que santificam sua obra e vão além dos limites de sua própria loucura, e terminam endividados ou pregados na cruz por seus próprios irmãos. Porque estes não conheceram vossa lei que diz: ‘sede prudente como as serpentes e simples como as pombas’.

Tende piedade porque o homem pode vencer o mundo e nunca travar o Bom Combate consigo mesmo.
 Mas tende piedade dos que venceram o Bom Combate consigo mesmos, e agora estão pelas esquinas e bares da vida, porque não conseguiram vencer o mundo. Porque estes não conheceram vossa lei que diz: ‘quem observa minhas palavras tem que edificar sua casa na rocha’.

Tende piedade dos que têm medo de segurar na pena, no pincel, no instrumento, na ferramenta, porque acham que alguém já fez melhor que eles, e não se sentem dignos de entrar na mansão portentosa da arte. 
Mas tende piedade dos que seguraram na pena, no pincel, no instrumento e na ferramenta, e transformaram a inspiração numa forma mesquinha de se sentirem melhores do que os outros. Estes não conheceram vossa lei que diz: ‘nada está oculto senão para ser manifesto, e nada se faz escondido senão para ser revelado’.

Tende piedade dos que comem, e bebem, e se fartam, mas são infelizes e solitários em sua fartura. 
Mas tende mais piedade dos que jejuam, censuram, proíbem e se sentem santos, e vão pregar vosso nome pelas praças. Porque estes não conhecem vossa lei que diz: ‘se eu testifico a respeito de mim mesmo, meu testemunho não é verdadeiro’.

Tende piedade dos que temem a Morte e desconhecem os muitos reinos que caminharam e as muitas mortes que já morreram, e são infelizes porque pensam que tudo vai acabar um dia.
 Mas tende mais piedade dos que já conheceram suas muitas mortes, hoje se julgam imortais, porque desconhecem vossa lei que diz: ‘quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus’.

Tende piedade dos que se escravizam pelo laço de seda do Amor, e se julgam donos de alguém, e sentem ciúmes; e se matam com veneno, e se torturam porque não conseguem ver que o Amor muda como o vento e como todas as coisas.
 Mas tende mais piedade dos que morrem de medo de amar, e rejeitam o amor em nome de um Amor Maior que eles não conhecem, porque não conhecem vossa lei que diz: ‘quem beber dessa água, nunca mais tornará a ter sede’.

Tende piedade dos que reduzem o Cosmos a uma explicação, Deus a uma poção mágica, e o homem a um ser com necessidades básicas que precisam ser satisfeitas, porque estes nunca vão ouvir a música das esferas. 
Mas tende mais piedade dos que possuem fé cega, e nos laboratórios transformam mercúrio em ouro, e estão cercados de livros sobre os segredos do tarô e o poder das pirâmides. Porque estes não conhecem vossa lei que diz: ‘é das crianças o reino dos céus’.

Tende piedade dos que não vêem ninguém além de si mesmos, e para quem os outros são um cenário difuso e distante quando passam pela rua em suas limusines, e se trancam em escritórios refrigerados no último andar e sofrem em silêncio a solidão do poder. 
Mas tende piedade dos que abriram mão de tudo e são caridosos, e procuram vencer o mal apenas com amor, porque estes desconhecem vossa lei que diz: ‘quem não tem espada, que venda sua capa e compre uma’.

Tende piedade, Senhor, de nós que buscamos e ousamos empunhar a espada que prometestes, e que somos um povo santo e pecador, espalhado pela terra. Porque não reconhecemos a nós mesmos, e muitas vezes pensamos que estamos vestidos e estamos nus, pensamos que cometemos um crime e na verdade salvamos alguém. 
Não vos esqueçais em vossa piedade de todos nós que empunhamos a espada com a mão de um anjo e a mão de um demônio segurando no mesmo punho. Porque estamos no mundo, continuamos no mundo e precisamos de vós. Precisamos sempre de vossa lei que diz: ‘quando vos mandei sem bolsa, sem alforje e sem sandálias, nada vos faltou’.”

Autor:Paulo Coelho
Fonte:http://paulocoelhoblog.com/2011/01/12/os-vicios-pessoais/

5 de dezembro de 2014

“Fígado”.....Onde nasce o verdadeiro equilíbrio emocional...


"Na visão da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) o fígado, do ponto de vista energético, está estreitamente envolvido com a vesícula biliar (postura e decisões), mas também com os olhos (sentido da visão), ombros, joelhos e tendões (flexibilidade), unhas, seios e todo o aparelho reprodutor feminino.

Na MTC se diz que o fígado é o órgão mais importante para a mulher, assim como o rim o é para o homem. Praticamente todo o sistema reprodutor feminino é regido pelo fígado, responsável por alterações no ciclo menstrual, presença de cistos de ovário, miomas uterinos, corrimentos ou prurido vaginais, alterações da libido como frigidez e impotência. O fígado é responsável por manter o livre fluxo da energia total do corpo. Como o movimento do sangue segue o movimento da energia, dizemos que o fígado direciona a circulação do sangue, regula também o ciclo menstrua e é o principal órgão envolvido no bloqueio energético do corpo.

Mas seu papel mais importante, é sem dúvida, sobre o equilíbrio emocional. É o livre fluir da energia do fígado que vai nos permitir responder vitoriosamente aos desafios da vida, aos estímulos emocionais e afetivos, 24 horas por dia, cada segundo de nossa vida, sem parar

Explicando melhor: Quando passamos por eventos na vida tensos ou desagradáveis pode ocorrer um bloqueio energético dentro dos meridianos e quando isso acontece instala-se, dentro do nosso subconsciente, uma emoção negativa ou crença negativa.

Exemplos de emoções e crenças negativas: Raiva, culpa, ansiedade, estress, baixa-autoestima, tristeza, depressão, procrastinação, medo, pânico, timidez, insegurança, entre outras

Quando o fígado esta desequilibrado a pessoa tem mais propensão a acumular bloqueios energéticos. Ou seja uma pessoa com a energia do fígado debilitado tem mais facilidade de acumular no seu subconsciente mais emoções negativas do que outras.

Daí começa a responsabilidade e respeito que devemos ter pelo nosso fígado e sistema hepático. E, já podemos deduzir sobre o desgaste intenso ao qual este sistema é submetido no cotidiano da vida moderna. Pouco se sabe sobre sua importância e como auxiliar, ser cúmplice, do fígado nesta missão existencial: equilíbrio emocional e afetivo. Visão, flexibilidade, postura e decisões.

Pelo contrário, só pela má alimentação e sedentarismo, a cultura ocidental faz de tudo para fragilizar o sistema hepático.

Os maus hábitos alimentares e de vida levam ao seu desequilíbrio funcional, que leva ao desequilíbrio emocional, que desencadeia maus hábitos alimentares e de vida.

Este desequilíbrio energético pode se manifestar de várias formas. Dependendo da sua localização: insônia, enxaqueca, hipertensão, problemas digestivos, TPM, etc.

Os problemas ligados ao fígado podem ser por falta ou por excesso de energia circulante. Um bom exemplo de excesso é a raiva, mais exatamente a raiva reprimida e, num quadro de vazio energético, temos a procrastinação e o medo paralisante ou síndrome de pânico. A estagnação do fluxo de energia do fígado freqüentemente desequilibra o emocional, produzindo sentimentos de frustração e ira. Essas mesmas emoções podem levar a uma disfunção no fígado, resultando em um ciclo interminável de causa e efeito.

Como todas as emoções, boas ou más, passam pelo fígado, não devemos reprimi-las infinitamente. A repressão das emoções provoca um bloqueio da energia que leva ao excesso de calor no fígado. Cabe uma distinção entre sentimento e emoção.

Os sentimentos geralmente fortalecem os órgãos e servem como mecanismos de defesa para o organismo. Uma certa irritação que nos leva a reagir diante de um ataque ou quando nos sentimos lesados, é diferente da raiva que é cega e destrutiva.

Os olhos são a manifestação externa do fígado. Em outras palavras, o fígado rege o sentido da visão. Assim, patologias da visão irão sinalizar alguma alteração no fígado. As mais comuns são: conjuntivites, olhos vermelhos sem processo inflamatório, coceiras, "vista" seca, visão fraca, embaçada ou borrada, terçol, pontos brilhantes que aparecem no campo visual e outros.

A lágrima é a secreção interna que ajuda a aliviar o fígado. Cuidado com olhos secos. Daí vem a importância do exercício de "piscar os olhos" (sempre - não esquecer) e de não reprimir o choro, embora nem sempre seja conveniente socialmente. Mas, acredite, conter o choro faz mal à saúde. Ah! Uma forma divertida de chorar / lacrimejar é deixando o riso fluir, acontecer no seu dia-a-dia, na sua vida.

As unhas são outra manifestação externa das condições do fígado, e as suas deformidades ou a presença de micose sugerem algum comprometimento do fígado ou desequilíbrio prolongado da sua energia.

O fígado rege as articulações do ombro e joelhos e também os tendões de modo geral. Assim sendo, as bursites e dores nos joelhos sem causa aparente, são sinais de comprometimento da energia do fígado. As tendinites e os estiramentos freqüentes também estão neste quadro.

Todo órgão está associado a uma víscera que, no caso do fígado, é a vesícula biliar. 

Resumidamente, a vesícula atua mantendo o equilíbrio postural. Todos os quadros de tonturas, vertigens, labirintites estão ligados a ela. Rege a articulação tempero mandibular (ATM). Todas as tensões que ficam retidas no fígado podem ser descarregadas nesta região e produzir o bruxismo, que é um quadro de ranger os dentes, que se manifesta mais freqüentemente durante o sono.

Metafisicamente a vesícula biliar comanda a capacidade de tomarmos decisões assertivas. Uma vesícula desequilibrada se manifestará na forma de indecisões ou mesmo desorientações, perda de rumo.

PARA RESUMIR E PARTIR O MAIS RÁPIDO PARA A AÇÃO DE CUMPLICIDADE "DE BEM COM O FÍGADO":

Desintoxicar-se das emoções negativas que ajudam a eliminar o bloqueio de Energia dentro dos meridianos, inclusive do Fígado que é o mais envolvido, reequilibrando o fluxo de energia nos meridianos e com isso as emoções e crenças negativas desaparecem e o individuo muda de comportamento automaticamente.

-Desintoxicar-se diariamente praticando a terapia do riso, as brincadeiras, as artes, o lazer;

-Praticar atividade física moderada diariamente. Vocês não têm noção de como este hábito é vital para o livre fluxo de energia do fígado;

-O sabores ácido e amargo, assim como os alimentos de cor verde são os maiores aliados do fígado. Entretanto, na primavera, evite exagerar nos sabores ácidos e picantes.

-Evitar intoxicar-se com alimentos muito gordurosos (pela qualidade, gordura animal e óleos refinados, como pela quantidade), frituras, açúcar, café e álcool;
-Evitar vida sedentária e estressante, o mau humor, ilusões e grandes expectativas."


Fonte: Medicina Tradicional Chinesa
Solange Christtine Ventura

20 de novembro de 2014

Compreendendo a dor por Jeff Foster

"Sua dor, sua doença, seu desconforto presente, não é nada para se envergonhar. Não é um sinal de seu fracasso, nem um castigo, nem uma prova, nem mesmo 'má sorte'. Não é nem o sentido nem o significado de sua vida. Mas contém uma grande inteligência e poder de cura. Se você sabe onde, e como procurar.Vamos começar pelo começo.

Você está experimentando a dor em seu corpo. É intenso e desconfortável. Você tem ido a muitos médicos, curandeiros,terapeutas, especialistas em auto-ajuda. Você já tentou a medicina ocidental, as terapias alternativas, a energia de cura, meditação, cânticos, mudar sua dieta, drogas, experiências espirituais alucinantes, transmissões de gurus, orações, retiros, hipnose. Você já tentou o pensamento positivo, entorpecendo a sua dor, ignorando sua dor, dizer "não" a ela; você já tentou ser "consciência pura" ou uma "testemunha independente '... Mas a dor ainda está aqui, e parece que ninguém pode ajudá-lo agora. O que você pode fazer?

Você vai continuar procurando uma solução, uma terapia que funciona? Coloca suas esperanças em um futuro que pode ou não vir? Ou você vai desistir agora e simplesmente aceitar que não há nada que você pode fazer?

A resposta pode estar bem no meio, como a maioria das respostas reais estão.

Veja, talvez a sua dor tenha algo para lhe mostrar, coisa que o prazer, ou a ausência de dor ou mesmo "conseguir o que queria", nunca poderiam fazer. Talvez por isso a dor esteja aqui, para revelar o seu verdadeiro caminho. Não para destruí-lo, mas para "focar" você. Para revelar uma coragem, compaixão e equanimidade em si mesmo que você nunca imaginou ser possível. Para te tornar mais humilde, para trazê-lo para um lugar de gratidão, e de calma.

Então reformulemos a questão inicial: "Como posso ser livre de dor agora?", por: "Existe alguma inteligência nesta dor? Existe um convite mais profundo aqui? Há uma lição presente nessa minha dor? Existe algo que desejo que se cumprida? Algo até então escondido, algo que agora quer se fazer conhecido? "

Me diga o que é pior? Você ou a sua demanda para estar livre da dor agora?
O que é pior? O momento-a-momento, sensações físicas no corpo, ou a sua guerra contra eles?
O que é pior? A dor ou a sua frustração e desespero de que a dor "ainda está aqui" e "não desapareceu ainda"?
O que é pior? A dor ou a sensação de que você está preso dentro de seu corpo, que você se decepcionou com o organismo?
O que é pior? O seu próprio corpo, ou suas esperanças e sonhos despedaçados pela dor?

Você pode querer explorar o que realmente está causando a maior parte do seu stress, depressão e medo. É o stress ou a sua atitude para com ele que causa a dor? Você pode achar que há um mundo de diferença entre a dor física, e seu sofrimento e tristeza em torno da dor. Você pode achar que você realmente sente muito pior quando você pensa sobre a sua dor, reflete sobre isso, cria e fica obcecada por ele. Quando você pensa sobre a dor de ontem ou ausência de dor, quando você imagina a dor futura, quando você fantasia sobre a dor que nunca vai embora, imaginando que ela acabará por matá-lo; quando você pensa em todas as coisas que você fez de errado - você está sofrendo, e esta é a parte desnecessária. Todos esses são pensamentos, imagens, idéias, sugestões, perspectivas, memórias, fantasias - e não a realidade viva do momento presente.

Quando você desconecta do momento presente, e mergulha em sua história SOBRE a sua dor, você pode achar que os sentimentos de frustração, medo, raiva e até mesmo transtorno começam a acumular-se. Você começa focando tantas coisas que você não tem controle direto agora. Você sonha com um passado quando estava livre da dor, e fica lembrando em como voltar para lá ( não é possível ). Tudo era tão bom... Você acha que a sua dor está impedindo você de fazer o que você quer fazer, faz você parar de viver a vida que você tinha planejado... Você imagina um futuro cheio de dor e desconexão...

E você começa a sentir-se impotente, e terrivelmente desapontada, e até mesmo cheia de raiva contra a vida, o universo e tudo mais. Esta não era a vida que você esperava ou imaginava; a vida que havia sido prometida a você. Você se concentra em todas as coisas que você não pode fazer mais, todas as coisas que não existem mais, todas as coisas que você perdeu, todas as coisas que nunca mais voltarão. Você culpa a sua dor por arruinar sua vida. Você se sente tão longe da cura, do amor, da sua verdadeira vida; tão desconectada do seu corpo, de modo isolado, solitário...

Você já tentou de tudo, tudo, menos o óbvio: aceitar a sua dor, estando presente com ela, hoje.

Agora, vamos ser claros sobre isso: a aceitação não significa desistir da possibilidade de que a dor diminuia ou mesmo desapareça amanhã, ou na próxima semana ou no próximo ano. Significa apenas que sua paz não é mais dependente ou não disso acontecer.

Você está recuperando a sua felicidade, hoje, não importa o que o futuro traz.

Aceitando a sua dor não significa renunciar a si mesma para o destino, sendo uma vítima da vida.
Muito pelo contrário!
Significa a saída de todos os seus pesadelos e histórias baseadas no medo do passado e do futuro, e se alinhando como e onde você está hoje. Significa ser uma aliada do hoje, e não a sua vítima. Significa dizer SIM para onde você está agora, mesmo que 'onde você está' não é onde você esperava que fosse. Significa estar em profundo contato com este momento, com este corpo e seu potencial de cura, com o chão em que você está, com todo um universo como ele dança. Isso significa admitir que você não está no controle desse cosmos, e que há uma inteligência mais profunda presente aqui, trabalhando, infinitamente mais sábia do que este pequeno ego humano.

Isso significa admitir que você não pode saber o que a próxima cena do filme de sua vida será. Significa a saída da história do tempo e do espaço. Isso significa confiança e começar a agir a pertir de um lugar de confiança. Isso significa apoiar-se na criatividade do momento; estar aberta à conexões inesperadas, soluções, respostas, e sim, alegrias.

Quando você luta contra a sua dor, quando você age a partir dela, você se torna uma vítima porque você está permitindo que ela tenha poder sobre você, permitindo que o seu contentamento seja diminuído por causa disso. Você está dando energia à dor, através de sua resistência a ela, através de seu foco na tentativa de se livrar dela, tentando escapar e mesmo tentando "curar" isso.

Há violência aí. E como você viu, a sua tentativa de se livrar de sua dor não conseguiu nada até agora; sua resistência não levou à verdadeira cura. Essa guerra só cria mais e mais separação entre você e seu corpo, separação da presença que você é, te separa da paz, separa dos seus entes queridos, da gratidão, da inteligência do momento - que é a fonte da verdadeira cura. E também esgota você, esgota seus estoques de energia.

Pense em toda a energia que tem desviado para essa guerra entre você e a dor - energia que poderia ser usada para alimentar-se, e curar-se. Quando você cai na dimensão de recepção, você está podendo ver agora a dor como uma aliada, um guia, um professor, não é uma ameaça à sua vida, a dor, a doença se tornam um caminho.

O SIM é a sua recuperação de energia, e não a sua passividade. Você está liberando algo desnecessário, e não se tornando uma vítima ou tolerando algo indesejado.

Você sai do seu pensamento-história "a dor deveria ter ido embora" ( você não pode saber isso ) ou "a dor nunca vai embora" ( você não pode saber isso ). Tudo isso são pensamentos do passado e do futuro, pesadelos e sonhos.

Você para de comparar onde você está com o local onde você queria estar. Você para de criar a imagem de "ausência de dor", e você para de comparar este momento com essa imagem. Você soltou a história "Eu deveria ter vivido de forma diferente - Eu criei essa dor - Eu sou o culpado". Isso é rebobinar o filme da sua vida, e você não tem poder nesse sentido também. Você remove o fardo do tempo, tornando-se presente neste momento. Presença é a sua verdadeira fonte de poder - e, finalmente, de cura.

Você pára de focar em todas as coisas que você não pode fazer agora, todas as coisas que não são possíveis a você fazer agora. Esse foco na falta e na ausência e "no que não está aqui 'só vai fazer você se sentir mais deprimida e impotente e desligada. Você volta seu foco para o que você pode fazer, para o que você é, o que está presente, o que não foi perdido, o que ainda é possível, para os dias de hoje, para todas as coisas que a dor não pode tocar. Todas as coisas que fazem sua vida valer a pena. Todas as coisas que, mesmo com a dor, continuam presentes nas sua vida. Talvez a coisa toda seja um apelo à simplicidade radical.

Você se torna curiosa sobre onde você está agora - esta cena é o presente no filme de sua vida. Você se torna fascinada com esse momento, com o que é vivo, e onde você está. Esta respiração. Essas sensações. O sentimento da terra sob seus pés. O som de um pássaro cantando. Uma cena que você observa da janela. E a dor está aqui também.

Você percebe em você o desejo de que a dor vá embora - você não fazer disso um inimigo. Você percebe um desejo profundo de estar livre da dor, para escapar para algum outro tempo ou lugar. Você percebe uma frustração, uma decepção que a dor ainda esteja aqui, que ainda não evaporou. Você não luta com esses pensamentos ou sentimentos; observe-os, continue curiosa, conectada com o momento que você começa a permitir que esses sentimentos dentro de si mesmo também aconteçam, sem se misturar com eles.

Assim, você sai de sua mente e entra em sintonia com seu corpo. Você sente a respiração, o movimento dela, o ritmo, seu imediatismo, a sua presença. Você sente como a respiração sobe e desce como uma onda em um vasto oceano. Você sente a barriga se expandir e contrair. Você sabe que você está aqui, neste momento. Fundamentada, presente e viva. Um exploradora corajosa. Disposta a investigar, e sem se apressar a nenhuma conclusão.

Você sai da história de sua dor, a narrativa da dor de ontem e de amanhã, a memória da dor do passado e da antecipação de futuras dores. Isso é tudo tão avassalador, quanta história. Pare de pensar SOBRE a sua dor agora, e realmente se comprometa a atender a sua dor no momento presente.
Volte às sensações físicas do corpo. Por um momento, abandone a palavra "dor" ( uma palavra muito pesada, sólida do passado ) e diretamente explore e sinta as sensações físicas, que constituem a sua experiência presente de dor. Será que o corpo se sente apertado, frouxo, frio? Pode ser pesado, faminto, febril, quente?

Agora, um passo adiante, deixe cair ainda estas palavras, e volte para as sensações reais, sem rotulá-las, com um espírito de curiosidade e abertura. Apenas sinta, e observe, sem rotular, sem nenhuma explicação.
 Pura observação daquilo que sente o corpo.
Lembre-se, você não está tentando se livrar das sensações, detê-las, fazê-as ir embora, ou mesmo curá-las. Está ficando muito perto, trazendo sua atenção e escuta suaves e o calor da sua presença para cada parte do seu corpo que está implorando por sua atenção.

Mantenha sua exploração. Você pode encontrar um "centro" para a sua dor? A sua dor tem um limite? Será que ela pulsa ou vibra? Experimente com a tentar mover a sua atenção para o núcleo de sua dor. Se as sensações começam a mover-se, siga-as no corpo.

Se ficarems mais intenas, tudo bem - permaneça presente, atenta e curiosa. Se elas começam a dissipar-se, expandir-se, suavizar-se, maravilhoso - fique por perto, atenta. Não espere nenhum resultado particular, mas permita que o que acontecer seja visto por você. Qualquer expectativa, quando segura por muito tempo, pode levar à decepção em face da realidade. Observe, simplesmente. Tudo o que aparecer, acolha, e deixe passar.

Se desejar, você pode experimentar uma brincadeira com a sua respiração.
Como você respira, sinta ou imagine o ar da sua respiração fluindo para a área desconfortável, infundindo-lhe vida e oxigênio. Você está dignificando aquele lugar em você. Você está lembrando que ele tem o direito de estar aqui também; o direito de ser incluído na respiração e no corpo e não excluídos. É muito amoroso se respirar conscientemente na dor, isso faz com que se evapore a divisão ilusória entre você ( consciência ), a respiração e o corpo.

Em vez de contrair em torno da dor, contraindo-se em torno dela, você está respirando dentro dela, inundando-a com amor, a respiração é vida. Você está honrando a presença da dor agora, ao invés de esperar por sua ausência no tempo. Você está lhe dando um OK! profundo no coração da experiência. Você não está tentando fazer a dor ir embora, mas explorando a natureza da sua aparência.

Você pode começar a notar que, como tudo na vida, a dor não é sólida, mas uma massa amorfa de sensações, mudando de momento a momento. Às vezes você vai realmente olhar e achar que a dor não está lá. Às vezes, com atenção e gentileza, uma dor intensa vai amolecer, dissipar, relaxar, se tornar menos nítida, mais difusa. Às vezes, a dor pode ficar bastante intensa. Às vezes você vai ser tão absorta em outra coisa - uma peça de música, uma conversa, uma caminhada na natureza, uma meditação, um belo sonho - que você vai esquecer sua dor está mesmo lá. ( A dor está lá quando você não está ciente dela? ). Você pode aprender a valorizar esses momentos.

Sua experiência real de dor está constantemente mudando, evoluindo, mudando, nunca é a mesma duas vezes.

A história "Eu estou com dor" ou "A dor é constante", muitas vezes nem sequer começar a descrever a realidade viva, momento-a-momento de dor. Lembre-se, a partir da perspectiva do momento presente, não existe tal coisa como "sempre", "nunca", nem mesmo 'constante'. Não há ontem, nem amanhã. Há somente agora. Agora é tudo o que você está lidando.

Você pode ver a sua dor como um inimigo, essencialmente, "ruim" ou "errado" ou um "erro", ou você pode vê-la como um aliada na sua exploração corajosa da vida. Muitos têm de acordar do sonho de não sofrer, apesar da dor, mas por causa da dor.

A dor lhes ensina a abrandar e prestar atenção às partes de si mesmos; elas podem nunca receber atenção de outra forma. Ela ensinou-os a sair das histórias do passado e do futuro, e inclinar-se para o momento presente. Ela ensinou-os a respirar, explorar, e a ser grata pelas pequenas coisas. Para se tornar suaves, mas poderosos. Para se concentrar no que é realmente importante na vida. Para valorizar o dia, para ver a preciosidade em cada encontro; seja um momento de alegria, momento de tristeza, sempre é um momento de se fazer amizade com tudo - até mesmo as suas decepções, até mesmo os seus medos, até mesmo os seus momentos de desespero. Ensinou a sair dos sonhos de 'o que poderia ter sido', e acordar para a realidade 'daquilo que que é '.

Para muitos, a dor lhes ensinou a humildade; ela abriu o seu ego, e partiu em mil pedaços todos os seus sonhos ultrapassados de espiritualidade, e os trouxe a um lugar de entrega e amor, aqui e agora. Ela obrigou-o a passar pelo seu verdadeiro caminho. Ironicamente, ela ensinou-lhes o verdadeiro sentido da cura.

Se você parar de se comparar, meu amigo, minha amiga, você pode encontrar presentes e ensinamentos ocultos em sua experiência única de dor. E a sua intenção pode mudar - de se livrar da dor, para ouvi-la, estar aberto à sua presença, querendo saber o que está ela lhe pedindo. Você pode mover-se da violência e do desespero, para a gentileza, a aceitação, a calma e a paciência. Você pode começar uma conversa amigável com a sua dor.

A dor pode destruir você, ou ela pode concentrar você, te tornar mais atento, mais focado. Ela pode levá-lo mais profundo no sono e na depressão, ou pode acordá-lo. Ela pode transformá-lo em uma vítima, ou ela pode ajudá-lo mais do que nunca, a se sentir mais poderoso, mais alinhado, mais conectado com a sua verdadeira vida.

Não estou dizendo que você deve tentar 'gostar' da sua dor. Isso não é realista. Eu não estou dizendo que você deva se tornar um masoquista ou um guerreiro destemido. Isso é desnecessário. Não estou mesmo dizendo que você deva desistir de procurar um médico, um curador, um terapeuta, um amigo que possa ajudá-lo a dar-lhe uma outra perspectiva sobre a fonte de sua dor.

Eu estou pedindo que você - enquanto isso, por hoje, pelo menos - ouça a sua dor, e encontre a inteligência nela. Para sair dos pesadelos e histórias baseadas no medo que cercam a sua dor; estou pedindo para parar de pensar muito em sua dor, e tentar um pouco de gentileza, e exploração. Lembre-se de que a aceitação não pode fazer a sua dor piorar. Ela só pode levá-lo mais profundamente ao grande mistério da cura.

E um dia, que pode não ser tão longe assim, você pode olhar para trás e agradecer a sua dor por mantê-lo ligado à terra, curioso, atento e aberto.
Você pode perceber que a sua dor não foi na verdade 'pedras no seu caminho' - e sim que, a dor realmente era 'parte do seu caminho', e foi de todos, o seu maior mestre."
 

Jeff Foster em Satsang
Fonte:http://ventosdepaz.blogspot.com.br/2014/11/compreendendo-dor-jeff-foster.html?spref=tw

13 de novembro de 2014

O Vitimismo por Luis Gasparetto


"A grande maioria das pessoas atribui à sorte, ao azar, ao acaso ou a um poder superior a causa e o comando de tudo que lhes acontece na vida. Com isso, jamais procuram verificar a verdade sobre os fatos. Elas preferem optar por uma atitude conformista ou comodista, alimentando uma postura interna de vítimas que as faz sentirem-se coitadas.

Ficam hipnotizadas pela ideia de impotência diante de certos acontecimentos que consideram difíceis e sobre os quais não querem ter nenhum controle ou responsabilidade. É comum, nas situações dolorosas que afetam a elas mesmas ou os outros, as pessoas se acovardarem, em vez de resistirem com coragem e determinação.

 Quando não compreendem a causa de certos acontecimentos catastróficos, alguns justificam seu comodismo com frases como: “Deus ou o destino quis assim” ou “Não aconteceu porque não era para ser”. Outros preferem se revoltar a procurar desvendar a verdadeira realidade dos fatos. Reagir com comodismo ou revolta é preservar uma atitude de vítima.

O “vitimismo” é sem dúvida o maior empecilho ao progresso da humanidade.

Você também pensa dessa maneira? Acredita que sorte, azar, acidentes, catástrofes, dramas, alegrias, enfim, as coisas que acontecem em sua vida são independentes de sua vontade? Considera que o acaso provoca as situações ruins? Imagina que existe algo movimentando sua vida e que você mesmo não tem participação alguma? Pensa que seus problemas são causados pela inveja dos outros ou pelo destino e não por sua condição interna?

Se você acredita nisso, provavelmente vive nas teias amargas do “coitado”, pois se deixa levar ao sabor dos acontecimentos, já que está sob o domínio de uma força que considera ser independente de sua vontade. Pensar dessa maneira causa-lhe complicações e sofrimentos que reprimem a expressão de vida. Aquele que se julga vítima acredita que está no mundo para sofrer. Alimentar pensamentos dessa ordem não lhe permitirá usar seu poder de transformar os acontecimentos desagradáveis e edificar uma vida melhor.

De modo geral, o ser humano crê na fatalidade, no acaso e na negligência. Quando “acidentes” acontecem, as pessoas imediatamente definem as ocorrências, sem dar a chance de perceber se há uma outra forma de encarar os fatos. Explicar algo classificado como fatalidade não é uma tarefa fácil. Compreender o que está por trás de um acontecimento ruim exige certa predisposição a acatar o novo e abandonar os conceitos impregnados na humanidade.

Um acidente parece sempre algo inexplicável, e o acaso um mistério agindo aleatoriamente. Pensar desse modo é o mesmo que considerar que o nada pode fazer tudo, como realizar feitos extraordinários, provocar acidentes, promover sua demissão do emprego, fundir o motor de seu carro, causar uma infestação de cupins em sua casa e uma série de outros males que o rodeiam. Olhar a vida por essa óptica é acreditar que somos vítimas dos mecanismos naturais.

A ideia de sermos vítimas das fatalidades não é a melhor concepção de vida. É inaceitável crer que um ser superior governe tudo como um déspota ou mesmo que é o acaso que provoca todos os contratempos na vida das pessoas. Assim também não se pode acreditar que a natureza é caótica a ponto de cometer alguns lapsos em seus intrincados mecanismos de funcionamento.

A natureza é sábia, portanto para toda ação há sempre uma causa, mesmo quando nossa inteligência não consegue alcançar o conhecimento dos processos da vida. Quem segue sua intuição e busca uma outra visão dos acontecimentos, rompendo com a concepção do acaso e da injustiça, acaba encontrando as respostas para as ocorrências desagradáveis.

Experimente desafiar a ideia de fatalidade e busque a consciência das verdadeiras causas. Não acredite cegamente no que lhe foi passado. Procure obter uma vivência prática, observe as sensações de seu corpo, dê vazão à intuição. Esse procedimento possibilita desvendar a realidade dos acontecimentos.

O “vitimismo” é uma forma infantil de lidar com os fatos. De que modo então poderemos compreender os acidentes, as catástrofes e as situações problemáticas ou maravilhosas, se não cremos mais no acaso, se não responsabilizamos os outros, tampouco os atribuímos à vontade divina ou aos imperativos da vida? Qual a explicação plausível para o que acontece de bom ou prejudicial em nossa vida?

A resposta é: Você é a causa de tudo! É o centro de sua vida e senhor de seu próprio destino. Caso suas condições de vida não estejam a contento e ela esteja repleta de impedimentos, relacionamentos difíceis, escassez de recursos econômicos, doenças, etc., é sinal de que você não está fazendo uso adequado de seus poderes naturais, os quais comandam seu destino.

Acatar a consciência metafísica é abandonar o pretexto de atribuir ao externo suas frustrações internas; é reconhecer em si mesmo o referencial manifestador que cria a realidade, atraindo para si tudo de bom ou ruim que lhe acontece na vida. A vantagem dessa mudança é que você resgata o poder natural e passa a ter capacidade para transformar as situações desagradáveis que estão à sua volta, alterando o curso de sua vida para melhor.

Se de um lado você perde o álibi que justifica suas inabilidades, por outro adquire o poder interior de intervir nas situações externas. Essa postura vai tirá-lo da passividade e da dependência dos outros ou da concessão das forças naturais, proporcionando as condições internas necessárias para edificar uma vida nova. Inicialmente você pode estranhar essa nova concepção de vida. Para muitas pessoas é difícil pensar assim, aceitar como verdade o fato de que são elas que põem em movimento tudo que lhes acontece e não mais responsabilizar alguém — nem mesmo Deus — pelo que se passa com elas.

Você está disposto a encarar a vida por uma nova óptica? Isso exige parar de se colocar como vítima e se dar uma chance de estudar os acontecimentos por um outro ângulo. Esta é uma tarefa que requer tempo, observação e dedicação, porém os resultados serão promissores. Empenhar-se na reformulação interior é um importante passo para o sucesso e a realização pessoal. Essa conduta opera significativas mudanças em sua forma de pensar e agir.

Renovado interiormente, você se tornará mais perspicaz para compreender o motivo de sua vida, seguir um caminho e não outro, e o significado de tantas adversidades. A vida não é estúpida nem inconsequente, tampouco somos vítimas, mas sim os condutores de nosso próprio destino. Mediante isso você não deve se sentir culpado. Se sua postura ao longo da vida foi de omissão, assuma a responsabilidade. Ser responsável é ter habilidade natural de criar respostas, passando a conduzir sua vida de forma consciente. Lúcido de seu direito de escolha, você vai agir com mais segurança, podendo evitar aborrecimentos e alcançar mais rápido a felicidade.

Não confunda responsabilidade com obrigação. Obrigação é forçar você a fazer algo contra sua natureza, e responsabilidade é a consciência de seu poder de causar reações no mundo. Ser responsável é reconhecer e respeitar os próprios sentimentos, usar de bom senso e assumir o direito de escolha, podendo dar ou tirar a importância do que acontece ao redor. Você pode optar entre o positivo e o negativo de uma situação. Encarar os fatos com otimismo é considerar as perspectivas favoráveis, e com pessimismo é aceitar a derrota por antecedência. A qualquer momento pode-se acreditar ou desacreditar, só depende de você.

A consciência metafísica não irá privá-lo das experiências de vida, ela atenua a intensidade dos obstáculos porque o fortalece para enfrentá-los e favorece na transposição dos desafios, resgata o poder interior e promove o reconhecimento dos potenciais latentes na alma."



Gasparetto

12 de novembro de 2014

Voce se ajuda? por Flavio Bastos


"O criador de todas as coisas dotou o ser humano de inteligência e livre-arbítrio, combinações que quando integradas a outras características inerentes como emoções e sentimentos, levam-no a atingir níveis de consciência que determinam o seu grau de progresso espiritual.

No entanto, muitos seres ficam pelo caminho evolutivo, estacionam, se perdem nos desvios da existência. Geralmente, por imaturidade ou por questões ligadas à dependência afetiva, sentimentos não resolvidos cuja sintonia a criança leva consigo para a fase adulta.

Em outras situações, a negligência dos pais ou substitutos na educação, acentuam traços negativos de caráter que o indivíduo trás de outras vidas. A vida, na verdade, é uma combinação de situações pregressas e atuais, onde as vivências se misturam revelando a síntese do que somos.

Porém, acima de tudo, e de acordo com as leis da vida, cabe ao indivíduo adulto que goza de boa saúde, ser responsável por si mesmo, pois a percepção de si próprio inserido no contexto da vida, é a mola mestra que impulsiona as realizações pessoais no campo da independência afetiva e da liberdade de escolha.

O sentido de evolução é inerente ao ser humano. Se não for na vida atual por uma questão de limitação física ou de origem neurológica que impede o desenvolvimento normal do indivíduo, tornando-o dependente de terceiros, será na próxima vida quando ele estiver livre da "dívida" contraída no pretérito.

As leis naturais, também chamadas de divinas, morais ou universais, estimulam o ser inteligente para o crescimento integral e expansão da consciência. Mas, geralmente, o indivíduo não percebe essa orientação natural que permanece latente em sua consciência, exceto pelo aspecto instintivo relacionado à necessidade de sobrevivência em um mundo cada vez mais competitivo e repleto de conflitos de egos.

Por isso, muitas vezes, desviando-se do rumo ou alheio à orientação das leis naturais, o indivíduo sucumbe às suas próprias limitações. Torna-se apático, sua luz natural direcionada para a evolução quase se extingue, e a depressão avança tornando os seus dias mais sombrios e sem esperanças...

Sem reagir ou querer se ajudar, ele afunda cada vez mais no pântano de seus sentimentos não resolvidos e emoções descontroladas. O desequilíbrio, então, age livremente em seu psiquísmo, desorientando-o por tempo indeterminado da linha natural da vida e de seu senso de evolução.

Perdido como uma nau em mar bravio, o ser inteligente luta contra si mesmo para superar as muitas dificuldades encontradas pelo caminho. Não visualiza novos horizontes porque não enxerga além da sintonia de vítima presa às circunstâncias de sua existência.

Mesmo à deriva de sua tempestade existencial, ele não clama por socorro, não busca ajuda, não tem motivação para sair do redemoinho de suas lamentações e encontrar a luz do amanhecer e a tranquilidade de águas mais serenas que levem a portos seguros.

A cegueira provocada por ressentimentos do passado, impedem a visão de si próprio como um ser direcionado à transcendência das coisas que estão associadas ao efêmero dos acontecimentos mundanos.

Prisioneiro de si mesmo e subjugado aos grilhões da obsessão e do sentimento de vitimização, ele experencia em vida a masmorra do corpo e da alma, sendo a escuridão sua inseparável companheira de todas as horas.

Deprimido e acabado ele aguarda que a guilhotina da vida venha por fim a sua dor crônica, ao seu sofrimento tenaz e a sua desesperança por dias melhores - iluminados e acolhedores.

De repente, a simples visão de dias iluminados e acolhedores que a sua memória ainda guarda de tempos idos, faz reacender a chama da vida e a certeza de que a esperança pode ser renovada a partir do ponto em que o caminho do crescimento foi desviado para atalhos incertos e perigosos.

É chegado o momento -e talvez, a última oportunidade- de buscar ajuda para recuperar o tesão pela vida e o sentido de independência como ponto de partida para a expansão da consciência, em benefício do autoconhecimento, bem-estar e das realizações de âmbito pessoal e profissional."


Flavio Bastos
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos realizados: Terapia Regressiva Evolutiva, Psicoterapia Reencarnacionista, Terapia Floral, Eteriatria Quântica, Parapsicologia, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.E-mail:flaviolgb@terra.com.br
Fonte:
http://www.cacef.info/news/voc%C3%AA-se-ajuda-



2 de novembro de 2014

Quando tudo muda ao nosso redor e isso nos desestabiliza por Isha

"Em tudo que vivemos nos confrontamos com mudanças. Não importa de onde você é, é isso que enfrentamos permanentemente e muitas vezes essas mudanças são caóticas. 

Lembro-me quando perdi tudo. Tinha 28 anos e fiquei totalmente sem nada, em meio ao caos, somente observando como perdia mais e mais sem ter onde me agarrar. Quando meu pai faleceu, deixei de ser filha de... Quando meu namorado faleceu, deixei de ser a namorada de... Quando minha avó faleceu, eu já não tinha esse aconchego, esse lugar seguro e incondicional exterior que me alojava. 

Quando perdi minha profissão, que era um luxo e houve uma crise econômica e perdi todo meu dinheiro, fiquei sem saber o que fazer. Para mim, tudo tinha terminado, eu havia tocado o fundo e queria escapar. Eu escapei através do álcool por muito tempo, até que pude ver que só criava mais destruição assim; então, sim, fui ao fundo do poço e lá decidi começar a mudar. 

O primeiro passo dessa mudança foi começar a olhar para dentro e, assim, em meio ao caos, comecei a encontrar um lugar, lembrei-me de como na natureza, no meio de um ciclone, o local mais calmo é o centro, o olho do furacão. E assim, indo em direção ao centro da minha própria tempestade, e me focando no mais elevado em mim, como diz a canção, “O sol sempre está”, e pouco a pouco comecei a me focar nessa paz que está dentro de tudo e comecei a me conectar. 

Todos estamos treinados para resolver, para fazer de tudo, muitas coisas ao dia, e a maioria de nós encontra as soluções para problemas que se apresentam em meio a tantas atividades. Por estar trabalhando, nós não nos descuidamos dos filhos, de tudo que precisam, do que cozinharemos à noite, dos pedidos do marido, ou das necessidades de nossos pais, ou ainda dos exames para completar os estudos. Nós estamos treinadas para os múltiplos desafios e às vezes parecemos a Mulher-Maravilha em roupa normal. 

E, então, quando surge um problema, pode ser que se sinta como algo não planejado e mais custoso, porque queremos que saia como planejamos e começamos a forçar, ou a lutar e é difícil fluir, e é justamente isso que mais precisamos aprender para não criarmos mais sofrimento e conflito: aprender a fluir. 

Para fluir, precisamos confiar e aprender a nos entregar ao que é em cada momento, com a confiança de que tudo sairá o melhor que possa sair, e com a capacidade de mudar e fluir em cada momento com o que o momento nos traz. Mas, automaticamente, quando algo novo ou imprevisto se apresenta, nossa resposta é a velha resistência, que quer manter e defender seu lugar de como as coisas eram. 

E como isso é automático, nós podemos tomar como um sinal. Sinto a resistência, aprendo a soltar, solto, deixo ir e me abro para receber o que o novo traz para mim. 

Nos tempos atuais, o novo se apresenta a uma velocidade muito maior. Os jovens nos vão mostrando isso a passos gigantes, a tecnologia nos persegue com seus novos modelos. Se nos lembrarmos de muitos anos atrás, quando alguns de nós éramos mais jovens, todas as mudanças eram mais lentas, mas nós resistíamos da mesma forma; resistíamos ao novo e víamos nossos pais resistirem igualmente, quem dirá nossos avós: “Bons tempos aqueles, quando eu era jovem...” quem nunca escutou isso ao crescer? 

Todos vivemos sentindo saudade de outro momento e outro lugar, mas a vida está acontecendo agora. 

A mudança é um movimento que se encontra na própria natureza: o ativo, o passivo, o quieto; o positivo, o negativo, o neutro; o próton, o elétron, o neutron. O que está vivo, muda. Se não muda, morre. 

Essa é a nossa vida, uma ilusão de dualidade onde acontecem tantas coisas que não entendemos, e que só podemos nos apoiar, ainda que sem entender, na confiança de que a evolução sempre provoca mudanças. A vida sabe e então só podemos nos entregar, nos abrirmos a fluir com essas mudanças e estar dispostos a aprender com essa entrega. 

Eu sempre digo que a vida é muito simples, mas os humanos são muito complicados. Convido vocês a, nestes dias, colocar sua atenção em cada momento e fluir; a cada resistência ou defesa que surja automaticamente, entregar-se, confiar e dizer sim e, dessa forma, abraçar aquilo que a vida nos quer presentear." 

ISHA 
http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=37873

30 de outubro de 2014

Até que ponto é difícil viver consigo mesmo? por Eckhart Tolle

 "Uma das maneiras pelas quais o ego tenta escapar da insatisfação que tem em relação a si próprio é ampliando e fortalecendo sua percepção do eu. Ele faz isso identificando-se com um grupo, que pode ser um país, um partido político, uma empresa, uma instituição, uma seita, um clube, uma turma, um time de futebol, etc.

Em alguns casos, o ego pessoal parece se dissolver completamente quando alguém dedica a vida a trabalhar com abnegação pelo bem maior de uma coletividade sem exigir recompensa, reconhecimento nem enaltecimento. Que alívio ser libertado da carga incômoda do eu pessoal. Os membros do grupo sentem-se felizes e satisfeitos, não importa quanto precisem trabalhar, quantos sacrifícios tenham que fazer. Eles parecem ter superado o ego. A questão é: será que se libertaram de verdade ou o ego apenas se mudou do plano pessoal para o coletivo?

Um ego coletivo manifesta as mesmas características do ego pessoal, como a necessidade de enfrentamentos e inimigos, de ter ou fazer mais, de estar certo e mostrar que os outros estão errados, etc. Cedo ou tarde, essa coletividade entrará em conflito com outras coletividades porque busca inconscientemente o desentendimento e precisa de oposição para definir seus limites e, assim, a própria identidade. Depois, seus integrantes experimentam o sofrimento, que é uma consequência inevitável de toda ação motivada pelo ego. A essa altura, eles podem despertar e compreender que seu grupo tem um forte componente de insanidade.

Pode ser doloroso acordar de repente e perceber que a coletividade com a qual nos identificamos e para a qual trabalhamos é, na verdade, insana. Nesse momento, há pessoas que se tornam cínicas ou amargas e, daí por diante, passam a negar todos os valores, tudo o que vale a pena. Isso significa que elas adotam rapidamente outro sistema de crenças quando o anterior é reconhecido como ilusório e, portanto, entra em colapso. Elas não encaram a morte do seu ego; em vez disso, fogem e reencarnam em outro.

Um ego coletivo costuma ser mais inconsciente do que os indivíduos que o constituem. Por exemplo, as multidões (que são entidades egóicas coletivas temporárias) são capazes de cometer atrocidades que a pessoa sozinha não seria capaz de praticar. Vez por outra, os países adotam um comportamento que seria imediatamente reconhecido como psicopático numa pessoa.

À medida que a nova consciência for surgindo, algumas pessoas se sentirão motivadas a formar grupos que a reflitam. E eles não serão egos coletivos. Seus membros não terão necessidade de estabelecer sua identidade por meio deles, pois já não estarão procurando nenhuma forma para definir quem são. Ainda que essas pessoas não estejam totalmente livres do ego, elas terão consciência bastante para reconhecê-lo em si mesmas ou nos outros tão logo ele se manifeste.
 
 No entanto, será preciso estar sempre alerta, uma vez que o ego tentará assumir o controle e se reafirmar de qualquer maneira. Dissolver o ego humano trazendo-o à luz da consciência – esse será um dos principais propósitos desses grupos formados por pessoas esclarecidas, sejam eles empresas, instituições de caridade, escolas ou comunidades. Essas coletividades vão cumprir uma função importante no surgimento da nova consciência. Enquanto os grupos egóicos pressionam no sentido da inconsciência e do sofrimento, as agremiações esclarecidas podem ser um vórtice para a consciência que irá acelerar a mudança planetária. "

Eckhart Tolle

29 de outubro de 2014

O Menino e o Elefante por OSHO

"Eu ouvi uma história. Aconteceu numa aldeia...
O filho de um mendigo, era jovem, saudável - tão jovem e tão saudável que, quando o elefante do rei passava pela aldeia, ele simplesmente agarrava o rabo do elefante e o animal não era capaz de se mover.
Ás vezes era muito embaraçoso para o rei, porque ele ficava sentado sobre o elefante e todo o mercado se reunia e as pessoas riam. E tudo por causa do filho de um mendigo.
O rei pediu ao seu primeiro ministro: É preciso fazer alguma coisa, isso é um insulto. Fiquei com receio de passar por aquela aldeia e o menino às vezes vista outras aldeias também,em qualquer lugar ele pode agarrar a calda do elefante e ele não se moverá. Ele é tão forte, faça alguma coisa para esgotar sua energia.

O primeiro ministro disse: "Vou ter de consultar um sábio, porque eu não sei como esgotar sua energia. Não há nada para esgotar sua energia, porque ele é um mendigo. Se ele tivesse uma loja, sua energia poderia ser exaurida; se ele tivesse trabalhando como escriturário num escritório, a energia poderia ser esgotada. Mas ele não tem nada para fazer. Ele vive para se divertir, e as pessoas o adoram, e lhe dão comida e leite, por isso nunca lhe falta comida. Ele está feliz, ele come e dorme. Por isso é difícil, mas vou tentar."

Então, ele foi procurar um velho sábio. O sábio lhe disse: " Faça uma coisa, vá e diga ao rapaz que você vai lhe dar uma rúpia de ouro todos os dias se ele lhe prestar um pequeno serviço - e o serviço é muito simples. Ele tem que ir ao templo da aldeia e acender uma lamparina. Ele tem apenas que acender a lamparina, isso é tudo. E você vai lhe dar uma rúpia de ouro todos os dias"

O primeiro ministro disse: Mas como isso vai ajudar? Isso pode torná-lo ainda mais entusiasmado. Ele vai ter uma rúpia e vai se sentir cheio de energia. Ele nem mesmo se preocupará em pedir esmolas." 
O sábio disse: " Não se preocupe, basta fazer o que eu digo".
Isso foi feito, e na semana seguinte o rei passou com seu elefante, o menino tentou mas não conseguiu, não conseguiu parar o elefante. Ele foi arrastado por ele.

O que aconteceu? 
Surgiu a preocupação, surgiu a ansiedade. Ele tinha que lembrar durante 24 horas por dia que tinha que ir ao templo, todas as noites, e acender a lamparina. Isso se tornou uma preocupação, que dividiu todo o seu ser. Mesmo durante o sono, ele começou a sonhar que era noite: "O que você está fazendo? Vá e acenda a lamparina e pegue sua rúpia".

Então ele começou a guardar as rúpias de ouro - agora são sete, agora oito. Então, ele começou a calcular que dali a certo tempo, ele teria cem rúpias de ouro - e que essa quantia ia aumentar para duzentas; Entrou a matemática, acabou a diversão. E ele só tinha apenas uma pequena coisa a fazer, acender uma lamparina. Apenas um único minuto, nem mesmo um minuto, apenas uma coisa momentânea - mas tornou-se uma preocupação. E isso exauriu toda sua energia.

Se você está esgotado não é de admirar que a sua vida não seja divertida. Você tem tantos templos e tantas lamparinas para acender, tantos cálculos na sua vida, que ela não pode ser um divertimento. (...)

Sempre que você está dividido você fica sem forças, quando você fica sem divisões você é poderoso. Os desejos dividem você, a meditação não o divide. Os desejos o levam para o futuro, a meditação traz você para o presente.(...)

Sem forças, esgotado, você não pode estar em êxtase. Como pode dançar? Para dançar, você vai precisar de uma energia infinita. Exaurido como você pode cantar? Cantar é sempre um transbordamento. Morto como você pode orar? Somente quando você está totalmente vivo um agradecido brota do seu coração, uma gratidão. Essa gratidão é a oração."
 

Osho em o Barco Vazio
Fonte:http://ventosdepaz.blogspot.com.br/

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