11 de fevereiro de 2012

Dentro, não pensa - Satyaprem




"Foi perguntado ao Osho: "Querido mestre, você sempre fala em olhar para dentro. Mas, onde é que dentro fica? Porque eu tenho olhado, olhado, olhado, olhado... e não tenho a menor ideia. Estou tendo a nítida impressão de que o meu olhar sempre repousa do lado de fora. Eu olho, olho e torno a olhar... e para onde quer que eu olhe é o lado de fora. Mas você fala em olhar para dentro... Quer dizer que não estou te entendendo?"

Para que possa olhar para dentro, sem sombra de dúvidas, é fundamental que você se dê conta de onde é que o dentro fica. Caso contrário, você estará brincando de cabra-cega. Às escuras, você fica perdido. Ora mexe aqui, outrora mexe ali ou mexe acolá... e nada te dá aquilo que você está buscando.
Diante dessa infindável busca, uns amadurecem mais rápido e se dão conta de que a luz deve ser acesa e não é possível encontrá-la seguindo uma estrutura cega. Outros ignoram o foco do "encontro" e permanecem perdidos, maravilhados com os sentidos.

Mais uma vez eu repito, a Verdade é como um ímã. Aproxime-se e você é atraído, ela puxa você. Ofereça-se a Ela e deixe-se ser levado. Diante da Verdade, você deixa de ser você e nasce um "novo você" – livre de ideias. Aliás, não poderia ser mais apropriado sublinhar que você não é o que você pensa que é. Desista de ser esse "você-pensado' e assuma a sua verdadeira identidade. Para isso, sua busca deve ter apenas uma direção: para dentro!"

Autor:Satyaprem

10 de fevereiro de 2012

Quando ele não quer mais fazer sexo - OSHO...


"Perguntaram a Osho: Meu namorado tem cada vez menos vontade de fazer amor. Isso me deixa chateada, frustrada e eu chego até a ser agressiva com ele. O que posso fazer?

O primeiro ponto: 
surge um momento na vida em que um dos parceiros não terá vontade de ter relações sexuais. Em maior ou menor intensidade, isso acontece com todos os casais. Quando uma pessoa não quer ter relação sexual, a outra se apega a isso mais do que nunca e começa a sentir que, se não houver sexo, o relacionamento terminará.

Quanto mais você pedir, mais medo ele sentirá. O relacionamento desaparecerá não porque o sexo desapareceu, mas porque você insiste em pedir e ele se sente continuamente importunado. Ele não sente vontade de fazer amor, mas pode se forçar a fazer, e com isso ele se sentirá mal; ou, se ficar na dele, também se sentirá mal por estar fazendo você infeliz; ele se sente culpado.

Uma coisa precisa ser entendida: o sexo nada tem a ver com o amor. No máximo, ele é um começo. O amor é maior que o sexo, mais elevado do que o sexo. O amor pode florescer sem o sexo.

(A autora da pergunta interrompe: "Mas ele nunca diz que me ama.")
Não, você o está deixando com medo, porque, se ele disser que a ama, você estará pronta para pedir por sexo. Na sua cabeça, amor é praticamente sinônimo de sexo, isso eu posso perceber. Por isso, ele fica até mesmo com medo de tocá-la e de abraçá-la. Se ele a abraçar e a tocar, você estará pronta...

Você o está deixando com medo e não está percebendo o x da questão. Sem saber, você o está afastando. Ele ficará com medo até de conversar com você, porque ele fala e de novo a situação surge, argumentos, isso e aquilo...

Você não pode argumentar a respeito do amor, não pode convencer ninguém a respeito do amor. Se ele não o sentir, não há o que fazer. Ele ama você, senão a deixaria. E você o ama, mas tem um entendimento errado sobre sexo.

O meu entendimento é que o amor começa a crescer pela primeira vez quando o sexo febril e ardente se vai, aos poucos diminui. Então o amor fica mais e mais sereno, refinado, superior. Algo delicado começa a acontecer.

Mas você não está permitindo que isso aconteça. Ele está pronto para amá-la, mas você está se apegando ao sexo. Você insiste em puxá-lo para baixo. Esse puxar para baixo pode destruir toda a união.

Eu posso entender, porque a mente feminina sempre se apega ao sexo quando o homem não está interessado. Se o homem estiver interessado, a mulher fica completamente desinteressada. Percebo isso todos os dias. Se o homem estiver atrás de você, você faz o jogo de que não está interessada.

Quando o homem não está interessado, você fica com medo e os papéis mudam. Você começa a fazer o jogo de que precisa de sexo, de que sem ele ficará maluca, de que não pode viver sem ele. E tudo isso é pura tolice! Ninguém jamais enlouqueceu sem sexo.
Se você amar a pessoa, sua energia será transformada. Se você não amar a pessoa, caia fora. Se você amar a pessoa, a energia terá agora uma chance de se transformar numa realidade superior. Use essa oportunidade. E pegar no pé não vai ajudar, tornará tudo mais feio e causará o resultado contrário do que você deseja."


Osho, em "Amor, Liberdade e Solitude: Uma Nova Visão Sobre os Relacionamentos"

Você é um milagre!


"Você é um MILAGRE!
Nós, seres humanos, não somos nada menos do que um milagre. Pode haver momentos em que nos sentimos inúteis. Mas não somos nada menos do que um milagre.
 O fato de estarmos aqui, vivos e capazes de inspirar e expirar, é prova mais do que suficiente de que somos um milagre.

 Uma simples laranja traz dentro de si todo o cosmo: a luz do sol, a chuva, a Terra, o tempo, o espaço e a consciência. Nós também abrigamos todo o cosmo.
Encerramos o Reino de Deus, a Terra Pura do Buda, em cada célula do nosso corpo. Se soubermos como viver, o Reino de Deus se manifestará para nós no aqui e agora – com um único passo, podemos penetrá-lo.
 Não precisamos morrer para entrar no Reino de Deus. Na verdade, temos que estar bem vivos. 
O inferno também pode estar em cada célula do nosso corpo. Cabe a nós escolher. Se regarmos todos os dias a semente do inferno que existe em nós, será esta a realidade que viveremos 24 horas por dia. 
Mas se regarmos diariamente a semente do Reino de Deus que existe em nós, o Reino de Deus se tornará a realidade que viveremos em cada momento. Esta é a minha experiência.
Não existe um único dia em que eu não caminhe no Reino de Deus.

 Caso esteja neste lugar ou em qualquer outro, sou sempre capaz de andar com a mente desperta. O solo debaixo dos meus pés é sempre a Terra Pura do Buda. Ninguém pode tirar isso de mim.

 Na minha opinião, o Reino de Deus é agora ou nunca. Ele não está situado no tempo ou no espaço. Ele está no nosso coração. Todos nós precisamos desenvolver o andar consciente e tocar a Terra como se ela fosse um milagre. 

Se soubermos como voltar para o aqui e agora, se soubermos como tocar o Reino de Deus em cada célula de nosso corpo, ele se manifestará para nós de imediato, no aqui e agora."

Extraído do livro: Sinta-se livre onde você estiver, do autor Thich Nhat Hanh.

7 de fevereiro de 2012

A Consciência espiritual do século XXI...



"Estamos precisando expandir a nossa consciência, o que é uma legítima busca por espiritualidade que significa conhecermos mais sobre nós mesmos.
 Buscar a espiritualidade é elevar a consciência para níveis que nos tragam o entendimento definitivo de que nada se cria, tudo se transforma. Não como uma lei que aprendemos na escola, mas compreendendo isso com consistência, sentindo com todas as células do nosso ser. 

Precisamos compreender de uma vez por todas, que toda ação tem uma reação com sentido oposto e com mesma intensidade.
 Que não existe um Deus que castiga e pune, mas que nossos atos podem se voltar contra nós mesmos. Precisamos compreender que a lei da atração sintoniza os acontecimentos aos pensamentos de mesmo padrão. 

Não podemos negar. Basta olharmos para a história da humanidade e vermos que, mesmo ainda engatinhando nesse crescimento, a humanidade está evoluindo.
 E isso deve ser olhado sob uma perspectiva otimista, para percebermos que, mesmo com tantas insanidades humanas, ainda assim estamos evoluindo, desenvolvendo-nos naturalmente. 

É fácil percebermos esse avanço. Basta assistirmos a um filme que retrate histórias de épocas remotas para percebermos essa evidência e sentirmos o quanto o nosso planeta, em meio a tantos desastres, também evolui. Mas, não dá para ignorar o fato que nosso Planeta também está muito doente, debilitado, ferido, por conseqüência de tantos maus tratos. 

É importante falar nesse assunto para enfatizar que buscar a espiritualidade no século XXI se dá em uma condição muito diferenciada do que foi no século XV, por exemplo.
 O melhor é que ninguém é condenado e morre na fogueira por falar de espiritualidade. Se aquela conduta ainda existisse, eu mesmo, certamente, já teria virado churrasco! 

Esse universo de possibilidades, aliado à necessidade emergente de curar o planeta, bem como à tecnologia de informação acessível, torna tudo mais fácil e especial.
 Por isso, buscar a espiritualidade no século XXI é uma tarefa com prioridade máxima, no entanto muito mais simples agora do que já foi nos séculos anteriores.
 A grande dádiva divina para esse momento é que podemos, de maneira inédita, unir ciência, tecnologia e espiritualidade para, por meio dessa comunhão bem sucedida, criarmos possibilidades de resolver os problemas do mundo. Veja os equipamentos eletrônicos avançadíssimos, os computadores, os celulares, a medicina tão bem equipada, remédios incríveis, os meios de comunicação globalizados, a informação em tempo real, o rádio, a televisão, a mídia em geral, os modernos meios de transporte, as novas fontes de energia ecologicamente corretas e muito mais. 

Por termos a oportunidade de ver e ajudar nessa união fantástica da ciência e da espiritualidade, em prol de uma causa nobre, esse momento histórico pode ser considerado um presente de Deus para a humanidade. 

O que mais motiva nessa busca por espiritualidade é que quanto mais elevarmos as nossas consciências, em níveis mais angelicais, mais nos tornaremos livres, abandonando o sofrimento e curando a miopia que não nos permite compreender os mecanismos naturais de evolução universal. 

Só tem ódio, raiva, ciúme, inveja, medo, insegurança, mágoa quem não compreende esses mecanismos universais (a maioria da população mundial).
 Quem busca e encontra a espiritualidade dentro de si pode até sentir essas emoções negativas periodicamente, até mesmo em função do inconsciente coletivo em que vivemos. 
Mas com essa nova forma de ver o mundo, será possível não nutrirmos mais essas inferioridades, e a cura desses aspectos vai se tornar algo real. 
Refiro-me à capacidade de não ser solo fértil para esses aspectos inferiores, que são ilusões do ego. 
Quem busca essa espiritualidade dentro de si próprio, confronta-se com momentos mágicos, repletos de alegria e plenitude, que, consequentemente geram motivação para ajudar ao próximo. Naturalmente, vai brotar um forte empenho em mostrar para as outras pessoas as "boas novas".

 Podemos nos tornar geradores de energia positiva, que sendo produzida abundantemente por uma pessoa em seu equilíbrio espiritual, pode tranquilamente ser emanada para mais pessoas ao redor, para os ambientes e para o planeta em geral. 

Nesse momento, faz-se necessária muita tolerância, compaixão, paciência e, principalmente respeito para compreender que cada pessoa possui seu tempo de despertar, que não necessariamente será o mesmo nosso. 

Vivemos a vida ligados no piloto automático por muitos anos, concentrados apenas nos interesses do ego, que honestamente são ínfimos baseados nas verdadeiras necessidades essenciais que o espírito tem.

 Por um motivo qualquer, de uma hora para outra, buscamos essa espiritualidade e podemos encontrar. Quando isso vem a acontecer, a impressão transmitida é como se uma bomba de luz explodisse conceitos e visões antigas da sua vida. Então você se dá conta do quanto adormeceu e perdeu tempo, do quanto já sofreu e de que essa nova consciência poderia ter sido um poderoso instrumento para resolver as adversidades do passado, com muito mais leveza e eficiência. 
Quando qualquer pessoa se abre e expande a sua consciência, é como se ela pudesse ter uma visão periférica (igual a das águias) que lhe permite enxergar longe e amplamente.
 Fruto desse processo, um encantamento intenso acontece, tão grande e intenso que muitas vezes pode até desequilibrar a pessoa, provocando um certo fascínio.
 Esse fenômeno é incompreendido por aqueles que ainda não despertaram para essa espiritualidade, podendo ser interpretado como fanatismo. 

Quando essa abertura acontece, o indivíduo quer a todo custo que as pessoas próximas a si também experienciem essas dádivas, que é essa consciência mais espiritualizada.
 Porém, como dito acima, cada um tem seu tempo, e isso deve ser respeitado, a fim de que a pessoa não faça papel de louca e desequilibrada perante aqueles que ainda não estão maduros para descobrir os benefícios desse novo estado de consciência. 

Ser espiritualizado é conhecer mais sobre nós mesmos e saber respeitar os momentos de cada um."

Autor: Bruno J. Gimenes

6 de fevereiro de 2012

Competição: o Espelho de Narciso - por: Adriano Mastrorosa



"Muitos aspectos presentes no cotidiano nos levam a encarar a competição como sendo uma característica natural, presente na vida do ser humano e portanto devendo ser encarada como inevitável.

Por outro lado, se tomarmos o cuidado de observar como a sociedade valoriza e incentiva a competitividade podemos verificar que tal atitude é resultado de um esforço coletivo em mostrar as grandezas do ego e se colocar em posição de destaque e, portanto, uma construção social.

Longe de querer filosofar sobre a predominância natural ou cultural da competitividade, acreditando que ambos são significativos e presentes, o trabalho a seguir se propõe a fazer uma pequena discussão sobre a influência da competitividade e seu excesso na vida cotidiana, tentando traçar uma correlação entre competição e narcisismo, se apoiando para tal em alguns textos de psicanalistas contemporâneos que pensam a sociedade e experiências empíricas sobre o assunto.

Pretendemos discorrer sobre a necessidade de competir e sobretudo de vencer, os prejuízos e implicações causadas por estas ações e a importância que assume nos dias atuais do ponto de vista psicológico e social.

A competição coroando o narcisismo

A competição está presente em nossas vidas desde muito cedo. Se levarmos em conta que o espermatozóide mais ágil e rápido será aquele que fecundará o óvulo, podemos dizer que a competição está presente antes mesmo de sermos gerados.

Ainda na infância somos submetidos às mais diversas comparações, o filho mais obediente, a criança mais comportada, a que come mais ou chora menos (1)...

Aos sete anos de idade muitos pais colocam seus filhos em escolinhas dos mais diversos esportes e ao final de cada jogo o precoce atleta é questionado: "...quem ganhou?", "quantos pontos você fez?" e assim por diante (2).

Na escola as coisas não mudam muito, sempre existe o melhor aluno, as melhores notas, mais inteligentes, o primeiro da classe.
Vestibular é a copa do mundo para o estudante, é a hora de provar que todo esforço valeu a pena (3), é hora de brilhar e conquistar o grande prêmio, afinal apenas aqueles que estiverem no topo da lista terão o direito de ingressar na universidade escolhida.

Depois vem o primeiro emprego, a escolha do parceiro, o convívio social e continuamos tendo de provar nosso valor, tendo de ser campeões, estar sempre na frente e jamais perder...

Se prestarmos atenção, a todo o momento estamos comparando nosso desempenho, confrontando opiniões, medindo performance. Buscamos ganhar a qualquer custo, queremos ser sempre os melhores e qualquer segundo lugar soa como derrota.
A competição é a tônica dos dias atuais, a vitória tem seu valor exacerbado e qualquer resultado diferente do idealmente desejado, se torna sinônimo de fracasso.

Dentro da cultura do narcisismo fundamentada por Lasch (1984), percebe-se uma supervalorização do eu (4) e uma excessiva preocupação com a individualidade, a comparação se torna instrumento que certifica a própria grandiosidade.

Qualquer demonstração de superioridade ou fatos que evidenciem as qualidades do sujeito serve de gás, inflando seu ego e lhe garantindo uma melhor posição diante da sociedade.

Espera-se que o indivíduo seja um vitorioso e este constrói sua imagem segundo esta prerrogativa, buscando a todo custo parâmetros que o aproximem da imagem por ele criada5. Segundo Caligaris (1996,p.89) "... é a dita cultura do narcisismo, em que o fundamento do laço social são estereótipos que todos queremos espelhar."

Cria-se a necessidade de se autotestar a todo momento, na busca de aproximar-se do modelo vitorioso criado. Neste processo, qualquer tropeço é encarado como desastre pois mostra uma face indesejada, expõe nossa imperfeição e nos afasta do estereótipo concebido de perfeição e grandiosidade.

Para corresponder à condição esperada e desejada, esconde-se os aspectos negativos e se ressalta os positivos.

O indivíduo passa a viver fora da realidade, a se imaginar com características fantasiosas, passando a existir, segundo Birman (1999), na exterioridade, evidenciando a estetização do eu. Neste momento, ao outro cabe o papel de expectador, admirador e enaltecedor das virtudes do personagem criado.

"Na cultura do espetáculo, o que se destaca é a exigência infinita da performance, que submete todas as ações daquele. De novo aqui se confunde o ser com o parecer, de maneira que o aparecimento ruidoso do indivíduo faz acreditar no seu poder e fascínio.
 Nessa performance, marcada pelo narcisismo funesto em seus menores detalhes, o que importa é que o eu seja glorificado, em extensão e em intenção. Com isso, o eu se transforma numa majestade permanente, iluminado que é o tempo todo no palco da cena social".(Birman,1999 p.168)

Temos, pois, a cultura do espetáculo e a infinita necessidade da performance.

As exigências para consigo em busca da performance são cada vez maiores uma vez que o desejo jamais poderá ser satisfeito (kehl,1996). A corrida atrás de uma imagem idealizada, impossível de ser alcançada, resulta em frustração para o ego. Sempre haverá alguém mais novo, mais bonito, mais veloz, mais...

A competição naturalmente presente na vida do indivíduo é incentivada pela sociedade "... o sujeito da cultura do narcisismo é tão socialmente determinado quanto qualquer outro" (Ibidem).
 Incentivada muitas vezes a ponto de provocar no indivíduo um sentimento de fracasso absoluto por não conseguir atender ao apelo constante de performance.
 Sentimento este, capaz de contribuir para que o indivíduo se torne vítima de psicopatologias como depressão, síndrome do pânico e toxicomanias, comuns nos dias de hoje.(Birman, 1997)

Outro fato possível de ser verificado quando há um excesso de preocupação com a performance, com a busca de resultados e a conseqüente individualização do sujeito é a dificuldade encontrada pelas pessoas em interagirem umas com as outras e criarem laços de amizade e companheirismo, uma vez que a preocupação em se destacar ofusca o interesse pelo outro e não oportuniza o compartilhamento fraterno de problemas, alegrias, preocupações e anseios em nome do bem comum e do crescimento mútuo.
 O outro é o adversário e não o companheiro de caminhada.

Temos, então, uma sociedade cada vez mais preocupada consigo, indiferente aos assuntos daqueles que dividem com elas a mesma rua, o mesmo escritório, enfim, o mesmo espaço. Estão tão próximas fisicamente, mas infinitamente distantes no convívio diário.
Considerações finais

Se Tomarmos por base a natureza e sobretudo a luta pela vida comumente vista em documentários sobre a vida selvagem, onde animais mais fortes e ágeis devoram os menos em nome da sobrevivência, é fácil traçar um paralelo e encarar a acirrada competição dos dias de hoje como natural.

 O detalhe que muitas vezes esquecemos é que nós, ao contrário dos animais, somos dotados de consciência e temos condições de garantir a nossa sobrevivência sem termos necessariamente de devorarmos uns aos outros. Ao contrário, podemos colaborar com o próximo em nome do bem comum.

Independente de qualquer especulação filosófica a respeito da natureza competitiva ou não do homem, o incentivo da coletividade a este aspecto exacerba sua importância transformando irmãos em rivais, contribuindo com a distância entre os seres humanos e alimentando a cultura do narcisismo voltando o indivíduo para si.

Ao permitir e até valorizar a busca desenfreada pela vitória, cria-se socialmente um quadro em que a busca por sobrepujar o próximo impede qualquer possibilidade de convívio fraterno.
 Por outro lado, a derrota assume um caráter vexatório e indesejável.
 O processo perde o valor diante da necessidade de resultados positivos e é instalado o vale tudo em nome da exaltação do ego.

Faz-se necessário que evoquemos a nossa consciência, deixando de dar tamanho valor ao confronto e à competitividade junto aos nossos filhos e alunos, escolhendo entre a criação de gladiadores ou seres humanos capazes de construírem uma sociedade pautada na cooperação, na amizade, na solidariedade.

Notas
Relações triangulares edípicas, disputa dos filhos pelo amor dos pais.

Narcisismo dos pais refletido nas crianças. Os pais transferem seus desejos para os filhos.

Os esforços do indivíduo e de todos que nele investiram (como os pais), dívida do indivíduo com aqueles que nele acreditaram e investiram.

O termo Eu/Ego utilizados no texto, são entendidos conforme a definição psicanalítica do termo, definida por Freud e que pode ser consultada no Vocabulário de psicanálise de Laplanche e Portalis (1998).

Esta idéia corresponde ao termo Eu ideal criado por Freud em Para introdução do Narcisismo de 1914. Para maiores detalhes, examinar verbete em Vocabulário de psicanálise de Laplanche e Portalis (1998)."
Obs. O autor, professor (educação física) Adriano Mastrorosa é pós-graduado em sócio-psicologia pela FESP-SP e mestrando em educação: história, política, sociedade na PUC-SP

5 de fevereiro de 2012

O amor verdadeiro - por OSHO


"É difícil amar pessoas reais, porque uma pessoa real, não irá cumprir suas expectativas. Ela não está aqui para cumprir as expectativas de qualquer outra pessoa. Ela tem que viver sua própria vida. E sempre que ela se move para algum lugar em desacordo com você ou não está em sintonia com seus sentimentos ou com suas emoções, torna-se difícil.

É muito fácil pensar sobre o amor, é muito difícil amar. É muito fácil amar o mundo inteiro, a verdadeira dificuldade é amar um único ser humano. É muito fácil amar a Deus ou à humanidade, o verdadeiro problema surge quando você se encontra com uma pessoa real e a encara. Para encará-la é preciso passar por uma grande mudança e um grande desafio.

É preciso entender que este é um problema real. Nada tem a ver com você pessoalmente. O problema está relacionado com todo o fenômeno do amor. 
Não o torne um problema pessoal, caso contrário, você se verá em dificuldades. Todos têm que enfrentar esse mesmo problema, uns mais outros menos. Eu nunca encontrei uma pessoa que não tenha dificuldade em amar. Tem alguma coisa a ver com o amor, com o mundo do amor. O próprio relacionamento traz muitas situações onde os problemas surgem, e é bom passar por eles.
No Oriente as pessoas escaparam dos relacionamentos, simplesmente por perceberem suas dificuldades. Eles começaram a negar seu amor, rejeitando-o. Tornaram-se sem amor e chamaram a isto de não-apego.

Por eles terem se tornado amortecidos, o amor quase desapareceu e só a meditação permaneceu. Meditação para eles significa que você está se sentindo bem na sua solidão. Meditação para eles significa que você está se relacionando apenas consigo mesmo; seu círculo se completa com você mesmo, você não sai dele.
 É claro que noventa e nove por cento de seus problemas estarão resolvidos – mas a um custo muito grande. 
Você será menos problemático – o homem oriental é menos ansioso, menos tenso, quase vive na sua própria caverna interior, protegido, com os olhos fechados.
 Ele não permite que a sua energia se mova. Ele faz um curto-circuito… um movimento de energia dentro de seu pequeno ser e ele fica feliz. Mas sua felicidade é um pouco morta. Sua felicidade não é uma alegria"

Autor:Osho

DESPERTAR!



“Há três tipos de pessoas no mundo, aquelas que estão a dormir, aquelas que estão em agitação e aquelas que estão despertas.

Se tentar acordar a pessoa que está a dormir, ela apenas resmungará e voltará a dormir. Se tentar acordar a pessoa que está agitada ela acordará apenas o tempo suficiente para vos maldizer e, de seguida, voltará a dormir.

Em vez de os tentar acordar, se se deparar com alguém que está a dormir ou em agitação o que deve fazer é afofar a sua almofada, aconchegá-lo e beijá-lo na testa. 

A alegria importante para os que estão despertos é procurarem-se mutuamente, conectarem-se com outros que estão despertos, conversar, cantar e celebrar juntos.
 Isto irá criar um engrandecimento da consciência. 
Á medida que este engrandecimento aumenta e se espalha, irá despertar os agitados e começará a mexer nos que ainda estão a dormir.”

Buckminster Fuller
Fonte:http://portalclaudia.blogspot.com/

Não aceite o retrato do mundo que a televisão transmite! [reflexão urgente e necessária]



"Se você assistir aos noticiários da televisão, às novelas e aos programas de grande audiência sem estar com o senso crítico aguçado, chegará inevitavelmente à conclusão de que o mal predomina assustadoramente no planeta, que a desgraça é iminente e que o fim do mundo está próximo. 
Será confrontado também com ambientes de luxo e riqueza, onde só há alegria e mulheres deslumbrantes apresentadas como um ideal a ser atingido.
 De um modo geral, ficamos ali sentados, inertes, engolindo passivamente tudo, sem nos darmos conta do mal que essas imagens nos fazem. 
Por isso, tome duas iniciativas: procure evitar os noticiários antes de dormir, para não levar todas aquelas desgraças para o seu sono.
Ou então assista aos programas e novelas filtrando com seu senso crítico, sabendo que o que é bom, positivo, nobre e generoso dificilmente encontra espaço nas telas, tomando consciência de que a realidade é ambígua e que os valores determinantes da felicidade não se identificam com o luxo e o esplendor que a televisão apregoa.
Durante mil gerações, a tribo Gwinch’in viveu no norte do Alasca em um isolamento cultural quase completo. Os membros da tribo eram totalmente auto-suficientes, sobrevivendo com base em habilidades e sabedoria aprendidas com seus pais e com os anciãos.

Em 1980, um líder da tribo adquiriu uma televisão.

O evento é descrito por membros da tribo como o princípio de um vício. Em breve o convívio e os costumes nativos começaram a ser ignorados de modo a maximizar o tempo diante da televisão. Um pesquisador comentou a respeito da experiência dessa tribo: "Para esses nativos, como para todo mundo, a televisão é um gás paralisante cultural. É inodoro, indolor, insosso e mortal."

O que aconteceu com as tradições Gwinch’in que haviam sido respeitadas durante milhares de anos? Nas palavras de um membro da tribo: ‘A televisão nos fez desejar ser uma coisa diferente. Ela nos ensinou a cobiça e o desperdício, e agora tudo o que éramos está perdido."

Apesar de ter programas excelentes, a televisão é capaz de mudar a nossa visão do mundo e nos incentivar a desenvolver conclusões altamente irreais e muitas vezes prejudiciais que reduzem a nossa satisfação na vida perto de cinqüenta por cento. (Jeffres e Dobos, 1995)" 
David Niven, PH,D - Os 100 segredos das pessoas felizes

3 de fevereiro de 2012

Sugestões Para Quem Sofre de Arthur da Távola


"Experimente olhar tudo em seu fluxo feito de conexões e desconexões eternas e começará a compreender a complexidade da tarefa de viver.
 Vida é o drama criativo da existência. Existir e insistir será sempre problemático. Impõe cautela, acuidade, observação, ausência de plenas respostas.
 Viver dói, mas cura. Apesar dos erros. Repare em tudo o que começa a dar certo dentro de você, compatibilizando seu ser com a sua vida. 

Prepare-se para o que começa a se encaminhar para o que é bom em você! Seja capaz de aceitar e também enfrentar tudo de melhor que tem. É preciso força e coragem para aceitar o bem que mora em nós. Coragem serena, não arrogância.
 Prepara-se para a sua capacidade de amar, para sua melhor beleza, para fazer cada vez melhor o que você sabe, seja quindim, amor, coleção de selos, estudos transcendentais, harpa, pipoca, sinuca ou cirurgia ocular. 


Prepara-se para dar certo.
 Para ser querido. Para merecer o amor que teme. Aceite a pluralidade da vida. Somos vários num só e há muitas verdades no mundo, todas precárias. “Há tantas religiões quanto pessoas” (dizia Ghandi). Há tantos métodos quanto indivíduos.

 Experimente descobrir e até, se for possível, aceitar a visão da verdade que impulsiona o seu adversário e anima a luta de seu inimigo.
 Ouça o que ele tem a ensinar ainda que sob o manto da maldade ou da injustiça. 
Pense em todas as direções, com mão e contramão em cada estrada. Repare que só cresce e melhora quem entra, enfrenta e aceita o seu pior. 

Abra-se sem receio para tudo o que seja compreensão, até do que nunca foi nem será entendido. 
Aceite a complexidade que faz a vida e anima o homem a se agitar neste mundo, buscando realizar o que nunca conseguirá plenamente, mas lhe dará o alívio do dever cumprido uma das grandes Graças de Deus."

Arthur da Távola

2 de fevereiro de 2012

Dez chaves para a mestria ativa - Deepak Chopra


"Ouça a sabedoria do seu corpo, que se expressa 
através de conforto e desconforto. Ao escolher um 
determinado comportamento, pergunte ao corpo:
"Como se sente a respeito?" Se o seu corpo enviar um 
sinal de sofrimento físico ou emocional, cuidado! Se o 
sinal for de conforto e animação, siga em frente.

Viva no
presente, pois é o único momento que você tem. 
Fique atento ao aqui e agora ; procure a plenitude 
de cada momento. Aceite o que chega até você total 
e completamente de modo que possa apreciar, 
aprender e deixar passar - seja o que for. O presente
é como deveria ser. Reflete leis infinitas da natureza 
que trouxeram a você este exato pensamento, esta reação 
física. Este momento é o que é porque o universo é o
que é. 
Não lute contra o infinito esquema das
coisas, em vez disso, una-se a ele.

 Aproveite algum 
tempo para ficar em silêncio, para meditar, acalmar 
o diálogo interior. Nos momentos de silêncio, perceba 
que está entrando em contato com sua fonte de
pura consciência. Preste atenção à sua vida interior 
para que possa ser guiado pela intuição, e não
por interpretações impostas externamente do que 
é bom ou não para você.
 Renuncie à necessidade 
de aprovação externa. Você é o juiz do seu valor, e o 
seu objetivo é descobrir um valor infinito em si 
próprio, não importa o que os outros pensem.
Esta percepção traz grande liberdade.

 Quando você 
se descobrir reagindo com raiva ou antagonismo a
qualquer pessoa ou circunstância, acredite que 
só está lutando consigo mesmo. 
Resistir é 
a resposta de defesas criadas por velhas mágoas. 
Ao renunciar à raiva, você estará se curando e 
cooperando com o fluxo do universo. Saiba que o 
mundo "lá fora" reflete a sua realidade "aqui dentro".
As pessoas contra as quais você reage mais fortemente,
seja com amor ou ódio, são projeções do seu mundo 
interior. O que mais você odeia é o que mais nega 
em si mesmo. Use o espelho dos seus relacionamentos
para guiar sua evolução.
 A meta é o auto conhecimento 
total. Quando consegui-lo, o que mais você deseja 
estará automaticamente lá, e o que mais despreza 
desaparecerá.

 Livre-se do fardo do julgamento - você 
se sentirá muito mais leve. Julgar impõe rótulos de
certo ou errado em situações que simplesmente 
são. 
Tudo pode ser compreendido e perdoado,
mas quando você julga, fecha as portas
à compreensão e abandona o processo de aprender 
a amar. Ao julgar os outros, você reflete sua 
carência de auto - aceitação. 
Lembre-se de 
que toda pessoa que você perdoa é mais uma 
parcela somada à sua auto - estima. 

Não contamine 
seu corpo com toxinas, seja através de alimentos, 
bebidas ou emoções venenosas. Seu corpo é
mais do que um sistema de suporte à vida. 
É 
o veículo que o transportará em sua jornada rumo
à evolução. A saúde de cada célula contribui
diretamente para seu estado de bem-estar, porque
cada célula é um minúsculo ponto de consciência
dentro do campo de consciência que é 
você. 
Substitua comportamento motivado
pelo medo, por comportamento motivado por amor.
Medo é o produto da memória, que reside no
passado. Ao relembrarmos o que nos magoou antes,
dirigimos nossas energias para nos assegurarmos de
que uma antiga mágoa não se repetirá. Mas tentar impor
o passado ao presente jamais afastará a ameaça 
de ser magoado outra vez. Isto só acontece quando
você encontra a segurança de seu próprio ser, que é
o amor.
 Motivado pela verdade dentro de você, 
será possível enfrentar qualquer ameaça porque
sua força interior é invulnerável ao medo.
Compreenda 
que o mundo físico é apenas um espelho de
uma inteligência mais profunda. A inteligência é 
o organismo invisível de toda matéria e energia,
e, uma vez que uma porção desta inteligência
reside em você, você compartilha o poder organizador 
do cosmos.

 Por ser inseparavelmente ligado à tudo, 
você não pode se permitir prejudicar o ar e a 
água do planeta. Mas, a um nível mais profundo, 
você também não pode se permitir viver com uma 
mente venenosa,
 porque todo o pensamento 
deixa uma impressão registrada no campo da 
inteligência.

 Viver em equilíbrio e pureza é o bem 
mais elevado para você e para a Terra."


Autor: Deepak Chopra

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