5 de janeiro de 2012

Da Lei da Atracção à Lei da Abundância..


"Enquanto seres encarnados todos nós estamos sujeitos a várias Leis. Desde as Leis materiais que tentam regular a vida dentro do universo manifestado, como é o caso da Lei do Carma, até às Leis Espirituais que nos impulsionam para fora deste universo através da sintonia com a Vida que nele se manifesta. 


A Lei da Atracção, tão divulgada hoje, é uma Lei que opera dentro do circuito da Mãe e por isso mesmo é uma Lei material, própria do universo planetário aonde nos encontramos encarnados. Essa Mãe, que é a substância lúcida do universo manifestado, e por isso material, reage aos nossos pensamentos e sentimentos, que são energia, devolvendo-nos aquilo que desejámos, não na forma de um impulso espiritual ou de uma expansão de consciência, já que isso é do domínio do circuito do Filho, mas através das formas por nós desejadas.
 Essa Lei possibilita, unicamente, pela compreensão do seu funcionamento e dos seus mecanismos de acção e reacção, encontrarmos um equilíbrio de forças dentro deste universo a que chamamos Planeta Terra.

Esse equilíbrio, que não é vertical, mas apenas uma forma de deslocar forças e organiza-las, permitindo-nos aplainar as arestas do caminho. Contudo, embora esse aplainar das arestas possa até ser importante num momento específico do nosso processo evolutivo, buscar essa Lei para constantemente retirar desse caminho todas as arestas será certamente uma armadilha na qual não devemos cair.

Se eu retiro do caminho todos os obstáculos que a Vida me traz, e que estão ali para que eu possa amadurecer como ser espiritual, a possibilidade desse crescimento e desse amadurecimento é cancelada. Eu fico dentro de uma bolha hipnótica criada pelos meus próprios desejos, e ali, na ilusão da felicidade material, estagno todo o meu processo espiritual na liberdade que deixarei de ter.

É como se nós fossemos este cão de rua, que de tão desesperado pelos caminhos da sua vida, emite para essa grande Mãe o desejo de ter todos os dias comida no prato e uma casa limpa para dormir. E essa grande Mãe, como qualquer mãe, vendo a sinceridade do seu pedido, satisfaz-lo enviando alguém que, passando pela rua, o recolhe.
 A partir de então esse cão irá passar a ter todos os dias comida no prato e uma casa limpa onde morar. Só que junto com a satisfação desse desejo, que aparentemente melhorou a sua vida, vem também uma coleira, uma trela e os limites do muro da casa de alguém que passou a ser o seu dono.

Buscar a Lei da Abundância é sair do circuito viciado da Lei da Atracção, é confiar integralmente na vontade do Pai, sem desejar coisa alguma. É ser este cão de rua, livre, e acreditar que o universo vai trazer tudo aquilo que ele necessita para o seu próprio crescimento, sejam coisas boas ou não.
 Se eu retiro desta equação as coisas desagradáveis, eu estagno completamente o meu processo espiritual, pois dentro de um plano dual, a evolução faz-se pelo confronto dos opostos. É assim que lapidamos a nossa pedra bruta em cristal polido e reluzente.

É certo que nessa travessia do deserto, nesse caminhar descalço pelas areias escaldantes, de pés pelando com o calor, sequiosos de água, sem forças, é certo que encontrar um pequeno oásis onde possamos pousar os pés em água fresca, beber de um coco e comer algumas tâmaras poderá ser uma pausa agradável e por vezes necessária. Mas atenção, aquele oásis não é a terra prometida, essa encontra-se no fim do deserto.
 O perigo da Lei da Atracção é ficarmos ali como se este fosse o lugar de chegada e, de pés na água fresca, de coco numa mão e tâmaras na outra, recostados numa palmeira, deixarmos passar ao lado toda a nossa vida e toda a razão de ser de aqui estarmos encarnados.

Que possamos compreender que não estamos encarnados apenas para atrair pessoas agradáveis. Nós estamos aqui para servir e servir o plano evolutivo é aceitar integralmente aquilo que vida nos traz. Se eu retiro do circuito, através da Lei da Atracção, as pessoas que me incomodam, a quem é que eu estarei a ajudar? Sim, porque Jesus poderia ter ficado junto dos apóstolos e ali não haveria crítica nem julgamento. Mas ele foi para o meio dos “pecadores”, dos gentios, daqueles que o criticavam porque isso era servir a Deus.
 Se ele invocasse a Lei da Atracão para trazer para a sua vida apenas coisas boas e as pessoas agradáveis, hoje nada saberíamos desse Jesus que teria ficado lá num qualquer monte da palestina falando para o seu grupo restrito de eleitos.

Vamos parar de nos iludir com promessas de uma espiritualidade fácil, porque isso é algo que não existe, não porque o caminho espiritual seja difícil, não, ele é muito simples. O problema é que nós estamos atados a tanta tralha civilizacional e reencarnatória, que quando nos é proposto trabalhar tudo isso de forma consciente e frontal nós fugimos.
 E fugimos porque, soltar aquilo que não queremos largar, implica sofrimento e ninguém quer sofrer. E como ninguém quer sofrer recorre-se à Lei da Atracão como uma fuga a essa transformação.

Se nós não queremos sofrer, e isso é legítimo, então não temos que fugir de coisa alguma, por maior que seja a dor que isso nos traga, mas apenas soltar e desapegarmo-nos de tudo aquilo que tem que ser transformado, colocando tudo isso nas mãos dessa grande Mãe. Sim, porque o processo é exactamente o oposto. Não se trata de pedir coisas ao génio da lâmpada, mas sim entregar-lhe tudo aquilo que tem que ser transformado em nós. É para entregar e não para pedir.

Não entramos no circuito da Abundância fugindo de nós próprios, não entramos no circuito da Abundância pedindo a essa grande Mãe a satisfação dos nossos desejos, não entramos no circuito da Abundância com cursos, palestras, cheques enviados a Deus e coisas que tais.

Nós entramos no circuito da Abundância pela entrega, pela fé, que é esta certeza inquestionável que tudo está ali para o nosso crescimento e amadurecimento e que por isso não temos que fugir de nada, nem buscar o caminho mais cómodo, que embora nos possa trazer água fresca para os nossos pés, nada nos trará para a nossa verdadeira transformação como seres espirituais que somos.

Sim, porque um ser pode dominar por completo a Lei da Atracção, trazendo para a sua vida toda a felicidade material e estar completamente estagnado em termos espirituais, enquanto que um outro, nada sabedor dessa Lei e que até poderá ter a sua vida um tanto caótica do ponto de vista material, poderá estar a dar passos significativos nesse mesmo crescimento.

Ao entrarmos dentro da Lei da Abundância o universo, sem que nós tenhamos que pedir coisa alguma, ou questionar o que quer que seja, porque já nos entregamos incondicionalmente a ele, irá fazer chegar a nós tudo aquilo que necessitamos para cumprirmos a nossa função, que tanto poderá ser coisa alguma do ponto de vista material como mais que tudo aquilo que alguma vez nós pudéssemos ter desejado.
 É indiferente. E é indiferente porque o foco não está mais naquilo que se recebe, mas sim naquilo que tem que ser realizado.

A escolha será sempre nossa. Podemos recusar continuar a caminhar pelo deserto rumo à verdadeira Abundância, estacionando num qualquer oásis. Mas atenção, a Lei da Atracção é temporária como tudo aquilo que é material. Basta uma tempestade de areia e o deserto avançará sobre o oásis. A Abundância, que é uma Lei Espiritual, é eterna, e depois de alcançada nunca mais se separará de nós, venham as tempestades que vierem."

PAX,
Autor:Pedro Elias
Este texto faz parte do livro Reflexões Espirituais para um Nova Terra.

4 de janeiro de 2012

A importância da Gratidão!


"Parcela considerável da humanidade presta atenção exclusivamente ao que lhe falta. Entre inúmeras e grandes bênçãos, valoriza pequenos problemas. Essa característica é lamentável, pois pode tornar mesquinho aquele que a possui.

Constitui um triste espetáculo a pessoa abençoada que se lamenta sem cessar.Esquecida de agradecer pelas alegrias, considera-se mais necessitada do que as outras.Com esse estado de espírito, não se comove com a miséria alheia.
Deixa de valorizar e utilizar seus recursos na construção de um mundo mais justo e fraterno.

Assim, se você não aprova a ingratidão, cuide para não adotar esse gênero de comportamento. Preste atenção nas inúmeras graças com que é continuamente brindado pela vida.Se tem familiares complicados, pense em quem é completamente sozinho.Inúmeros órfãos não contam com o apoio de ninguém.

Reflita também sobre os velhos sem amparo.Seus parentes podem ser difíceis, mas estão ao seu lado.Apesar de todos os embates, são uma presença familiar e fazem parte da sua história.Valorize-os.

Talvez seu emprego não seja o de seus sonhos.Mas há tantos desempregados!
É bom que você esteja disposto a lutar por uma colocação profissional melhor.
Contudo, enquanto ela não chega, aprecie a que já tem.
Muitos se sentiriam vitoriosos se estivessem em seu lugar.Quem sabe você não seja portador de grande beleza.Mas são tão raras as pessoas com aparência excelente. E nem sempre são as mais felizes.A beleza física geralmente suscita a vaidade e atrai grandes tentações.Possuir aparência modesta não o impede de ser amado.

Se não tem um exterior cintilante, valorize sua saúde e seu espírito.Torne-se atraente pela nobreza de seu caráter, por seu bom humor, por suas virtudes.
Mais importante do que ter um corpo belo é ser um espírito equilibrado e bondoso.A beleza apartada da saúde, física e moral, de pouco adianta.

Antes de reclamar, olhe a sua volta.Emprego, saúde, família, amigos, instrução, moradia, fé em Deus...São tantos os tesouros que a vida derrama sobre você!
Se há alguma dificuldade em determinado aspecto de seu viver, lute para vencê-la.Entretanto, não se amargure por pouca coisa.Volte sua atenção para o conjunto e alegre-se.

Emocione-se com a bondade divina e adquira o hábito de agradecer.A gratidão manifesta-se no louvor a Deus.Mas um homem agradecido também é um refrigério na vida dos semelhantes.

Quem percebe a beleza e a abundância do universo converte-se em uma presença agradável e benfazeja.Alegre e risonho, espalha bem-estar ao seu redor. Ao perceber os tesouros de que é dotado, dispõe-se a reparti-los.

Ao invés de atacar os moralmente decaídos, ampara-os.Arregimenta recursos para atender os necessitados.Dá exemplos de ética e bom proceder.Auxilia o próximo em suas dificuldades.Torna-se um ouvinte atento e um ombro amigo.

Você é rico de talentos e de opções.Pode valorizar o pouco que lhe falta ou o muito que possui.

Pode ser reclamão e desagradável.

Ou pode optar por lançar um olhar positivo sobre o mundo que o rodeia.
Encantado com suas bênçãos, tornar-se também uma bênção para o seu próximo.

Pense nisso."

Equipe de Redação do Momento Espírita.

28 de dezembro de 2011

Receita de Ano Novo de Carlos Drummond de Andrade!




"Para você ganhar belíssimo Ano Novo 
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, 
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido 
(mal vivido talvez ou sem sentido) 
para você ganhar um ano 
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, 
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; 
novo 
até no coração das coisas menos percebidas 
(a começar pelo seu interior) 
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, 
mas com ele se come, se passeia, 
se ama, se compreende, se trabalha, 
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, 
não precisa expedir nem receber mensagens 
(planta recebe mensagens? 
passa telegramas?) 

Não precisa 
fazer lista de boas intenções 
para arquivá-las na gaveta. 
Não precisa chorar arrependido 
pelas besteiras consumidas 
nem parvamente acreditar 
que por decreto de esperança 
a partir de janeiro as coisas mudem 
e seja tudo claridade, recompensa, 
justiça entre os homens e as nações, 
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, 
direitos respeitados, começando 
pelo direito augusto de viver. 

Para ganhar um Ano Novo 
que mereça este nome, 
você, meu caro, tem de merecê-lo, 
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, 
mas tente, experimente, consciente. 
É dentro de você que o Ano Novo 
cochila e espera desde sempre."

Carlos Drummond de Andrade.
Texto extraído do "Jornal do Brasil", Dezembro/1997.

25 de dezembro de 2011

A Pratica do Despertar! A mãe de todas as práticas!


"Se queres chegar à Iluminação, atenta para o que vamos te ensinar.
Estuda e reflete, porém, acima de tudo, pratica o que segue.
O DESPERTAR é considerado a mãe de todas as práticas para os que buscam a iluminação.

Essa prática maravilhosa tem sido ensinada há séculos dentro do budismo tibetano e outras linhagens, bem como em alguns lugares do Oriente, de forma geral. Através dela centenas de milhares de homens e mulheres atingiram a iluminação ao longo de séculos.

Esta prática certamente foi uma das principais causas que transformaram o Tibet no centro espiritual do mundo durante centenas de anos.

Seres iluminados, budhas de perfeição como Tilopa, Naropa, Marpa, Milarepa, Padmasambava e muitos outros sempre a praticaram e a transmitiram por gerações e gerações.

Os praticantes do DESPERTAR a chamam de “O Caminho do Raio” ou o “Caminho Direto”, pois é tão poderosa que pode levar à iluminação numa só existência.
Certamente é impossível transmitir em palavras a profunidade e amplitude das práticas que conduzem ao DESPERTAR.

Raros são os seres que são capazes de ensiná-las com maestria e, certamente, nós não fazemos parte desse seleto rol de seres especiais. Entretanto, podemos pelo menos delinear e ensinar os primeiros passos que podem levar os alunos à descoberta íntima e pessoal desse maravilhoso caminho.

Conceituar a PRÁTICA DO DESPERTAR é limitar sua extensão. Ele é muito mais do que isso. É um sistema de trabalho cujo objetivo é desvelar a natureza espiritual oculta além da mente humana.

Mais ainda. O DESPERTAR não só desvela a natureza espiritual que todo homem traz consigo desde sua origem primordial e imaculada, mas também ensina como é possível estabilizar e permanecer imerso dentro desta natureza, gerando o estado de mente desperta que culmina na iluminação e posterior liberação completa.

O cerne dessa prática é a meditação contemplativa e a realização do Vazio.

Ao longo de anos de efetiva prática, o estado contemplativo, tantas e tantas vezes exercitado, conduz o estudante segura e vagarosamente para aquilo que há além da mente ordinária - sua natureza espiritual.

A natureza espiritual da mente é a mais perfeita e pura luz, liberta e sem limites de qualquer espécie. A mente natural, individual, e a mente Cósmica são expressões do mesmo princípio, separados apenas pela ilusão da dualidade que reside no tempo e na forma, ambas projeções ilusórias da mente ordinária.

Os pensamentos condicionados, a tagarelice mental, as fantasias, os devaneios, as crenças, as ilusões, as esperanças vãs, os desejos mórbidos e os defeitos humanos são originados e somente têm existência na mente ordinária, também conhecida como mente animal.

A Prática do Despertar nos ensina a reconhecer e a separar o que é impuro do que é puro, o que é ilusão da realidade, desobstruindo a luz ilimitada e, junto com ela, as virtudes mais sagradas e perfeitas que até então não podiam expressar-se.

A meditação para o Despertar tem a capacidade de não só ampliar a percepção, mas também aprofundar a atenção, tornando-a tão apurada e perfeita que nenhum pensamento inconsciente sai ou entra na mente sem que sua origem ou finalidade seja desconhecida.

Por isso a meditação para o Despertar nos dá a visão clara, concisa e aguda da natureza de todos os fenômenos psíquicos, naturais ou físicos.

Em outras palavras, esta visão aguda da natureza de todas as coisas permite-nos aprofundar a compreensão da origem e desenvolvimento de tudo que passa dentro e fora da mente, inclusive de nossas debilidades humanas e do desdobramento positivo ou negativo de nossas ações.

A PRÁTICA: 

A prática da meditação é realizada de olhos abertos ou semi-cerrados.

O despertar e a iluminação se caracterizam por uma profunda conscientização da vida que flui dentro e ao redor de nós.

Os olhos abertos ou semi-cerrados, além de dificultar o devaneio e a fuga do mundo que nos cerca (comuns a muitas técnicas), mantém a mente altamente alerta e atenta, de forma que este estado deve permancer não só durante a prática em si, mas também durante todos os atos do dia-a-dia.

Ora, uma mente iluminada não somente o é nos momentos de meditação passiva, dentro de um quarto ou templo. A mente iluminada caracteriza-se exatamente pela permanência desse estado também durante o ir e vir dos ventos kármicos que constantemente movem nosso destino e durante as atividades diárias e corriqueiras.

O DESPERTAR treina e mente e fortalece a consciência para que esse estado de imersão dentro da pureza imaculada da Mente Natural se estabeleça e permaneça ininterruptamente.

Pode-se usar a postura de lótos, semi-lótos ou a postura sentada em uma cadeira. O essencial é manter a coluna reta e a cabeça firmemente pousada sobre os ombros.

A mente e o corpo, ainda que profundamente relaxados, devem se manter alerta e despertos. Não deve haver tensão de espécie alguma, resistência, atrito ou ansiedade tanto no corpo quanto na mente e a entrega deve ser total.

O erro mais comum nessa prática específica, é permitir que a sonolência turve a claridade da mente. Quando isso ocorre cria-se um estado mental de torpor e semi-consciência, dando-nos a falsa idéia de que estamos meditando, quando na verdade a mente se presta para todos os tipos de devaneios, recordações, projeções e fantasias.

Volto a repetir, esse é o estado mais comum de devaneio e muitíssimas pessoas têm sido enganadas pela sutileza da mente, crendo estar realizando progresso quando isso de fato não ocorre.
Eis porque há tanta dificuldade em aprofundar os estados de consciência, captar e compreender a fundo nossas debilidades humanas e suas intrincadas e ocultas facetas psicológicas.

Certamente, durante a meditação surgirão inúmeras espécies de imagens, lembranças e preocupações. A mente ordinária é como um macaco louco enfurecido que pula de galho em galho. Porém, devemos sempre lembrar que além desse tormento há um oceano de paz e tranquilidade.

Por isso salientamos a importância de se treinar a mente para que ela se torne limpa e translúcida, que não se fixe e tampouco reaja perante o que vê, ouve e sente.

Ao iniciarmos a prática, o estado de relaxamento buscado deve ser tão puro e perfeito que apenas repousamos a atenção no ato de respirar, sem forçar ou imprimir qualquer ritmo respiratório que não seja o natural.

Repousamos a atenção absoluta e total no puro ato de inalar e exalar. Sentimos como o ar entra e sai através de nossas narinas, causando uma leve sensação na parte superior dos lábios.

Mais importante ainda é colocar extrema atenção na pequeníssma e natural pausa que há após a exalação e antes da inalação.
Esta extrema atenção também deve repousar sobre a mesma pausa que há depois da inalação e antes a exalação.

Por quê?

Porque esse momento é mágico.

Essa pausa é a abertura que poderá lhe revelar o estado perfeito e imaculado da mente – o estado de Rigpa, como dizem os tibetanos.

A meditação para o DESPERTAR aprofundada lhe revelará que esse mesmo instante mágico existe sempre entre dois pensamentos, por mais fulgazes que possam ser.

Durante a prática, o estudante perceberá que lentamente seus pensamentos diminuirão e tenderão a desaparecer. Desta forma verá com mais clareza que entre um e outro pensamento há um Vazio, onde a mente ordinária se cala e abre-se uma brecha para que a natureza imaculada da mente (Rigpa) aos poucos se revele.

O estado desperto da mente é uma consequência do estabelecimento e da continuidade desse Vazio, onde o estado de Rigpa então é desvelado completamente, trazendo à tona toda a perfeição inata e primordial de sua natureza.

Fazer consciência dessa pausa e mergulhar nesta abertura é o mesmo que perfurar um pequeno orifício num gigantesco dique que repreza um Oceano ilimitado. Ao perfurar este orifício passa a jorrar através dele uma pequena, porém inesgotável, fonte de luz.

Com o tempo faremos mais e mais orifícios, só que cada vez com mais frequência e maiores, até o dia em que toda essa muralha será derrubada.

Quando isso ocorrer seremos tragados por esse Oceano e nos tornaremos um só com Sua natureza."
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Fonte- rishisproject
Mensagem enviada por Lenita Andrade

23 de dezembro de 2011

2012 enfim!



Gosto muito da musica "então é natal" cantada pela Simone,tem a ver com a sua voz que me aquieta, que me acalma porque tem a vibração intimista da voz que vem do coração...Mas quero falar deste ano que termina encerrando mais um ciclo, enquanto um novo recomeça e a vida continua! Para nós, humanos, são importantes estas significâncias simbólicas,pena que depois da meia noite, o sofredor continue sofrendo, o explorador explorando, o mendigo mendigando, mas desta vez, tem uma energia diferente acontecendo ás vesperas deste novo ano que chega.. 2012! 


Existe uma pressa, uma urgência, uma sede que se alastra indomável pelo planeta exigindo liberdade, justiça, respeito pelas formas de vida.. participação e ética!! no mundo árabe e em todo mundo ditaduras caem derrubadas pela força do coração e da vontade irredutivel dos povos que as custas do próprio sangue e sacrificio avançam mudando destinos e antigas certezas!A ciencia paradoxalmente aproxima-se cada vez mais dos misticos e das suas percepções alteradas de consciencia, a metodologia cartesiana foi ultrapassada pela fisica quantica, a fragmentação entre corpo e alma, esta sendo recomposta pelo holismo, somos tudo e todos um.. existe ordem no caos.. paradigmas!!! 

Pois é, 2012 está chegando existem inumeras previsões, indagações, projeções. Sabemos todos que a inconsciencia,o egoismo, consumismo, a ambição, o desrespeito e o desamor conduziram os destinos do mundo a isto que está aí! Mais um ano termina..... o novo está esperando para nascer, cheio de esperança, de vontade, de desejos, de euforia, de força, de fé, semente germinando cheia de vida,amor, alegria e nova consciencia despertando!

Feliz Natal!Feliz Novo Ano, que seja um feliz despertar da nova consciencia para toda a humanidade! 2012 enfim!


Mariangela !

19 de dezembro de 2011

Mude e o Mundo Muda em Volta de Você: A Dimensão da Felicidade!




"Ao longo da história humana, a busca por uma vida plena sempre foi motivo de reflexões, e no passado a Filosofia descrevia a conquista da felicidade como resultado das nossas posturas éticas, das nossas práticas na vida. O mundo seria tão bom quanto nossas ações! Hoje, parece que estamos perdendo essa dimensão ética e cada vez mais os fins justificam os meios.

Quando priorizamos apenas o que nos traz mais vantagens imediatas – mesmo que não seja bom, adequado, justo, aceitável, etc. – abrimos espaço para a insatisfação. Pois ao mesmo tempo que conseguimos separar racionalmente o que deve ser feito do que pode ser feito, não conseguimos fazer isso afetivamente. É assim que perdemos o equilíbrio interno.

Cada vez que violamos nossos princípios, crenças e sonhos em troca de satisfação imediata, entramos em conflito afetivo. Isso pode nem ser percebido conscientemente mas age dentro de nós gerando ansiedade, medo, dúvida, ressentimento, culpa e preocupação, nos levando a uma constante insatisfação com nós mesmos e a vida que levamos…. É um ciclo vicioso.

Por mais alto que nossos desejos e necessidades gritem, não podemos satisfazê-los sem levar em consideração as suas consequências sobre nós mesmos e os outros. Como os filósofos da antiguidade nos ensinaram, o mundo é um reflexo daqueles que o habitam. E a nossa felicidade tem a dimensão e a qualidade do que fazemos no mundo que ajudamos a construir."

Angelita Viana Corrêa Scardua 
Escrito originalmente para o Caderno Espaço Vida/Unimed-RS. Publicado em 06/01/2010- Fonte:http://angelitascardua.wordpress.com

O milagre da atenção!



"Viver num estado de plena atenção é uma das coisas mais desafiadoras da vida. Mas, sem isto, é impossível iniciar o processo denominado autoconhecimento.
Como podemos conhecer a nós mesmos se não estivermos atentos ao que se passa em nosso interior? O problema é que durante toda a nossa vida, fomos ensinados a viver permanentemente atentos ao que acontece no mundo exterior. 

Prestamos atenção em todos os fenômenos ao nosso redor e, principalmente, no comportamento alheio, já que, regra geral, ele costuma direcionar a maioria de nossas atitudes.

Aprender a observar a si mesmo, não apenas no sentido psicológico, mas também o que se passa com o corpo físico, é o primeiro passo para que se possa começar a viver de modo consciente.

Os atos mecânicos que acabamos realizando na maior parte do tempo retiram de nós a chance de nos tornarmos plenamente vivos, alertas e capazes de reagir a cada situação, de acordo com nossa própria natureza.

Quanto maior for a capacidade de observar sentimentos, emoções e reações instintivas que acontecem o tempo todo em nós, mais fundo adentraremos em nossa verdadeira essência. E, aos poucos, a ansiedade, a angústia e o medo, serão substituídos por uma nova realidade, onde o silêncio, a paz e a serenidade definirão nosso modo de viver.

"...Encontrar o observador em sua pureza é a maior conquista na espiritualidade, pois o observador em você é a sua própria alma, a sua imortalidade. Mas nunca, por um único momento, pense "Eu o peguei", pois esse é o momento em que você erra o alvo. 

Observar é um processo eterno; você sempre vai se aprofundando, mas nunca chega ao fim, no qual possa dizer: "Eu o peguei". Na verdade, quanto mais fundo você for, mais fica consciente de que entrou num processo eterno, sem nenhum começo e nenhum fim.

Mas as pessoas estão observando somente os outros; elas nunca se importam em observar a si mesmas. Todo mundo está observando - este é o observar mais superficial - o que o outro está fazendo, o que o outro está vestindo, como ele aparenta.

...Todo mundo está observando; o observar não é algo novo a ser introduzido em sua vida. Ele apenas precisa ser aprofundado, tirar dos outros e direcionar aos seus próprios sentimentos interiores, pensamentos, estados de ânimo e, finalmente, ao próprio observador.

...Use essa energia da observação para uma transformação de seu ser. Isso pode trazer para você tanta bem-aventurança e tanta bênção que você nem mesmo pode sonhar a respeito. Um processo simples, mas uma vez que você comece a usá-lo em você mesmo, ele se torna uma meditação.

Pode-se fazer meditações a partir de qualquer coisa. Qualquer coisa que o leva a você mesmo é meditação. E é imensamente significativo encontrar sua própria meditação, pois nesse próprio encontrar você encontrará imensa alegria. E porque é o seu próprio encontrar, e não algum ritual imposto sobre você, você adorará entrar fundo nela. 
Quanto mais fundo você entrar nela, mais feliz você se sentirá - tranqüilo, mais silencioso, mais integrado, mais majestoso, mais gracioso.
Todos vocês conhecem o observar, então, não se trata de aprendê-lo; é apenas uma questão de mudar o objeto de observação; faça isso.

Observe o seu corpo e você ficará surpreso. Posso mover minha mão sem consciência e posso movê-la com consciência. Você não perceberá a diferença, mas eu posso sentir a diferença. Quando a movo com consciência, há uma graça e uma beleza nela, uma serenidade e um silêncio. Você pode caminhar estando atento a cada passo; isso lhe dará todo o benefício que o caminhar pode lhe dar como exercício, mais o benefício de uma meditação simples fantástica.

...Você não deveria deixar passar inconscientemente nem mesmo um único momento. A observação afiará a sua consciência. Essa é a religião essencial, e tudo o mais é apenas conversa. 

...se você puder fazer somente a observação, nada mais é necessário. 
Meu esforço aqui é fazer a religião tão simples quanto possível. Todas as religiões fizeram justamente o oposto: elas fizeram as coisas muito complexas, tão complexas que as pessoas nem ao menos tentaram"OSHO - The Golden Future



16 de dezembro de 2011

Vamos sair do casulo e .... voar!



"Quando a borboleta encontra-se no casulo, ainda como uma lagarta, ela não tem consciência das possibilidades, oportunidades e beleza do mundo aqui fora. Também não tem percepção da sua grandiosidade, beleza e divindade.



Conosco, ocorre da mesma forma, pois viemos do astral conscientes de nosso propósito espiritual, conscientes de nossa missão de alma, querendo fazer o que for preciso para cumprir nosso propósito.

Porém, ao chegar na Terra, que é o planeta escola, onde passamos por aprendizados e desafios diários, esquecemos do que foi anteriormente escolhido. Nos colocamos em um casulo invisível de medos, incertezas, dúvidas, depreciação de nosso Eu, crenças equivocadas, preconceitos e ficamos estagnados, ou seja, na zona de conforto, mesmo que ela não seja a melhor opção para nossa vida. Não persistimos nos objetivos e projetos por medo de nós, da felicidade, da crítica, da mudança.

Ficamos como uma lagarta, no casulo, construímos prisões internas, sem consciência das nossas possibilidades, da grandeza de nossa alma, do nosso poder. Porque o corpo físico, é importante, pois é a morada de nossa alma, mas somos muito mais que isso, por isso precisamos enxergar com os olhos da alma, pois a realidade é muito mais do que vemos com os olhos físicos.

Por permitirmos, somos influenciados pelas pessoas, pelos ambientes e esquecemos que somos seres espirituais e não somente o corpo físico. Não recordamos que somos divinos e podemos ser, ter ou fazer o que quisermos, desde que estejamos no caminho da missão de nossa alma.

Nós não estamos aqui só para passear ou para ir levando a vida, mas para evoluir, para melhorar a cada dia, para sermos mais felizes.

E seremos mais felizes quando soubermos quem somos, ou seja, quando entendermos nossa missão pessoal e coletiva, quando melhorarmos o relacionamento conosco e com os outros, através do autoconhecimento.

Para sairmos do casulo, em primeiro lugar precisamos transformar/elevar nossa consciência e para isso devemos buscar autoconhecimento para percebermos que somos donos de nosso destino, responsáveis pela nossa vida e somente nós a podemos modificar, uma vez que a possibilidade é um estado interno.

E, como salienta o Arcanjo Gabriel, em uma mensagem, o pior abismo dos homens é colocar a sua felicidade nas mãos de outros, porque as mãos das outras pessoas são incertas e nas nossas, conhecemos os limites e possibilidades.

Quando nos espiritualizarmos, modificaremos a consciência, veremos a vida com outros olhos e tudo se transforma. E existem várias formas de buscar espiritualidade, autoconhecimento, autocura, através de religião, de meditação, de cursos, de palestras, de livros, terapias, pois nunca tivemos tanto conhecimento a nossa disposição, mas não podemos ter preguiça e comodismo e deixar de buscar.

Deixemos o comodismo e o medo de lado, não vamos perder tempo, deixar de aproveitar esta encarnação que é um presente divino e vamos nos conectar com nosso Eu Superior, optar pela paz, amor e felicidade.

Vamos cumprir nosso propósito, sair do casulo e voar. Vamos querer ser borboletas e deixar nossa luz interna brilhar."

Viviane Draghetti- Terapeuta Holística

15 de dezembro de 2011

O Deus de Baruch Spinoza por Baruch Spinoza! !


"Se Deus tivesse falado teria dito:

“Para de ficar rezando e de bater no peito! O que eu quero é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
 
Para de ir a certos templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas serem a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias e no coração das pessoas. Ali é onde eu, de fato, vivo e ali expresso meu amor por ti. 
Para de me culpar da tua vida miserável: eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.
 O sexo é um presente que eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer. 

Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de amigos, nos olhos de teu filhinho.

 Sim, me encontrarás em um bom livro, uma poesia, uma obra de arte e, quem sabe, em um mendigo. Confia em mim e deixa de me pedir. Tu me dirás como fazer meu trabalho? 
Para de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor. 
Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar.
 Se Eu te fiz, eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por ser como és, se eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar todos meus filhos, pelo resto da eternidade, porque não se comportaram bem? Que tipo de Deus poderia fazer isso? 

Esquece qualquer mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas a fim de manipular-te, para te controlar - que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queres para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção à tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia. 

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há, aqui e agora; isto é único de que precisas para crer em mim e receber da vida. Eu te fiz livre, isto é, relativamente responsável. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém preenche um placar. Ninguém leva um registro. Tu és condicionalmente livre para fazer de tua vida uma dádiva ou uma ameaça, um céu ou um inferno.
 Eu não te posso dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse... Como se esta fosse tua única oportunidade de existir, de aproveitar, de amar.
 Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei, sendo correto e vivendo feliz. E se houver, tem certeza de que eu não te vou perguntar se foste comportado ou não. Só vou te perguntar se tu gostaste: se te divertiste e do que mais gostaste?
 O que aprendeste? O bem que fizeste? Para de apelar para mim - isto é supor, adivinhar, imaginar. 
Eu não quero que, assim, acredites em mim.

 Quero que me sintas em ti. Sim, quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar. 
Para de me louvar! 
Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que eu seja? Aborreço-me quando me pedem desculpa. Canso-me quando me agradecem. Tu te sentes grato? Basta isto. 
Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo e que este mundo está cheio de maravilhas. 
Demonstra-o, cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido, admirado? Expressa tua alegria! Este é o jeito, o único, de me louvar. Entendeste? Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? 
Não me procures fora! 
Não me acharás. Procura-me dentro de ti, nos outros, nas coisas e, sobretudo, nas relações que vives. Aí é que estou, sempre estarei, abraçado contigo." 

BARUCH SPINOZA
Filósofo – 1732 – 1777

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