23 de maio de 2011

o coração e o lugar nenhum - Satyaprem


  - Satya, vejo que a pergunta "Quem é você" e a resposta estão no coração.

- E onde está o coração? 
 
 Minha  preocupação é que a mente sempre tenta localizar, concluir.
Quando alguém diz "coração", aponta para um conceito, algo conhecido e descrito pela mente.
A pergunta "Quem é você?' é um convite para que veja que "você" não está em lugar nenhum - nem mesmo no coração.
 
Aquilo que você é, está muito além do coração.

É certo que devemos cair da mente para o coração.

Mas este é o meio do caminho.
O coração está no meio do caminho.
Chegando até aqui, você deve cair do coração para o Ser.

Certamente é muito mais gracioso, prazeroso e bonito estar no coração do que na cabeça. Mas, uma vez que você caia no Ser, não é possível descrever isso nem mesmo como "bonito". Porque é tão grande, tão vasto, que não encontramos palavras.


A pergunta "Quem é você?" aparece para violar a mente e seus conceitos.

Ela surge para colocá-lo em conexão com a verdade e a realidade.

Quem é você?

No começo, existe um empreendimento da mente em descobrir, em saber.
E todos que tentaram com totalidade, com toda sua energia, sabem que em algum momento chegou uma irremediável frustação. Por mais que você tente, não há como saber. Porque saber é o mesmo que conter.
E para conter deve haver uma divisão implícita ou explícita entre o conhecido e o conhecedor. Ou seja, tem que haver um "você".

Esta é, fundamentamente, a condição em que a mente se encontra.

Esta é a condição em que a grande maioria de pessoas se encontram.
Todos são alguma coisa. Então, quando a pergunta é posta, em desaviso, existe uma tendência gritante de que você vá em busca de alguma coisa, acreditando piamente que mais cedo ou mais tarde encontrará algo.
Mas o fato é que não tem coisa nenhuma.

A ideia de que você seja alguma coisa, é fictícia.

Nem mesmo adianta dizer, antes que se torne uma realização sua.
Por isso um afunilamento é necessário. Investigue!
Você precisa ver que diante de uma resposta a respeito de quem é você, passado um tempo, aquilo não é mais.
E você insiste, vê uma outra coisa, e logo aquilo também não é.

Este é o momento dos primeiros vislumbres de que você está atrás de uma ficção e só existe uma saída. Somente uma...

Ainda não direi qual é, mas vou contar uma história:

Um dia, numa árvore repleta de frutas, uma das frutas caiu no chão.
As outras começaram a zombar dela... enquanto ela, olhou para cima e exclamou: "Suas imaturas!" 

Satyaprem
Fonte:http://satyaprem.blogspot.com

Deus dá as nozes!

 "Deus nos dá as nozes. Mas não as quebra. (Provérbio Alemão)
Tem muita gente esperando o bolo pronto!
Gente que espera mais do que um milagre,
querem que os anjos virem contadores,
e resolvam a sua contabilidade pessoal que não fecha:
- gastam mais do que ganham e vivem endividados.

Querem que os anjos virem médicos,
e curem aquela cirrose de anos de muito álcool,
o enfisema de anos de tabaco,
as doenças crônicas de anos de má alimentação,
as doenças nervosas da falta de amor próprio.

O milagre está ai todos os dias, a disposição de quem quer mudar.
É o sol que propicia o trabalho,
a chuva que promove o arado,
o mar que traz o cardume,
o rio que se enche de peixes,
a tecnologia que cria empregos,
a própria vida que se renova,
e diz de forma clara e concisa:
- Deus dá tudo o que você precisa!

É tempo de motivação,
de acreditar mais em você.
Usar a energia da alma e do coração.
Tempo de pegar as nozes e quebrá-las.
Com os frutos, fazer bolos, doces e sorvetes.
Tantas possibilidades para o milagre se estabelecer,
para você ver e sentir Deus.

Aprende então:
Deus não se encontra na lamentação,
nem se acha com reclamação.
Deus se encontra no trabalho, no suor do rosto,
daquele que se entrega ao bem,
que não tem tempo para falar mal de ninguém.
Gente que descobre de verdade,
que é ele mesmo, é um verdadeiro milagre."

Paulo Roberto Gaefke

Fonte:http://www.meuanjo.com.br

22 de maio de 2011

Ser sensível... por Ana Jácomo

"Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia.Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração e tantas vezes até doer ou sorrir junto com toda sinceridade.


Essa sensação, de vez em quando, de ser estrangeiro e não saber falar o idioma local, de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de uma civilização extinta. Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada.

Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza. Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada. Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói se sentir ferido.

Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia.Essa saudade, que às vezes faz a alma marejar, de um lugar que não se sabe onde é, mas que existe, é claro que existe. Essa possibilidade de se experimentar a dor, quando a dor chega, com a mesma verdade com que se experimenta a alegria. Essa incapacidade de não se admirar com o encanto grandioso que também mora na sutileza.

Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí, porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo.Pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida.

Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer, mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim."

 Ana Jácomo

Espiritualizando o seu trabalho! OSHO

 
 "Seja qual for o seu trabalho no plano material, ele será enormemente beneficiado se você aprofundar suas raízes espirituais, tornar-se uma pessoa mais centrada, calma, introspectiva, desta maneira, toda a qualidade do seu trabalho terá sido alterada.

Você poderá pensar de forma mais interiorizada e seus gestos serão mais graciosos. A compreensão de seu ser interior irá ajudar muito as outras pessoas.

Espiritual significa o centro de seu Ser, enquanto que material é a circunferência de seu Ser. A circunferência não pode existir sem o centro, assim como o centro não existe sem a circunferência.

Meu trabalho é o de ajudar seu centro a tornar-se claridade, pureza. Então essa pureza será refletida também na circunferência."
 
Osho

21 de maio de 2011

Quando desaparece o silencio de Deus - por Paramahansa Yogananda

 
 "Quando voce entra em silêncio,
desaparece o silêncio de Deus.
As sensações, despejadas para dentro  pelos nervos sensórios,mantêm a mente cheia de miríades  de pensamentos ruidosos,de modo que toda a atenção se volta para os sentidos.

A voz de Deus, porém, é silêncio.
Só quando cessam os pensamentos é que se pode ouvir a voz de Deus,comunicando-se por meio do silêncio da intuíção.

Esse é o meio de expressão de Deus.
Quando você entra em silêncio
desaparece o silêncio de Deus.
Ele lhe fala por meio de sua intuição.

Para a pessoa cuja consciência está interiormente unida a Deus,é desnecessária uma resposta audível Dele:
pensamentos intuitivos e visões verdadeiras
se constituem a voz de Deus.
    
Deus está conosco o tempo todo, falando conosco,
mas Sua voz é abafada pelo ruído de nossos pensamentos.
Ele tem estado sempre próximo,
nós é que nos afastamos da consciência Dele.

A despeito da nossa indiferença,
Deus nos ama e sempre nos amará.
Para sabermos isto,
precisamos retirar nossos pensamentos das sensações
e ficar interiormente silênciosos.

Silenciar os pensamentos significa sintonizá-los com Deus.
É então que se inicia a verdadeira oração."

Paramahansa Yogananda
Fonte:http://www.almasdivinas.com.br/

O MEDO - de Paramahansa Yogananda

"Seja qual for o seu medo, desvie sua mente dele e entregue o caso a Deus. Tenha fé Nele. Muito do sofrimento é devido apenas às preocupações.

Por que sofrer agora, se a doença ainda não chegou? Uma vez que a maioria de nossas doenças é provocada pelo medo, se você o abandonar estará imediatamente livre.

A cura é instantânea.

Todas as noites, antes de dormir, afirme:

“O Pai Celestial está comigo, estou protegido.”

Mentalmente, sinta-se envolvido pelo Espírito e por Sua energia cósmica, e pense: “Qualquer germe que me atacar será eletrocutado”.
Cante “OM” três vezes, ou a palavra “DEUS”.
Isso o protegerá. Você sentirá Sua maravilhosa proteção.
Não tenha medo. È a única maneira de ser saudável.

Se comungar com Deus, a verdade Dele fluirá para você. Saberá que é uma alma imperecível.

Sempre que sentir medo, coloque a mão sobre o coração, junto à pele; esfregue da esquerda para a direita e diga:

“Pai, eu sou livre. Apaga esse medo do rádio de meu coração.”

Assim como você apaga a estática em um rádio comum, se esfregar continuamente o coração, da esquerda para a direita, e concentrar-se constantemente na idéia de que deseja eliminar o medo, assim também ele desaparecerá e você experimentará a alegria de Deus.

Nada é impossível, a não ser que você pense que é.

Há muito o que falar sobre o tema da cura. A idéia principal é que devemos depender mais do poder mental, que é ilimitado.

As regras de prevenção contra a doença devem ser: autocontrole, exercícios, dieta apropriada, abundância de sucos de frutas, jejum ocasional e sorrisos o tempo todo - de dentro para fora.
 
Esses sorrisos nascem da meditação. Você encontrará então o poder eterno de Deus. Em êxtase com Ele, você trará conscientemente para o seu corpo a divina presença curativa."

Paramahansa Yogananda – A Eterna Busca do Homem e Afirmações Científicas de Cura.
Fonte:http://semfronteirasparaosagrado.blogspot.com

20 de maio de 2011

DESAPEGO!

 
“Por vezes é difícil perceber que o medo da dor é maior que a própria dor.
Ele a antecipa e a eleva à condição de sofrimento.
Pergunte-se:

Tenho medo de que?
A circunstância de que tenho medo é irreversível ou
é uma mera projeção do que me é indesejável?
Qual é a perda possível?

A perda é um fracasso ou uma involuntária renúncia,
uma decisão do caprichoso sincronismo?
A perda não pode ser o necessário desvio para o novo,
para o surpreendente, como nos ensinam os pássaros,
em seus desconcertantes vôos?

Sempre que o medo a incomodar,
lance mão do seu melhor antídoto: o DESAPEGO!
Sim... DESAPEGO ao tido, ao sido, ao experimentado,
ao esperado, ao definido...
O DESAPEGO ao “não querer perder”...

Como os pássaros,
voe para o livre espaço do simples
e não para o intrincado labirinto do complexo...
Bata asas para o “querer conquistar”... sem medo!”
xamã Sherotáia Kê Takoshemí 
www.xamas.com.br

Realmente Mudar... De uma vez por todas: Mudar!

 
"Quantas vezes você já se deparou com a necessidade ou vontade de fazer uma grande mudança em sua vida?

Até ensaiou algumas, mas passado um tempo, se dá conta de que não mudou nada ou muito pouco diante do seu objetivo ou necessidade inicial.

Como conseguir então que essas mudanças efetivamente aconteçam e sejam duradouras?

Mas, antes de comentar algo, sobre recursos para promover e obter mudanças que deixar claro que as mudanças das quais estou falando, são mudanças de atitudes, de pensamentos, de comportamentos.

Para isso, é importante destacar que somos divididos em quatro grandes dimensões. Ou seja, nos não somos ou vivemos num único plano. Nossa vida acontece pelo menos nos quatro “reinos” distintos que são: o Mundo Mental, Mundo Emocional, Mundo Espiritual e o Mundo Físico.
 
Porém, a maioria das pessoas não percebe que o mundo físico é uma impressão do que acontece nos outros três mundos.

Sendo as mudanças do mundo mental e emocional as mais difíceis de serem implementadas.

Uma vez que mudanças externas, físicas ou estéticas, são relativamente mais fáceis de serem promovidas e obtidas. Pois para mudanças no mundo físico, uma intervenção de outra pessoa ou nossa própria, em nossa aparência pode promover mudanças imediatamente perceptíveis por quem nos conhece.

Já no mundo mental e emocional, tudo que fazemos ou somos, tem como base modelos que adotamos, no decorrer da existência. Estes modelos são formados através de uma espécie de programação verbal que acontece conosco desde nosso nascimento até a vida adulta.

A fórmula básica para isso é: P => S => A = R.

P de Pensamentos, que conduzem a S de Sentimentos, que conduzem ao A de Ações e estes conduzem aos R”s de Resultados.

Assim, eu e você, fomos ensinados a pensar de determinada maneira, que geraram determinados sentimentos e estes sentimentos que nos colocaram em ação ou não. Da qual resultou aquilo que efetivamente somos e obtemos no curso da vida.

E agora?

Como promover alguma mudança nesse processo?

Para realizar qualquer mudança no mundo mental e emocional, temos alguns passos a serem seguidos. O primeiro destes passos é a programação verbal que está dividida em quatro importantes etapas:

Conscientização: Tomar consciência do que você, do que quer mudar. Como isso se formou em sua mente.

Depois vem a próxima etapa que é:

Entendimento: Como a sua atual atitude ou comportamento interfere ou interferiu em sua vida até hoje.

Então entra outro passo - Dissociação: quando você desconecta-se daquilo que fazia, pensava, comportava no passado, como resultado apenas de um aprendizado passado para compreender e aceitar que o presente lhe dá novas opções de ser diferente.

Finaliza essa etapa com a Declaração: quando você declara verbalmente mentalmente aquilo que você é agora e o será deste momento em diante.

Compreenda uma coisa, as mudanças importantes e necessárias em sua vida, são você que promoverá, seguindo essas quatro etapas apresentadas.

Agora, é importante que se você desejar uma mudança em sua vida. Queira, acredite e Faça."

Sigmar Sabin

Fonte:http://suavizando.blogspot.com

Pensar não é ser - de Satyaprem

"Se você se apega aos sentidos, existe separação.
Se olha com a alma, não tem separação.
Separação é uma noção nascida da ignorância da realidade.

Karma é apenas uma limitação na forma, nada pode ser feito a respeito.
Não se trata de um castigo divino;
a noção de castigo decorre de uma leitura supersticiosa do assunto.

Karma é a limitação da forma no mundo - a limitação e a expressão -,
Gal Costa tem o karma de cantar, por exemplo.
E você diria que é um bom karma, mas não é mau nem bom.
Nesse campo, junto com uma coisa vêm outras.
Viver o seu karma é aceitar as coisas como são.

Você não pode ser o que você não é, você só pode ser o que você é.
Encontre o seu parto, você tem que nascer para a sua verdade,
e a sua verdade é simples: Quem é você?
Tem tamanho? Forma? Nome? Nasceu em algum lugar?
Isso tem que ser olhado com olhos nus, coração aberto, sagrando em vunerabilidade,
sem nenhuma pré-concepção.
 
Nenhuma delas nos servem. Jogue todas as concepções de lado,
olhe de frente e veja! Você está fadado a ver aquilo que todos os budas viram:
não existe ninguém chamado "eu" em lugar nenhum.
Somente quando você se pensa, existe um "eu".

Mas pensar não é saber. Pensar não é ser. Pensar é, simplesmente, pensar.
O que existe na mente, não existe em lugar nenhum a não ser na mente.

A árvore existe somente na sua mente.
Aquilo que vemos não é uma árvore.
O mundo que você vive está sendo construído e desconstruído o tempo todo pelas suas ideias a respeito de tudo.

Eu proponho: desconstrua a sua ideia de mundo e veja o paraíso em que se encontra.
Ao se deparar com um limite, uma limitação na forma,
no mundo de Samsara, veja que ele é vazio de substância e o abandone intencionalmente.

Abandone as ideias!
Você se "de-limita" e não vê que o que tem que acontecer está acontecendo,
inclusive, à revelia dos seus interesses pessoais. Pois não há quem escolha.
Tudo é fruto da Consciência.

O karma do corpo é sofrer disso ou daquilo, mas a mente procura saída para a morte.
No entanto, ao mesmo tempo em que construímos enormes hospitais, com a última tecnologia, na tentativa de curar o coração dos homens,
mais doenças do coração aparecem.
 
É um paradoxo.
Essa é a brincadeira divina.
Quando sabemos de uma coisa, ignoramos outra equivalente, de modo a eliminar uma ou outra.
É tudo uma grande brincadeira. Mas você se leva a sério e quer brincar de Deus.

Mas o jogo é dele... Quem é você?"
 
Satyaprem
Fonte:http://satyaprem.blogspot.com

19 de maio de 2011

Para além da noite escura da alma !

  
"Há um determinado nó na investigação espiritual que precisa ser desfeito, que necessita ser desemaranhado. Ele não é novo. Você certamente já ouviu falar dele. Trata-se da tendência e o hábito de buscar a verdade, a perfeição ou a realização fora de si mesmo. É importante compreender como isso acontece. E talvez esta compreensão possa ser o meio de desatar este nó tão apertado.

No decorrer de uma vida, pode ocorrer um momento precioso e importante, no qual se reconhecem os maus hábitos, os vícios, o horror, a violência e a imundície que temos chamado de "eu". É um grande choque, um grande abalo; isso é muito importante, caso contrário, o horror e a imundície simplesmente continuam a ser acumulados, em nome e a serviço da exultação de "mim" e da "minha história". 
 
Este reconhecimento é um choque espiritual, e pode haver (e geralmente há) um grande estremecimento, seguido de um desejo de descobrir o que é verdadeiro, o que é real, o que é puro, o que é sagrado, o que é livre. Portanto, a busca começa "lá fora".

Temos muitos exemplos primorosos de "lá fora". Em todas as épocas, houve sábios, santos, messias, homens e mulheres para quem podemos apontar e dizer: "Está presente neles. Por que não consigo chegar lá?" Então, há muitas tentativas de consertar o que se percebe como revoltante e limitado, para que possa ser mais como o que se imagina que é puro e sagrado.
 
Todos vocês já tentaram isso. Isso não é nenhuma novidade, certo? Há esforço e trabalho, um sentido de estar ganhando terreno, e uma sensação de estar perdendo terreno, até que, finalmente, ocorre um outro grande choque espiritual. Eu o chamo de "a grande desilusão". Quando se reconhece que toda tentativa de consertar o caráter, a personalidade, os hábitos ou os vícios nem sequer toca aquele o abismo de separação entre quem você é e a própria perfeição, há uma grande desilusão. Um abismo enorme aparece então.
 
Este é o anseio da alma por Deus. E você vê claramente que todo o esforço, a luta, a áspera escalada, com todos os seus ganhos, ainda não tocaram a profundeza deste anseio. Isto é crucial. Esta é a noite escura da alma. É o reconhecimento de que "Eu nunca conseguirei fazer isso. Eu tentei, trabalhei duro, mas jamais conseguirei fazê-lo."

Há muitos caminhos que podem desviá-lo deste momento. Você pode encorajar a si mesmo com pensamentos como este: "Sim, você pode fazer isso. Espere e Deus virá até você. Esforce-se mais. Não desanime."

Mas, em vez de seguir qualquer um destes atalhos, eu o convido a deixar-se cair no fio desta espada de dois gumes: a desilusão e o anseio. Caia bem no meio, para que a espada dilacere este sentido de um abismo de separação. Caia direto dentro do abismo. Recuse-se a seguir qualquer caminho que possa lhe trazer conforto ou esperança ou, a estas alturas, até uma crença. Na verdade, disponha-se a encarar a espada, e deixe que ela dilacere o seu coração.

Este é o verdadeiro convite do satsang. É um convite radical: aceitar não se mover diante do anseio, da desilusão, para descobrir: Quem sou eu, realmente? O que está aqui realmente? É aceitar ver o que existe em um nível mais profundo do que a percepção; o que é mais profundo do que se percebe com os sentidos. É aceitar morrer. Todo o condicionamento é para não morrer. Todo o apoio, a esperança e a crença são de que "Eu não vou morrer", ou "Se eu morrer, irei para o céu, onde me encontrarei com minha avó, ou meus amigos que já foram antes de mim". Por debaixo de todas estas esperanças e crenças está este anseio.
 
Convido você a mergulhar neste anseio. Não na história do anseio, mas no próprio anseio. Ele não está separado da desilusão. A verdadeira desilusão é sagrada: a ilusão é destruída. E o que não pode ser imaginado, o que não se sujeita à estimulação da mente é revelado.

É maravilhoso encontrar alguém, ou viver um momento que abala a ilusão e, embora isto mereça ser reverenciado, é muito importante ver como a mente individual cria um abismo de separação. Todos os grandes mestres disseram que "Você e eu somos um", "Eu e meu pai somos um" ou "Tudo é o mesmo Ser." É irônico como a mente transforma isto em uma ilusão de separação: "Ele e seu pai são um", "Ela e eles são o mesmo", ou "Tudo é um, menos eu; eu fui excluído." Isso soa familiar, não é? Esses hábitos do pensamento são fortes e são reforçados mais ainda, mesmo com as melhores intenções.
 
Com a disposição de parar de alimentar estes hábitos de pensamento, o anseio e a desilusão são encarados diretamente, assim como Cristo na cruz encarou o aparente abandono de Deus.

Isto é oferecido a todos. De alguma maneira, você aceitou o convite até um certo ponto. Mas há sempre mais. Vá mais fundo, penetre mais profundamente, até você, finalmente, não conseguir encontrar distinção entre dentro e fora, entre pai e filho, entre Deus e alma, entre mim e você. Esta é a possibilidade revelada pelo convite ao satsang. Isto é possível para você também. Não se limita ao Buda ou a Cristo. Não se limita a Ramana. Não se limita a Gangaji. Não se limita a nada, e este é o maior ensinamento. Ela é ilimitada. A presença de Deus é onipresente; está em toda parte, o tempo todo."

Gangaji - Intensivo em San Diego, Califórnia
Fonte:http://faroldobuscador.blogspot.com

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