19 de setembro de 2010

A voz e o silêncio - (muito lindo)


"Aumenta volumosamente a balbúrdia no mundo.

Não há respeito pelo silêncio.

As pessoas perderam o tom de equilíbrio nas conversações, nos momentos de júbilo, nas comunicações fraternais.

Grita-se, quando se deveria falar, produzindo uma competição de ruídos e de vozes que perturbam o discernimento e retiram a harmonia interior.

As músicas deixam, a pouco e pouco, de ser harmônicas para se apresentarem ruidosas, sem nenhum sentido estético, expressando os conflitos e as desordens emocionais dos seus autores.

Cada qual, por isso mesmo, impõe o volume da sua voz, dos ruídos do lar, das comunicações e divertimentos através dos rádios e das televisões.

Há um predomínio da violência em tudo, nos sentimentos, nas conversações, nas atividades do dia a dia.

Há demasiado ruído no mundo, atormentando as criaturas. 

 
* * *
A voz é instrumento delicado e de alta importância na existência humana.

Sendo o único animal que consegue articular palavras, o ser humano deve utilizar-se do aparelho fônico na condição de instrumento precioso, e de cujo uso dará contas à Consciência Cósmica que lhe concedeu admirável tesouro.

Jesus, o Sublime Comunicador, cuja dúlcida voz inebriava de harmonia as multidões, viveu cercado sempre pelas massas.

Sofreu-as, compadeceu-Se delas, mas não Se deixou aturdir pela sua insânia e necessidade.

Logo depois de as atender, recolhia-Se ao silêncio, fugindo do bulício, a fim de penetrar-Se mais pelo amor do Pai, renovando os sentimentos de misericórdia e de compreensão.

Procedia dessa forma, a fim de que o cansaço, que surge na balbúrdia, não lhe retirasse a ternura das palavras e das ações.

* * * 
Necessitas, sim, de silêncio interior, para melhores reflexões e programações dignificantes em qualquer área do comportamento em que te encontres.

Aprende a calar e a meditar, a harmonizar-te e a não perder a seriedade na multidão desarvorada e falante.

Os grandes sábios do Cosmos sempre souberam silenciar.

Silenciar em oração perante as necessidades do outro. Silenciar em respeito ao sofrimento alheio.

Silenciar em consideração às idéias divergentes. Silenciar a vingança diante dos males recebidos.

É no mundo do silêncio que construímos as palavras edificantes que sairão de nossa boca.

É no mundo sem voz que elaboramos o canto que logo mais irá encantar ouvintes numa sala de concertos.

É no mundo do silêncio que embalamos nossos amores, que pensamos em melhorar, reformar e transformar.

Assim, saibamos dosar o silêncio em nossas vidas, evitando que a balbúrdia e a loucura se instalem.

Saibamos usar a voz com cuidado, a cada pronunciar de palavra, assim como o concertista o faz na interpretação de uma ópera.

A música elevada, assim como a vida, é feita de som, mas também de silêncio."
 

Autor:
Redação do Momento Espírita com base no cap. Silêncio, do livro Jesus e vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. 
Fonte: http://www.reflexao.com.br/

18 de setembro de 2010

Resista - de Ana Jácomo (maravilhoso!)

"RESISTA um pouco mais, mesmo que as feridas latejem e que a sua coragem esteja cochilando. 
RESISTA mais um minuto e será mais fácil resistir aos demais.
RESISTA mais um momento, mesmo que a derrota seja um imã; mesmo que a desilusão caminhe em sua direção. 
RESISTA mais um pouco, mesmo que os invejosos digam para você parar; mesmo que a sua esperança esteja no CTI.
RESISTA mais um momento, mesmo que você não possa avistar ainda a linha de chegada; mesmo que as inseguranças brinquem de roda a sua volta.
RESISTA um pouquinho mais, mesmo que a sua vida esteja sendo pesada como a consciência dos insensatos e você se sinta indefeso como um pássaro de asas quebradas.
RESISTA porque o último instante da madrugada é sempre aquele que puxa a manhã pelo braço e essa manhã, bonita, ensolarada, sem algemas, nascerá para você em breve, desde que você resista. 
RESISTA, porque eu estou sentada na arquibancada do tempo torcendo ansiosa para que você resista e ganhe de Deus o troféu que merece: a felicidade." 
Autora: Ana Jácomo
Fonte:http://anajacomo.blogspot.com

Presentes divinos - de Leticia Thompson

"A cada dia, cada instante,
Deus nos dá uma graça.

Mas não vemos assim,
pois o que nos chega naturalmente,
recebemos como se nos fosse devido.

A vida nos é devida, o ar nos é devido, a saúde nos é devida, o emprego nos é devido… e quando deixamos de ter, ou temos menos, reclamamos. Mas não nos lamentamos só quando perdemos tudo, uma coisinha nos basta.

Quer dizer, se uma coisa nos falta,
todas as outras que ficaram deixam de ter importância.
Isso é prova de nossa ingratidão ao Deus-Pai.

Deus nos dá presentinhos diários:
uma refeição, um sorriso, um dia a mais de trabalho, alguma coisa que alguém nos disse e que precisávamos ouvir, um sorriso num momento de fraqueza, um encontro inesperado, um dia a mais com as pessoas que amamos, a saúde ou a força para resistir a uma dificuldade… e outras ainda que, de tão natural, nem percebemos.
Você acha mesmo que não recebe nada?

Você anda, fala, canta, ri, respira, tem um teto, um agasalho, pão, amigos, chuva, sol, noite pra descansar, dia pra aproveitar…

Coisas negativas nunca devem anular as positivas.

A luz é mais forte que a escuridão. Entramos em uma sala escura com uma vela acesa e tudo o que está no lugar fica mais visível. Isso é o poder da luz.

Traga então, cada dia, sua velinha acesa nas mãos.
Essa velinha é o maior presente que Deus te dá pra clarear sua vida, sua visão do mundo.

Quando algo negativo acontecer, estenda a mão e veja mais claro tudo o que está a sua volta.
E quando algo bom chegar pra você, é sua a luz que vai ficar ainda mais forte e mais brilhante.

Guarde, carinhosamente, esse instante!
Seja agradecido!

Não espere grandes ocasiões ou grandes milagres para dizer “obrigado, Senhor.”

Deixando de apreciar as gotas de bênçãos, perdemos muito do poder que elas têm nas nossas vidas; olhando para elas com olhos sempre novos, outras janelas se abrem e percebemos que a vida é um poço de oportunidades."

Letícia Thompson
Fonte:http://comandoestrelinha.ning.com

17 de setembro de 2010

Meditação do cigarro - OSHO.



"Um homem veio a mim. Ele sofria do vício de fumar há trinta anos; ele estava doente e os médicos disseram: "Você nunca ficará bom se não parar de fumar." Ele era um fumante crônico e não conseguia parar. Mas ele tentou, tentou arduamente e sofreu muito tentando. Conseguia por um ou dois dias, mas então a necessidade de fumar vinha tão forte que simplesmente o vencia. Novamente ele caía no mesmo esquema.

Por causa disso, ele perdeu toda a autoconfiança; sabia que não podia fazer nem essa pequena coisa: parar de fumar. Ele se desvalorizou diante de si mesmo; considerava-se a pessoa mais sem valor do mundo. Não tinha mais respeito por si mesmo. E assim, ele veio a mim.

Ele disse: "O que posso fazer? Como posso parar de fumar?" Eu lhe disse: "Você tem que entender. Agora, fumar não é apenas uma questão de decisão. É algo que já entrou no seu mundo de hábitos; já se enraizou. Trinta anos é um longo tempo. Esse hábito tem raízes no seu corpo, na sua química, espalhou-se em você. Não é mais apenas uma questão de decidir com a cabeça; sua cabeça não pode fazer nada. Ela é impotente; pode começar coisas, mas não pode pará-las facilmente. Uma vez que você começou e praticou por tanto tempo, você é um grande iogue - trinta anos de prática em fumar! Já se tornou automático; você tem que desautomatizar isso." Ele perguntou: "O que você quer dizer por desautomatizar?"

É nisto que consiste toda a meditação: na desautomatização.

Eu lhe disse: "Faça uma coisa: esqueça tudo sobre parar de fumar. Não há necessidade. Por trinta anos você fumou e viveu; é claro que foi um sofrimento, mas você se acostumou a ele também. E o que importa se você morrer algumas horas antes do que morreria sem fumar? O que você vai fazer aqui? O que você fez? Então, qual a importância em morrer na segunda, na terça ou no domingo, neste ou naquele ano - que importa?"

Ele disse: "Sim, isso é verdade; não importa".

Então eu disse: "Esqueça tudo sobre parar de fumar; não vamos parar absolutamente. Ou melhor, vamos compreender isso. Assim, da próxima vez, faça do fumar uma meditação".

Ele disse: "Do fumar uma meditação?" Eu disse: "Sim. Se as pessoas zen podem fazer do beber chá uma meditação, uma cerimônia, por que não com o cigarro? Fumar também pode ser uma bela meditação".

Ele ficou impressionado e disse: "O que você está dizendo? Meditação? Conte-me - nem posso esperar!"

Então dei a meditação para ele: "Faça uma coisa. Quando pegar o maço de cigarros do seu bolso, pegue-o bem lentamente. Curta, não há pressa. Fique consciente, alerta, atento; pegue lentamente com atenção total. Então, tire um cigarro do maço com toda a atenção, lentamente, não da velha maneira apressada, inconsciente, mecânica.

Depois, comece a bater o cigarro no maço, atentamente. Escute o som, como fazem as pessoas zen quando o samovar começa a cantar e o chá começa a ferver... e o aroma... Então cheire o cigarro e sinta sua beleza..."

O homem disse: "O que você está dizendo? A beleza?"

"Sim, ele é belo. O tabaco é tão divino quanto qualquer outra coisa. Cheire-o; é o cheiro de Deus".

O homem ficou um pouco surpreso: "O que! Você está brincando?"

"Não, não estou brincando. Mesmo quando brinco, não brinco. Sou muito sério."

Então, ponha o cigarro na boca, com toda a atenção, e acenda-o. Curta cada ato, cada pequeno ato e divida-o em muitos pequenos atos para que você possa tornar-se o mais alerta possível.

Dê a primeira tragada: Deus em forma de fumaça. Os hindus dizem, "Annam Brahm" - "Comida é Deus". Por que não a fumaça? Tudo é Deus. Encha profundamente seus pulmões - isto é pranayam. Estou lhe dando uma nova ioga para um novo tempo! Depois, solte a fumaça, relaxe; dê outra tragada - e faça tudo bem devagar...

Se você puder fazer isso. ficará surpreso; logo verá toda a estupidez disso. Não porque os outros estão lhe dizendo que é estúpido, que é ruim. Você o verá; e não apenas intelectualmente, mas a partir de seu ser total; será uma visão da sua totalidade. E então, um dia, se o vício desaparecer, desapareceu; se continuar, continuou. Você não tem que se preocupar com isso."

Depois de três meses, o homem voltou e disse: "Ele desapareceu!"

"Agora, eu disse, tente isso com outras coisas também".
Este é o segredo, o segredo: desautomatizar. Andando, ande devagar, atentamente. Olhando, olhe cuidadosamente e você verá que as árvores estão mais verdes do que nunca e as rosas estão mais rosas do que nunca. Escute! Alguém está falando, sussurrando: ouça atentamente. Quando você falar, fale atentamente. Deixe que toda a sua atividade de despertar torne-se desautomatizada."

Osho, em "O Livro Orange
Fonte: http://www.palavrasdeosho.com/

16 de setembro de 2010

A Angústia e o Ódio - Joanna de Ângelis

"A angústia

A insegurança pessoal, decorrente de vários fa­tores psicológicos, gera instabilidade de comporta­mento, facultando altas cargas de ansiedade e de medo.

Sentindo-se incapaz de alcançar as metas a que se propõe, o indivíduo transita entre emoções em desconserto, refugiando-se em fenômenos de angús­tia, como efeito da impossibilidade de controlar os acontecimentos da sua vida.

Enquanto transite nos primeiros níveis de cons­ciência, a carência de lucidez dos objetivos essenci­ais da vida levá-lo-á a incertezas, porqüanto, as suas, serão as buscas dos prazeres, das aspirações egoís­tas, das promoções da personalidade, sentindo-se fra­cassado quando não alcança esses patamares transi­tórios, equivocados, em relação à felicidade.

Aprisionando-se em errôneos conceitos sobre a plenificação do eu, que confunde com as ambições do ego, pensa que ter é de relevante importância, dei­xando de ser iluminado, portanto, superior aos condi­cionamentos e pressões perturbadoras.

A angústia, como efeito de frustração, é seme­lhante a densa carga tóxica que se aspira lentamen­te, envenenando-se de tristeza injustificável, que ter­mina, às vezes, como fuga espetacular pelo mecanis­mo da morte anelada, ou simplesmente ocorrida por efeito do desejo de desaparecer, para acabar com o sofrimento.

Normalmente, nos casos de angústia cultivada, estão em jogo os mecanismos masoquistas que, fa­cultando o prazer pela dor, intentam inverter a ordem dos fenômenos psicológicos, mantendo o estado per­turbador que, no paciente, assume características de normalidade.

O recurso para a superação dos estados de an­gústia, quando não têm um fator psicótico, é a con­quista da autoconfiança, delineamento de valores re­ais e esforço por adquiri-los ou recorrendo ao auxílio de um profissional competente.

As ocorrências de insucesso devem ser avaliadas como treinamento para outras experiências, recurso-desafio para o crescimento intelectual, aprendizagem de novos métodos de realizações humanas.

Exercícios de autocontrole, de reflexões otimistas, de ações enobrecedoras, funcionam como terapia li­bertadora da angústia, que deve ser banida dos sen­timentos e do pensamento.

O ódio
Etapa terminal do desarranjo comportamental, o ódio é tóxico fulminante no oxigênio da saúde men­tal e física.

Desenvolve-se, na sua área, mediante a análise injusta do comportamento dos outros em relação a si, e nunca ao inverso. Fazendo-se vítima, porque passou a um conceito equivocado sobre a realidade, deixa-se consumir pelo complexo de inferioridade, procedente da infância castrada, e descarrega, inconscientemen­te, a sua falta de afetividade, a sua insegurança, o seu medo de perda, a sua frustração de desejo, em arre­messos de ondas mentais de ódio, até o momento da agressividade física, da violência em qualquer forma de manifestação.

O ódio é estágio primevo da evolução, atavicamen­te mantido no psiquismo e no emocional da criatura, que necessita ser transformado em amor, mediante terapias saudáveis de bondade, de exercícios frater­nais, de disciplinas da vontade.

Agentes poluidores e responsáveis por distúrbios emocionais de grande porte, são eles os geradores de perturbações dos aparelhos respiratório, digesti­vo, circulatório. Responsáveis por cânceres físicos, são as matrizes das desordens mentais e sociais que aba­lam a vida e o mundo.

A saúde da criatura humana procede do ser eter­no, vem das experiências em vidas anteriores, confor­me ocorre com as enfermidades cármicas, no entanto, dependendo da consciência, do comportamento, da personalidade e da identificação do ser com o que lhe agrada e com aquilo a que se apega na atualidade."


Excerto do Livro O Ser Conciente, escrito por Divaldo P. Franco ditado p/ espírito Joanna de Ângellis. 
Fonte:http://sejaespiritaonline.blogspot.com

15 de setembro de 2010

Nós e a Normose - excelente texto de Martha Medeiros


"Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da Ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num padrão. 

Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito normal” é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Quem não se normaliza” acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? 

Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas? Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à tua porta exigindo que sejas assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha “presença” através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que te obrigue a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for Todos. 

Melhor se preocupar em seres tu mesmo. A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Precisas de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?

Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta. Pensa nas pessoas que  mais admiras: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. 

Criaram o seu “normal” e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais. 

Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera. 

Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes."

Autora:Martha Medeiros
Fonte:http://blog.comportamentomagro.com.br

Eu sei, mas não devia - de Marina Colasanti (maravilhoso).

 
"Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. 

Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. 

A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma."

Marina Colasanti
Fonte:http://www.releituras.com/mcolasanti_eusei.asp 

14 de setembro de 2010

Silêncio interior - Quinze minutos que vão fazer diferença no seu dia ... de Sérgio Savian

"O silêncio é raro para quem vive na cidade. Os ruídos são constantes, a TV, o rádio, o ambiente de trabalho, sem contar o falatório de nossa mente que insiste em não parar. Desta forma ficamos ansiosos e deixamos de experimentar a paz.

Se você quer o amor, precisa entender qual é o ambiente propício para que ele se desenvolva. Uma semente contém a possibilidade de uma planta, mas para que ela brote é preciso que o solo esteja preparado, com uma boa umidade e que contenha os nutrientes devidos.

A semente do amor precisa, dentre outras coisas, da paz. O amor não se desenvolve bem no meio de muita confusão. Amor combina com confiança, com aceitação, com um ambiente mais tranqüilo. O amor combina com autoconhecimento. Pessoas que não se conhecem e que se ocupam sempre para fugir de si, não produzem bons relacionamentos.

Por isso, uma forma de cultivar o amor que você tanto quer é dedicando-se à meditação, rumo ao silêncio interior. Você pode fazer isto de maneira bem simples. Ao acordar, sinta bem a sua respiração, sinta que está vivo. Sente-se em sua cama, com a coluna ereta e os olhos fechados e preste atenção em sua respiração, no ar que entra e que sai do seu corpo. Esta é uma hora muito boa para meditar. Sua mente ainda não está muito desperta e você pode aproveitar para aprofundar este sentimento de silêncio interior. Relaxe bem os seus olhos e quanto mais você os relaxa, mais tranqüila sua mente fica.

Perceba que com o tempo você atinge um estado muito prazeroso de paz. Você sente o eterno no aqui-agora. Você se delicia com o momento presente.

Esta é uma forma de se colocar em ordem, de colocar tudo no lugar dentro de você. É uma espécie de faxina diária da mente, como se você estivesse arrumando sua casa. E quem não gosta de uma casa limpinha, em ordem? Mas para isto algum trabalho deve ser feito. 
 
Neste caso o trabalho consiste em fazer nada. Isso mesmo, acostume-se todos os dias em fazer nada por um tempo. Pode ser apenas 15 minutos por dia. Só isto fará uma grande diferença em seu cotidiano.

E quanto mais você acostuma a se encontrar com esta boa sensação de intimidade consigo mesmo, aumenta sua auto-estima. Você se sente pleno e cheio de amor para dar. E quando você aprende a tranqüilizar a mente e a suavizar o coração, entende também que os julgamentos não nos dão um bom direcionamento para a vida. 
 
Quanto mais meditamos, mais aceitamos a realidade sem brigar tanto com ela. Mesmo quando os fatos ou as pessoas parecem negativos, pode ser que eles estejam lhe trazendo uma bela mensagem. Portanto, pare de julgar. "Isto está certo, isto está errado". Pare com isso e ficará mais feliz. Diante das controvérsias da vida, veja o que tem a aprender com cada circunstância.

Pratique o silêncio diariamente e veja o que acontece com você e com seus relacionamentos. Não estou pedindo que acredite em mim. Estou somente lhe convidando a experimentar algo que pode mudar radicalmente sua vida e sua forma de se relacionar."

*Sergio Savian é terapeuta e escritor, especializado em relacionamentos e mudança de hábitos. Ministra palestras, cursos, trabalha com aconselhamento, terapia individual e para casais. Mais informações no site www.sergiosavian.com.br
 
Fonte:http://www.maisde50.com.br

Paz - de Eliane de Araujoh

"Paz é o silêncio da alma.

Quando as suas emoções e seus pensamentos estão no lugar certo, tudo o que você sente é paz...
Como controlar seus pensamentos e emoções?

Enfrente a realidade dos fatos.
Se você não está vivendo a situação que gostaria, aproveite o que de melhor você pode extrair dessa experiência e procure perceber o que pode fazer para melhorar.

Não se desespere e não sofra por aquilo que você não pode mudar.
Deixe-se levar, como uma pena solta aos prazeres do vento.
Soltar-se, deixar fluir.

Frequentemente queremos controlar o fluxo da vida, somos demais ansiosos.
É nas coisas simples que estão os grandes segredos e a chave para muitos questionamentos.

Você já acompanhou o movimento das nuvens formando-se no céu? Ou da água solta no riacho?

É só fazer nossa parte e deixar.

Soltar, romper laços e amarras, confiar na vida.

Isso é paz"...

 Autora: Eliane de Araujoh
Extraído do livro Liberdade de Ser
Fonte:http://viverbemparavivermuito.blogspot.com

12 de setembro de 2010

Meu coração é uma estrela - André Luis por Chico Xavier


 
"O lírio que floresce no lodo é uma estrela de Deus que brilhando no charco, jamais se contamina."

Meu coração é uma estrela, e eu fui criado para o bem e para a luz!...

Não fui criado para o mal, nem para a corrupção.

Não recebi uma alma para transfigurá-la em espectro do lodo.

Não fui feito para o vício e a degradação.

Meu corpo é santuário sagrado criado para a exteriorização do amor e da luz.

Meus sentimentos são pérolas que não devo dividir com a imundície.

Meu pensamento é matéria sutil que devo dirigir para as criações superiores.

Minha vontade é alavanca que deseja meu Deus me projete no rumo da paz e da glória.

Situou-me Ele no mundo para que eu me livre do animal que ainda sou e não que o perpetue em mim.

Preparou-me Ele o espírito para a perfeição da angelitude e não para a degradação infamante da forma.

Soprou-me na mente o progresso e não o gelo da estagnação.

Portanto, estou no mundo em aprendizado e não em escravidão; em busca da luz e não das trevas; forjando a sublimação e não o retrocesso.

Situa-me, Senhor, dentro desta verdade, e me ampara os caminhos para que eu não ceda às tentações do mundo.

Que eu sirva quanto esteja em mim servir; que eu ame quanto possa; que estenda as mãos e ampare sempre; que esteja próximo quando necessitado; que eu caminhe distribuindo o melhor de mim; que possam contar comigo todos os irmãos do mundo, mas te peço Pai: não permite que eu me iluda, me vicie e me perca nele, por ingenuidade ou invigilância, e assim, cego, equivocadamente substitua valores e me afaste de Ti, cada vez mais, para meu próprio prejuízo e infelicidade!...

Assim seja!"

André Luiz - Médium Francisco Cândido Xavier 
Fonte:http://angielis.blogspot.com

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