24 de agosto de 2010

Aceitar viver a vida intensamente- texto de Regis Mesquita


"Uma mulher me escreve e conta que terá que fazer exames, pois está com suspeita de ter câncer. Desde que teve a notícia ela “travou” e não consegue fazer os exames. Ela me pergunta como superar o medo.
Esta mulher provavelmente passou grande parte da vida evitando ter experiências intensas. Portanto, sua mente não está preparada para lidar com este stress que é a possibilidade de ter uma doença grave. Ela perdeu as boas oportunidades de ter uma vida intensa, agora terá que enfrentar o desafio da intensidade em uma situação ruim.

O medo a domina. Ela não quer ter medo. Ela se treinou durante anos a querer isto, querer aquilo. Agora ela não quer ter medo. Quer superar o medo para fazer os exames. Portanto, ela tem dois trabalhos: 1) superar o medo. 2) ir fazer exames. O ego é um complicador. Ele agrega e dificulta. Além de ter que fazer exames ela quer superar o medo.

A realidade é simples. Ela tem que fazer exames. Ela pode e deve fazer os exames com medo. Ela tem que deixar de complicar a vida e não de colocar seus desejos em primeiro lugar.
Eu digo: tenha uma vida intensa. Faça o exame mesmo que esteja morrendo de medo. Priorize sempre a realidade e jamais seus desejos.

Os desejos são ótimos como dicas. Jamais devem ser elevados à categoria de prioridade.
Ao contrário do que muitos pensam, os desejos são grandes dificultadores da vida intensa, pois eles pouco se ligam à realidade. Um sábio diz: “o ego, baseado no desejo, nunca quer estar ali (na realidade)”. A mulher não quer estar ali, com o medo e com a suspeita de câncer. Ela não quer, mas esta é a realidade e quem vive no presente tem mais oportunidades e mais aprendizado.

A imensa maioria das nossas vivências reais não comporta o querer ou não querer. Quando desejamos poluímos a realidade, complicamos e nos desgastamos. O ser humano deve sempre seguir o foco prioritário e real da vida. Ou seja, combater o medo deveria ser a última opção desta pessoa. Mas, infelizmente se tornou a primeira. Suas prioridades mentais estão invertidas.

Para que serve o desejo? O desejo serve para ajudar a pessoa a decidir, em algumas situações, para onde vai dirigir seus esforços. É o que acontece quando escolhemos prestar vestibular: o desejo nos facilita escolher o curso.

 A vida intensa de uma pessoa que escolheu prestar vestibular é estudar muito para entrar em uma ótima universidade. O ego, normalmente, boicota esta vida intensa. Pois agrega, complica e dificulta. O ego poucas vezes quer estar ali, no presente, na situação. O ego tira a energia do presente e gasta esta energia em um jogo mental que traz poucos resultados práticos.

A vida intensa da mulher é fazer os exames, com medo, se for o caso. E quanto ao medo? É uma dica para desenvolver duas qualidades: capacidade de entrega e gratidão.
Este é um bom exemplo de pessoas que tornam a vida mais difícil e mais sofrida do que ela poderia ser."

Fonte: http://regismesquita.wordpress.com/

Nosso Lar - o filme, a verdade, a revelação!

"O filme Nosso Lar está pronto.E ficou lindo! Uma super produção
brasileira, ótimo elenco, música de tocar o coração e efeitos especiais
como jamais visto em nosso cinema nacional... a gente percebe as mãos
do Alto direcionando os acontecimentos:"

Exibição  prevista para inicio do mes de setembro!!  que a  VIDA CONTINUA nós sabemos, acreditar ou não é decisão e problema de cada um.. a morte é só uma passagem..!!!esta vida é um simples vestibular cósmico no processo de evolução espiritual....... quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir.. que assim seja!  com certeza será um sucesso assim como foi o filme de Chico Xavier!

23 de agosto de 2010

Ressonância Schumann - de Leonardo Boff (o coração da terra disparou)

   " Não apenas as pessoas mais idosas mas também jovens fazem a experiência de que tudo está se acelerando excessivamente. Ontem foi Carnaval, dentro de pouco será Páscoa, mais um pouco, Natal. Esse sentimento é ilusório ou tem base real? 

    Pela ressonância Schumann se procura dar uma explicação. O físico alemão W.O. Schumann constatou em 1952 que a Terra é cercada por um campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera, cerca de 100 km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância (dai chamar-se ressonância Schumann), mais ou menos constante, da ordem de 7, 83 pulsações por segundo. 

    Funciona como uma espécie de marca-passo, responsável pelo equilíbrio da biosfera, condição comum de todas as formas de vida. Verificou-se também que todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma frequência de 7,83 hertz.

    Empiricamente fez-se a constatação de que não podemos ser saudáveis fora dessa frequência biológica natural. Sempre que os astronautas, em razão das viagens espaciais, ficavam fora da ressonância Schumann, adoeciam. Mas submetidos à ação de um simulador Schumann recuperavam o equilíbrio e a saúde. Por milhares de anos as batidas do coração da Terra tinham essa freqüência de pulsações e a vida se desenrolava em relativo equilíbrio ecológico. Ocorre que a partir dos anos 80, e de forma mais acentuada a partir dos anos  90, a freqüência passou de 7,83 para 11 e para 13 hertz por segundo. 
 
    O coração da Terra disparou. Coincidentemente, desequilíbrios ecológicos se fizeram sentir: perturbações climáticas, maior atividade dos vulcões, crescimento de tensões e conflitos no mundo e aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas, entre outros. Devido à aceleração geral, a jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16 horas. Portanto, a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória, mas teria base real nesse transtorno da ressonância Schumann. 

    Gaia, esse superorganismo vivo que é a Mãe Terra, deverá estar buscando formas de retornar a seu equilíbrio natural. E vai consegui-lo, mas não sabemos a que preço a ser pago pela biosfera e pelos seres humanos. Aqui abre-se o espaço para grupos esotéricos e outros futuristas projetarem cenários, ora dramáticos, com catástrofes terríveis, ora esperançosos, como a irrupção da quarta dimensão, pela qual todos seremos mais intuitivos, mais espirituais e mais sintonizados com o biorritmo da Terra. 
 
    Não pretendo reforçar esse tipo de leitura. Apenas enfatizo a tese recorrente entre grandes cosmólogos e biólogos de que a Terra é, efetivamente, um superorganismo vivo, de que Terra e humanidade formamos uma única entidade, como os astronautas testemunham de suas naves espaciais. Nós, seres humanos, somos Terra que sente, pensa, ama e venera. Porque somos isso, possuímos a mesma natureza bioelétrica e estamos envoltos pelas mesmas ondas ressonantes Schumann. 
 
     Se queremos que a Terra reencontre seu equilíbrio, devemos começar por nós mesmos: fazer tudo sem estresse, com mais serenidade, com mais harmonia, com mais amor,  que é uma energia essencialmente harmonizadora. Para isso importa termos coragem de ser anticultura dominante, que nos obriga a ser cada vez mais competitivos e efetivos. Precisamos respirar juntos com a Terra, para conspirar com ela pela paz."

Leonardo Boff

A Porta do lado - por Dráuzio Varella (a saida que faz a diferença)

         "Em entrevista dada pelo médico Drauzio Varella, disse ele que a
 gente tem um nível de exigência absurdo em relação à vida, que queremos
 que absolutamente tudo dê certo, e que, às vezes, por aborrecimentos
 mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada.
 
         E aí ele deu um exemplo trivial, que acontece todo dia na vida  da gente...
 
         É quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu na
 garagem (ou pode ser na vaga do estacionamento do shopping). Em vez de
 simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua
 vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o que resta do seu dia.
 
         Eu acho que esta história de dois carros alinhados, impedindo a
 abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de
 algumas pessoas melhor, e de outras, pior.
 
         Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos,
 mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes.
 
         Será que nada dá errado pra eles? Dá aos montes. Só que, para
 eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor
 diferença.
 
         O que não falta neste mundo é gente que se acha o último
 biscoito do pacote. Que "audácia" contrariá-los! São aqueles que nunca
 ouviram falar em saídas de emergência: fincam o pé, compram briga
e não deixam barato.
 
         Alguém aí falou em complexo de perseguição? Justamente.
O mundo versus eles.
 
         Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também.
 É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema
 solúvel. E como esse, a maioria dos nossos problemões podem ser
 resolvidos assim, rapidinho. Basta um telefonema, um e-mail, um pedido
 de desculpas, um deixar barato.
 
         Eu ando deixando de graça... Pra ser sincero, vinte e quatro
 horas têm sido pouco prá tudo o que eu tenho que fazer, então não vou
 perder ainda mais tempo ficando mal-humorado.
 
         Se eu procurar, vou encontrar dezenas de situações irritantes e
 gente idem; pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia. Então eu uso a
 "porta do lado" e vou tratar do que é importante de fato.
 
         Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do
 bom humor, a razão por que parece que tão pouca coisa na vida dos outros
 dá errado."
 
         Quando os desacertos da vida ameaçarem o seu bom humor, não
 estrague o seu dia... Use a porta do lado e mantenha a sua harmonia.
 Lembre-se, o humor é contagiante - para o bem e para o mal - portanto,
 sorria, e contagie todos ao seu redor com a sua alegria.
A "Porta do  lado" pode ser uma boa entrada ou uma boa saída... Experimente!"

Texto: Drauzio Varella

O CASO MOSHÊ - por Zev Roth (a importância da gratidão)


"Em Jerusalém
Em agosto de 2001, Moshê (nome fictício), um bem sucedido empresário judeu-americano, viajou para Israel a negócios.

Na quinta feira, dia nove, entre uma reunião e outra, o empresário aproveitou para ir fazer um lanche rápido em uma pizzaria na esquina das ruas Yafo e Mêlech George, centro de Jerusalém.

O estabelecimento estava superlotado. Logo ao entrar na pizzaria, Moshê percebeu que teria que esperar muito tempo numa enorme fila, se realmente desejasse comer alguma coisa - mas ele não dispunha tanto tempo.

Indeciso e impaciente, pôs-se a ziguezaguear por perto do balcão de pedidos, esperando que alguma solução caísse do céu.

Percebendo a angústia do estrangeiro, um israelense perguntou-lhe se ele aceitaria entrar na fila na sua frente. Mais do que agradecido, Moshê aceitou. Fez seu pedido, comeu rapidamente e saiu em direção à sua próxima reunião.

Homem-bomba
Menos de dois minutos após ter saído, ele ouviu um estrondo aterrorizador. Assustado, perguntou a um rapaz que vinha pelo mesmo caminho que ele acabara de percorrer o que acontecera. O jovem disse que um homem-bomba acabara de detonar uma bomba na pizzaria Sbarro`s…

Moshê ficou branco. Por apenas dois minutos ele escapara do atentado. Imediatamente lembrou do homem israelense que lhe oferecera o lugar na fila. Certamente ele ainda estava na pizzaria.
Aquele sujeito salvara a sua vida e agora poderia estar morto.

Atemorizado, correu para o local do atentado para verificar se aquele homem necessitava de ajuda. Mas encontrou uma situação caótica no local.
A Jihad Islâmica enchera a bomba do suicida com milhares de pregos para aumentar seu poder destrutivo. Além do terrorista, de vinte e três anos, outras dezoito pessoas morreram, dos quais seis eram crianças. Cerca de outras noventa pessoas ficaram feridas, algumas em condições críticas.

As cadeiras do restaurante estavam espalhadas pela calçada. Pessoas gritavam e acotovelavam-se na rua, algumas em pânico, outras tentando ajudar de alguma forma. Entre feridos e mortos estendidos pelo chão, vítimas ensangüentadas eram socorridas por policiais e voluntários. Uma mulher com um bebê coberto de sangue implorava por ajuda. Um dispositivo explosivo adicional montado pelos terroristas já estava sendo desmontado pelo exército.

Moshê procurou seu "salvador" entre as sirenes sem fim, mas não conseguiu encontrá-lo.
Ele decidiu que tentaria de todas as formas saber o que acontecera com o israelense que lhe salvara a vida. Moshê estava vivo por causa dele.
Precisava saber o que acontecera, se ele precisava de alguma ajuda e, acima de tudo, agradecer-lhe por sua vida.

O senso de gratidão fez com que esquecesse da importante reunião que o aguardava.
Ele começou a percorrer os hospitais da região, para onde tinham sido levados os feridos no atentado.
Finalmente encontrou o israelense num leito de um dos hospitais. Ele estava ferido, mas não corria risco de vida.

Moshê conversou com o filho daquele homem, que já estava acompanhando seu pai, e contou tudo o que acontecera. Disse que faria tudo que fosse preciso por ele. Que estava extremamente grato àquele homem e que lhe devia sua vida. 
Depois de alguns momentos, Moshê se despediu do rapaz e deixou seu cartão com ele. Caso seu pai necessitasse de qualquer tipo de ajuda, o jovem não deveria hesitar em comunicá-lo.

Em Nova Iorque
Quase um mês depois, Moshê recebeu um telefonema em seu escritório em Nova Iorque daquele rapaz, contando que seu pai precisava de uma operação de emergência. Segundo especialistas, o melhor hospital para fazer aquela delicada cirurgia fica em Boston, Massachussets.

Moshê não hesitou. Arrumou tudo para que a cirurgia fosse realizada dentro de poucos dias. Além disso, fez questão de ir pessoalmente receber e acompanhar seu amigo em Boston, que fica a uma hora de avião de Nova Iorque.

Talvez outra pessoa não tivesse feito tantos esforços apenas pelo senso de gratidão. Outra pessoa poderia ter dito "Afinal, ele não teve intenção de salvar a minha vida: apenas me ofereceu um lugar na fila."
Mas não Moshê. Ele se sentia profundamente grato, mesmo um mês após o atentado. E ele sabia como retribuir um favor.

Salvo pela segunda vez
Naquela manhã de terça-feira, Moshê foi pessoalmente acompanhar seu amigo - e deixou de ir trabalhar. Sendo assim, pouco antes das nove horas da manhã, naquele dia onze de setembro de 2001, Moshê não estava no seu escritório no 101º andar do World Trade Center."

Fonte:http://www.saindodamatrix.com.br

Há momentos - Clarice Lispector

 
"Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre"...

Clarice Lispector

22 de agosto de 2010

Os sensíveis mensageiros da eternidade - de André Aquino

 
  "Nós os sensíveis, temos a luz brilhando dentro de nós.
A nossa sabedoria muitas vezes pode ser confundida com a loucura por pessoas de mentira...
...por aquelas pessoas que vivem presas a um mundo automático.

Nós, os sentimentais,os alquimistas,os arrependidos pelos erros, os filhos amados que foram deixados pra trás num deserto...
...os que têm fé inabalável,os sonhadores,Os loucos de amor
Muitas vezes já fomos considerados as ovelhas negras da família...
...mas os nossos sentimentos profundos como o mar... nos transformaram aos poucos em cordeiros mansos que pastam felizes pelos campos verdes...

Dentro de nós ardem paixões interiores capazes de derreter qualquer geleira.
Nós já morremos incontáveis vezes...
...já renascemos outras tantas mais fortes, mais determinados em encontrar a nossa felicidade.
Nós, os sensíveis somos invencíveis pelas lágrimas e...
...imbatíveis pelo sorriso...
Muitos de nós os sensíveis, carregamos na alma e até no corpos, marcas da nossa paixão pela vida.

Do mais fraco ao mais forte,do mais bonito ao mais feio.
Não somos medidos pela nossa formosura ou pela grandeza do nosso corpo...
...mas somos admirados pelo poder do nosso coração, pela força que emanamos de dentro de nosso olhar.
...e as pessoas de mentira ficam sem entender como nós os sensíveis conseguimos ter tanto poder!

Nós os sensíveis estamos aqui para fazer a diferença.
Ninguém nos conhece pela superfície...
...mas pela profundidade de nossos bons pensamentos.
Não somos santos...
...mas somos anjos.

Não somos perfeitos...
...mas é na nossa imperfeição que mostramos nossas maiores virtudes.

Não é pela casca que queremos ser conhecidos.
Queremos um relacionamento íntimo com tudo e com todos que nos cercam.
Podemos errar, fracassar em quase tudo mas jamais fracassaremos como seres humanos.

Somos incompreendidos, porque muitas vezes não sabemos expressar quem somos de verdade.
Ainda que o nosso corpo envelheça e fique doente...
...nada pode tocar o coração de um sensível senão a mão do Supremo Criador.

Nós os sensíveis, mesmo de longe nos juntamos em espírito num coral para cantar uma canção que curará toda pessoa de mentira.
Por alguns instantes o mundo parará para ouvir o nosso canto e se apaziguará por alguns poucos momentos...
E por alguns momentos elas também vão ser sensíveis como nós...
...quando perceberem que no rosto do outro está o espelho de sua própria face.

Nós os sensíveis temos o dom de sentir o que os outros sentem...
...de traduzir seus pensamentos...
...porque nosso coração capta o que os outros corações transmitem...
...mas nós somos uma brasa viva no meio da neve...
...ou um oásis no meio do deserto.

Estamos aqui para mostrar aos outros que a alma existe...
...que a matéria passará.
Mas que temos vida para todo o sempre.

Somos dono da sabedoria universal.

Acreditamos num Deus comum a todos seres humanos.

Num Deus que habita todas as religiões.

Num abraço do sensível...

...está a graça do Universo.

Nós os sensíveis somos os...

...Mensageiros da eternidade..."

Texto: André Aquino

Casamento!

"Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.

De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.


Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: "Por quê?"


Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou "você não é homem!" Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouví-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.


Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.


Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão pelo divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.


No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.


Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.


Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possivel. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para preparar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.


Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.


Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a idéia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio", disse Jane em tom de gozação.


Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo "O papai está carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio" Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.


No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.


No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.


No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.


Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.


A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração..... Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.


Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na hora de você carregar a mamãe". Para ele, ver seu pai carregando sua mãe todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de idéia agora que estava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.


Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".


Eu não consegui dirigir para o trabalho.... fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de idéia...Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela "Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar".


Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está com febre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.


A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouví-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.


Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe".


"Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama - morta.

Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando a vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.

Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa (e vice-versa), faça pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos.

Tenham um casamento real e feliz!"

(autor desconhecido)

21 de agosto de 2010

Convivendo Comigo! - por Jacqueline Berg


 Jacqueline Berg descreve como podemos nos libertar das prisões auto-impostas a que nos submetemos.

Recentemente, li um anúncio que dizia, “Seja diferente. Seja você mesmo.” Isso me lembrou de uma história que ouvi certa vez sobre um leão que foi separado de seus pais no nascimento. Ele cresceu num rebanho de ovelhas. Pelo fato de o filhote acreditar mesmo ser uma ovelha, comportava-se como uma. Ele era um leão em transe de ovelha.
A história do leão é um pouco parecida com muitas de nossas próprias histórias. Nós também freqüentemente estamos num transe. Nós também parecemos esquecer quem realmente somos. E, por causa desse engano, temos nos identificado com diferentes imagens e idéias. Colocamos máscaras e realmente começamos a acreditar que somos essas máscaras. É claro que é impossível ser feliz se você é um leão e vive como uma ovelha. O segredo de conhecer-se é que existe algo dentro de você totalmente diferente daquilo que você finge ser.

A única maneira de conhecer esse “eu” verdadeiro é através de uma pesquisa consciente. A maioria das pessoas não tem tempo para isso. Ou eu deveria dizer que elas não criam tempo para isso? Essa é a beleza do tempo: você pode criá-lo. Durante minha pesquisa, descobri quatro coisas que são de importância vital. A primeira é o silêncio. A segunda é o relacionamento comigo mesma. A terceira é o relacionamento com o Supremo e finalmente vem meu relacionamento com aqueles que estão à minha volta. 
 É realmente importante pensar nelas nessa ordem. Nós normalmente as abordamos numa ordem diferente. Estamos muito conscientes sobre os relacionamentos que temos com os outros, alguns de nós pensam sobre Deus, poucos pensam no seu eu interior e dificilmente alguém tem um relacionamento com o silêncio.

Antes de começar a meditar – há uns 25 anos – eu não considerava muito o silêncio em minha lista de prioridades. Não tinha uma idéia clara do que ele realmente era. Eu era viciada em trabalho, e pessoas assim não desperdiçam tempo em hobbies fúteis como o silêncio. Minha vida era ativa, dinâmica. E era assim na família também. Depois de divorciar-se, minha mãe contou-me porque ela sempre esteve tão incrivelmente ocupada. Ela literalmente esteve fugindo da dor que sentia por causa do seu casamento não-preenchedor.
Isso me despertou para o fato de que o trabalho pode ser apenas outro vício, um modo de encobrir a dor, um modo de evitar as coisas com as quais não sabemos lidar. Então, essa é a maneira como fui criada: nunca parando, nunca sendo, sempre fazendo.

Minha jornada interior começou com o desejo de quebrar esse ciclo vicioso de ficar dando voltas; tentando “simplesmente ser” para mudar um pouco. Os primeiros anos na meditação não foram fáceis. Achei difícil relaxar e não conseguia sentar-me em silêncio. Minha mente criativa continuava correndo. Foi realmente meu corpo que veio para me salvar e forçou-me a sentar – ou em outras palavras – silenciar-me. 

Lentamente, mas definitivamente, minha mente aceitou-se derrotada e enquanto a bandeira branca estava sendo hasteada, o silêncio entrou.
Leva tempo acostumar-se a estar em silêncio e não fazer “nada”. Lembro-me de uma manhã quando estava sentada no sofá – meditando – quando um dos vizinhos passou pela janela. Antes disso, havia pegado uma revista e fingia lê-la. Por tanto tempo vivi com a idéia, “Eu faço, portanto eu sou.” Tinha receio de que os vizinhos pensassem que eu não estava fazendo nada. Mas estava mais receosa ainda daquela voz interior, o Crítico Interior, que me puxou para além dos meus limites durante muitos anos. 

Agora que minha mente estava se tornando mais silenciosa, tornei-me mais consciente dessa voz interna. Custou-me certo tempo para entender o que esse criticismo interno faz, o quão destrutivo ele é.

Muitas pessoas confundem criticismo com intelectualismo; eles pensam que é bom ter opinião sobre tudo e julgar os outros. Mas descobri que ele realmente é um hábito muito negativo. Machuca os outros, e, acima de tudo, você se machuca com esse tipo de julgamento negativo. Acho que ele deriva da noção errada de perfeccionismo. 

Perfeccionismo não é o mesmo que perfeição, no sentido de inteireza. “Ser completo” significa ser completo com todos os poderes e virtudes dentro do eu. Perfeccionismo é algo diferente. Perfeccionistas tentam controlar pessoas e situações de modo que nada dê errado. Eles querem que tudo aconteça tranqüilamente e não conseguem lidar com imprevistos. Ao invés de focarem-se na beleza da vida, são obcecados pelos defeitos e imperfeições deles próprios e dos outros. Corrigem a eles mesmos e aos outros continuamente – às vezes em palavras, sempre em pensamentos.

Não estou dizendo que nós não devemos tentar tornar as coisas melhores e nos esforçarmos para a perfeição. Afinal de contas, todos viemos de um estado de harmonia interna e completude. Então, é muito natural que queiramos retornar àquele estado uma vez mais. Mas a raiva projetada por ter perdido sua própria perfeição não vai trazer a completude de volta. De fato, isso cria muitos problemas nos relacionamentos. 

Não é fácil enfrentar, ou mesmo ver, os seus próprios defeitos. É mais fácil ver isso nos outros, e então, o Crítico Interno os ataca. E sempre há alguma coisa: a maneira como alguém se veste, fala, comporta-se... não há fim para isso. Mas o que estamos realmente fazendo é criticar nosso próprio comportamento.

A maneira de conhecer o Crítico Interno é prestar atenção aos seus sentimentos: como eu me sinto sobre mim? Como me sinto sobre as outras pessoas? Recentemente, meu dentista disse-me que se ele tirasse minhas obturações de mercúrio, meus sentimentos por mim mudariam. Não é surpreendente que algo assim pode realmente mudar o modo como nos sentimos sobre nós mesmos?

Os sentimentos podem mudar tão rapidamente e existe muita influência, assim, a melhor maneira de ver os sentimentos é: Eles são apenas sentimentos. E um sentimento leva a outro. Quando você olha por trás desses sentimentos e emoções, ainda há você. É o que acontece em relação à raiva: você pode sentir raiva, mas isso não faz de você uma pessoa raivosa. É bom separar seus sentimentos de você mesmo.

Veja o medo, por exemplo. Há alguns anos viajei para a Austrália. Eu estava num vôo doméstico que levaria apenas 45 minutos. Mas, no caminho, pegamos uma tempestade tropical, com muita chuva. Tentamos aterrissar, decolar novamente, e aterrissar mais uma vez. Isso aconteceu sete vezes. A experiência foi terrível, as pessoas gritavam sem parar.

De qualquer forma, o fato é que eu tenho medo de voar, então, você pode imaginar como me senti. Meu medo cresceu e cresceu até que cheguei aos limites do medo. Eu não poderia estar mais amedrontada. Então, de repente, ele desapareceu. Foi embora. Comecei a sorrir. Vi quão engraçada era a situação e consegui acalmar os outros à minha volta. Quando chegamos ao nosso destino, 11 horas depois, percebi profundamente: um sentimento é somente um sentimento. Ele pode incomodá-lo durante anos, e então, de repente, ir embora. Sentimentos mudam, nós não!

Quando permito que o silêncio entre em minha mente, descubro quem sou, lá no fundo. Começo a entender minhas motivações. Posso ser honesto comigo. Não preciso enganar-me. Quando começo a me ouvir, é possível descobrir coisas diferentes daquilo que eu esperava encontrar. Talvez eu seja uma pessoa muito diferente de quem pensava ser. Talvez eu seja um leão vivendo num transe de ovelha. Se sou, então o processo de reconhecimento e mudança começa. Pode ser um pouco dolorido destruir as imagens criadas de nós mesmos, mas acima de tudo, é uma liberação.

É claro que as pessoas à nossa volta dirão, “Espere aí, esse não é você, isso não é como eu conheço você.” Eles tentarão puxá-lo de volta. É necessário coragem para mudar. Pode ser doloroso descobrir quão pouco seus amigos e família o conhecem de verdade. Mas, na realidade, você não pode culpá-los. Afinal de contas, foi você quem induziu-os ao erro ao não mostrar-lhes o seu verdadeiro eu. Você mostrou-lhes somente a máscara.

Temos nos identificado com muitas coisas externas. As pessoas têm muitas faces. Nossa identidade está nas roupas que usamos, nos empregos que temos, onde vivemos e assim por diante. Algumas pessoas são completamente diferentes no trabalho do que são em casa. Eles mostram somente uma parte deles no trabalho. Num certo sentido, enganam seus colegas. Na Prisão Estatal Holandesa, ensinei meditação para homens jovens, os quais estavam lá por causa de crimes relacionados com drogas. Então, além de suas penas, eles eram viciados. Não era um grupo fácil! Foram-lhes oferecidas sessões de psicoterapia para torná-los conscientes da dor de seu passado. Isso é importante, pois haviam tentado fugir do passado por meio das drogas. 

Depois que eles ficaram sóbrios, tive a oportunidade de fazer sessões de meditação e pensamento positivo com eles. Esses garotos ensinaram-me muito sobre mim. Eles não deixaram nada a que se agarrar, nada com o que se identificar. Seus amigos e namoradas não queriam mais vê-los; muitos deles haviam perdido seus dentes e cabelos. Falei com eles sobre prisão em liberdade. Eles sempre falavam para mim: “O que você sabe sobre prisão? Quando você sair desse lugar, estará livre.”

Mas o que é liberdade? Talvez eu esteja viciada no meu trabalho, no meu relacionamento ou em negatividade. Essas jaulas da alma também são prisões. Alguns de nós estamos presos de forma tão firme, que é como se tivéssemos dado a nós mesmos uma sentença para a vida toda. Eu digo aos reclusos que honestamente não sei quem está mais livre, eles ou nós do lado de fora. Afinal de contas, eles têm todo o tempo do mundo para repensar suas vidas. Longe da luta da vida diária, é muito mais fácil mudar padrões.

Algumas pessoas gastam muito dinheiro para passar o tempo num retiro ou numa ilha privada apenas para afastar-se de tudo, a fim de colocar as coisas em ordem. Quando digo àqueles jovens na prisão que algumas pessoas podem até ter um pouco de inveja deles, eles riem, mas entendem.

Eles também estão abertos à meditação. E amam isso. Deitam-se no chão, acomodam-se em suas cadeiras, às vezes choram. Por alguns minutos experimentam-se como realmente são. Sentar-se juntos em meditação faz você esquecer que está na mesma sala com assassinos e assaltantes. Eles também se esquecem dessas coisas. Nós simplesmente sentamos juntos e esquecemos as máscaras. Encontramo-nos como almas. Em terapia, as pessoas freqüentemente focam somente naquilo que deu errado. Quando encontro esses garotos, eu lhes digo, “Esqueçam-se um pouco de seu passado. Vejamos quais qualidades e especialidades vocês ainda deixaram”. Quando eles expressam algumas dessas qualidades, eu os relembro disso. Não me lembro de seus nomes, mas me lembro de suas qualidades.

O perdão é muito importante para eles. Somente quando aprenderem a perdoar-se é que podem abandonar suas identidades falsas. Eles precisam entender por que estavam fazendo aquelas coisas: não é porque são pessoas más, mas por causa da falta de entendimento. Somente assim eles podem perdoar e reconquistar sua auto-estima novamente.

Perdoar-se significa curar seu coração. Se você continuar se punindo, ainda estará atrás das grades. Ainda estará na prisão. E por estar na prisão, você aprisiona os outros também. Ninguém quer estar preso sozinho. Nós queremos companhia. Se sua identidade é baseada em vergonha, você vai procurar por outros que tenham o mesmo problema. E sempre irão machucar-se uns aos outros. Pessoas machucadas machucam pessoas. Essas projeções uns nos outros irão continuar até que você se cure. E só quando você se curar é que será capaz de curar os outros.

Devemos entender que somos livres. As almas são livres. Ninguém pode nos aprisionar; nós é que escolhemos nos aprisionar. Transformamo-nos em vítimas. E se gostamos de desempenhar o papel de vítimas, sempre há alguém querendo desempenhar o papel de vitimizador – o pássaro e a gaiola. Se queremos ser livres, meu conselho é: Não fuja de sua “gaiola”; não fuja de seu(s) relacionamento(s). Ao invés disso, entenda o que está acontecendo e mude. Para mim, isso é honestidade. E esse é o único modo de libertar-se verdadeiramente.

Não gaste toda a sua energia tentando mudar os outros. É inútil. Toda a sua energia será usada em discussões, lutas e nas mesmas brigas, repetidas vezes. Os outros só vão mudar quando eles quiserem, quando eles entenderem que têm de mudar. A mudança vem de uma motivação interna. Mas se usamos nossa preciosa energia para mudar a nós mesmos, as chances são de que o outro também mude. É hora de regenerar a sua alma.

Relacionamentos verdadeiros começam com silêncio. Portanto, você pode começar a criar um relacionamento melhor consigo, então, com o Supremo, e então com os outros. A razão pela qual os relacionamentos com os outros vêm por último é porque os outros nunca vêem em nós o que Deus vê. Freqüentemente nos vemos através dos olhos dos outros. Então, se alguém vê somente 20% do que somos, também só vemos esse tanto. Deus nos vê como somos, Ele vê nosso potencial completo. Se você aprender a olhar-se da forma como Deus o vê, você começará a ver seu eu verdadeiro. Se aprender a conectar-se ao Ser Supremo, seus sentimentos puros serão estimulados e reforçados. É maravilhoso estar em contato com um ser que é tão próximo à sua natureza original. Você se sente muito confortável na presença de alguém que é consciente da alma. Você começa a relaxar, pois está sendo reconhecido. Não precisa provar mais nada a si mesmo.

Acredito que atualmente vivemos num período no qual as pessoas estão começando a entender essas coisas. Mas temos que parar de desperdiçar energia e concentrarmo-nos naquilo que realmente é necessário. 

A prática de meditação é sobre aprender a não ser influenciado, ser você, salvo e protegido naquela energia pura. Meditação é sobre sentir sua própria energia da alma. Realmente sentir: isso sou eu; aquele sentimento de que sou único, sou especial. Então, o processo completo é expressar aquela energia na sua vida diária, em seus relacionamentos.

Mas, em primeiro lugar, você tem que praticar para senti-la, até que se torne estável na sua identidade verdadeira. Quando você começa a sentir quem realmente é, não há necessidade de lutar contra vícios ou pessoas à sua volta. De fato, não há necessidade sequer de lutar. É um processo muito natural. Quando mudarmos nossas atitudes, seremos capazes de mudar o mundo. Como vocês vêem, Deus precisa de ajuda. Ele precisa de mentes livres.

Jacqueline Berg, escritora e autora, é diretora da Brahma Kumaris na Holanda.

O Segredo é não correr atrás das borboletas - Mário Quintana


"Com o tempo, você vai percebendo que,
para ser feliz com uma outra pessoa você precisa,
em primeiro lugar,
não precisar dela...

Você aprende a gostar de você,
a cuidar de você, principalmente,
a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas...
é cuidar do jardim
para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar
não quem você estava procurando...
mas quem estava procurando por você!"

Mario Quintana

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